Secrets - Parte 2
Seus olhos caramelados fitavam os meus.
Dizer a verdade ou mentir?
Justin me olhava sério, analisando o meu rosto, tentando decifrar o que eu poderia estar pensando.
O que eu e Castiel tivemos foi a tanto tempo, não tem o porquê de eu desenterrar algo que poderia arruinar tudo.
— Não! — disse com firmeza. — De onde você tirou isso? — fingi indignação.
Ele suspirou aliviado.
— Já percebi a forma como se tratam, achava uma relação bem maior do que patroa e segurança. Só queria ter certeza se eu estava certo ou errado.
— Está errado. Castiel me apoiou muito assim que eu me mudei para cá, ele é importante por isso, mas apenas por isso.
— Fico feliz em saber disso... — ele disse se levantando da cama e ficando parado em minha frente. — E minhas balas reservas também. — disse arrumando sua arma na cintura, me fazendo rir, mas no fundo eu sabia que ele não estava brincando. — As festas de fim de ano estão chegando. — ele disse tirando sua carteira do bolso da calça e abrindo-a, tirando um cartão de débito a ouro. — Sei que vai querer comprar roupas, presentes, enfim... É pra você. — ele esticou o cartão em minha direção.
Olhei perplexa para o cartão de débito na minha frente. Ele estava mesmo fazendo isso?
— Eu não ia te pedir nada.
— Eu sei, porque você nunca pede, nunca. — ele fez uma pausa, me olhando por alguns segundos até que voltou a olhar para o cartão e indicá-lo em minha direção. — Pegue-o, quero você deslumbrante na noite de natal. — olhei para o cartão em sua mão e o peguei, voltando a olhar em seus olhos logo depois.
— Obrigada. — ele se curvou em minha direção e beijou minha testa, saindo rápido do quarto logo depois.
Sorri ao perceber o que ele havia feito. Beijo na testa é um beijo que significa respeito e afeto pela outra pessoa.
POV. Justin
Mikael estava quieto, e toda vez que ele ficava quieto, tudo desmoronava logo depois. Eu não sabia quais eram os seus planos, mas sabia que iria envolver Kelsey, e eu não podia deixar ele envolver ela.
— Chamou, brô? — Ryan perguntou adentrando no escritório.
— Quero que você me acompanhe até o Demon, mandei uma mensagem pedindo para Parker me encontrar lá.
— Parker, Parker Jenner? — cruzou o cenho.
— O próprio. Agora ele vai me servir de bastante utilidade. Preciso de alguém vigiando Mikael, ele está aprontando algo.
— Mikael está sempre aprontando algo.
— Mas eu sei que está, ele está ligado na Kelsey agora, ele está aprontando algo.
— E no que Parker poderia nos ajudar?
— Quero que eles e seus homens fiquem vigiando os passos de Mikael, e assim me mantendo informado.
— E você quer que Parker faça isso, é sério? — perguntou irônico.
— Sim, é sério, estamos perto das festas de fim de ano, não vou colocar meus homens na mira.
Agora Ryan pareceu entender.
As festas de fim de ano eram ótimas para traficantes de merda quererem causar problemas, não iria colocar os meus homens na mira deles sendo que iria precisar deles em alguma missão importante depois. Quanto a Parker... Não me importava se seus gangsteres de merda morressem.
Antes os homens dele que os meus.
— E ele vai topar? Parker não é burro não, Bieber.
— Eu sei disso, mas ele é trouxa, e gente trouxa a gente engana. Vou dizer todas aquelas baboseiras que eles vão ter todo o apoio e socorro que precisarem, e que temos um acordo juntos de derrotar Mikael, já passou da hora de ele fazer algo mais importante. — guardei umas papeladas do Demon em uma bolsa e me levantei da cadeira, pegando a chave da minha Ferrari e saindo do escritório com Ryan me acompanhando logo atrás.
— Vou com você no seu carro. — ele disse atrás de mim e eu assenti.
Entramos em minha Ferrari e seguimos em direção ao Demon. O tempo estava fechado com gelo acumulando na beirada das calçadas. Estacionei minha Ferrari na minha vaga reservada, pisando com minhas botas na neve fofa e gelada.
Enfiei minhas mãos no casaco para protegê-las do frio e segui junto com Ryan para a entrada do Demon.
Haviam homens ali jogando sinuca, fumando e bebendo no bar. Avistei Parker sentado no bar com Kristin se debruçando em cima do balcão, exibindo seu grande decote. Era uma vadia mesmo.
— Olhe os modos, Kristin, assim ficarei com ciúmes. — brinquei me aproximando e me sentando ao lado de Parker. Kristin se recompôs e sorriu amigável para mim.
— Seja bem-vindo, Sr.Bieber. Deseja alguma coisa?
— Uma tequila, está frio pra caralho.
— Duas. — Ryan também pediu se sentando ao meu lado.
— Fiquei feliz pela sua mensagem. — disse Parker empolgado, quando Kristin se afastou para pegar as bebidas.
— Se acalma ai, Parker, está mais animado que as minhas putas quando recebem uma ligação minha.
Ryan riu baixinho, tentando esconder a risada.
— Tudo bem, e para que me chamou?
— Preciso que faça um favor para mim. — ele arqueou as sobrancelhas. — Tem a ver com Mikael, não estou fugindo do nosso acordo. — ele pareceu aliviado. —
Preciso que coloque seus homens para vigiarem Mikael.
— Mas porquê? Quer saber algo em especial?
— Ele confrontou eu e Kelsey um dia desses e agora ele está quieto demais, ele está desconfiado.
— Desconfiado de que? — perguntou preocupado. — Sobre você e Kelsey?
— Sim, ele está desconfiado sobre nós dois, e se algo der errado, diga adeus ao nosso trato.
— Não! — disse em desespero. — Ele não vai descobrir nada, nosso combinado não vai acabar.
— Então faça o que eu mandei.
— Mas ai você me fode, Bieber, você sabe como é essa época do ano, é neguinho querendo comer o outro. Não tenho uma grande equipe de proteção como você.
— Não precisa se preocupar com isso, a proteção a vocês eu darei, mas só quero que faça isso, entendido?
Ele ficou pensativo e suspirou, e quando pensou em dizer algo, garrafas de bebidas explodiram bem em nossa frente. Nós três caímos no chão com o impacto, olhando para trás para ver o que estava acontecendo. Havia um homem armado no Demon, ele havia atirado na minha direção mas atingiu as bebidas logo à frente de mim.
— Corre! — Ryan disse ainda agachado.
Peguei a arma da minha cintura e continuei abaixado no chão, com as outras pessoas gritando e saindo correndo. Corri em direção a uma mesa e a derrubei, fazendo de proteção.
Olhei por cima da mesma e atirei, quase atingindo o filho da puta que se escondeu atrás de uma pilastra.
— Justin! — Ryan gritou me fazendo olhar em sua direção, ele fez um gesto para as escadas, para irmos para o escritório na parte de cima.
Outros seguranças começaram a aparecer e isso me fez lembrar que logo quando isso tudo acabar eu iria estourar a cara de cada um por serem tão imprestáveis.
Corri ainda agachado em direção as escadas enquanto meus seguranças tomavam a frente. Eu e Ryan subimos as escadas de ferro ouvindo o barulho que as balas faziam ao atingir a mesma.
Ficamos no escritório aguardando segunda ordem, até que finalmente Christian entrou pela porta.
— Já podem sair, menininhas.
— Menininhas é seu rabo. — esbravejei irritado. — Quem era aquele filho da puta? Ele quase me atingiu, porra.
— Gery James, traficante de armas.
— Filho da puta, será que Lil Za ou Khalil o conhecem?
— Provavelmente, eles não são traficantes também? — disse, como se fosse óbvio. — Eles sempre sabem.
— E porque ele entraria aqui e tentaria matar Bieber no seu próprio território? — perguntou Ryan.
— Nada de especial, só o que já estamos acostumados, pessoas tentando matar o Bieber. — deu de ombros. — Ele já foi morto, não é mais uma preocupação, e sugiro que não saia sem seguranças. — ele fez uma carranca e depois saiu do escritório.
— Sugiro que não saia sem seguranças. — repeti com deboche.
— Eu escutei. — Christian revidou, me fazendo rir.
Eu e Ryan saímos do escritório e vimos a destruição do local. Traficantezinho de merda. Kristin ainda estava assustada sendo abraçada por Parker.
— Está tudo bem? — perguntei fazendo seus olhos assustados me olharem.
— Sim, Sr.Bieber. — ele se desfez do abraço de Parker e se recompôs. — Vou começar a providenciar a limpeza do local. — se retirou, deixando apenas eu, Parker e Ryan.
— Eu aceito. — Parker disse de repente, me fazendo olhar para ele. — Vamos acabar com Mikael.
POV. Kelsey
Entrei na mansão com meu Audi depois de umas compras no shopping. Caitlin estava dormindo e não quis ir comigo de jeito nenhum, ainda mais nesse frio, mas estava tão animada que não me importei de ir sozinha.
Quando cheguei Caitlin, Chaz e Nolan estavam na sala principal, com olhares preocupados.
— Olá, bom-dia, porque essas caras?
Eles se entreolharam e ninguém dizia porra nenhuma.
— O que está acontecendo? Castiel piorou? — perguntei preocupada, sentindo meu coração bater forte.
— Não, não, ele está perfeitamente bem, eu acabei de ir vê-lo. — respondeu Caitlin me tranquilizando, mas continuaram em silêncio, sem dizer o que deveriam dizer.
— Então falem logo, porra, o que aconteceu?
— Tentaram matar Justin. — soltou Nolan, com Caitlin dando um tapa em seu braço. — Ai, o que foi? Ela não iria saber?
— Como assim "tentaram matar Justin"? Ai meu Deus, onde ele está, ele está bem? por favor me digam que ele está bem.
— Não sabemos, Christian foi até o Demon junto com os outros seguranças, não temos notícias ainda... — então a porta da frente se abriu com Justin, Ryan e Christian passando por ela.
— Justin! — corri em sua direção e o abracei forte. — Ai meu Deus, você está bem? — olhei para ele, segurando seu rosto em minhas mãos e verificando se havia algo de errado. — Ele estava perfeito, cada detalhe, nenhum machucado, nada.
— Pra que isso tudo? Estou bem.
— Nolan me disse que tentaram te matar.
Justin olhou por cima do meu ombro para Nolan com cara de poucos amigos.
— Nolan é linguarudo, não foi nada demais, eu estou bem.
— E como isso aconteceu?
— Estávamos sentados no bar e um maluco atirou na nossa direção, mas acabou errando e acertando nas bebidas nas prateleiras logo a nossa frente. — respondeu Ryan, poupando Justin de responder.
— Já sabem quem foi? — quis saber Caitlin.
— Gery James, um traficante de merda, já está morto, nada com que devo me preocupar, agora vou tomar um banho. — Justin foi em direção as escadas. Eu o segui logo atrás, passando pela post do quarto logo depois dele.
Ele foi tirando a roupa pelo caminho do quarto e jogando pelo chão, chegando na porta do banheiro já pelado. Sua bundinha era maravilhosa de se apreciar.
— Sei que você está olhando pra minha bunda.
— Ela é irresistível. — ele olhou para mim e abriu um sorrisinho safado.
— Então vem aqui. — ele esticou sua mão para mim.
— Sra. Kelsey? — escutei a voz de Jenna do outro lado da porta. — Eu e Caitlin vamos sair para comprar as coisas de natal, vai querer vir?
Olhei para Justin e sussurrei "desculpa".
— Vou sim, vou só trocar de roupa.
Justin bufou e entrou no banheiro fechando a porta. Dei risada e fui até o closet para escolher uma roupa apropriada para ir em um mercado fazer compras para a ceia de Natal.
Eu estava animada para o natal esse ano e queria participar de cada detalhe.
Todas as casas estavam enfeitadas, a nossa árvore de natal estava radiante, com lindas luzes e enfeites. Nossa mesa de jantar estava farta, com todas as comidas típicas natalinas possíveis. A lareira estava acesa proporcionando um ambiente agradável para o frio que estava nessa noite.
Tudo estava agradavelmente preparado, mas eu estava uma pilha de nervos, não por causa do jantar ou da decoração, e sim, porque iria conhecer toda a família Bieber.
Seus pais, irmãos, avós, todos eles estariam aqui hoje, mas pedi para Justin não me apresentar como namorada, ainda não. Mas estava preocupada com o que poderiam achar de mim, a primeira impressão é sempre a que fica.
— Eles vão gostar de você, fique tranquila. — Justin disse pela milésima vez enquanto abotoava o seu blazer. Ele estava com uma blusa branca de gola V por baixo com um blazer preto por cima, o deixando tão sexy. — Você não vai se arrumar? — ele olhou para mim ainda de roupão. Meu cabelo e minha maquiagem já estavam prontas, mas não iria colocar meu vestido agora.
— Não quero que veja meu vestido agora, será uma surpresa. — ele revirou os olhos e riu.
— Então espero que seja mesmo. — ele se aproximou e me deu um selinho. — Vou descer para você se arrumar, então. — ele deu uma última olhada no espelho arrumando seu topete e saiu do quarto, me deixando sozinha.
Corri para o meu Closet e peguei meu vestido vermelho. Queria deixar alguém de boca aberta essa noite.
Ouvi vozes no andar de baixo, todos já estavam reunidos e parecia que a família de Justin havia chegado. Fui em direção as escadas e comecei a desce-las, com as duas fendas do meu longo vestido exibindo minhas duas pernas.
Justin deu uma rápida olhada para cima e voltou seu olhar de novo para mim quando notou que era eu naquele deslumbrante vestido. Logo todos pararam de fazer o que estavam fazendo e tendo sua atenção para mim.
Senti minhas bochechas corarem. Okay, Kelsey, chamou atenção até demais.
Justin saiu de perto de todos e foi em minha direção, me dando o seu braço para que eu o segurasse. Ele me conduziu em direção a sua família, que me olhava com um ponto de interrogação nos olhos.
— Minha linda Kelsey, quanto tempo. — Pattie disse vindo em minha direção e me dando um abraço apertado-sufocante.
— É bom vê-la de novo também. — sorri gentilmente.
— Quem é essa garota deslumbrante? — perguntou uma senhora, supostamente seria Diana, sua avó.
— Essa é Kelsey, uma grande amiga nossa. Kelsey, essa é minha avó. — Justin nos apresentou. Nós duas nos cumprimentamos e depois também cumprimentei seu avô e seu pai.
— E vocês, Jazzy e Jaxon, estou certa? Eu me lembro de vocês. — falei olhando para as duas lindas crianças.
Eles assentiram de forma tímida, ainda agarrados nas pernas do pai.
— Vocês são duas crianças lindas, Justin sempre me fala muito de vocês. — falei olhando para Justin e depois para eles. — Estão ansiosos para saber o que o papai Noel trouxe? — eles balançaram suas cabecinhas animados e eu sorri, mas meu sorriso desapareceu ao ver Parker Jenner, meu pai, ali no meio dos convidados. — O que ele faz aqui? — sussurrei perto do ouvido de Justin.
— Sei que não vai muito com a cara do seu pai, mas ele é a sua única família. — suspirei e voltei a olhar para Parker, que estava olhando distraído a árvore de natal.
— Tudo bem, vou lá falar com ele. — fui na direção de Parker, que tinha um copo de whisky em sua mão. Quando me aproximei ele olhou para mim e se assustou.
— Uau, Kelsey, está linda.
— Obrigada. — sorri gentilmente. — E fique à vontade.
— Parece que vocês dois estão se dando muito bem. — ele disse olhando na direção de Justin, que conversava com seus avós mas olhava disfarçadamente para nós dois. Óbvio que Parker não sabia de nada e estava se mordendo para descobrir algo. Pena que ele não teria essa informação.
— Sim, acho que nos entendemos. — dei de ombros. — Com licença. — me afastei de Parker e voltei para Justin, que segurou minha mão.
Ele sorriu para mim e eu retribui.
Todos nós fomos em direção a farta mesa, nos sentando logo depois.
Olhei ao redor vendo todos felizes e conversando animados. Olhei para Justin e ele ajudava Jazzy a colocar a comida em seu prato. Ele estava tão feliz, eu estava tão feliz. Não me sentia excluída, eu me sentia parte daquilo.
Mesmo Parker sendo minha única família que havia restado, era isso ali, Justin, sua família, Caitlin e os outros que se tornaram minha casa de alguma forma.
Eu havia encontrado a minha família.
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