The Baby is...
Minhas mãos estavam suando frio, minhas pernas tremulas e um nervosismo estranho percorrendo meu corpo, estava pior do que da última vez. Só havia feito isso uma única vez, e mesmo depois de estar com ele várias e várias vezes, ainda não estava acostumada, fora que da última vez as coisas saíram totalmente dos eixos, mas dessa vez seria completamente diferente.
Justin estava ciente de tudo.
Estacionei na mesma vaga que havia estacionado da ultima vez com uma boa cobertura para que o carro não ficasse exposto tanto ao sol quanto a chuva.
Olhei meu reflexo no retrovisor encontrando os pares de olhos azuis me encarando de volta. Fique tranquila, já fez isso antes, e ainda por cima escondido, agora tudo estava bem. Disse a mim mesma, tentando manter a calma e controle.
O que eu estava fazendo? Que patética, já fiz isso antes e nas piores condições possíveis, agora eu tinha o consentimento, não precisava do pânico. Tentei me acalmar mais uma vez, estava sendo estúpida. Mas da última vez pelo menos tive companhia, estava com Castiel. A voz negativa mais uma vez tentou me alfinetar, mas ignorei pegando minha bolsa que estava sobre o banco ao lado, abrindo a porta e saindo do mesmo, travando a porta logo depois.
Caminhei na direção da entrada, onde eu sabia que ele estava me aguardando. Mikael estava impecavelmente vestido com sua roupa de hipismo: Calça marrom clara, botas de montaria preta, blusa polo branca com blazer preto por cima. Aquelas típicas roupas elegantes de hipismo.
Quando o avistei e seus olhos encontraram os meus, senti meu estomago revirar. Não por me sentir mal em estar com ele, mais pelo fato que eu queria tanto estar com ele, queria tanto que gostasse de mim que estava me sentindo insegura.
Nunca em toda minha vida tive uma figura paterna fazendo de tudo para sair comigo, estar comigo, se preocupar comigo. Esse momento era importante para mim.
— Puxa, você está... Incrível. — Disse sorrindo quando me aproximei, o olhando de cima a baixo.
— Não sou eu, são as roupas. — Abriu seus braços e fez uma pose engraçada, colocando as mãos na cintura.
Dei risadas e logo ele me acompanhou. Quando ficamos sérios, ele suspirou e disse:
— Estou feliz por ter vindo, isso está sendo importante pra mim, ainda mais quando foi Justin que concordou com tudo.
— Também fiquei surpresa, mas ele me ama, não poderia esperar menos dele. — Dei de ombros.
— Não posso discordar, você o fisgou em cheio. — Ri em resposta acompanhando Mikael pelo o caminho que nos levava a área principal em que já estive da ultima vez onde tomamos café da manhã. — Vamos tomar um café da manhã caprichado, deve se alimentar bem, depois vou te mostrar uma surpresa.
— Surpresa? — Olhei para ele animada, e pela sua risada com certeza meus olhos deveriam estar brilhando igual a um vaga-lume.
Minha relação com a palavra "surpresa" era de amor e ódio. Amava ser agradada com alguma surpresa, mas odiava quando me diziam isso antes da hora, completamente desnecessário, as pessoas ficam ansiosas aguardando a tão esperada surpresa.
Mas eu não diria isso a ele, queria agradá-lo, então apenas guardei minha empolgação e curiosidade, o acompanhando para o café da manhã.
A mesa estava farta, mais farta que da ultima vez. O lugar também estava lotado, não esperaria menos de um dia de competição. Veria Mikael montar pela segunda vez, mas dessa vez sem Jenna ou Castiel, completamente sozinha.
Quando Mikael me chamou para sair com ele prometi a mim mesma não levar ninguém, seria apenas algo entre pai e filha.
Pai e filha. Isso ainda soava estranho. Nunca conseguiria me referir a ele como pai, pelo menos não agora, e justamente por isso pretendi vir sozinha. Precisava passar um tempo a sós com ele.
Comecei pelos croissant deliciosos de queijo com presunto, bebendo um delicioso suco de laranja da fruta — meu preferido. Depois ainda comi biscoitinhos amanteigados, iogurte com frutas e bolo de chocolate.
— Pelo menos agora tem desculpa por estar comendo por dois. — Mikael brincou, me cutucando. Ri enquanto dava um tapinha em seu ombro.
Sempre fui boa em comer, agora com outra boca para alimentar, a situação estava piorando cada vez mais.
Quando terminei — já que Mikael já havia parado de comer a muito tempo —, nos retiramos do local luxuoso e seguimos para a arquibancada VIP, a mesma na qual fiquei da ultima vez com Jenna.
— Sente-se e fique a vontade, esse é o garçom Anderson — Me apresentou o rapaz ao seu lado que não aparentava ter menos de vinte e um anos — Ele está aqui especialmente para lhe servir, qualquer coisa que quiser. Assim que acabar eu voltarei, então não saia daqui. — Mikael ditou todas as instruções como se eu fosse uma criancinha.
— Não vou a lugar algum. — O tranquilizei, sorrindo. Mikael retribuiu o sorriso e beijou minha testa antes de se afastar.
— Gostaria de alguma coisa, senhorita? — Anderson perguntou educadamente — talvez até com um pingo de flerte em suas palavras —, ele era bonito, jovem, moreno de olhos escuros e profundos, mas não chegava perto da beleza e a exalação sexy e todo o charme de Justin.
— Estou bem, obrigada. — Sentei-me na poltrona confortável e fiquei apreciando a vista de cima que a arquibancada proporcionava da grande pista de hipismo. Tudo estava preparado e os competidores a posto.
Os primeiros competidores estavam nervosos, com isso deram pequenos deslizes, mas nenhum acabou perdendo muitos pontos. Mesmo não entendendo muito do esporte, acho que em todo jogo a quantidade de pontos que se perde — mesmo sendo uma pontuação inferior — já conta. Esses décimos perdidos podem ser os décimos que deixarão Mikael à frente.
Apenas um participante caiu feio durante o percurso dos obstáculos, mas depois do grande susto tudo voltou ao normal.
Então Mikael entrou com seu belo cavalo Billy. Levantei e fiquei apoiada na grade, para ter uma visão melhor de tudo.
Mikael começou pelos percursos menores, aquecendo o cavalo, então partindo para os obstáculos maiores. Billy era lindo e forte, todo o seu pelo marrom brilhava a distância com sua crina perfeitamente esvoaçante contra o vento.
Meu coração se apertou quando a pata de Billy encostou-se a uma barra enquanto ele saltava, mas todas permaneceram intactas e Billy pousou com elegância no chão. Soltei um suspiro de alívio e gritei um: Vai Billy! Levantando minha mão em torcida.
Comecei a pular e a bater palmas loucamente quando todos os obstáculos acabaram sem que derrubassem nada durante o percurso.
Queria descer e ir correndo parabenizar Mikael e acariciar Billy, mas prometi a ele que estaria aqui quando voltasse.
Quando o ultimo competidor atravessou a pista, era hora dos jurados somarem as pontuações e anunciarem o vencedor.
Cruzei meus dedos e fechei meus olhos, estava tão nervosa que meu coração poderia sair pela minha garganta a qualquer momento.
— E em primeiro lugar... Mikael Bakerville com Billy. — Arregalei meus olhos na mesma hora em que ouvi os nomes, começando a pular e a gritar igual uma adolescente do colegial.
— Está empolgada. — Anderson se aproximou rindo da minha animação.
— Óbvio, meu pai ganhou. — Paralisei no mesmo instante, sem acreditar que realmente havia dito isso em alto e bom som pela primeira vez.
— Você está bem? — Anderson perguntou quando de repente me calei e fiquei paralisada.
— Oh... Claro, desculpe. — Sorri sem jeito, passando minha mão pelo cabelo para arrumar alguns fios que cismavam em cair em meus olhos.
—Você não comeu ou bebeu alguma coisa, tem certeza que não quer nada? — Olhei para ele e de repente senti um calafrio. — Você está bem, senhorita? — Ele segurou o meu braço, me observando de forma cautelosa, com a preocupação nítida em seu olhar.
— Estou sim, só preciso me sentar, e traga um copo bem gelado de água com limão, por favor.
— Já volto. — Se retirou indo buscar o meu pedido enquanto a onda de calafrios continuava pelo meu corpo. O que estava acontecendo? Será que tem algo a ver por eu ter chamado Mikael de pai inesperadamente? Claro que não, não fazia sentido.
Logo Anderson voltou com o copo de água com limão no qual bebi devagar, respirando fundo várias vezes.
— Quer que eu chame os paramédicos?
— Já estou melhor, não se preocupe. — Devolvi o copo vazio para ele com apenas a rodela de limão no fundo do copo. — Vou só aguardar Mikael... Oh, ai está ele. — Falei me levantando ao vê-lo vindo em minha direção com sua medalha no peito e seu troféu enorme de primeiro lugar em mãos. — Meus parabéns, você e Billy arrasaram. — O parabenizei abraçando-o assim que se aproximou.
— Você viu aquilo? Foi fantástico, nunca fiz um percurso tão bem assim, acho que me deu sorte, mocinha. — Ele acariciou minha bochecha com o polegar. Sorri.
— Acho que da ultima vez Jenna que foi o pé frio. — Ele riu me acompanhando, mas senti a tensão que o nome de Jenna causava a ele. Isso era triste e miserável estarem separados depois de saberem toda a verdade, depois de saberem que anos se passaram e continuavam longe um do outro.
Eu morreria se fosse eu e Justin.
— A casa é a mesma. — Disse de repente. Mikael me olhou franzindo o cenho, não compreendendo onde eu queria chegar. — A casa da minha tinha Beth, irmã da Jenna, é a mesma de sempre em Los Angeles, creio que você saiba onde fica. — Ele assentiu abaixando sua cabeça e rindo envergonhado, entendendo perfeitamente onde eu queria chegar. — Se eu fosse você, iria atrás dela.
— Desculpe interromper, irão precisar ainda dos meus serviços? — Perguntou Anderson se aproximando.
— Quer mais alguma coisa? — Mikael perguntou para mim, depois do meu "não" em resposta, Anderson foi dispensado e fui levada para escovar Billy.
Quando chegamos ao estábulo, Billy ainda estava todo equipado. Ajudei Mikael a tirar a sela, manta, cabresto e outros... De Billy para depois escová-lo. Ele se lembrou de mim, deixando facilmente acaricia-lo.
Depois que Billy estava confortável e sendo alimentado, voltei minha atenção para Mikael.
— Não me esqueci da minha surpresa, ok? — Ele riu e esticou seu braço para que eu o acompanhasse.
— Muito menos eu, venha comigo. — Nos afastamos do estábulo e seguimos para o campo onde era usado apenas para cavalgar, foi ali que montei em Billy pela primeira vez.
Assim que nos aproximamos, avistei um cuidador cavalgando com um lindo cavalo branco.
— Nossa, que cavalo lindo. — Olhei admirada para sua crina branca esvoaçante contra o vento, era tão lindo.
— Gostou? Pois é seu. — Desviei minha atenção do cavalo para Mikael, completamente boquiaberta.
— O que? — Perguntei embasbacada.
— Na verdade é sua, pois é fêmea, está entrando ainda na fase adulta, sempre foi treinada, é dócil e atenciosa, irá gostar dela. — Continuei a olhar para ele completamente perplexa.
— Está falando sério? Tipo, sério, sério mesmo?
— Óbvio, é meu presente de aniversário atrasado, já que muitas coisas aconteceram desde que voltou da sua viagem de aniversário com Justin, não tive a oportunidade, mas aqui está seu presente. — Levantou suas mãos em direção ao lindo cavalo. Mikael assoviou e o cuidador veio em nossa direção. Fiquei sorrindo feito uma boba quando o cavalo se aproximou. O pelo era tão branco e impecavelmente hidratado. — Esse é Richard, ele cuida da sua égua, pode sempre contar com ele, está muito acostumado com ela.
— Prazer, Richard. — Nos cumprimentamos, então voltei a admirá-la.
— Vou instruí-la no que precisar, não se preocupe. — Tranquilizou.
— Está na hora de batizá-la, dê um nome a ela. — Mikael disse me observando com humor. Olhei novamente para ela e pousei calmamente a palma da minha mão em seu rosto, acariciando-a. Seus olhos olharam para mim me fazendo sorrir.
— Smile. — Pronunciei ainda sorrindo admirando toda a extensão de seu pelo. Ela transmitia paz, tranquilidade, sorrisos... — Nome dela será Smile.
— Ótima escolha. — Incentivou Richard. — Agora vá estreá-la, sabe cavalgar?
— Ela só fez isso uma vez, mas vou ajuda-la. — Mikael disse se aproximando e tomando a rédeas do cavalo.
— Se precisarem de mim, é só me chamar. — Assentimos e então ele se afastou, deixando apenas nós dois junto com Smile.
— Venha, ela está pronta para você. — Sorri empolgada e aceitei a ajuda de Mikael. Fizemos igual a ultima vez, andamos pelo enorme campo em círculos enquanto conversávamos. Foi um papo tranquilo e animado até eu sentir novamente os calafrios voltarem.
Engoli em seco sentindo minhas mãos suarem frio com calafrios percorrendo pela minha espinha.
— Mikael... — Suspirei fundo, tentando ficar calma, sentindo outra onda de calafrios.
— Sim? — Perguntou sorridente, mas quando seus olhos se firmaram em mim, ele parou Smile na mesma hora. — O que houve? Está passando mal?
— Sim, preciso descer... Por favor. — Sussurrei as palavras sentindo meu corpo suar frio. Mikael me puxou pela cintura me colocando de volta ao chão.
— O que foi Kelsey? Fez força? Está sentindo alguma dor? — Ele segurava meu rosto com suas duas mãos, tentando me fazer encarar seus olhos, mas eu não conseguia, pois tudo estava escurecendo, até que... — Oh! — Mikael disse enquanto eu vomitava em suas botas de montaria. Tudo que havia ingerido no café da manhã estava sendo posto para fora naquele momento.
Quando levantei minha cabeça e voltei a encarar Mikael, os calafrios haviam passado, minha mente havia voltado ao seu estado sã e meu corpo havia relaxado depois da grande tensão.
— Foi meu primeiro enjoo da gravidez, me desculpe, comecei a me sentir mal, mas não sabia exatamente sobre o que era. — Disse passando minha mão pelo meu rosto, completamente envergonhada. Suas botas estavam um nojo nesse momento.
— Não se preocupe, botas são lavadas, mas você está melhor agora? — Segurou em meu rosto, olhando bem em meus olhos.
— Muito melhor, acho que o bebê não gostou muito da mistura louca que fiz no café da manhã. — Rimos juntos antes de ele beijar minha testa e nos guiar de volta para o estábulo onde deixamos Smile para depois me recompor bebendo mais água gelada com limão, ajudava no enjoo.
Na hora de ir embora Mikael fez questão de me deixar em casa, mandaria um de seus seguranças levarem meu carro para casa mais tarde.
— Obrigada pela manhã, foi muito divertida, estou feliz por ter ganhado. — Agradeci quando estacionamos em frente à mansão de Justin.
— E estou feliz por você ter estado lá torcendo por mim.
— Desculpe mais uma vez pelo vômito. — Sorri sem graça, fazendo-o rir novamente.
— Ainda bem que eu estava com elas. — Rimos de novo antes de eu sair do carro e fechar a porta, mas antes de entrar, olhei para ele pela janela.
— Eu realmente amei meu presente, mal posso esperar para passar mais tempo com Smile, obrigada. — Sorri e acenei, então me afastei, voltando para mansão.
Apesar do vexame com o vomito, hoje havia sido um dos poucos dias que eu mais havia amado viver aqui no Canadá desde minha chegada á dois anos.
A mansão estava silenciosa, sabia que Caitlin havia saído com Castiel, Justin estava no escritório resolvendo assuntos de trabalho o que acabou me proporcionando um momento em paz.
Fui ao banheiro e escovei os meus dentes depois do ocorrido mais cedo, depois me joguei no sofá e liguei a TV procurando qualquer coisa para assistir. Meia hora depois escutei a porta do escritório de Justin ser aberta com o mesmo dando algumas instruções. Tentei entender do que estava falando, sem sucesso.
Levantei minha cabeça para observá-los, Chaz e Nolan subiram as escadas enquanto Christian seguiu em direção à cozinha. Pensei que Justin fosse voltar para o escritório, mas quando o vi girar as chaves do carro em seus dedos, levantei em um pulo desligando a TV e indo atrás.
— Onde pensa que está indo? — Justin se virou para mim, surpreso.
— Quando chegou? Não ouvi o som do seu carro. — Ele se aproximou acariciando meu ombro e me dando um selinho.
— Faz meia hora, sabia que estava no escritório em reunião, não quis atrapalhar.
— Nossa, que milagre. — Fez uma cara de espanto, tirando uma com a minha cara.
— Não comece. — Revidei dando um leve tapinha em seu ombro e depois envolvendo meus braços ao redor do seu pescoço. — Onde está indo?
— Só irei ao Demon, preciso resolver algumas coisas administrativas.
— Ok, então. — Me desvencilhei dele.
— Ok, então o que?
— Irei junto, vamos lá, sinto falta do Demon.
— Você está grávida. — Lembrei-me do vexame com o vomito mais cedo, se eu contasse isso a ele com certeza iria me forçar a ficar de repouso durante o dia inteiro, talvez até a semana.
Teria que deixar essa passar.
— Nossa, não é mesmo que eu estou grávida? — Agora foi a minha vez de tirar uma com a sua cara, tentando tirar o foco do que ocorreu mais cedo. Ele revirou os olhos, mas riu. — Estou grávida, não morta, e ainda está de dia, a farra ainda não começou.
— Tudo bem, e de lá levarei você em algum restaurante. — Sorri em resposta e apoiei meu braço em seu ombro enquanto íamos para garagem. Droga. Tudo que eu menos precisava era passar por outro vexame com milhares de pessoas ao redor observando. Teria que pensar em como fazê-lo desistir do restaurante sem ao mesmo tempo dizer sobre os enjoos.
Entramos no Demon de mãos dadas com Justin cumprimentando algumas pessoas conhecidas. Estava começando a me arrepender de ter vindo quando o cheiro forte de maconha e nicotina impregnou em minhas narinas.
— Esqueci sobre isso. — Justin disse repreendendo a si mesmo. — Vamos subir.
— Olha quem apareceu, boa tarde, chefe. — Uma voz feminina falou logo atrás de nós. Assim que olhei para trás, observei uma mulher de cabelos curtos e tatuada atrás do balcão.
— Bom dia, Tina. Não quero ninguém me incomodando no escritório, a não ser que eu chame. — Antes que ela dissesse alguma coisa, Justin me puxou para as escadas. Quando entramos no escritório e a porta foi fechada, olhei para ele.
— Não me lembro dela.
— É nova, ficou no lugar de Kristin, lembra? — Murmurou indo para sua mesa, começando a mexer na papelada. Olhei ao redor e tudo estava igual desde a última vez em que estive aqui.
— Onde aconteceu? — Justin que tentava manter sua concentração na papelada, levantou rapidamente sua cabeça para mim, voltando de novo sua atenção para o que estava fazendo.
— Onde aconteceu o que, louca? — Revirei os olhos.
— Onde aconteceu aquela ceninha com a puta em cima de você. Está lembrado do que aconteceu enquanto eu estava acidentada? — Arqueei uma sobrancelha para ele. Justin parou no mesmo momento o que estava fazendo, jogando a papelada de lado e me olhando com um sorrisinho no rosto.
— Então é por isso que resolveu vir?
— Isso o que? — Me fiz de desentendida indo até ele e me sentando em seu colo. Justin riu.
— Quis vir só para ver quem era. — Ele tinha razão, mas não iria entregar isso de mão beijada a ele.
— Vai me dizer ou não? — Insisti, cruzando os braços.
— Foi exatamente assim, eu aqui e ela ai, onde você está.
— No seu colo? Ela sentou em você completamente nua? — Agora eu estava em pé olhando para ele furiosa.
— Sim, eu já te expliquei, foi algo inesperado, mas eu não te traí, eu a expulsei. Está lembrada dessa parte? — Tentou amenizar, mas eu já estava furiosa. — Já passou, Kelsey, você sabe disso.
— Pra mim não, e você vai me ajudar a se vingar dessa puta.
— E se eu não fizer? O que acontece?
— Vamos dizer que eu tenho a chave da porta do paraíso, se não fizer, ela permanecerá fechada. — Justin não conseguiu se segurar e caiu na gargalhada.
— Sua vagina é mesmo um paraíso, ótima observação. — Me puxou pela cintura para me beijar. — Deus me livre ficar sem entrar no paraíso, não é mesmo? — Brincou nos fazendo rir. — Então, qual é o seu plano?
Quando escutamos passos em um salto alto se aproximando da porta, envolvi meu braço ao redor do pescoço de Justin, pronta para começar com a vingança.
— Você é muito malvada, e eu adoro isso. — Justin sussurrou em meu ouvido de forma maliciosa, dando um tapa na minha bunda nua.
— Eu sei. — Sorri em resposta, então as três típicas batidinhas na porta chamaram nossa atenção. Estava na hora do show começar. — Agora! — Sussurrei para ele que riu em resposta, ele estava amando tudo isso.
— Pode entrar. — Esbarrei meus lábios nos dele assim que escutei a porta ser aberta. Continuamos a nos beijar loucamente enquanto eu percebia que a mulher havia parado logo na porta, provavelmente chocada com a cena ao me ver completamente nua sentada no colo de Justin com as pernas ao redor de sua cintura, exatamente como ela ousou fazer quando tentou seduzi-lo.
Continuamos a nos beijar loucamente, podia sentir o membro de Justin endurecendo contra sua calça, até que ela pigarreou chamando por nossa atenção.
— Sim? — Justin olhou para ela com indiferença, ainda me beijando com suas mãos passeando pelas minhas costas e apertando minha bunda.
— Me chamou? — Sua voz saiu entrecortada, estava nervosa.
— Sim, chamei. Pede para Tina encomendar comida italiana para mim e minha noiva. — Justin deu ênfase à "noiva" enquanto eu descia meus beijos pelo seu pescoço. O almoço no escritório foi ideia minha para me livrar de ir ao restaurante e acabar passando vergonha se caso eu enjoasse. Acabou tudo dando certo no final, Justin não desconfiou de nada.
— Alguma bebida? — Ela perguntou com uma voz fanhosa, completamente desconfortável com a situação. Parei de beijar seu pescoço e olhei para ela pela primeira vez. A vaca era linda, ótimo corpo, cabelos negros, exatamente do jeito que eu sabia que Justin gostava, mas não era ela que estava noiva, grávida e nua em cima dele, não é mesmo?
— Nada alcoólico, estou grávida, não fará bem ao nosso bebê, não é amor? — Sorri para Justin que concordou acenando com a cabeça e retribuindo meu sorriso antes de voltar a me beijar.
— Sim, senhora. — Murmurou antes de sair e fechar a porta. Eu e Justin interrompemos o beijo caindo na gargalhada.
— Você é muito malvada, futura Sra.Bieber. — Apertou minha bunda com força, fazendo um gemido sair do fundo da minha garganta. Imediatamente Justin voltou a me beijar e a conduzir sua mão para o meio das minhas pernas que estavam completamente abertas para ele. Seus dedos acariciaram meu clitóris, provocando outro gemido.
— Puta que pariu, você está tão molhada. — Continuou a me esfregar enquanto beijava meu pescoço e chupava os meus seios. Outro gemido escapou mais forte e intenso, isso estava tão bom.
Justin já estava sem blusa, então desci minhas mãos para o botão da sua calça o desabotoando, logo me livrando delas junto com sua boxer. Segurei seu membro ereto e massageei-o enquanto ele continuava seu belo trabalho em meu clitóris. O lugar foi preenchido por gemidos e suspiros de prazer.
— Quero ver você quicando em mim. — Ordenou afastando seu corpo, e esse era o tipo de ordem que eu cumpriria com prazer. Segurei seu membro e sentei lentamente, mantendo meu olhar fixo no dele. Quando sentei até o final, soltamos um suspiro alto de prazer, começando a subir e a descer com Justin segurando em minha cintura para proporcionar um melhor impulso.
Logo nossos corpos estavam cobertos por uma camada de suor, gemidos e cheiro de sexo sendo impregnados no ar.
— Olha para cima. — Disse grudando seu peito contra o meu, mantendo nossos corpos bem unidos. O teto era coberto por espelhos e a imagem que eu via logo acima era completamente erótica e prazerosa: Eu e Justin nos possuindo loucamente. — Essa é você se esfregando em mim, me sentindo por completo. Você é uma safada gostosa. — Então bateu em minha bunda com força fazendo um gemido alto — muito alto — sair da minha garganta.
— Ai meu Deus, Justin! — Gritei alto sentindo o ápice se aproximar. Justin me abraçou forte grudando meu peito contra o seu, com minha cabeça apoiada em seu ombro, então começou a penetrar rapidamente várias e várias vezes, com meu corpo convulsionando. Tentei afastá-lo dando alguns tapinhas leves em seu ombro, mas não era o suficiente. O prazer era tão insuportável que eu queria que ele parasse e ao mesmo tempo não. Queria que continuasse e ao mesmo tempo não.
Meu corpo tremia loucamente enquanto o ápice me consumia por intenso, proporcionando o orgasmo de Justin.
Nós dois gritamos quando atingimos nosso ápice, com meu corpo caindo mole sobre o seu e seus braços caírem pendurados ao redor da cadeira. Relaxamos por um tempo até nossa respiração se normalizar.
Justin afastou meus cabelos suados do pescoço e beijou ali. Levantei minha cabeça para encarar os seus olhos.
— Isso foi incrível, Justin. Conseguiu ser melhor que na noite em que me pediu em casamento.
— Sabe no que eu estava pensando? Na noite em que pedi você em casamento, o sexo não foi só ótimo por estarmos algum tempo sem transar, foi ótimo porque teve toda aquela excitação de você nua contra o vidro. Hoje foi quase a mesma coisa, a excitação de achar ou saber que alguém estava nos observando, isso é excitante.
— Está insinuando o que eu acho que esteja insinuando? — Arqueei minha sobrancelha para ele.
— De experimentar fazer sexo com alguém observando? Sim, estou insinuando isso, se você quiser, é claro. — Dei risada, comecei a achar que estava louco, mas então me lembrei do quanto realmente foi prazeroso achar que alguém poderia estar me vendo nua contra o vidro, ou alguns minutos atrás quando estava sendo observada. Foi excitante e ambas as experiências me proporcionaram orgasmos maravilhosos.
— Não custa nada ter alguma experiência diferente para apimentar a relação, não acha? — Justin correspondeu sorrindo maliciosamente.
— Não disse que era safada? — Nós dois rimos e nos beijamos antes de colocarmos nossas roupas e esperarmos a comida.
Almoçamos — e fiquei aliviada por não ter posto nada para fora —, e assim que Justin terminou tudo que tinha para resolver, voltamos para casa.
Estava nervosa, muito nervosa. Também estava ansiosa, já havia roído praticamente todas as minhas unhas. Olhei para Justin notando sua perna balançando, também não estava muito diferente de mim.
A semana passou voando e finalmente eu estava aqui para saber o sexo do meu bebê. Só em me lembrar disso uma agitação se formava dentro de mim. Iria finalmente saber se estava esperando um menino ou uma menina.
— Srta.Jenner? — A enfermeira me chamou. Eu e Justin nos levantamos e seguimos de mãos dadas para a sala da médica.
— Está sendo um saco sempre te chamarem por Jenner, está na hora de mudarmos para Bieber. — Olhei para ele e Justin sorriu. Sorri para ele em resposta. Não iria achar nada mal em já ter o sobrenome Bieber.
— Bom dia. — Disse a doutora assim que entramos. Eu e Justin a cumprimentamos antes de nos sentarmos. — Hoje não é o dia da consulta, vieram só buscar o exame, não é isso? — Assenti e logo a mesma foi atrás do envelope com o resultado do meu exame. Eu e Justin demos as mãos de novo e aguardamos ansiosamente enquanto ela voltava e o abria. Ela passou os olhos por cima do exame e quando vi sua expressão confusa, apertei a mão de Justin com mais força.
— O que houve? Tem algo errado? Por favor, não me diga que não tem nenhum bebê dentro de mim. — Deus me livre se algo assim acontecesse comigo. Quantos casos não já foram registrados do seu próprio organismo criar algo que não existia? Ou então você ter algum problema psicológico e criar uma gravidez falsa? Não queria ouvir nada disso vindo dela.
— Não, não é isso, muito pelo contrário. — Ela olhou para mim e para Justin sorrindo. — Quando fizemos aquela ultrassom você estava de poucas semanas, o feto nem tinha se desenvolvido direito... — Ela parou olhando fixamente para o exame, parecia maravilhada, mas estava começando a me assustar. Olhei para Justin e seu rosto estava tão confuso quanto o meu. Estava admirada por ele não ter perguntado nada até agora, deveria estar com medo da resposta tanto quanto eu. — O que eu estou tentando dizer é que muitas vezes no início não temos total visão do que realmente está acontecendo, acaba passando despercebido.
— Será que dá pra agilizar, eu já estou ficando perdido. — Justin finalmente se manifestou.
— Na consulta passada eu havia explicado que na presença do cromossomo "Y" indicava ser um menino, na ausência, uma menina. Como esse exame é mais profundo, ele indicou na verdade dois fetos sem cromossomo Y, ou seja, vocês terão filhas gêmeas. — Ela sorriu ao dar a notícia. — Mas não fiquem apavorados... — Emedou rapidamente ao ver nossa reação de confusão e espanto. Ela tinha visto só um bebê, como agora eram dois?— Isso já aconteceu em vários casos de na primeira ultrassom mostrar apenas um feto, mas em outros exames acabarem mostrando que na verdade havia algum outro bebê, dependendo do caso, e isso é completamente normal, por isso a primeira ultrassom não é muito confiável em relação a isso. Mas as duas foram geradas juntas, terão o mesmo tempo de gestação, nascerão no mesmo dia, não precisam se preocupar com nada disso. — A doutora falava, falava e falava mas eu e Justin continuávamos paralisados, sem nenhum tipo de reação.
Duas meninas.
Eu estava grávida de gêmeas.
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