Enepay
Capítulo 7
Na manhã seguinte o capitão deixou a jovem esposa em frente a casa do doutor Philips, que a recebeu com um sorriso simpático e em seguida já lhe designou algumas tarefas.
Ao perceber a ausência do garoto indígena o médico explicou que preferiu deixá-lo em um quarto nos fundos, pois diferente deles a maioria dos habitantes de Charlotte, não partilhava de um espírito missionário e temia que houvesse retaliações caso a notícia do tratamento do rapazote se espalhasse.
Elena então seguiu para o pequeno quarto, sem janelas, abarrotado de quinquilharias e poeira, iluminado apenas por uma pequena janela. A febre havia cedido e agora o menino estava pálido e gélido devido a perda de sangue.
Ela colocou mais alguns cobertores sobre o seu corpo e tentou hidrata-lo com alguns goles de água. O jovem soltou um gemido dolorido quando ela tentou mover a sua cabeça.
一 Olá, pode me ouvir 一 questionou ao vê-lo abrir os olhos 一 Meu nome é Elena 一 falou pausadamente gesticulando com as mãos.
O jovem correu o olhar e forçou o corpo para frente, mas logo sentiu as amarras que o seguraram a cama improvisada.
一 Me solte! 一 disse a ela com dificuldade.
一Você está ferido, perdeu muito sangue. Beba um pouco disso vai ajudar na sua recuperação. Qual seu nome?
O garoto esforçou-se para engolir alguns goles de água e a encarou por instantes decidindo como responderia a mulher a sua frente. Correu o olhar pelo lugar e em seguida encarou a jovem mulher.
一 Minha mãe me chamava de Oliver os mandan me chamam de Enepay 一 respondeu o rapazote com a voz entrecortada.
一 Oliver, é um belo nome. Não se esforce, vou chamar o doutor Philips, você vai ficar bem.
O dia passou rapidamente, com a população perdendo o medo de deixar a segurança de suas casas, a pequena clínica ficou lotada. Eram registradas todos os tipos de queixas e sintomas que variavam de tosse, palpitações no peito, a alguns juravam-se amaldiçoados pelos invasores peles vermelhas relatando todo o tipo de sintoma bizarro.
一 A senhora está desidratada, precisa beber muita água e descansar e se sentirá melhor bem em algumas horas senhora Portman 一 disse o doutor Philips ao examinar uma senhora de cabelos totalmente grisalhos, nariz grande e rosto coberto de rugas que fé Elena lembrar sobre as as histórias de bruxas que sua ama lhe contava toda vez que fazia uma travessura.
一 Não, eu sei que aqueles peles vermelhas jogaram algo no poço, eles querem matar a todos nós.
一 Senhora Portman os nativos não amaldiçoarem o poço e não há outra fonte de água a quilômetros, então, não há muita escolha. 一 O médico explicou a mulher.
一 Pois eu prefiro morrer como uma boa cristã, do que ter a alma amaldiçoada por aqueles malditos selvagens! 一 Ela retrucou irredutível e Elena aproximou-se.
一 Ela tem razão doutor Philip, acho que a senhora deveria ir imediatamente até o sacerdote e pedir pra que ele abençoe a água do poço e quebre qualquer feitiço. 一 Disse elena com conviccao e a senhora sorriu em resposta.
一 Viu doutor Philip sua assistente concorda comigo. Pois vou fazer isso agora mesmo. 一Disse a mulher levantando-se imediatamente.
一 Achei que uma mulher moderna como aparenta ser senhora Norton, não acreditasse em maldições.
一 E não acredito, mas ela sim. Meu tio sempre dizia que o paciente se cura mais rápido se acreditar no tratamento, mesmo que a moléstia esteja apenas em suas crenças. E a propósito, conversou com o menino?
一 Ele não parece de muita conversa, tem certeza que ouviu ele falar nosso idioma?
一 Sim, me disse que se chamava Oliver, que os Mandan o chamam de Enepay.
一 Estranho, os Mandan, são um povo bem como posso dizer, isolado hoje em dia. No passado os colonos diziam que eram um povo amigável, fácil de lidar. Não são brigões como os Apaches e Sioux, fizeram até trocas com os primeiros colonos. Mas defendem muito a forma que vivem e quando perceberam que os colonos passaram influenciar seu modo de viver e pensar, cortaram relações e até onde ouvi falar não são tolerantes com mestiços como ele. Mas enfim, diziam que eram pacíficos e agora atacaram a cidade.
一 Na verdade doutor, meu marido disse que pelo contingente que tinham e a cidade desprotegida como estava, não fizeram tanto estrago, quanto poderiam ter feito.
一 Sim, eles estavam aqui pra roubar, armas e comida. Imagino que a guerra não tenha feito parte da sua criação senhora Norton, mas é assim que começa. Se eles estão buscando se abastecer de armas e mantimentos é porque tem algo maior em mente. Já ouviu falar em Crazy Horse?
一 Vagamente.
Philip contou em detalhes e com certa empolgação sobre a empreitada de Crazy Horse e os esforços inúteis da armada americana para dete-lo. O tom que Philips usava parecia entoar a história de uma lenda, no entanto o homem ainda vivia e parecia inalcansavel a sétima cavalaria, que costumava findar qualquer ato de rebeldia indígena antes que se tornassem um problema. Crazy Horse, era mais que um problema, era um líder militar que convocou uma guerra. Os nativos o chamavam de Ogle Tanka, o senhor da guerra e desde então o exército temos até mesmo matá-lo, pois a lenda viva se tornaria um mártir e mártires inspiram uma revolução que duraria por gerações.
一 Tentaram muitos acordos com ele, ogeneral Sherman conseguiu alguma negociação, mas dêsde que Custer assumiu o cargo as coisas estão cada vez piores. A propósito, soube que ele está a caminho de charloteton.
一 Por conta do ataque? 一 questionou a loca curiosa.
一 Também, mas ele já está a algum tempo reunindo forças com os fortes da região.
一 Sim, meu pai teve uma reunião com ele há algumas semanas. 一 Disse lembrando do trágico destino de Davina durante sua tentativa de fuga.
一Sim, todos estão preocupados, Crazy Horse não só reuniu os clas e tribos, ele está treinando um exército. Creio que tempos obscuros nós aguardam. Mas não pense nisso, estará protegida em forte Bennington. 一 Disse e ela assistiu com a cabeça.
一 Bem vou dar um caldo de frango ao jovem selvagem, quem sabe ele não decide me contar alguma coisa.
一 Tome cuidado.
Elena sorriu concordativa e tomou uma tigela serviu uma comlncha do caldo de frango cedido por uma das atenciosas vizinhas do doutor Philip e se encaminhou até os fundos. Assim que chegou percebeu o suor escorrendo pela testa do jovem índio, mas desta vez não pela febre e sim pela força que fazia aí tentar se soltar das apertadas amarras feitas peloedico.
一 Vai acabar se machucando, eu lhe trouxe um pouco de caldo. Vai ajudar a melhorar. 一 Disse levando uma colher a boca do rapaz que virou o rosto em negativa.
一 Quantos anos tem? Três? Se não comer não vai melhorar.
一Me solte... 一Ele pediu pausadamente.
一Se eu soltar, promete que vai comer e que não vai tentar me matar ou arrancar o meu escalpo? 一 Disse e ele assentiu com a cabeça. A jovem pousou a tijela num banquinho auxiliar e dessamarou uma das mãos do jovem cujo os pulsos já estavam cobertos por um hematoma circular, assim que desamarrou o segundo braco sentiu sua cabeça ser puxada para trás e em seguida o braço cercando-lhe o pescoço e cortando seu fluxo de ar. Debateu-se por instantes, mas quanto mais forçava mais difícil sua respiração tornava-se, então, parou de lutar e deixou seus pracos caírem ao lado do corpo e em seguida calculou mentalmente lugar da ferida que suturou no outro dia. E usando toda a sua força esmurrou com o punho fechado o ferimento fazendo o menino soltar-se dela e urrar de dor.
A moça cambaleou papara frente ainda confusa tentou chegar a porta que no mesmo instante avistou Dr Philips com o rosto apavorado e uma pistola em punho pronta para o disparo.
一 O que está acontecendo aqui, esse selvagem lhe atacou senhora Norton? 一 Disse sem tirar o garoto da mira que curvava-se de dor sobre o ferimento.
一 Não 一 disse Elena com a respiração forçada一 foi só um mau entendido, não é mesmo Oliver? 一 Disse encarando o garoto que levantou a cabeça com dificuldade e concordou com um aceno antes de cair de joelhos tentando estancar o sangue que escorria pelo ferimento. 一 Vamos precisar costurar novamente.
一Eu vou buscar o material, tem certeza que está tudo bem senhora Norton? 一Philip questionou e ela assentiu com um sorriso amarelo.
Voltou-se ao menino com o olhar em fúria e usou toda a sua força para icar seu corpo curvado para cima da cama.
一É a segunda vez que eu salvo a sua vida, é melhor não tentar me matar novamente. 一Disse a jovem irritada levantando a camisa ensanguentada.
Quando o sol se pós, Elena já estava em seus aposentos na pequena pousada, quase não conseguiu tocar na comida enquanto encarava o prato de Andrew a esfriar sobre a pequena mesa de madeira rústica. Desejou ter um de seus livros para passar o tempo, já que na pousada não havia nenhuma leitura além de uma bíblia empoeirada aberta sobre um pequeno altar próximo a janela.
Quando desistiu de esperar e se aprontou para dormir ouviu uma batida na porta e em seguida Andrew entrou segurando um lenço ensanguentado sobre o nariz.
一 Oh céus o que houve? Deixe-me ver isso.
一Eu sofri um acidente, não foi nada grave, não se preocupe querida.
一 Seu nariz está quebrado.
一 Meu nariz tropeçou na cabeça de um pele vermelha muito irritado com o interrogatório. 一 Ele disse tentando tirar a tensão da esposa.
一 Estão interrogando os prisioneiros? Por isso demorou tanto?
一 Precisamos saber porque eles queriam aquelas armas e pólvora. Isso nunca aconteceu em Charlotte, não podemos deixar que esse tipo de violência se espalhe.
一 Bom ela está se espalhando pela sua cara.一 Disse num tom de riso.
一 A senhora Norton tem senso de humor.
一 Pois saiba que eu era a mais engraçada das minhas amigas na Inglaterra.
一Não tenho certeza disso, mas sem dúvida eu apostaria a minha vida como é a mais bonita entre elas. 一Disse viu o rosto da esposa cotar no mesmo instante.
一 Marie é terrivelmente linda, tem cabelos loiros e olhos tão azuis quanto o céu num dia verão.
一Pois pra mim parece terrivelmente sem graça e igual a tantas outras 一 disse passando suavemente a ponta dos dedos pelos rosto dela.一 Você muito bonita Elena, você se parece com uma daquelas moças nas pinturas do prédio da justiça em Nova York.
一Esteve em Nova York?
一 Sim, eu estive em muitos lugares, a propósito em breve teremos de ir até uma cidade maior para tomar as providenciaa sobre o controle de seus bens e um dia, te levarei até lá e você o quanto é ainda amais bela do que aqueles quadros.一 Disse com a voz quase sussurrada aproximando seus lábios dos dela.
Como uma onda quente e pulsante, Andrew tombou o corpo da esposa sobre a cama com suavidade, afundando seus lábios contra a pele macia e o cheiro inebriante do pescoço dela.
Por instantes, pensou ouvir o som da batida frenética do seu próprio coração que inundava seu corpo de calor e desejo conforme via os pequenos seios convidativos de Elena contratarem contra a ceda fina de sua camisola. Encarou-a nos olhos, era estranho como não conseguia lê-los como sempre fez quando esteve com outras mulheres. Mesmo assim decidiu continuar, desabotoando os pequenos botões de pérola revelando o busto convidativo da esposa. Quase que no mesmo instante, levou seus lábios a eles com delicadeza, não queria assuta-la como na noite de núpcias, teria paciência até que ela o desejasse tanto quanto ele a queria. As mãos antes imóveis de Elena subiram pelas suas costas, buscando a pele por debaixo da camisa de algodão e Andrew intensificou as carícias, subindo as mãos pelas suas pernas até sentir a renda delicada que adorava a cintura da pantallete, a qual desceu com cuidado pelas pernas da esposa entre beijos que percorreram o caminho até os pés dela. Oscilando entre um roçar de lábios e pequenas mordiscadas que faziam a mulher soltar gemidos tímidos. Afastou-se um pouco e tirou a própria camisa deitando-se novamente sobre ela deixando que o calor de seu corpo irradia-se para o dela, horas entre o recido, outras vezes pele a pele até finalmente sentir a timidez deixar o corpo da esposa fazendo-a buscá-lo como ele a ela.
Em questão de minutos não havia mais nenhum tecido entre eles, Andrew movia-se dentro dela com calma, beijando-a e acariciando-a até não haver mais desconforto e restar apenas prazer entre o jovem casal que adormeceu com seus corpos entrelaçados naquela noite.
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