Same Problem
Com meu salto de quinze centímetros fazendo toc-toc do asfalto, eu voltava para dentro da boate com todas as luzes piscando e a batida contaminando o local. Justin achou que eu entraria com ele no carro depois do que ele me disse, mas eu simplesmente dei meia volta e voltei para a boate.
Dei uma meia olhadinha para trás para ver se ele estava me seguindo, mas como eu esperava, Justin já havia ido, nem fez questão de vir atrás de mim.
Então eu também não iria fazer questão de ir atrás dele.
— O que houve? — perguntou Caitlin quando eu voltei, notando meus olhos marejados de lágrimas.
— Nós dois brigamos.
— Foi mal Kelsey, não queria ter causado tudo isso. — se desculpou Nolan.
— E eu disse que gostava dele. — completei, com todos arregalando os olhos como se eu tivesse falado o maior absurdo do mundo. E eu realmente havia falado.
— Como você faz uma coisa estúpida dessas? Nunca se fala primeiro para um homem que gosta dele, muito menos um homem como o Justin. Nunca. — Caitlin disse indignada.
— Já entendi, Caitlin, eu fiz merda. — limpei as lágrimas que insistiam em cair.
— Não se preocupe, Kelsey, ele vai voltar atrás, eu o conheço. — disse Ryan e todos reviraram os olhos.
— Não venha com aquele papinho "eu sou o melhor amigo". — disse Chaz um pouco enciumado.
— Mas eu sou mesmo. — se gabou dando de ombros.
— Ignora eles. O que vai querer fazer? Quer ir pra casa? — perguntou Caitlin e eu simplesmente gargalhei de sua pergunta.
— Ir pra casa? Eu vou é dançar e beber. — peguei o copo de sua mão e virei a vodca.
— Desculpe Kelsey, mas não vai não. — disse Christian me mostrando seu Iphone onde havia uma mensagem de Justin: "Leve Kelsey para casa, agora. E estou mandando essa mensagem sendo seu chefe, não seu amigo."
Bufei de raiva. Ele vai ficar controlando os meus passos?
— Vamos logo, não vai adiantar eu revidar. — falei me levantando com raiva, com Caitlin fazendo a mesma coisa.
— Eu vou junto.
Christian nos deixou no jatinho que nos levariam para casa. Eu estava fervendo de raiva, não queria ver a cara de Justin nem pintada de ouro. Ele estava achando que me trazendo para casa iria mudar alguma coisa, mas nada iria mudar.
— Você pode dormir no meu quarto se quiser, podemos fazer as unhas, os cabelos, aaaah — Caitlin deu um grito animado — Podemos fazer um desfile com as minhas roupas, e...
— Caitlin, Caitlin... — a interrompi levantando minha mão. — Não, eu só preciso ficar sozinha, mas obrigada, só vou precisar de uma roupa sua de dormir.
Ela sorriu desanimada.
— Tudo bem.
Tomei um banho no banheiro de Caitlin e coloquei seu Baby Doll rosa que ela havia me emprestado, indo para o meu antigo quartinho de empregada logo depois. Caí na cama e me cobri com o lençol, me aconchegando no meu antigo cantinho quando me assustei com Justin abrindo a porta com força.
— O que você está fazendo aqui, porra? Estou esperando você a um tempão lá em cima.
— Estou indo dormir, o que mais eu iria fazer aqui?
— Para de ser estúpida, Kelsey, vamos logo, saia daí. — ele deu passagem na porta para que eu passasse, mas permaneci deitada onde estava.
— Eu vou dormir aqui.
— Pra que essa palhaçada?
— Pra que? É sério que você está me perguntando isso?
— Eu só não sabia o que responder, ok?
— E precisava ter dito aquilo?
— Vai ficar putinha mesmo? — gritou irritado.
— Vou! — gritei mais alto que ele.
— Ótimo, então durma ai no calor. — e bateu a porta com força.
Deitei minha cabeça no travesseiro e deixei que as lágrimas viessem.
Eu me sentia tão estúpida, como eu pude ter exposto meus sentimentos assim pra ele? É como se mil pessoas se importassem com você, menos uma, e é justamente ela que você necessitava que se importasse.
É um saco ser forte com quem é seu ponto fraco.
Agora mais do que nunca esperava que os meses passassem mais rápido para que tudo isso acabasse logo e eu pudesse voltar pra casa.
POV. Justin
Entrei dentro do quarto, puto.
Quem ela acha que é para não obedecer as minhas ordens?
Porque não arrastei ela de lá pelos cabelos e não a trouxe obrigada para cá?
É como se ela fizesse eu ter uma reação diferente do normal, e eu odiava esse poder que ela tinha sobre mim.
Seria nossa primeira noite no meu quarto e ela estragou tudo. Vadia.
Me joguei na cama apenas de cueca e olhei para o lado, vendo o grande espaço na minha cama. Agora esse espaço vazio começou realmente a aparecer vazio.
"Eu gosto de você, merda."
Essa cena ficava gravada em minha mente. Eu estava tão acostumado com isso, de mulheres dizendo que gostam de mim e eu sempre sendo indiferente que isso já se tornou algo normal, mas quando Kelsey revelou isso, foi uma explosão se sentimentos que eu não conseguia entender.
No final respondi da forma como eu sempre fiz: ser indiferente. Mas no final acabei me sentindo pior que um merda, como se eu não quisesse ter respondido aquilo.
Eu odiava a forma como ela me deixava confuso comigo mesmo.
Peguei um cigarro e o acendi, indo para a minha Lambo com os caras entrando eu seus carros e me seguindo. O prazo de Ethan havia acabado, e minha paciência também.
Estacionei minha Lambo em frente à sua casa, vendo Elisa andando de bicicleta pela vizinhança. Ela era uma gracinha, não seria nada mal se ele não tivesse conseguido a grana, nada mal mesmo.
Saí do meu carro e quando ela viu eu me aproximando de sua casa, voltou rapidamente com sua bicicleta rosa.
— Meu pai não está. — ela disse meio receosa, com certeza seu pai já envenenou sua mente contra mim.
— Bom ver você de novo, Elisa. — sorri pra ela. — Seu pai volta logo?
— Eu acho que sim.
— Ótimo, posso esperar ele lá dentro.
— Acho que ele não vai ficar feliz em saber disso.
— Ele não vai se importar, sabe porquê? — ela balançou sua cabeça negando. — Porque eu estou fazendo as regras ultimamente, então se eu digo que vou entrar, eu vou entrar, entendeu?
Ela assentiu assustada e deu espaço para eu entrar em sua casa. Estava exatamente como eu me lembrava, móveis simples mas tudo com muito capricho e cuidado.
Eu e os caras nos espalhamos pelo sofá da sala, enquanto ela ficou em pé na porta.
— Pode sentar, Elisa, não mordemos, só um pouquinho. — sorri malicioso fazendo a garota tremer.
— Para de pôr terror, Justin. — repreendeu Christian. Eu odiava o jeito certinho dele.
— Estou apenas tendo uma conversa com Elisa, não é Elisa? — olhei para ela e pisquei, fazendo ela corar de vergonha.
Essas novinhas virgens são as melhores, ficam molhadinhas rapidinho.
— Elisa, olha essa bicicleta sozinha aqui fora... — Ethan parou de falar ao ver eu e os caras espalhados pela sua sala. — Você deixou eles entrarem estando sozinha? — ele repreendeu a garota.
— Sou o culpado. — me levantei do sofá. — Eu disse para Elisa que as regras eram minhas, e se eu queria entrar, eu iria entrar. — sorri para ele que logo entendeu a mensagem. — Agora chega de enrolação, o prazo acabou, cadê minha grana?
— Elisa, pegue o pacote na terceira gaveta do meu quarto. — a garota o obedeceu, trazendo logo depois um embrulho em suas mãos. — Aqui está. — Ethan me entregou. Peguei o embrulho e passei para Christian, ele era o Nerd, ele que fazia as contagens.
— Tudo certinho. — ele disse guardando o embrulho com ele.
— Viram só, final feliz para todo mundo. — falei sorrindo e indo em direção a porta, então parei e olhei para Elisa. — É uma pena. — então coloquei meus óculos escuros e continuei meu trajeto, saindo da casa.
Era realmente uma pena, ela era tão bonitinha.
POV. Kelsey
— O que houve, Kelsey? O que faz aqui? — acordei com Jenna entrando no quarto.
— Briguei com Justin e vim dormir aqui.
— Você está bem? — ela disse preocupada olhando meus olhos fundos por ter chorado a noite inteira.
— Bem melhor que ontem. — fiz força para levantar da cama, tudo que eu queria era dormir por mais umas dez horas seguidas.
— Quer falar sobre isso? — ela se sentou ao meu lado e acariciou meus cabelos. Me senti em casa, como se estivesse com minha mãe. Jenna de alguma forma me fazia lembrar dos afetos que eu tinha com minha mãe, era reconfortante estar ao lado dela.
— Eu queria um conselho.
Ela sorriu animada.
— Darei todos que quiser.
— Como faz para desapegar de alguém?
Ela riu.
— Isso é meio impossível, Srta. Jenner, mas o que eu posso adiantar é que quando uma pessoa está realmente determinada a esquecer a outra, porque a faz mal e é algo que ela já está farta, nós a ignoramos, colocamos na cabeça tudo de ruim que ela já nos fez e irá nos fazer e o quanto não vale apena insistir nisso, e assim seguimos em frente.
Era isso que eu teria que fazer, ignorar Justin até tudo isso acabar.
— Muito obrigada. — sorri.
— Pode contar comigo. — ela sorriu e beijou minha testa. — Panquecas de chocolate? — disse animada.
— Só se for agora. — levantei empolgada e acompanhei Jenna até a cozinha.
Aproveitei que Justin não estava na mansão e entrei em seu quarto, indo tomar um banho e trocar de roupa. Desde ontem depois do incidente com Castiel, eu não havia o visto de novo.
Escutei a porta do quarto se abrindo. Droga, Justin estava de volta.
Ele tentou abrir a porta do banheiro, mas como eu havia trancado ele não conseguiu entrar. Ele não insistiu, se afastou da porta e o silêncio voltou. Talvez tivesse ido embora.
Saí do banho e me enrolei no roupão, abrindo a porta lentamente, dando de cara com Justin deitado na cama, olhando para a porta do banheiro.
— Finalmente. — ele disse mas eu o ignorei, passando pelo quarto e indo para o Closet. — Precisamos conversar. — ele continuou falando e eu continuei ignorando, fazendo o que Jenna havia me dito. — Está me escutando, porra? — disse irritado. — Está me ignorando? — parece que ele não é tão burro assim, finalmente havia notado. — Só por causa disso não vou mais falar o que eu tinha pra falar. — levantou irritado da cama pegando as chaves do carro e saindo, batendo a porta com força.
Sorri satisfeita comigo mesma.
Homem quando é ignorado consegue ser pior que mulher traída, e eu estava amando isso.
Terminei de me arrumar e olhei pela janela ao escutar um barulho de moto. Castiel desceu de sua moto tirando o capacete e guardando na mesma, indo em direção a área dos seguranças.
Ele estava de volta.
Desci as escadas correndo e fui até lá, entrando desesperada no local, vendo Castiel ainda ali na sala conversando com os outros.
— Precisamos conversar. — foi a primeira coisa que eu disse quando ele colocou seus olhos em mim. Todos ao redor nos olharam de rabo de olho, mas não disseram nada. Castiel suspirou irritado mas não reclamou, ali para todos eu era a chefe dele, a Sra. Bieber, ele não podia me negar nada.
Ele passou rápido por mim indo para a piscina, se afastando de onde todos poderiam nos ouvir.
— Não precisa me explicar nada. — ele já foi dizendo antes de eu abrir minha boca. — Você está transando com seu marido, o que tem demais nisso?
— O que tem demais nisso é que ele não é meu marido.
— Mas no papel diz que é, então não tem problema.
— Tem quando não nos casamos intencionalmente, e você sabe disso, você estava lá, você lembra muito bem o que eu propus a você, e o que você me disse? Que não gostava de mim o suficiente para encarar o meu pai.
— Lembro muito bem das minhas palavras...
— Então você se lembra também que eu não queria me casar. Isso tudo é faixada.
— Então você estar transando com ele é faixada?
Suspirei fundo.
— Temos um acordo, e tudo não passa disso, um acordo.
— Então você não tem sentimentos por ele? — seus olhos escuros me encararam, e eu não sabia o que responder. — Foi como eu suspeitava. — ele passou a mão nos cabeços, fazendo alguns fios caírem por cima de seus olhos. — Você gosta dele, não é? — continuei sem saber o que responder, olhando para ele assustada e muda. — Não precisa responder porque eu já entendi, e você não precisa me dar explicação de nada. Também não tínhamos absolutamente nada, não é mesmo?
— Também não fala assim, tínhamos sim um afeto.
— Ter um afeto não é o mesmo de REALMENTE gostar de alguém.
— Você está chateado?
— Só decepcionado, mas não com você, comigo mesmo.
— Mas porquê?
— Por eu ter demorado tanto tempo para me tocar que gostava de você.
— Então você gosta de mim?
— O que você acha? — respondeu com ironia.
Eu queria poder corresponde-lo de alguma forma, mas eu sempre tive certeza dos meus sentimentos, desde o início. Eu nunca gostei de Castiel, era apenas afeto, desejo, nada mais. Com Justin sempre foi algo além do normal. No fundo eu sabia que gostava dele, eu só não admitia isso para mim mesma, até ontem.
— Só quero que seja feliz, Kelsey, independente das suas escolhas. — ele se aproximou e beijou minha testa. — Se precisar de mim, já sabe...
E então se afastou, voltando para o local dos seguranças.
Voltei para mansão, encontrando com Justin e os garotos chegando. Eu e Justin nos olhamos e então voltei para o meu quarto. Percebi que ele começou a me seguir, então comecei a andar mais depressa. Ele também aumentou os seus passos e quando entrei no meu quarto e estava pronta para fechar a porta, ele empurrou a mesma me forçando a abri-la.
— Vai continuar me ignorando? — não respondi nada, apenas me sentei na cama e liguei a TV. — Eu já disse que pode ficar no meu quarto. — continuei ignorando enquanto trocava os canais. — Vai ter um Racha hoje, quer ir? — minhas anteninhas ficaram atentas. Fiquei curiosa para saber como era um Racha, mas não iria dar o braço a torcer. Ele bufou e começou a sair do quarto. — Como quiser. — respondeu batendo a porta com força. Muita força.
Estava começando a me arrepender de estar o ignorando. E se ele ficar de gracinha com alguma puta lá?
Desliguei a Tv e saí correndo do quarto, indo até a Caitlin que estava na sala conversando com Chaz e Ryan.
— Vocês vão pra esse Racha hoje? — cheguei já tocando no assunto, interrompendo a conversa deles.
— Vamos sim, vai poder ir? — perguntou Ryan.
— Justin me chamou, mas não estou falando com ele.
Caitlin riu.
— Então deixa eu adivinhar, você vai querer ir comigo?
— Você é boa em adivinhações.
Ela revirou os olhos.
— Só não se atrasa, para curtir uma festinha eu odeio atrasos.
— Sim, senhora. — saí correndo subindo as escadas, iria aproveitar que Justin não estava no quarto e pegar o que eu iria usar hoje.
Desci as escadas de novo e voltei para o meu antigo quarto, indo tomar um banho e começando a me arrumar. Essa noite eu teria que deixá-lo nas minhas mãos, e era exatamente o que eu iria fazer.
Assim que estava colocando meus brincos, Jenna bateu na porta e entrou.
— Vai sair?
— Sim, Caitlin já deve estar me esperando. — falei pegando minha bolsa e indo até Jenna, que estava em frente a porta. — Como estou? — dei uma voltinha.
Seus olhos se iluminaram, e ela sorriu com orgulho.
— Você se tornou uma linda mulher.
Sorri sem graça.
— Obrigada, Jenna. — dei um beijo em sua bochecha. — Tenha uma boa noite.
— Igualmente. Aproveite.
Da cidade que eu conhecia o ambiente mudou. Estávamos em um lugar isolado, com árvores para todos os lados e muitos carros espalhados e com os porta-malas abertos, com as grandes caixas de som quase explodindo meus tímpanos.
Havia milhares de mulheres em cima de carros dançando, outras roçando em homens, outros tipos de pessoas se drogando, havia de tudo naquele lugar.
— Justin já veio?
— Sim, os garotos saíram antes de nós, já devem estar por ai.
Era agora que eu fazia ele enfartar. Saí do carro e acompanhei Caitlin, era incrível a forma como todos a conheciam. Então avistei ele, encostado em seu Bugatti (porque ele tinha que se gabar) com duas putas ao seu lado cochichando coisas em seu ouvido.
Justin ria sobre o que elas falavam, o que com certeza era putaria, e eu estava pronta para acabar com aquilo.
— Vamos dançar. — puxei Caitlin pelo braço para o meio do local, onde estava mais vazio, fazendo todos os olhares pararem em nós.
— Sei o que está tentando fazer. — ela riu olhando para Justin e depois para mim. — E eu adoro isso. Arrasa garota. — deu uma piscadela e começou a mover o seu quadril conforma a música agitada.
Entrei no mesmo ritmo que ela, jogando os cabelos e rebolando, deixando meu vestido colado subir, ficando mais curto que o normal. Eu e Caitlin viramos e encostamos nossas costas, rebolando juntas até o chão. Logo um grupinho de homens se aglomeraram ao nosso redor, dando assovios e falando coisas obscenas.
Até que duas mãos nos tiraram do meio dos homens. Justin e Christian.
— O que faz aqui? — disse Justin irritado, me arrastando para fora da multidão.
— O que você tem na cabeça? — escutei Christian gritar com Caitlin, mas logo não pude mais os ouvir porque Justin se afastou, me levando com ele.
— Me solta. — puxei meu braço. — Eu vim com Caitlin, qual o problema?
— O problema é que eu te chamei para vir e você me ignorou, eu odeio quando me ignoram.
— Você não acha que mereceu esse tratamento?
Ele passou a mão no cabelo e respirou fundo.
— Eu sei com o que você está chateada, por tanto que eu queria conversar com você quando você estava tomando banho, mas ai você começou a me ignorar e eu fiquei puto com isso.
— E o que você iria me falar? "Sua vida, seus problemas"? — repeti com ironia o que ele havia me respondido na noite passada.
— Não. Eu ia dizer que... — antes de Justin completar, a multidão começou a ficar agitada. Justin olhou assustado e logo escutamos sirenes de polícia se aproximando. — Droga! — gritou, me puxando pelo braço e indo em direção aos garotos. — Vamos vazar, anda. — ele disse correndo indo em direção ao seu carro, me puxando junto. Olhei rapidamente para trás e vi Caitlin com Christian fazendo sua proteção. Logo começamos a ouvir tiros. Justin puxou sua arma da cintura e atirou contra uma viatura mais próxima. — Anda, entre no carro. — ele gritou pra mim assim que chegamos em seu Bugatti. Corri rapidamente para o lado do passageiro e entrei.
— Anda, Justin! — foi só o tempo de Justin abrir a porta do carro e colocar a metade do seu corpo pra dentro quando um tiro acertou em seu braço. — Justin! — gritei assustada, com ele fechando a porta do carro e ligando o mesmo. — Deixa que eu dirijo. — falei tentando assumir o controle do volante mas ele me impediu.
— Eu estou bem, dá para aguentar, agora fique quieta. — ele girou o carro com tudo e pisou fundo no acelerador. — Pegue meu celular, veja onde está Ryan, Chaz, Christian e Nolan.
Fiz o que ele disse pegando seu iPhone no seu bolso da frente da calça. Fui na lista telefônica e encontrei os números, ligando primeiro para Ryan, depois Chaz, depois Nolan e finalmente Christian. Todos estavam bem e seguiram caminhos diferentes para despistar a polícia.
— Eles estão bem, já estão indo pra mansão. — falei ao finalizar minha última ligação, apoiando minha cabeça na poltrona e respirando fundo. — Foi por pouco.
— Muito pouco. — ele disse com um gemido de dor.
— Seu braço, Justin, está sangrando.
— Foi só de raspão, e até onde eu me lembre, você estava me ignorando.
— Cala a boca e anda logo, precisamos chegar na mansão.
— Não me manda calar a boca.
— E o que vai fazer? Com uma mão está dirigindo com a outra mal consegue fazer movimentos.
Ele me olhou irritado e depois voltou a olhar para a estrada. Ele não tinha com o que revidar, sabia que eu estava certa.
Quando chegamos eu o ajudei a entrar, mesmo sabendo que ele conseguia perfeitamente andar normalmente.
— Kelsey eu estou bem, foi só um tiro de raspão, e até onde eu me lembre, você estava me ignorando.
— Você está me irritando com isso. — Caitlin e os outros vieram em nossa direção, fiquei aliviada ao ver todos ali.
— Está tudo bem? — Caitlin perguntou olhando eu apertar o braço de Justin, para estancar o sangue.
— Foi só de raspão. — Justin disse indiferente.
— Vamos pro quarto fazer um curativo. — falei o puxando para as escadas, com minhas duas mãos ainda em seu braço para estancar o sangue.
— E ela ainda disse que estava me ignorando. — tagarelou Justin fazendo os outros rirem.
— Você não vai parar com essa porra?
— Só estou me divertindo com sua tentativa fracassada de me ignorar, é impossível me ignorar.
Revirei os olhos.
— Eu odeio esse seu lado convencido, sabia? — chegamos no quarto de Justin e eu fechei a porta, o ajudando a se sentar na cama enquanto eu ia para o banheiro e lavava minha mão ensanguentada. — Venha aqui, vamos lavar isso. — Justin veio sem reclamar. Coloquei seu braço bem perto da bica e enchi minhas mãos de água, jogando no machucado, fazendo uma mancha vermelha se formar na pia branca.
— Você não odeia meu lado convencido, na verdade você não odeia nenhum lado meu, você gosta de mim exatamente assim. — disse mas eu apenas o ignorei, não estava pronta para tocar nesse assunto de novo, não depois do fora de ontem.
— Vamos pro quarto, já limpei o ferimento. — falei o conduzindo para o quarto, onde ele se sentou na cama e eu peguei o kit de primeiros socorros. Peguei a gaze e o soro para limpar mais o ferimento, antes de aplicar um remédio cicatrizante e enfaixar.
Enquanto eu fazia os procedimentos, eu sabia que ele olhava para mim.
— Para de ficar me olhando.
— Eu sei com o que está chateada.
— Você já disse isso.
— Mas eu não consegui terminar de dizer o que eu queria dizer mais cedo quando você estava tomando banho, e agora pouco no Racha.
— E o que você queria me dizer? — parei de fazer o que eu estava fazendo e olhei em seus olhos, esperando que ele respondesse.
— Ontem quando eu disse "Sua vida, seus problemas", agora eu percebi que não é só você que tem um problema. — cruzei o cenho mas eu não precisei perguntar do que ele estava falando, logo ele continuou. — Pois nós dois temos o mesmo problema de gostar um do outro.
Fiquei paralisada por um tempo tentando entender o que aquilo significava, então olhei espantada para ele.
Ele havia revelado que também gostava de mim?
Caralho.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro