Estava um silêncio absoluto em volta da mesa do almoço. Os garotos estavam comendo, mas dava para notar que estavam mais empurrando a comida goela abaixo do que realmente com vontade de comer. Caitlin estava com o nariz vermelho de tanto chorar empurrando sua comida de um lado para o outro.

Eu não estava muito diferente dela, mas pelo menos já tinha conseguido comer alguma coisa.

Faziam exatamente quatro horas que Christian estava desaparecido, e não tinha o que fazer, não tínhamos pistas de nada. Depois de Caitlin ter nos contado sobre o desaparecimento de Chris, Justin e os garotos revistaram seu carro e seu celular, mas nada de anormal foi encontrado.

Então acabamos voltando para a estaca zero.

Tínhamos que esperar os sequestradores entrar em contato.

Mas a parte complicada era esperar.

De repente eu achei que estava ficando louca e que estava vendo coisas, mas então notei que todos estavam vendo a mesma coisa que eu: Christian Beadles entrou na cozinha e foi até a geladeira, pegando uma latinha de cerveja e a abrindo, se sentando à mesa e tomando um longo gole.  

— O que está acontecendo, porra? Onde você esteva? — Justin rosnou, Caitlin ignorou o mal humor de Justin e pulou nos braços de Chris, o abraçando forte.

— Você me matou de susto, onde você esteve, Christian Jacob Beadles? — esbravejou Caitlin, nervosa, feliz e aliviada ao mesmo tempo.

— Com Mikael. — ele disse, fazendo todos o encarar, Justin em especial. 

— Vamos pro meu escritório. — Justin disse se levantando e todos fizeram a mesma coisa, então eu me levantei também e os acompanhei, mas na hora de entrar no escritório Justin me barrou. — Você não.

— Qual é, Justin? Eu também estava super preocupada, eu também quero saber. — cruzei meus braços e fiquei emburrada.

— Não tem problema, Justin, ela pode ficar. — disse Chris e Justin acabou cedendo, ele queria acabar logo com isso para saber o motivo de Christian ter estado quatro horas com Mikael Bakervile.

— Tudo bem, mas fique quieta e não se intrometa. — revirei os olhos e assenti.

Entrei no escritório e me sentei junto com Caitlin, ela estava aflita com o que o irmão poderia dizer. 

— Assim que terminei de falar com Caitlin no celular avisando que eu tinha acabado de chegar, uns dois homens encapuzados me pegaram a força e me colocaram dentro de um carro. — ele se encostou na mesa de Justin e falava desviando o olhar de todos nós. Justin se mantinha em pé bem à frente de Christian, enquanto os outros estavam sentados espalhados pelas poltronas e sofás. — Quando chegamos ao destino, notei que estávamos em um restaurante Italiano. — Justin franziu o cenho, como todos nós, ainda não estávamos intendendo onde Christian queria chegar com tudo isso. — O restaurante estava fechado, é claro, apenas para Mikael e seus convidados: Eu e Bruce. — Justin mantinha uma expressão séria mas aparentemente calma, mas eu sabia que ele queria logo saber no que aquilo iria dar. — Havia outros seguranças dele espalhados pelo local, como se eu fosse idiota o suficiente para tentar reagir...

— Ok, Christian, desembuche logo. O que ele queria afinal? — sibilou Justin, já perdendo a paciência.

— Que eu entrasse para a equipe dele. — deu de ombros, e todos nós ficamos chocados.

Olhei para Caitlin e ela olhou para mim de relance, então olhou para os outros. Todos ali não estavam acreditando na ousadia de Mikael.

— Ele está tentando se vingar. — disse Justin trincando o maxilar. — Aquele filho da puta quer tentar roubar pessoas da minha equipe para me desfalcar, assim ele vai poder reagir. — Ele fez uma pausa e então olhou para Christian, com o cenho franzido. — E o que você disse?

Todos nós voltamos nossa atenção para Christian, que olhava para Justin mas sem coragem o suficiente de encarar ele nos olhos por muito tempo, e isso estava me preocupando.

Ele não teria coragem de deixar a equipe de Justin e ir para a equipe de Mikael, ou teria?

— Ele não me deixou responder na hora, disse que eu poderia pensar a respeito e depois ele entraria em contato, ainda hoje.

Todos ficamos em silêncio, apenas olhando Justin e Christian que se fuzilavam.

— E porque ele deixou você ir embora? Ele simplesmente sugeriu isso e pronto? — perguntou Ryan.

— Sim, ele não queria que fosse uma coisa forçada, queria apenas conversar e propor o seu acordo.

— E qual seria o acordo? Além de entrar pra equipe dele? — dessa vez Caitlin perguntou.

— Que eu vou ter meu trabalho mais reconhecido do que aqui.

Fechei meus olhos e suspirei, lamentando. Todos aqui sabíamos que Christian aceitou entrar para a equipe de Justin porque queria que seu trabalho fosse reconhecido, e que ganhasse bem por isso.

Se outra pessoa propusesse as mesmas coisas, mas sugerindo o dobro de reconhecimento e fortuna, com certeza Christian pensaria a respeito, e era o que ele visivelmente estava fazendo.

— Como eu disse, ele ainda vai entrar em contato hoje querendo a minha decisão final. — deu de ombros. — Não me decidi ainda. — então ele saiu do escritório, simplesmente saiu fechando a porta atrás de si.

Foi nesse momento que Justin se jogou no sofá mais próximo, se desmoronando. Ele suspirou fundo e soltou o ar, colocando a mão na cabeça e ficando pensativo. Ele estava visivelmente preocupado.

Se Christian decidisse sair da equipe, Justin iria perder uma grande parte dela. Christian era apenas um só, mas valia por mais de mil homens. Seu cérebro era maior do que qualquer força bruta, sem Christian Justin estaria perdido.

Eu que cheguei há três meses já havia notado isso, imagine Justin que sempre soube que seu suporte maior era Christian?

Sem Christian não tem uma equipe.   

Minha pele começou a queimar, então virei de frente, fechando os olhos por causa do sol. Eu e Caitlin estávamos na piscina depois de toda aquela conversa tensa no escritório. A melhor coisa agora era não ficar pensando naquele assunto e relaxar, mas uma coisa estava me perturbando.

Caitlin conhecia Christian mais do que ninguém, ela devia saber o que se passava na cabeça dele.

— Caitlin, sei que não quer falar disso, mas o que você acha dessa história toda? Acha que Christian teria coragem de se juntar a Mikael?

— Sinceramente? Não, nem por todo o dinheiro do mundo. Tudo aqui vai muito além disso, somos amigos.

— Mas não seria só pela fortuna, seria pelo reconhecimento.

Ela me olhou e depois desviou o olhar, olhando para a piscina. Caitlin sabia mais do que ninguém que o ponto fraco de Christian é ter reconhecimento.

— E o acordo seu e de Justin, continua de pé? — quis saber, mudando visivelmente de assunto.

— Sim, porque?

— Não, eu estou querendo saber se vocês continuam mesmo com essa coisa de não se relacionar com ninguém de fora.

Cruzei o cenho e ri, estranhando a pergunta.

— Sim, continuamos, mas por que a pergunta? — comecei a ficar com medo de que Christian realmente tivesse visto algo e contado apenas para a irmã, já que Justin aparentemente não sabia nada sobre eu e Castiel, mas Caitlin apenas deu de ombros e se levantou. — Nada não, vou ver como Christian está.

Ela saiu andando com seu biquíni cor de rosa enfiado na bunda, me fazendo rir.

Mas toda essa conversa havia sido bem estranha.

O que ela estaria tentando me dizer?

— Kelsey! — escutei a voz de Justin e então olhei pra trás, vendo ele em pé na porta que dava para a piscina. — Depois vá se arrumar, mais tarde vamos para o Demon, preciso me distrair. — então ele saiu.

Levantei em um pulo. Nunca pensei que diria isso mas estava sentindo falta do Demon.

Justin estava pensativo durante o caminho, com os garotos em seus carros ao nosso redor. Ele sempre olhava para o carro de Christian, eu sabia que todo esse suspense estava acabando com ele.

Assim que chegamos estacionamos nas vagas restritas do Bieber e convidados.

Saímos do Bugatti de Justin e ele segurou minha mão, sorrindo para as pessoas que o cumprimentava. A casa estava lotada, muito mais lotada do que da última vez em que eu estive aqui.

Com certeza o Demon ficou mais conhecido durante esses meses, até porque, não tinha muitas "boates" em Stratford.

— Você foi bem inteligente em ter investido nessa boate em Stratford, não tem muitas coisas assim por aqui.

— Isso não é exatamente uma boate, Kelsey. Isso não chega nem perto das minhas boates em Montreal.

— Você tem mais boates? — perguntei chocada.

— Milhares espalhadas por Montreal. Nunca iria investir em uma boate rica em Stratford, nessa cidade pacata, o Demon foi a melhor opção.

Já era de se imaginar que ele iria investir boates em Montreal, não em Stratford, até porque Montreal é a maior cidade da província canadense. Se o Demon não chegava aos pés das boates de Justin em Montreal, imagina como deveriam ser essas boates?

— Não se preocupe, temos mesmo que ir em Montreal em breve, eu te levo em alguma delas. — ele disse como se estivesse lendo meus pensamentos. E queria muito estar em uma boate assim. — Mas hoje nós temos isso, o Demon, e eu preciso de uma distração, e você vai ser ela.

Então ele me puxou com força na direção do seu corpo, me deixando sem ar. Olhei imediatamente para sua boca, mas eu não sabia se podia beijá-lo ali, na frente de todos, com os garotos e Caitlin por perto, já que o nosso combinado é de que eles não iriam saber de nada (apesar de Caitlin ser abelhuda e já ter descoberto).

Mas respondendo a minha pergunta, ele me beijou, com ardor, fazendo eu envolver meus braços ao redor do seu pescoço e o puxar pra perto, intensificando o beijo, o deixando mais exigente.

Desde a primeira vez em que nos beijamos percebi que a cada dia mais o desejo ficou mais exigente.

Desejo. Quanto mais se cede a ele, mais exigente ele fica.

Justin parou de me beijar puxando o meu lábio inferior e encarando os meus olhos.

— Todos viram o nosso beijo, inclusive os garotos e Caitlin.

— Temos a desculpa de que estamos em público e precisamos fingir ser um casal. — ele sorriu malicioso e eu retribui, o puxando de novo pra perto e o beijando.

Eu queria beijá-lo a noite inteira.

Justin interrompeu o beijo de novo e pegou dois copos de vodca com o garçom que estava passando e me entregou um, virando o dele goela a baixo logo depois. Fiz o mesmo, virando a vodca pura e sentindo ela descer queimando.

Sorrimos um para o outro e nos beijamos de novo nos movimentando conforme a batida da música.

Eu sei que você me quer

Eu deixei óbvio que eu quero você também

Justin sorriu maliciosamente entre o beijo quando a nova música começou a ser tocada.

Então, coloque em mim

Vamos remover o espaço entre mim e você

Justin segurou minha cintura e me puxou contra o seu corpo, com força, fazendo minha intimidade bater em seu membro já ficando ereto.

Agora balance seu corpo (Oooh)

Caramba, eu gosto do jeito que você se move

Aproveitei o momento e envolvi meus braços ao redor do seu pescoço, grudando mais os nossos corpos e rebolando em seu membro, com ele descendo suas mãos da minha cintura para minha bunda e a apertando com força.

Então dê para mim (Oooh)

Porque eu já sei o que você quer fazer

Me aproximei e puxei seu lábio inferior. Movi minhas mãos, deslizando pelo seu cabelo, atraindo-o para mim. Abri minha boca e acariciei sua língua, com ele me pegando pela nuca com força e respondendo ao meu ardor.

Aqui está a situação

Já estive em todas as nações

Ninguém nunca me fez sentir do jeito que você faz

Ele puxou meu cabelo pra trás, dando acesso livre á meu pescoço.

Você sabe a minha motivação

Devido a minha reputação

Por favor, me desculpe eu não quero ser rude

Mas essa noite eu vou te foder

Justin sorriu malicioso pra mim e começou a beijar, mordicar e chupar o meu pescoço, me fazendo jogar minha cabeça pra trás e respirar fundo, sentindo todo o prazer dominar o meu corpo.

— Essa noite eu vou te foder. — sussurrou em meu ouvido, me fazendo levantar minha cabeça para encarar seus olhos, então sorri maliciosamente, porque eu queria aquilo tanto quanto ele.

Corremos em direção as escadas, ignorando a todos, nem me dei ao trabalho de olhar para alguém, ou ver se os garotos ou Caitlin estavam nos olhando entre a multidão, eu só queria entrar naquele escritório e ficar a sós de uma vez com Justin.

Oh, você sabe

Que esta noite eu vou te foder

Ele mal abriu a porta do escritório e já foi me jogando em cima do sofá, fechando a porta e a trancando logo atrás dele. Era o mesmo sofá em que eu estive emburrada três meses atrás, quando Justin me obrigou a ficar aqui e esperar até que ele me levasse pra casa.

Parece que foi ontem mas já se passaram três meses, e agora eu estava aqui querendo loucamente estar com ele.

Oh, você sabe

Que esta noite eu vou te foder

Oh, você sabe

Ele deitou seu corpo sobre o meu, beijando meu pescoço e subindo meu vestido, encostando sua intimidade na minha, me fazendo gemer entre o som alto que estava tocando lá em baixo, deixando tudo mais excitante.

Você é bonita pra caramba

Se eu tivesse um tipo de garota, ela seria você

Justin abaixou a alça do meu vestido, deixando meus seios à mostra e começando a chupá-los e a mordiscá-los. Notei que ele estava com roupas demais, então puxei sua camisa a jogando longe, revelando seu ótimo físico e suas tatuagens. Então ele voltou a me beijar com força, descendo sua mão pelo meu corpo e enfiando sua mão dentro da minha calcinha, me penetrando com dois dedos, me fazendo gemer alto entre o beijo.

— Você está bem pronta. — ele sussurrou, então abriu sua calça e puxou seu membro para fora.

Eu sei que você está pronta

Se eu nunca mentisse, então querida você seria a verdade

Escutei um barulho de alumínio sendo rasgado, a camisinha, e com uma técnica incrível Justin a colocou, posicionando seu membro na entrada da minha intimidade.

Minha intimidade já estava latejando, só agora eu percebi o quanto eu queria que ele estivesse dentro de mim.

Aqui está a situação

Já estive em todas as nações

Ninguém nunca me fez sentir do jeito que você faz

Ele foi penetrando lentamente, enquanto eu apertava minhas unhas em seus braços, sentindo o prazer e ansiedade por todo o meu corpo.

Você sabe a minha motivação

Devido a minha reputação

Por favor, me desculpe eu não quero ser rude

Mas essa noite eu vou te foder

Então ele penetrou com força.

Soltei um grito, com Justin dando várias investidas logo depois.

Oh, você sabe

Que esta noite eu vou te foder

Ele apoiou suas mãos em cima da minha cabeça, se curvando em cima de mim, fazendo seus movimentos rápidos de vai e vem, me dando uma visão privilegiada dos seus músculos dos braços se contraindo conforme ele forçava seu corpo pra cima do meu.

Oh, você sabe

Que esta noite eu vou te foder

Puxei ele pela nuca, para mais perto, fazendo ele cair seu corpo sobre o meu, ficando com sua testa colada na minha, enquanto ele estocava com força, várias e várias vezes, me fazendo segurar seu cabelo com força enquanto sustentávamos o olhar, com ele abrindo sua boca em um perfeito "O" devido ao ápice que já estava próximo.

Então ele caiu sobre o meu corpo, gemendo alto, chegando ao seu ápice. Cheguei alguns segundos logo depois, arranhando suas costas com minhas unhas, fazendo ele contrair seu rosto em dor e excitação. 

Oh, você sabe

Que esta noite eu vou te foder

Oh, você sabe

POV. Justin

Kelsey ficou esparramada no sofá, ainda nua, respirando fundo e tentando voltar a sanidade. Terminei de colocar meus Supras e olhei pra ela, ainda encolhida no grande sofá.

— Você é linda. — falei olhando seu corpo nu. Mulher nua era a coisa mais linda do mundo, mas Kelsey ganhava de todas que eu já vi.

Ela me olhou e sorriu.

— Não notei que tinha esquecido meu celular no carro, vou pegar e já volto, se quiser pode ficar ai.

— Não, vou descer logo depois que terminar de me arrumar e tentar encontrar Caitlin.

— Ok! — falei e antes de sair do escritório vi ela se sentar no sofá e começar a se vestir aos poucos. Parece que eu deixei alguém cansada.

Desci as escadas e recebi olhares de Ryan, Chaz e Nolan. Eu sabia o que eles estavam pensando. Eles sabiam que eu tinha acabado de foder Kelsey.

Fui para o mini estacionamento ao redor do Demon e avistei Christian encostado em seu carro, que estava a dois carros estacionado depois do meu, falando ao telefone.

Então lembrei do que ele havia me dito mais cedo:

"Ele disse que eu poderia pensar a respeito e depois ele entraria em contato, ainda hoje."

Ele estava no telefone com Mikael, sem dúvidas.

Fiquei parado e de braços cruzados esperando ele terminar, logo depois de muita insistência, Christian desligou o celular um pouco irritado, então quando ele olhou para trás, deu de cara comigo.

Ele ficou espantado.

— Justin? Está ai a quanto tempo?

— Tempo suficiente para saber que você estava falando com Mikael.

Ele ficou em silêncio por um tempo, então disse:

— Você ouviu alguma coisa?

— Não, mas espero que você me diga.

Continuamos a sustentar o olhar, então Christian prosseguiu:

— Eu fiz minha escolha. 

Fiz uma pausa, encarando-o olho a olho, tomando coragem para fazer minha pergunta seguinte.

— E o que decidiu?

Ele ficou em silêncio mais uma vez, mas então me encarou com determinação e respondeu:

— Eu aceitei.

No início fiquei apenas absorvendo o que ele havia me dito, mas depois fiquei paralisado, sem saber o que fazer ou qual atitude tomar.

Tento o convencer a ficar, mando ele se foder ou meto uma bala na cabeça dele?

Mas então era a minha vez de ter determinação. 

— Não, você não aceitou. — respondi, fazendo ele cruzar o cenho.

— E porque acha que eu não aceitei?

— Porque isso aqui vai muito mais além de você querer ser reconhecido, fortuna, mulheres, e tudo mais... Isso aqui não são favores, coisa que seria se você estivesse com Mikael, seriam favores trocados, aqui nunca fizemos nada por favor trocado, fizemos porque somos uma família unida que lutou desde o início para crescer e se tornar o que somos hoje. Tudo que fizemos é porque nos importamos uns com outros, não apenas por trabalho ou obrigação. Somos amigos, parceiros, aliados e irmãos. Somos uma equipe completa.

Christian ficou por um tempo sem mostrar nenhuma reação, sustentando seu olhar com o meu, então ele começou a sorrir.

— Eu não aceitei, e eu sei que você já sabia disso.

— No início eu realmente caí, pensei em várias maneiras de te matar. — ele riu.

— Mas então eu caí em si e notei que você só estava fazendo um teste comigo.

— Não iria abandonar minha família por reconhecimento, isso que temos é uma coisa que Mikael nunca irá ter: Amigos, parceiros, aliados e irmãos. Uma equipe completa. — eu sorri e então fiz uma coisa que nunca imaginei que faria, eu abracei um homem. Me aproximei e abracei Christian, dando uns tapinhas em suas costas, com ele fazendo o mesmo.

— OK, já chega. — me afastei arrumando minha camiseta. — Isso só fica entre nós, combinado?

Ele riu.

— Combinado.  

Quando voltei para a boate, Kelsey e Caitlin estavam loucas na pista de dança com vários homens ao redor. As duas estavam com copos de vodcas nas mãos, e logo eu já entendi o porquê de estarem tão agitadas.

Elas estavam bêbadas.

Me aproximei e quando Kelsey notou que era eu, envolveu seus braços ao redor do meu pescoço e começou a rebolar.

— Você está bêbada— gritei entre o som alto.

— Qual o problema? Mulher não pode ficar bêbada? — disse embolando as palavras, com as pessoas olhando ao redor de rabo de olho.

— Esqueceu que você é minha esposa? Não me faça pagar mico.

— Deixa de ser chato. — disse virando seu copo de vodca. Quando ela tentou pegar outro, tirei de sua mão, fazendo ela me encarar irritada. — Eu ia beber.

— Falou certo, ia beber, não vai mais, vamos embora. — puxei-a pelo braço, mas ela se recusou a vir, fazendo corpo mole. Olhei para ela irritado e a peguei no copo, deixando ela de cabeça para baixo.

— Justin, me solta. — gritou, tentando bater em minhas pernas, mas era como se ela estivesse dando tapinhas em minhas pernas.

— Para de fazer escândalo. — disse abrindo a porta do carro e a colocando lá dentro, fechando-a rapidamente, antes que ela tentasse sair. Kelsey tentou sair pelo lado do motorista, mas consegui entrar depressa e fechar a porta.

— Você é um estraga prazeres. — rosnou irritada, com o cheiro de álcool invadindo o ambiente fechado.

— Muito pelo contrário, sou o prazer em pessoa. — engatei a marcha e saí do estacionamento da boate, eram quase quatro da manhã.

— Eu queria dançar mais.

— Você estava louca, fora que tinha vários homens ao seu redor, esqueceu do nosso combinado?

Ela bufou, abrindo a janela e colocando o rosto lá fora, logo ela começou a vomitar.

— Esse carro está me deixando enjoada. — resmungou.

— O problema não é o carro, é você.

Ela não respondeu, voltou a vomitar. Contanto que ela não vomitasse dentro do meu carro, estava ótimo.

Quando chegamos na mansão, levei-a para o seu quarto.

— Prontinho, tome um banho e vá dormir. — ela se jogou na cama de cara no travesseiro. — Tudo bem, ou simplesmente durma. — ela resmungou algo abafado pelo travesseiro e continuou naquela posição. — Kelsey, você vai se asfixiar. — ela resmungou abafado de novo, me fazendo revirar os olhos e virar o seu corpo para cima, para que ela respirasse direito. Mas quando resolvi sair do quarto, ela virou de novo o seu corpo. — Porra Kelsey, fique direito. — virei seu corpo de novo, e dessa vez deitei ao seu lado, esperando que ela dormisse logo.

— Eu não quero dormir. — murmurou.

— Mas você precisa.

— Estou enjoada.

— Então vomita.

— Não quero mais vomitar.

— Então não vomita.

— Mas eu estou enjoada.

— Porra, Kelsey, você está tirado o pouco de paciência que ainda me falta.

— Deixa de ser chato, Bizzle. — falou meu sobrenome embolado, saindo algo

estranho e legal ao mesmo tempo.

— Bizzle? — repeti rindo. — Você não quis dizer Bieber, não?

— Isso, ai, tanto faz, Bizzle. — repetiu meu sobrenome embolado de novo, me fazendo rir mais ainda.

— Você está péssima. — ela me ignorou apoiando sua cabeça em meu peito, caindo no sono logo depois.

POV. Kelsey

Me espreguicei e me remexi, sentindo uma claridade batendo em meu rosto, mas no meu quarto não tinha uma janela tão ampla que pudesse entrar a claridade dessa forma. Forcei a abrir os meus olhos mas logo os fechei, sentindo minha cabeça doer por causa da ressaca.

— Foi mal, esqueci de fechar as cortinas. — escutei a voz de Justin, e logo quando o quarto ficou escuro, pude abrir os olhos, me vendo em um ambiente diferente.

Eu estava na melhor suíte da casa. O quarto do Bieber.

Forcei minhas vistas e olhei ao redor, me sentando na cama e sentindo minha cabeça latejar.

— Ao seu lado tem aspirina, é melhor tomar. — avisou, pegando suas chaves e indo em direção a porta.

— Hey, Bizzle... — cruzei o cenho, fazendo ele rir. — Que porra de nome é esse que eu falei?

— Parece que quando você fica bêbada você acaba inventando apelidos.

— Bizzle. — repeti. — Até que eu gostei, combina com você.

Ele riu.

— Eu também gostei, pode aderir se quiser. — deu uma piscadela e foi de novo em direção a porta.

— Espera! — gritei, fazendo ele parar e me olhar. — O que eu estou fazendo aqui?

Ele coçou sua sobrancelha e pareceu um pouco nervoso.

— Suas roupas, tudo que pertence a você já está no meu Closet. A partir de hoje esse também será o seu quarto. — então ele saiu fechando a porta, me deixando espantada e de boca aberta.

O que isso significa? Por que do nada ele mudaria de ideia e me colocaria para dividir o quarto junto com ele?

Justo o quarto dele, que ninguém podia entrar?

Eu só sei que ir do quarto da empregada para o melhor quarto da mansão não era nada mal.

Nada mal mesmo.