Go To Pieces
Quando recuperei meus sentidos e meus movimentos, corri atrás de Castiel, ele merecia uma explicação. Fui exatamente como eu estava, usando apenas um roupão de banho para me cobrir.
Entrei na área dos seguranças fazendo todos se espantarem ao me ver ali, principalmente com os meus trajes.
— Sra. Bieber? — perguntou um baixinho barbudo.
— Estou procurando o Farnell. — todos se entreolharam como se quisessem esconder alguma coisa. — Castiel Farnell, onde ele está? — eles se entreolharam de novo até que um moreninho começou a falar.
— Ele saiu agora pouco de moto, ele estava furioso, mas não sabemos para onde ele foi.
— Tem certeza do que está me dizendo? É muito importante o que eu tenho para falar com ele.
— Desculpe senhora, é tudo que sabemos.
Suspirei pesadamente e saí dali batendo o pé. Eu sabia que estavam mentindo.
Então lembrei do aparelho que ele havia me entregado para que eu usasse caso precisasse da ajuda dele. Fui para o meu quarto e encontrei ele todo vazio, apenas com a cama, a cômoda e a pequena TV, então lembrei que aquele não era mais o meu quarto, e sim o melhor quarto da casa.
O quarto do Bieber.
Dei meia volta passando rápido pela cozinha, mal dando atenção para Jenna e fui em direção as escadas, quando Caitlin me parou.
— Hey, pra que tanta pressa?
— Eu preciso procurar uma coisa. — ameacei subir as escadas de novo, mas Caitlin me impediu, de novo.
— Calma ai, o que está acontecendo?
Caitlin me olhava de um jeito tão atenciosa e eu estava tão desesperada que eu precisava desabafar, precisava colocar tudo pra fora senão eu iria explodir.
Tantos segredos, tantas mentiras, eu não estava mais suportando.
Comecei a soluçar e quando dei conta, estava chorando.
— Meu Deus, o que houve, Kelsey, foi o idiota do Justin? Vou matar aquele fedelho.
Achei graça por ela ter chamado ele da mesma forma que Mikael e Bruce o chamam. Fedelho. O que deixa Justin bem irritado. Mas logo voltei a chorar de novo.
— Vamos pro meu quarto, preciso te contar umas coisas. — segurei sua mão e a conduzi pelas escadas.
— Aonde estamos indo?
— Para o meu quarto. — disse com uma voz de choro.
— Mas o seu quarto não é lá em baixo, atrás da cozinha? — não respondi, conduzi ela para o último andar e fui em direção ao quarto de Justin. — Kelsey, não podemos entrar... — então abri a porta e entrei, puxando ele pra dentro logo depois, deixando-a perplexa por estarmos ali. — Esse é o quarto do Bieber, está louca? Ele vai matar a gente.
— Ele não vai porque esse é meu quarto também.
Ele me olhou como se eu fosse louco e de repente arregalou os seus olhos, espantada.
— Você está dividindo o mesmo quarto que ele?
— Pode conferir o Closet.
Caitlin saiu correndo em direção ao Closet e abriu a grande porta, revelando as milhares de roupas de Justin e logo depois as minhas.
— Ai meu Deus, ele gosta de você.
— Não viaja Caitlin.
— Isso nunca aconteceu antes, Kelsey, você é a única premiada. Ele falou alguma coisa? Se estão namorando, algo assim?
— Justin não fala muito dos sentimentos, você sabe disso, mas respondendo sua pergunta, não, ele não disse nada, mas não é disso que viemos conversar, eu estou passando por um grande problema e preciso que me ajude.
— Tudo bem, o que houve? — ela se aproximou.
— Castiel sabe sobre mim e Justin.
Ele ficou parada me olhando e então deu de ombros.
— E o que isso tem haver? As pessoas de fora acham que são casados...
— Não é essa a questão... Ele sabia muito bem que o casamento era forjado, ele trabalhava com meu pai.
— Continuo não entendo o motivo de estar preocupada, ele trabalha pra você, e para Justin também, já que ele o contratou, ele não vai nem se atrever a falar para alguém.
— Mas não é disso que estou falando.
— É do que então?
— Eu tive um caso com Castiel.
Ela ficou espantada e piscou duas vezes até processar o que eu havia dito.
— Você é a garota mais sortuda do mundo. É o Bieber, o gostoso do Farnell, aquele segurança é tudo de bom.
Deixei uma risadinha escapar.
— Vamos nos concentrar no meu problema, ok? Ele saiu daqui super chateado.
— Acha que ele tem sentimentos por você?
— Eu não sabia, mas depois do que aconteceu hoje, eu acho que ele tem, e agora eu o magoei e me sinto péssima porque ele é incrível.
— Olha, eu não tenho uma resposta, mas só posso te dizer que assim como a lua, a vida é cheia de fases, uma hora tudo está bem e outra hora tudo vai mal, mas no final tudo se resolve. Há um jeito pra tudo, menos pra morte. — ela fez uma pausa e suspirou. — Era o que minha mãe me falava todos os dias.
Sorri para ela.
— Obrigada, eu precisava ouvir uma coisa assim.
— Somos as únicas garotas nessa casa, e eu não sabia que estava sentindo tanta falta de uma amiga. — ela sorriu pra mim e eu retribui, indo em sua direção e a abraçando.
Eu e Caitlin éramos mais parecidas do que eu imaginava. Não tínhamos mães, amigas e vivíamos no mesmo mundo.
Mas agora tínhamos uma a outra.
O Jatinho com Bieber escrito em ouro já estava pronto. Iríamos para Montreal, Justin precisava dar uma olhada nos negócios por lá e eu estava super animada, não só por conhecer Montreal, mas sim pelo fato de que irei ver de perto como realmente é uma boate do Bieber.
Sentei ao lado de Caitlin e ficamos conversando o caminho inteiro, mas eu sabia que os garotos não estavam diferentes de nós, pois eu conseguia ouvir suas vozes alteradas e as gargalhadas.
Mas então por um segundo eu desviei meu olhar, encontrando os olhos caramelados em mim. Justin tinha um copo de whisky nas mãos e estava de frente pra mim, com Ryan e Chaz de frente pra ele e Christian e Nolan ao lado. Os garotos ao lado tagarelavam e riam de alguma coisa, mas Justin estava sério com seus olhos em mim.
Desviei o olhar e avisei a Caitlin que iria ao banheiro. Fechei a porta da cabine e me olhei no espelho, pegando um batom e o retocando, mas então a porta se abriu com Justin entrando e trancando a porta logo depois.
Sorri olhando meu reflexo e tirando o barrado do batom vermelho.
Eu sabia que ele viria atrás.
—Achei que não tivesse entendido o porquê de eu estar vindo ao banheiro. — disse, olhando para ele pelo reflexo do espelho.
— Sobre coisas maliciosas eu sempre entendo. — disse dando uma piscadela.
Virei de frente pra ele, olhando diretamente em seus olhos, então de repente o cômodo pequeno ficou enorme, e precisávamos diminuir isso. Me aproximei passando minhas mãos pelo seu peito, com ele me puxando pela cintura, então nossos lábios se encontraram.
Movi minhas mãos, acariciando seus cabelos. Sua língua acariciou a minha, me puxando pela nuca para me beijar mais profundamente. Nossas cabeças se mexiam em simetria, com o pequeno cômodo que era gelado se tornando ardente.
Justin me empurrou contra a porta do banheiro, puxando meu cabelo para trás e distribuindo beijos por ali. Abri minhas pernas, envolvendo uma delas ao redor de sua cintura, fazendo com que ele esfregasse sua intimidade na minha. Gemi baixo, para evitar que todos pudessem ouvir.
Então Justin segurou forte meu pescoço, dando um selinho demorado e se afastando, me deixando sem fôlego.
— Preciso ir, daqui a pouco já vamos pousar, e eu preciso ir primeiro, se chegarmos juntos vão suspeitar. — me afastei da porta, dando passagem a ele que a abriu e saiu logo depois.
Fiquei ainda um tempo recuperando o fôlego e minha sanidade.
Ele é bom em tudo que faz, principalmente em deixar uma mulher louca.
Retoquei o batom (mais uma vez) e voltei para a minha poltrona. Vinte e cinco minutos depois pousamos, com Justin já dando suas ordens.
— Caitlin acompanhe Christian. Ryan vá junto com Chaz e Nolan para a boate, e você — ele disse olhando pra mim — Venha comigo. — ele disse indo até a uma BMW branca com vidros escuros.
— Nós não vamos pra boate também? — disse decepcionada. Não é possível que eu coloquei esse vestido para não irmos à boate.
— Vamos, mas primeiro vamos jantar.
— Você não me disse que iríamos jantar.
— Estou dizendo agora. — disse ríspido.
Bufei e entrei no carro logo depois dele.
Justin nunca deixava de ser Justin.
Quando chegamos ao luxuoso restaurante, eu me sentia uma verdadeira puta. Sabe aquelas putas que acompanha os homens ricos e todos sabem que ela é uma prostituta? Era assim os olhares de todos em cima de mim.
— Eu vou te matar, esse lugar é super chique, estou parecendo uma puta.
— Só parecendo? — olhei irritada pra ele. Ele estava me chamando de puta, na minha cara. — Qual é, Kelsey, sei o seu histórico em Los Angeles.
— Andou pesquisando sobre a minha vida?
— Cada detalhe dela. Onde estudou o primário, onde cursou o ensino médio, sei que era inteligente e conseguiu uma bolsa integral na melhor instituição da cidade, era festeira, uma longa lista de paqueras, era popular, foi líder de torcida, namorava o mais cobiçado da escola, Jered, Jered Grey. Era melhor amiga da mais popular, vivia em festas... Tenho até algumas fotos. — ele sorriu malicioso.
— O que? — gritei, completamente em choque. — Que tipo de fotos?
— Do tipo você e suas amigas bêbadas e peladas nas festas, com os caras chupando seus seios.
— Ai meu Deus. — tampei meu rosto e joguei minha cabeça pra trás, completamente envergonhada. Justin riu e tirou o cinto de segurança para sair do carro.
Esse era o meu passado nas festas que frequentava com Scarlett que eu queria esquecer.
— Confesso que me surpreendeu, Kelsey, e você com todo aquele charme...
— Isso não me faz uma puta, eu era nova, jovens fazem coisas sem pensar.
— Bom argumento. — ele riu debochado e saiu do carro, comigo saindo logo depois e dando passos longos para o acompanhar.
— Estou falando sério, fiz muitas coisas precipitadas, mas não me arrependo. — ele me olhou espantado pela revelação. — Se eu não tivesse feito a metade do que eu fiz, não teria aprendido muita coisa, e eu posso dizer que aproveitei minha adolescência. — sorri determinada, andando em direção ao restaurante.
Justin não disse mais nada, apenas me seguiu.
— Mesa pra dois? — perguntou o garçom.
— Não, mesa pra cinco. — disse Justin. Olhei pra ele confusa.
— Pra cinco? — perguntei, além de grosso é ruim em matemática.
— Me acompanhem. — disse o garçom e nós o acompanhamos em direção a uma mesa para cinco pessoas.
— Justin, porque uma mesa para cinco pessoas? — perguntei quando o garçom se distanciou.
— Por causa disso. —ele apontou para entrada onde tinha um homem com duas crianças entrando. O mesmo falou com o garçom que o conduziu em direção a nossa mesa.
— Quem são eles?
— Meu pai e meus irmãos. — arregalei meus olhos e então Justin se levantou e cumprimentou seu pai.
— Hey, pai, quanto tempo. — Justin o abraçou e recebeu leves tapinhas nas costas. — Princesa, Homem-Aranha. — Justin disse brincando com as duas crianças.
— Justin, Justin, olha o que eu fiz. — disse a linda menina com trancinhas na cabeça, mostrando um desenho para Justin. Pude notar que ela havia desenhado ela com Justin.
— Olha só, que lindo, obrigada Jazzy. — ele beijou sua bochecha, deixando ela toda boba.
— Olha pra mim. — o pequeno garoto com cabelos bem loiros disse, chamando a atenção de Justin. — Estou parecendo com você. — e ele realmente estava. Ele tinha um pequeno topete na cabeça e tatuagens de chicletes coladas nos braços.
— Caramba, nem reconheci que era você mesmo, Jaxon. — então ele bagunçou o cabelo do menino, deixando ele irritado por causa do topete, me fazendo rir. Foi ai que notaram que Kelsey Jenner estava aqui. — Ah, essa é Kelsey, uma... Uma amiga. — seu pai me olhou de cima até em baixo, vendo o vestido colado em meu corpo e o enorme decote, abrindo um sorriso.
— Bela amiga. — ele se aproximou e me cumprimentou, me deixando vermelha de vergonha.
Com certeza ele estava achando que eu era uma das putas de Justin.
— Ela é bonita. — Jaxon cochichou no ouvido de Jazzy, fazendo a menininha rir.
Agora eu estava realmente me sentindo uma puta. Justin poderia ter me avisado que iríamos jantar perto de crianças, assim eu escolheria uma roupa mais apropriada.
— Vamos fazer o pedido. — Justin disse voltando para o seu lugar, e eu para o meu.
— Então, esse lance é sério? — o pai dele perguntou, deixando tanto ele como eu confusos.
— Que lance? — perguntei.
— Vocês dois, Justin nunca me presentou uma garota, então aposto que não é uma puta.
Pelo menos ele sabia que eu não era uma puta. Justin coçou seus olhos, já ficando de saco cheio daquele papo.
— É só uma amiga, pai. — ele o repreendeu com o olhar.
— Tudo bem, só uma amiga. — seu pai riu ironicamente e pegou o cardápio.
Quando começamos a comer, Jazzy e Jaxon sempre precisavam de ajuda para cortar algum pedaço de carne, ou para limpar alguma coisa que haviam deixado sujar...
— É melhor eu ficar perto deles, Kelsey, assim não atrapalha você toda a hora. — Disse Jeremy, já que eu estava perto dos pequeninos e toda hora tinha que ajuda-los com alguma coisa.
— Não, está tudo bem, eu gosto de crianças. — continuei a cortar a carne para Jaxon, que olhava ansiosamente para a deliciosa carne.
— Onde estão seus seguranças? Não vi nenhum. — perguntou Jeremy ao Justin que olhou ao redor, com vários homens olhando discretamente para ele.
O lugar estava repleto de homens espalhados pelo local, alguns fingindo ser fregueses, outros no bar, outros disfarçados de garçom, foi ai que eu comecei a notá-los.
— Eles estão por ai sim, só menos visíveis.
Nunca tinha visto Justin tomar tanto cuidado como agora. Então olhei para as duas crianças e percebi o porquê.
Toda essa proteção era por causa dos seus irmãozinhos.
A cada dia que passava eu conseguia ver lados do Justin que eu não percebi logo de primeira.
A primeira impressão que você tem de Justin é encrenqueiro, grosso, estúpido, patético, mesquinho, vagabundo, entre muitos outros que é melhor eu nem citar, pois a lista é longa.
Mas ao decorrer do tempo pude descobrir lados dele que ficam mais escondidos, como ser atencioso e proteger sempre aquelas pessoas que ama.
Justin amava pouco, mas quando ele fazia isso, ele amava direito.
Justin notou que eu estava olhando pra ele e então olhou pra mim. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas e desviei o olhar, voltando a comer.
Quando o jantar acabou, nos despedimos de seu pai e das crianças, elas aram adoráveis.
Eu e Justin voltamos para a BMW, agora finalmente seguindo rumo a boate.
Ele tinha razão quando disse que suas boates em Montreal não chegavam nem perto do Demon. Aquilo era coisa de outro mundo, toda a estrutura grande e luxuosa, as luzes para todos os lados, o som ensurdecedor.
— Você é bom em boates, Bieber.
— Sou bom em muitas coisas. — deu uma piscadela e saiu do carro.
O acompanhei e nós dois demos as mãos, ao mesmo tempo, como se já estivéssemos acostumados a aquilo, e realmente estávamos, mas não como fingimento, e sim porque queríamos estar de mãos dadas.
A multidão dançava loucamente pela pista. Polly Dances estavam espalhados pela multidão, com mulheres seminuas dançando ao redor deles.
As paredes eram repletas de quadros, espelhos, dando um estilo vintage. As luzes piscavam em vários tons coloridos, acompanhando o ritmo empolgante da música que o DJ estava tocando.
— Esse lugar é incrível. — gritei em seu ouvido, fazendo ele sorrir convencido. Mas ele tinha razão em se gabar, o lugar era foda.
— Vamos procurar os caras. — ele me puxou pela multidão e me guiou até a área VIP, onde Caitlin estava sentada no colo de um homem o beijando, com os caras ao redor com uma puta no colo.
— Olha quem chegou. — Chaz disse levantando sua bebida, nos cumprimentando.
— Não perderam tempo, né seus putos? — disse Justin se referindo as putas ao redor.
— Acha que brinco em serviço? — disse Ryan tragando o narguilé e depois virando seu copo com vodca.
Justin revirou os olhos e tragou o narguilé também, passando logo depois pra mim. Também traguei, sentindo a fumaça na minha garganta e depois cuspindo pra fora. Justin me passou um copo com vodca e eu aceitei, bebericando aos poucos, não queria ficar igual a noite passada, e minha ressaca mal havia passado.
— Pega leve. — disse Caitlin se sentando ao meu lado, depois de ter mandado friamente o cara voltar de onde veio. Às vezes queria ser como ela, ter uma arma na cintura, ficar sem se apegar. Se o cara gosta de mim, tanto faz, se não gosta, tanto faz também.
Mas a situação comigo era diferente.
De repente vi os garotos cochicharem e começarem a rir, então Nolan se aproximou e sentou ao meu lado.
— Hey Justin. — ele disse colocando seu braço ao redor do meu ombro. — Sei que em público vocês fingem ser um casal, mas como eu sei que não são, eu posso ficar com a Kelsey?
Engasguei com a vodca e comecei a tossir. Os garotos começaram a rir e Caitlin tinha uma cara que não conseguia acreditar que Nolan havia pedido isso. E a reação de Justin não foi diferente.
— Perdeu o medo de morrer? — Justin retrucou, com seu rosto sério sem mostrar nenhuma brincadeira.
— Qual é, vocês dois não tem nada mesmo, não tem problema nenhum, ou tem e você não quer nos contar? — ele arqueou a sobrancelha e encarou Justin.
Eu e Justin nos entreolhamos.
— Não tem porra nenhuma, mas temos um trato juntos...
— De não se envolver com ninguém de fora, ok, mas eu não sou de fora, sei que não vai ser corno porque não estão juntos de verdade, sem problemas. — deu de ombros.
— Já falei que não, porra. — Justin disse entre dentes.
— Não é você que decidi, Justin, ele quer ficar comigo, sem problemas, só temos que ir pra um lugar reservado para as outras pessoas de fora não ver. — me intrometi, fazendo Justin me fuzilar com os olhos.
— Eu já disse que não, porra. — ele rosnou, dessa vez completamente agressivo.
— Ok, melhor parar, Nolan. — alertou Ryan.
— Queremos saber o porquê, Justin. — insistiu Nolan, então entendi o que ele estava tentando fazer. Nolan estava tentando apenas fazer Justin revelar algo que sente por mim, um sentimento que até ele mesmo desconhece.
— Vamos embora, Kelsey. — Justin me puxou pelo braço e me arrastou dali, me levando para fora do estabelecimento. — Você iria mesmo ficar com ele? — rosnou andando em direção ao seu carro, comigo o acompanhando logo depois.
Justin andava na frente todo marrentinho, completamente puto.
— Iria, qual o problema?
— O problema é que temos um trato, lembra?
— Mas Nolan estava certo, ele não é de fora, ele sabe que não vai ser corno.
— Kelsey, eu já disse que não. — gritou, fazendo eu dar um leve pulo de susto.
Eu queria que ele dissesse o que estava dentro dele, eu queria que ele me dissesse, mas ele não fazia isso, era como se fosse a coisa mais difícil do mundo pra ele dizer as três palavrinhas.
— Como você pode fugir de algo que está dentro de você? — meus olhos começaram a se encher de lágrimas.
— Não sei do que você está falando. — ele continuou negando, mentindo para ele mesmo.
— Você sabe muito bem do que estou falando. Eu gosto de você, merda.
Seus olhos se arregalaram, então esperei que ele dissesse alguma coisa, qualquer coisa, mas ele disse tudo que eu não queria ouvir.
— Sua vida, seus problemas. — então abriu a porta do carro entrando no mesmo logo depois.
E foi como se o meu chão tivesse desmoronado, mais uma vez.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro