Desterrados - I
*Avisos:
Capítulo +18
Elena ainda não conseguia entender a capacidade de Tokalah em revelar novas formas de lhe causar um prazer ao qual nunca imaginou que pudesse chegar. Mesmo cavalgando há cinco dias, exaustos, famintos e doloridos, o corpo quente do indígena fazia que por algum tempo, esquecesse de tudo que não fosse o amor deles.
Naquela noite a língua ávida do moreno, se apossou de sua intimidade, horas de maneira violenta sugando mordiscando e outras com um tenue percorrer de lábios provocativo que a fazia levar os quadris ansiando pelo toque.
Às vezes tinha certeza de que ele lia seus pensamentos, antecipando seus desejos ou mesmo exitando-a e adiando ao máximo o momento de juntar sua carne a dela, até que estivesse completamente entregue ao momento. Buscando o corpo dele com afinco, explorando o abdômen firme, percorrendo a curva de seu pescoço bronzeado com os lábios, desejando cada centímetro possível de contato com aquela pele quente e lisa pelo seu corpo.
一 Tokah ...一 Gemeu alto seu nome cerrando os olhos enquanto afundava os dedos entre as melenas longas e negras do nativo cuja a língua brincava em movimentos rápidos ente suas pernas, causando arrepios e contrações involuntárias de prazer. 一 Venha, eu quero você... 一 pediu não suportando mais a deliciosa espera e ele rastejou sobre ela roçando sua virilidade em sua virilha com um sorriso malicioso.
一 Prove, o quanto me deseja, Elêna 一 disse em tom provocativo num suspiro em seu ouvido e ela empurrou o corpo dele para o lado, montando sobre ele em seguida. Moveu-se de início de forma lenta enquanto o nativo percorria admirava seus pequenos seios com a mão, subindo e descendo deixando que ela encontrasse o ritmo que lhe daria prazer.
O gemido rouco que escapou dos lábios dele, soava como uma recompensa estimulante a ela, fazendo-a intensificar seus quadris contra os dele e por mais que gostasse de ver o prazer que ela conseguia proprocionar a ele, sentia-se aliviada quando Tokalah retomava o comando,
Invertendo suas posições, empurrando-se para dentro dela até os levar ao sublime momento onde ambos estavam cansados e satisfeitos demais pra continuar e pudesse aconchegar-se em seu peito.
Por mais livre que se sentisse nos braços dele, ainda havia momentos em que ponderava se suas atitudes condiziam com que ele esperava dela. Horas se achava tola demais e em outros momentos temia parecer indecente. Como cristã, nunca fora educada sobre estes assuntos. Na primeira vez que seu sangue desceu, correu para a clínica do tio pensando ter sido envenenada e estar a beira da morte por aquela hemorragia misteriosa.
E antes de se casar, o pouco que sabia além de questões biológicas aprendidas com o tio na clínica, vinha de relatos discretos das mulheres que por vezes necessitavam de atendimento médico. E entre a maioria delas, o assunto era tratado como uma obrigação imposta pelo casamento, para satisfazer seus homens ou gerar crianças, o prazer feminino envolto no ato era sequer mencionado.
E por mais que tenha tido alguns bons momentos com seu marido, jamais conseguiu se entregar a ele como fazia com Tokalah. Andrew era tão apegado aos dogmas e doutrinas as quais foi criado que por mais gentil que tentasse ser com ela, nunca a fez ansiar pelo momento de estarem juntos como Tokalah conseguia.
O som abafado do riso dele a tirou de suas reflexões, era raro vê-lo sorrir e nos últimos dias não viu acontecer uma só vez.
一 Do que está rindo?一 Questionou curiosa ao ve-lo admirar a pilha de tecido que se fez ao lado deles quando a despiu.
一 Tenho de admitir, o homem branco é persistente e paciente, tendo que brigar com camadas de tecido toda a vez que desejam se juntar a suas mulheres.
一 Você não viu nada, é uma roupa simples. Ficaria impressionado se me visse a me preparar para um evento formal na vida de antes. 一 disse com ares de riso. Pensou se não era a hora de revelar a ele suas suspeitas sobre o que acontecia em seu ventre, mas antes de abrir a boca vou a expressão de preocupação voltar ao semblante dele. 一 Está mais preocupado que o rotineiro, foi um daqueles sonhos estranhos que costuma ter?
一 Não, é o cheiro no vento... não sente?
一 Deve haver alguma carcaça por perto.
一 Não deve ser apenas uma... Disse com um suspiro 一 durma um pouco, faço a primeira vigia. 一 Ele disse e ela aconchegou-se em seu braço.
O cheiro putrefato aumentava conforme avancavam pelo caminho, Elena esforcava-se ao máximo para controlar a ânsia, mas por vezes teve de parar e colocar o pouco que tinha no estômago para fora.
一 Está doente? 一 Tokalah questionou vendo-a parar para vomitar mais uma vez.
一É o cheiro, está piorando. Não estou acostumada. 一 Respondeu apenas e Tokalah forçou a vista ao longe e pode notar que o motivo do odor fétido não estava longe. Cobriram o rosto com um pedaço de pano quando finalmente alcacaram a manada de búfalos que apodrecia sob o sol quente. O lugar exalava cheiro de morte, coberto com uma nuvem de moscas e larvas que se alimentavam dos restos putrefatos dos animais.
Tokalah desmontou e caminhou entre os animais mortos,a dor dele era tão vivida quanto no dia em que o clã de Maralah caiu.
Não demorou a perceber que a maioria deles exibiam ferimentos a bala. Não era incomum que homens brancos caçarem búfalos. Por vezes encontravam animais sem pele, chifre e cascos apodrecendo ao sol, os brancos arrancava o que lhes servia e deixavam o resto para trás. No entanto, nunca havia visto uma mortandade como aquela. nada havia sido retirado os animais apenas foram mortos e deixados para apodrecer. Todos eles, uma mamada inteira, nem mesmo os filhotes foram poupados e algo dizia ao índio que aquele destino não tinha acometido apenas aquele grupo.
一 Tokah... 一 Elena se aproximou tocando-lhe o braço tirando-o do espiral de pensamentos nefastos que em segundos nebularam sua mente.
A mulher do búfalo havia sentenciado, os homens vermelhos viveriam enquanto os búfalos cruzassem as pradarias. Os animais não eram apenas um ser místico dotado de uma alma antiga, eles eram fonte de alimento, de calor e abrigo. Toda a vida dos homens da terra girava em torno dos búfalos. Como alimentaram as mais de suas mil pessoas de sua nação durante o inverno rigoroso? O que fariam quando suas tendas de couro precisassem de reparos? Como aqueceriam-se nas noites frias? Era como se o mundo caísse sobre sua cabeça de uma só vez. Caiu se joelhos num grito empregando de revolta e curvou-se sobre os joelhos num choro dolorido.
Por mais que Elena não conseguisse dimensionar a gravidade do problema, nunca vira Tokalah naquele estado de vulnerabilidade, aquilo a fez entender o quão difícil as coisas seriam a partir daquele momento.
一 Tokah... 一 ela apertou levemente seu ombro e depois se abaixou abraçando-lhe por trás 一 não se desespere, vamos dar um jeito.
***
一 Ora se temos a confirmação de onde ela está porque não usa da armada que montaram e vão buscá-la. 一 Augustine tomou a palavra em meio aos homens.
一 Não é tão simples assim senhora Stewart, o vale é de difícil acesso, um terreno difícil e até onde sabemos há apenas uma maneira de entrar. 一 Andrew ponderou.
一 O que Andrew quer dizer é que eles nos veriam a léguas de distância e mesmo com um exército teríamos que nos afunilar por conta do terreno, seríamos facilmente abatidos. Sem falar que estaríamos colocando a vida dela em risco 一 Gilbert explicou ao casal ansioso na sua frente 一 Há rumores que o presidente vai sancionar uma lei, confiscando todos os território hoje ocupado pós índios. Que vai organizar uma remoção em massa, logo chutamos a bunda desses peles vermelhas pagãos para longe daqui. Me perdoe pela palavra senhora.
一 E se negociarmos com esse tal Lua Negra? Quer dizer, se este chefe conseguir o encontro, podemos negociar, não podemos? 一 Armand falou 一 quanto menos violência mas segura Elena estará.
一 Sim, Fera selvagem pediu que enviasse um mensageiro em alguns dias para obter uma resposta. 一 Andrew baixou a cabeça 一 Saber que ela ainda está viva é o que importa. É questão de tempo até a termos em casa novamente.
***
Enepay ainda estava furioso pelo Homem Santo, não lhe permitir realizar seu Hanbletcheyapi. Desde que Kinauhauk, regressou com alguns homens e a notícia de que Tokalah estava morto, desejou fazer o ritual, para clamar ao grande espírito por uma visão que o guiasse até o irmão e ele lhe dissesse o que deveria fazer.
一 Witchashawakan está preocupado com você. 一 Nathan falou se aproximando do garoto aborrecido.
一 Ele não me acha digno nem de tentar ter a minha visão.
一 Ele te acha jovem demais, não tem nada a ver sobre ser digno ou não.
一 Já sou um homem, já cacei um búfalo. Tenho direito de tentar.
一 Está triste, com o coração em luto e ainda é um menino ou não estaria questionando alguém que está tentando lhe proteger, não é o momento de se buscar uma visão. 一 disse Nathan sentando-se ao seu lado 一Não conheci bem seu irmão, mas já perdi um, entendo sua dor. Sabe se eles falaram alguma coisa sobre Elena? Ela está bem?
一 Kinauhauk disse que ela quis continuar procurando pelo corpo de Tokalah e que a uma altura dessas já deve estar morta assim como ele 一 respondeu com pesar e Nathan sentiu o peito apertar e teve de se esforçar para não transparecer a angústia que sentia ao garoto.
一 Ela é uma mulher fascinante, talvez esteja bem. Devíamos voltar pra junto dos outros eu não entendo bem, mas acho que Kinauhauk está revindicando o manto em favor de seu filho mais velho. 一Disse e Enepay franziu o cenho.
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