Paraíso Infernal - Parte 2
Havaí.
Lugar lindo e paradisíaco, com belas praias, uma paisagem de tirar o folego, o lugar perfeito para estar com a pessoa perfeita e relaxar.
Só que não.
Justin havia ficado mais insuportável depois do incidente com a bebida. Parece que ele realmente ficou bravo por causa disso. Mas também não estava a fim de tentar entender como sua mente funcionava.
Estava anoitecendo e depois que ele tomou um banho para tirar o melado do suco, ele trocou de roupa e saiu, e não voltou até agora. Eu permaneci no quarto, não estava mais a fim de descer depois do showzinho de mais cedo.
Tomei um banho e coloquei uma calcinha estilo cueca, que deixava a poupa da minha bunda aparecendo e uma blusa regata.
Fiquei na varanda sentada na cadeira olhando as ondas do mar. O vento estava forte mas estava agradável. O sol já estava se pondo, para finalmente descansar depois de um longo dia.
Eu estava em um paraíso, mas estava me sentindo em um inferno.
Logo comecei a chorar ao lembrar o motivo que me trouxe aqui.
Porque ela tinha que ter morrido? Porque ela tinha que ter me deixado? Eu precisava tanto dela.
Afundei meu rosto em meus joelhos e fiquei chorando baixinho. A dor me consumindo de dentro pra fora, até que escutei a porta do quarto sendo aberta.
Limpei meus olhos rapidamente e olhei pro outro lado, admirando a praia e fingindo que não o ouvi entrar.
Senti ele se aproximando e abrindo a porta de vidro de correr, que dava acesso a varanda onde eu estava.
— Já vai dormir? — perguntou, provavelmente ao notar minha roupa.
— Vou! — respondi secamente, tentando não me entregar com minha voz de choro, não tendo sucesso.
— Você estava chorando? — ele disse entrando na varando e fechando a porta, vindo em minha direção. Mas eu virei pro outro lado e escondi meu rosto.
— Não! — respondi secamente de novo, o fazendo bufar.
Ele se sentou na cadeira ao lado, e ficou observando o mar.
— Olha, não ache que eu sou um monstro, ta legal? Porque eu não sou. — ri com desdém. — To falando sério. Posso fazer coisas, mas não sou uma pessoa ruim, pelo menos não ruim em um todo. — ele ficou em silêncio, porque ele sabia que isso era mentira. Ele olhou toda a praia e continuou. — Odeio ter que admitir isso, mas você estava certa. Temos que conviver juntos, então temos que pegar mais leve.
— Temos? No plural? Ou só você? — falei olhando pra ele pela primeira vez.
Ele me encarou e depois revirou os olhos.
— Ok, só eu. — admitiu, então tudo ficou quieto, com apenas as ondas do mar quebrando o silêncio.
— Mas eu não estou assim por sua causa, nunca iria chorar por você. — retruquei. — Estou assim pela minha mãe. — ele me olhou. — Se ela não estivesse morta eu não estaria aqui.
— Sinto muito pela sua perda. — o encarei incrédula. — O que? Também tenho sentimentos. Não sou um troglodita, Kelsey, pelo menos não tanto. — ele riu e balançou a cabeça. — Também tenho mãe, odiaria perdê-la.
— Por essa eu não esperava. Justin Bieber demostrando sentimentos, deveria ter filmado esse momento.
Ele riu.
— Você vai ver que eu não sou ruim num todo.
POV. Justin
Se eu tinha ficado puto da vida por ela ter jogado um suco na minha cara? Tinha. Mas tinha muita coisa em jogo, pessoas nos observando, a cabeça de Mikael em minhas mãos e todo o tráfico do Canadá. Eu não podia desperdiçar tudo isso.
Não seria legal ela aparecer toda arrebentada, as pessoas (principalmente os olheiros) iriam desconfiar.
O foda é que ela era chata, irritante e super mimada. Veio de Los Angeles, vivia babando ovo dos riquinhos, e agora eu teria que servir de babá. O lado bom é que ela é gostosa e provocante, e isso também está sendo o lado ruim.
Eu teria que me controlar pra não agarrá-la, porque porra, ontem eu quase me denunciei ficando de pau duro enquanto passava protetor em sua bunda.
Agora ela estava ali, toda frágil chorando sentindo saudades de sua mãe, com a metade de sua bunda de fora e ela ainda quer que eu não caia na tentação?
Seria bom tentar manter um diálogo, já que teríamos que conviver juntos. Eu sabia que ela só tinha pensamentos ruins sobre mim, até porque, não dei uma chance da garota me conhecer melhor.
— Me conte um pouco sobre sua vida. — pedi depois que o silêncio foi à única coisa que havia restado.
— Bom... — ela molhou os lábios. — Antes mesmo de eu nascer, minha mãe se separou do meu pai e se mudou pra Los Angeles. Ela o fez escolher entre nós e esse mundo da máfia, mas ele preferiu ficar com a máfia. — ela revirou os olhos, apesar de que eu teria feito a mesma coisa. Trocar tudo que eu tenho por uma mulher? Nunca. — Então eu cresci longe, nos víamos alguns anos, mas antes da minha mãe morrer, fazia quatro anos que não nos víamos. Eu sempre fui muito inteligente, consegui uma bolsa em uma das melhores escolas de Los Angeles, logo eu me tornei popular e vivia como se estivesse em um sonho, uma vida perfeita. — ela sorriu ao se recordar. — Até tudo virar um pesadelo.
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— Como sua mãe morreu?
— Ataque cardíaco, foi na noite de ano novo, havia acabado de dar meia noite. Ela me ligou dizendo que estava se sentindo mal. Quando eu cheguei em casa ela já estava morta.
— Sinto muito. — eu realmente sentia.
Eu não falava isso com frequência e não era de demostrar sentimentos, mas eu amo minha mãe, não iria suportar perdê-la.
Ela apenas deu um meio sorriso e continuou a olhar para o mar, que estava se tornando mais escuro da mesma forma em que a noite começava a surgir.
— E você? Me fale de você. — ela quis saber, sem tirar seus olhos do mar.
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— Eu sou de Strartford, minha mãe me teve na adolescência, e foi bem difícil, sabe? Eu me sentia triste vendo outras crianças com mais brinquedos do que eu, mas eu sabia que era isso que minha mãe podia me dar. Mas eu não compreendia. — ela me olhou, agora prestando mais atenção. — Eu fui crescendo e logo descobri outro mundo.
— Com quantos anos entrou nessa vida?
— Entrar mesmo, começar a construir meu próprio império, ou apenas a descobrir?
— Os dois.
— Bom, aos dez anos eu descobri esse mundo. Conheci Billy, ele era como uma figura de um pai pra mim, já que o meu vivia ausente. Ele estava começando a dominar a máfia naquela época, e estava me treinando para seguir seus passos depois. Eu não sei por que, mas ele me escolheu, como eu o escolhi.
— Como assim? — perguntou confusa.
— Um dia estava andando sozinho, ele me viu, um garotinho perdido e pobre andando nas ruas de Strartford, então ele me mostrou que eu poderia ser mais do que aquilo, poderia ser maior. E eu gostei, gostei muito. Desde então sempre me encontrava com ele e aprendia muitas coisas. Eu sabia que ele estava me treinando para possivelmente ocupar seu lugar no futuro. Eu só não sabia que chegaria tão cedo.
— Como ele morreu?
— Foi em uma troca de tiros depois de um assalto, eu tinha quinze anos, foi ai que eu comecei de verdade. Fiquei no lugar de Billy e cresci mais no mundo da máfia. Billy merecia que eu ocupasse bem o seu lugar.
— E aqueles seus amigos que eu conheci no Demon, eles te ajudam?
— Sim. Chaz, Nolan e Ryan são amigos de infância, os conheço desde os meus oito anos. Chris e Caitlin que vieram depois. Os conheci quando tinha quatorze anos.
— E sua mãe? Ela aceitou tudo isso?
— Claro que não. Ela tentou me afastar dele e de tudo isso, mas eu fugi na primeira oportunidade e fiquei três meses longe na casa de Billy. Ela não sabia onde ele morava então ficou desesperada. Quando eu voltei, ela prometeu não me impedir mais, eu tomaria minhas próprias decisões, contanto que eu esteja por perto dela. Essa é a minha vida, e eu amo vivê-la.
POV. Kelsey
Era estranho ouvi-lo dizer que a máfia é a sua vida.
Pessoas normais dizem que seu sonho é cursar a faculdade, crescer na vida profissionalmente e se tornar bem sucedido com seus próprios esforços, mas pessoas estranhas como ele, têm um sonho de se tornar um criminoso. Vai entender.
Mas depois desse papo o clima descontraiu mais, aquela tensão entre nós dois ficou mais leve. Pelo menos eu acho.
Entramos e me joguei no sofá, me enrolando em meu edredom macio e confortável. Justin pediu o jantar para ser entregue no quarto, já que eu não estava com um pingo de vontade de trocar de roupa e descer para o restaurante.
Queria perguntar onde ele havia ido, mas não estava a fim de bancar a esposa ciumenta.
Ele foi tomar seu banho enquanto eu fiquei assistindo televisão, esperando o jantar chegar. Bateram na porta avisando ser serviço de quarto, então eu abri, com o concierge entrando com o carrinho e se retirando.
Abri a tampa e o cheiro maravilhoso invadiu o quarto. Bobó de camarão. Meu estômago roncou, mas seria falta de educação comer sem esperar Justin voltar.
Fiquei impaciente esperando, até que finalmente ele saiu do banheiro.
Arrumamos nossos pratos e começamos a comer em completo silêncio. Até porque, com uma comida daquelas, quem se atreveria em falar alguma coisa?
Depois que comemos, ele pegou um cigarro de sua mala e foi para varanda, ascendendo e fumando escorado no batente da porta, enquanto observava a praia.
Me enrolei no sofá e me preparei pra dormir ali mesmo, já que não iria dividir a cama com ele.
— Vai dormir mesmo ai? — ele perguntou quando terminou de fumar e voltou para a sala.
— Sim. — foi tudo o que respondi.
Ele bufou e seguiu para o quarto, fechando a porta.
Um dia nesse paraíso infernal já havia se passado, agora só restavam mais dois.
+++
Acordei com o sol batendo no meu rosto, abri meus olhos e vi que a cortina estava entre aberta, o filho da puta ontem a noite não fechou direito e agora eu estava acordando junto com as galinhas.
Levantei quase dando de cara no chão, por ter me atrapalhado com a metade do edredom que estava caído no mesmo. Fui ao banheiro e fiz minha higiene, tomei um banho e escolhi um biquíni branco com rendinhas pretas para usar hoje. Mas só tinha um problema: Eu não conseguia amarrar a parte de trás.
Tentei fazer igual com o sutiã, mas ficava frouxo demais e não estava dando certo.
A quem tive o desprezo de recorrer? Justin.
— Acorda! — o balancei, que estava incrivelmente sexy deitado de bruços, com o edredom cobrindo só suas pernas, deixando sua cueca Boxer a mostra e detalhando bem a sua bunda. E que bundinha gostosa, por falar nisso.
— O que é? — ele disse mal humorado.
— Preciso de um favor. — ele abriu apenas um olho, pra me encarar. — Amarra pra mim? — virei de costas, mostrando onde ele devia amarrar.
Escutei ele bufando e se sentando na cama, então amarrou a parte de cima do biquíni pra mim. Mas quando eu ia virar pra agradecer, ele deu um tapa estalado na minha bunda.
— Filho da puta. — falei o empurrando, que caiu deitado na cama, rindo da minha cara. — Isso doeu, sabia? — passei minha mão no local onde ele havia acertado. — Idiota, nunca te dei essas confianças. — falei saindo irritada do quarto.
— É claro que nunca me deu confiança, uma virgem como você costuma se reservar mais. — ele disse saindo do quarto e se jogando no sofá, onde eu havia dormido.
Isso é uma das coisas que sempre me irritavam, como ele pode ter tanta certeza sobre mim? Ele estava certo, e por isso mesmo que eu estava tão irritada, ele não tem esse direito de invadir minha privacidade.
— E quem disse pra você que sou virgem? — falei irritada, cruzando meus braços e o encarando, tentando o intimidar.
Ele riu.
— E não é? Estou mentindo? — perguntou sendo sarcástico.
O sarcasmo devia ser o segundo nome dele.
— Sim, está mentindo, você não sabe nada sobre mim, muito menos da minha intimidade.
— Então você já transou? — ele gargalhou. — Por favor, Kelsey, não minta pra você mesma, olha o seu jeito, reconheço uma virgem mimada de longe.
Agora ele conseguiu me ofender.
— Escuta aqui seu idiota — falei indo em sua direção, apontando meu dedo pra ele – Eu tinha um namorado, se você não sabe, então não fala merda. — tentei fazer minhas palavras soarem verdadeiras.
— Isso não quer dizer nada, muitos namoram, mas não fodem, tipo nós dois, estamos casados mas não estamos fodendo. — ele abriu um sorrisinho vencedor.
— Você é um babaca, é sério, qualquer pessoa seria incapaz de te amar.
Acho que ele ficou ofendido, porque logo sua expressão ficou séria e seus olhos vazios. Pela primeira vez me senti mal por isso, apensar de tudo, ele não deixava de ser humano. Eu acho.
— Justin, me descul...
— Esquece! — ele se levantou e começou a caminhar em direção ao banheiro. — Você é só mais uma vadia. — e bateu a porta do banheiro.
Bufei de raiva e pedi o café da manhã. Assim que chegou o serviço de quarto, Justin saiu do banheiro, já de banho tomado e com uma bermuda de praia.
Comemos em silêncio, ele nem estava mais olhando na minha cara. Resolvi dar uma passada no spa, mas não avisei a ele, já que ele não me avisou ontem para onde tinha ido.
Confesso que estranhei ele não ter perguntado, ele sempre deixou claro que ele manda mais em mim do que eu nele.
Assim que cheguei ao spa do hotel, decidi fazer uma massagem na beira do mar, nada mais relaxante do que isso.
— Olá, marquei uma massagem. — falei entrando na tenda do hotel, na beira da praia.
— Olá, seja bem vinda. — disse um homem que apareceu não sei da onde, mas que era um pedaço de mau caminho.
— V-você que vai fazer a massagem? — perguntei, ficando um pouco nervosa.
— Sim, tem algum problema? Tem mulheres que preferem outras mulheres para fazer a massagem.
— Não, está tudo bem. — disse sorrindo. — A massagem pode ser com você. — me deitei de bruços.
— Tudo bem. Vou ter que desamarrar seu biquíni, ok? Preciso das suas costas livres.
—Sem problemas. — vai em frente garotão.
Senti meu biquíni ficar frouxo, ele foi desamarrado. Então logo senti suas mãos super grandes em meu ombro.
— Nossa, você está tensa, como está tão tensa em um lugar como esse? — perguntou.
Essa pergunta me tirou uma risada.
— Problemas que vão atrás de você até no paraíso.
— Entendi. — ele riu. — Você vai sair novinha em folha daqui.
— Obrigada...Não sei seu nome.
— Peter.
— Meu nome é Kelsey.
— É um prazer Kelsey. Está aqui de férias?
— Pode ser chamado assim.
Conversávamos enquanto ele trabalhava em minhas costas, deixando meu ombro bem mais relaxado.
Ele trabalhou em todo meu corpo, nos ombros, nas costas, nas pernas e nos pés. Me senti no céu.
— Desde que eu cheguei aqui, essa foi à primeira vez que eu me senti no paraíso. — falei e ele riu. – Obrigada por essa massagem. — levantei da cama quando ele amarrou de volta meu biquíni.
— Não precisa agradecer, é o meu trabalho, eu que agradeço você. — ele pegou minha mão e a beijou. — Nos vemos por ai?
— Claro. — sorri e saí da tenda o deixando voltar ao seu trabalho.
Voltei pro quarto de hotel, e assim que entrei na minha suite, notei algo estranho.
A sala da suite estava desorganizada, como se tivesse mais alguém aqui ou Justin revirou tudo sozinho. Olhei para a mesa de centro e notei duas garrafas de champagne vazias e duas taças.
Senti logo uma raiva dominar meu corpo e encarei a porta do quarto. Se ele estava ali com alguma mulher, não iria prestar.
Abri a porta de uma só vez, fazendo Justin se assustar e dar um pulo . Ele estava sozinho, mas estava só de cueca e a cama revirada.
— Cadê a puta? Ela ta no banheiro? — falei indo correndo até o banheiro, o vendo vazio. — Onde ela está? — falei voltando pro quarto, e ele estava fumando.
— Ela já foi embora.
— Porra Justin, você vai estragar tudo. — esbravejei não tão irritada pelo fato dos olheiros desconfiarem, mais irritada por eu me passar de chifruda pros outros.
— Não se preocupe, ninguém a viu entrando. — ele estava meio mongol, devia ser por causa da bebida e da maconha que estava fumando.
— Eu não quero saber, se você não quer pagar de chifrudo, eu também não quero. — cruzei os braços, fazendo birra.
Ele riu.
— Acha mesmo que vou deixar de foder umas gostosas por sua causa? — ele riu com desdém. — Vai sonhando, Babe. — ele voltou a se deitar, todo relaxado na cama.
— Eu tenho nojo de você. — sibilei, o fazendo revirar os olhos. — E acho bom então você começar a curtir a fama de corno, porque é o que você vai ser de agora em diante. — falei saindo do quarto, batendo a porta com força.
Continuei andando até sentir uma mão puxar meu braço com força.
— Escuta aqui. — ele me segurou com força, apertando meu braço. — Quem é que manda nessa porra?
— Me larga Justin, você está me machucando. — tentei me desvencilhar, mas ele me segurava firme.
— Anda porra, me responde — ele me chacoalhou. — Quem manda nessa porra?
— Você! — murmurei baixo.
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— Isso ai, eu mando nessa porra, então você tem que me obedecer, porque se você não percebeu, eu fico muito puto quando as coisas não são como eu quero. — então ele me jogou com força no sofá, pegando sua bermuda que estava jogada no canto e a colocando. — Eu realmente tentei, Kelsey, mas você é uma chata mimada. — ele pegou sua carteira e as chaves do carro alugado e as duas chaves da suíte, que ficava comigo e outra com ele — Vou passar o dia por ai, espero que aproveite seu quarto. — ele sorriu malicioso, e antes que eu pudesse protestar, ele saiu, fechando a porta.
— Idiota! — gritei, batendo na porta.
Não acredito que o filho da puta me trancou aqui.
Bati na porta várias vezes, mas não adiantou de porra nenhuma. Essa era a suite Master, a única desse andar, ninguém me ouviria. Mas é claro, eu poderia ligar pra recepção, mas quase taquei o telefone contra parede quando me informaram que o senhor Bieber não os permitiu me tirar do quarto até segunda ordem.
Vão se foder.
Eles trouxeram o almoço que eu pedi, mas não pude sair, fiquei o dia todo assistindo televisão e ficando na hidromassagem.
Quando estava escurecendo, ele apareceu. Estava na varando observando o mar, gostava de ver o por do sol, não fazia isso há anos.
— Vá tomar um banho e se arrumar.
— Pra que? — falei ríspida. — E como ousa falar comigo como se nada tivesse acontecido? Você me trancou aqui o dia todo. — falei me levantando e indo até ele.
— Sem drama, ok? — ele bufou.
— Sem drama? Você iria gostar de ficar preso aqui?
— Eu tinha bebido e tava drogado, foi mal, ta melhor assim?
— Foi mal não é desculpa.
— Eu que não vou pedir desculpas, não mesmo. — ele se jogou no sofá e coçou os olhos, ele parecia que andou dormindo, ou estava cansado.
— Está com uma cara de sono, o que você fez?
— Nada demais, só dormi desde àquela hora.
— Você tava dormindo esse tempo todo? — perguntei incrédula.
— Exatamente! Pedi outro quarto aqui no hotel e acabei apagando, foi efeito da maconha e da bebida. E não muda de assunto, vá se arrumar.
— Pra que caralho? — gritei.
— Pro jantar romântico, esqueceu? Aquela porra de olheira insistiu ontem e aceitamos.
— Você aceitou.
— Foda-se, agora temos que ir nessa porra.
Bufei.
— Vou me arrumar, e vá tomar um banho e se arrume decentemente.
— Decentemente? Desde quando eu não me arrumo bem?
— Desde quando tenta parecer um nigga só que é mais branco que Michael Jackson. — resmunguei pegando minha mala e escolhendo uma roupa.
Ele riu e foi para o quarto, provavelmente procurar alguma roupa pra ele.
Peguei um vestido super fofo, ele era de tom branco, de manga curta e com estampa de rosas em tom de azul. Peguei um salto médio, de um tom mais escuro de amarelo, e uma pulseira e brincos como acessórios. Não queria nada pesado, ainda mais estando em um lugar como esse.
Fiz uma maquiagem leve e prendi o cabelo em um rabo de cavalo.
Assim que sai do banheiro, já completamente vestida, Justin ficou hipnotizado me olhando.
— O que foi? — perguntei.
— Puxa, você está... — ele suspirou. — está uma gracinha.
Dei risada.
— O que foi? — ele perguntou cruzando o cenho.
— Não combina com você esses tipos de elogios.
— Deveria apenas me agradecer por eu ter te elogiado.
— Tudo bem, obrigada. Satisfeito? — olhei pra ele arqueando uma sobrancelha.
— Bem melhor. — ele disse passando por mim e indo ao banheiro.
Esperei a princesa por muito tempo, mas quando ele saiu, puta que pariu, Justin estava fodidamente perfeito.
— É eu sei. — ele disse sorrindo se gabando. — Estou incrível.
Ele estava mesmo incrível, parecendo uma miragem de um paraíso.
Ele usava uma blusa branca de gola V com uma blusa branca social por cima, aberta na frente, com uma bermuda em tom verde escuro e vans preta.
Ele estava lindo.
— B-bom, vamos logo. — falei gaguejando, me levantando e pegando minha bolsa.
Entramos no elevador e ficamos em silêncio, assim que a porta se abriu, ele segurou minha mão, fazendo eu me assustar, mas logo relaxei e recuperei a compostura.
Ele estava apenas mantendo as aparências.
Assim que chegamos na recepção, a mesma mulher de ontem que estava nos observando, veio em nossa direção, com um sorriso estonteante no rosto.
— Fico contente por terem vindo, preparamos uma mesa a beira da piscina para ser o jantar mais romântico para os recém-casados. — ela disse nos guiando para a piscina, onde realmente tinha uma mesa linda a posto.
— Fiquem à vontade.
— Obrigada. — agradeci e ela se afastou.
— Que baboseira. — Justin murmurou se sentando .
— Humrum. — resmunguei, fazendo Justin me olhar. — Não ta esquecendo de nada? — falei apontando para minha cadeira.
Ele revirou os olhos e se levantou, puxando minha cadeira para eu me sentar.
— Bem melhor. — disse, me sentando.
Assim que Justin se sentou, veio o garçom trazendo a entrada do jantar. Eram apenas petiscos do mar.
— Vinho? — Justin ofereceu e eu aceitei.
— Quero que você saiba que ainda estou chateada pelo o que aconteceu mais cedo.
— Já falei que quando bebo e me drogo eu fico impulsivo, vai se acostumando, isso vai acontecer muito daqui pra frente. — disse colocando o vinho em minha taça.
— Eu não me referia a isso, estava me referindo a aquela vadia que você levou para o nosso quarto. Sei que não temos nada, mas também não quero ficar mal falada.
— Isso não teria acontecido se você não tivesse me deixado louco quando estava se masturbando na noite passada. — quase cuspi o vinho.
Eu entrei em choque.
— O-o que? — gaguejei, não era possível que eu tinha ouvido isso.
— Você acha que eu não vi? E não ouvi? — ele sorriu malicioso. — Eu vi que você se tocou na noite passada. Vi você se contorcendo entre os lençóis, seus gemidos, você mordendo o travesseiro. Puta que pariu Kelsey, eu me segurei muito pra não ter ido lá e eu mesmo ter te dado prazer.
Eu estava perplexa, completamente assustada, eu não esperava por isso. Ele estava certo, na noite passada eu me toquei, mas não sabia que ele estava vendo tudo.
Meu Deus, que vergonha.
— Não precisa ficar com vergonha, Babe. — ele disse rindo ao notar minhas bochechas ficando vermelhas. — Todo mundo se masturba ou já passou por uma experiência assim. O que me deixa bolado, é que você tem um homem como eu ao seu lado, que poderia te dar todo o prazer que você quisesse.
— Eu ainda não entendi porque isso responderia a minha pergunta. — questionei.
— Simples. Fiquei tão louco que no dia seguinte tive que ir atrás de uma puta qualquer pra me satisfazer. Mas isso não resolveu muito, porque eu ainda quero você.
Minhas mãos estavam frias, minhas pernas estavam bambas, meu coração estava acelerado, e eu estava morrendo de vergonha.
Me levantei apressadamente, tinha que sair dali o mais rápido possível, esse garoto é perigoso, ele me deixa louca.
Antes de eu pensar em fugir, ele se aproximou, segurando forte meus braços e com seu rosto a centímetros do meu.
— E sabe o que é melhor disso tudo? — ele sussurrou, com sua boca muito próxima da minha. – É que você estava se tocando pensando em mim.
Minha respiração estava pesada, todo meu corpo estava tremendo.
Meu Deus, que feitiço foi esse que ele lançou sobre mim?
Eu não sabia o que responder, não sabia o que falar, ele estava certo, eu me toquei pensando nele.
— Não é verdade, Kelsey? — seus olhos estavam vidrados em meus lábios. — Diz que é mentira, diz que estou mentindo, você sabe que é verdade.
— Você não pode me tocar. — foi tudo que eu disse, pois eu não sabia mais o que dizer.
Ele apenas sorriu.
— Eu posso fazer tudo que você queira, e eu sei que você quer. — ele envolveu seus braços pela minha cintura, me chocando contra seu corpo, me fazendo sentir todo o calor que seu corpo transmitia, e me fazendo lembrar que eu realmente o queria.
Não aguentando mais aquela mínima distância entre nós dois, deixei que o feitiço me dominasse.
Esbarrei meus lábios nos dele, com ganância e obsessão.
Ele apertou minha cintura, colando meu quadril no dele, me fazendo sentir seu membro criar volume.
Envolvi meus braços ao redor do seu pescoço, com nossos olhos fechados, nos beijávamos como se o mundo fosse acabar em alguns minutos. Nossas línguas tinham uma perfeita sincronia. Seus lábios estavam macios e quentes, e ele fazia cada movimento com sua língua que eram dos céus.
Meu fôlego estava acabando, e eu fui obrigada a afastá-lo.
Nos olhamos por alguns estantes antes de eu me virar e sair andando, para longe dele.
Eu estava perplexa, não podia acreditar que isso realmente havia acabado de acontecer.
Voltei sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas de tanta vergonha durante todo o caminho até a minha suíte.
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