Capítulo 23
Rodolfo acordou sentindo o peso de Ana Elisa sobre seu corpo, ela estava encostada nele apoiando metade de seu corpo sobre o peito dele, ele olhou pela janela e viu o horário, ele suspirou. Naquele instante ele deslizou seus dedos pelo cabelo de Ana Elisa tirando do rosto dela, sim ele estava completo naquele momento, imerso naquela emoção que ele pedia para não perder.
Ela parecia um anjo enquanto dormia, um semblante tão calmo e doce, era impossível não admirar a beleza dela. Talvez tivesse chegado na vida dele da forma mas estranha que uma mulher poderia chegar mas todo aquele desejo se transformava em carinho, em adoração, em admiração.
Pensando em fazer uma surpresa pra Ana Elisa, Rodolfo tentou se levantar sem acordar ela, pensou que tinha tido sucesso mais quando virou de costa Ana Elisa segurou sua mão sem abrir os olhos e disse: — Onde vai?
— Vou no banheiro, vou fazer café. — Rodolfo aproximou seu rosto do dela e beijou sua testa — quer comer alguma coisa?
— Quero dormir.
— Pode dormir meu anjo — ele beijou a testa dela, o sorriso brotou em seus lábios e ela se virou de costa pra ele, enfiando a cara no canto escuro do sofá
Rodolfo estava empolgando, fazendo café e quase dançando pela cozinha, algo ele não era, silêncioso. Ana Elisa acabou se levantando, foi até o banheiro e usou a escova de dentes dele, Rodolfo ia ficar bravo? Bom ele sabia por onde a boca dela havia passado. Quando chegou a cozinha e o abraçou por trás.
— Bom dia meu amor — Ele disse enquanto mexia na pia, Ana Elisa beijou as costas dele
— Tem como você fazer mais barulho?
— Posso tentar, quer? — Rodolfo derrubou um talher que ecoou na cozinha.
— Não — Rodolfo se virou e sorriu pra ela, a levantou e colocou na pia — Bom dia, dormiu bem?
— Como um bebê bêbado — respondeu ela acariciando os cabelos de Rodolfo.
— Está fazendo café?
— Não amor. Sim e não, eu mandei mensagem na padaria e vão trazer pra mim. Eu não sou boa dona de casa.
— Não mesmo — Ana Elisa riu, — mas você se esforça é isso que importa. — Rodolfo balançou a cabeça rindo pra ela, ele apertou sua cintura e beijo seus lábios de forma gentil, ambos estavam em um momento de intimidade quando um barulho os assustou.
Logo em seguia silêncio, a porta do quarto de Rodolfo abriu a mãe de Ana Elisa saiu e caminhou direto para o banheiro
— Ela tá bem? — Perguntou Rodolfo encarando ouvindo a porta bater.
— Acho que não — Disse Ana Elisa, vendo sua mãe sair de dentro quarto e ir até o banheiro — Acho que tropeçou em uma das suas parafernalhas. precisamos de uma casa maior.
—Vou comprar a casa dos seus sonhos
— a da Barbie?
— Claro — Rodolfo riu e abraçou Ana Elisa.
Levou algum tempo para Ângela voltou, ela arrasou a cadeira de madeira de forma pesada fazendo barulho quando o piso do chão. Ana Elisa desceu da pia e Rodolfo e ela ficaram com suas expressões seria.
— Quer café senhora? — Rodolfo pegou uma xicara de café e entregou para ela — espero que esteja do seu agrado.
Silêncio, ela tomou um gole do café mais fio em silêncio, Rodolfo e Ana Elisa se entreolharam. O som da campainha foi um alivio para Rodolfo que sentia seu corpo tenso, pensando que talvez fosse a entregada da padeira, mas deu de cara com boque gigante de flores, rosas, atrás dele estava Eduardo.
— Senhor, bom dia — Rodolfo se sentiu momentaneamente constrangido, estava sem camisa, ele não ligava para isso estava em casa, ele olhou para dentro e Ana Elisa estava usando uma camisa dele.
— Minha esposa está ai?
— Como? — Rodolfo disse tentando organizar seus pensamentos — Está desculpa.
Rodolfo deu passarem para Eduardo quando a mãe de Ana Elisa se levantou — Ângela — ele a chamou — Ela se virou e entrou no quarto de Rodolfo batendo a porta.
Ana Elisa olhou para sua mãe que caminhou até o quarto de Rodolfo e bateu a porta.
— O senhor quer entrar?
O pai de Ana Elisa entrou se aproximou dela — Oi bonequinha — Ele beijou a testa de Ana Elisa. — sua mãe está bem?
— Com muita raiva de você.
— Eu ia trazer mil rosas mas não cabia no carro
— posso ir até lá?
— Claro — Rodolfo disse, eles estavam na cozinha olhando a cena, parecia cômica.
Ana Elisa e Rodolfo se entreolharam, como se tivesse curiosos para saber o que dizer o próprio Eduardo não sabia ao certo o que dizer, Ângela estava magoado para ele parecia apenas uma tempestade em copo d'água, a algum tempo pequenas coisas tem deixado sem anjo muito hostil.
Enquanto Ana Elisa morava fora ela foi para a terapia e tinha se tornado menos passiva, ele gostava deste lado da sua esposa mais não algumas coisas eles deviam engolir pelas convenções sociais.
As suaves batidas na porta faziam seu coração acelerar, do outro lado da porta de madeira na casa de Rodolfo lagrimas rolavam pelo rosto de Ângela pro sua vida toda ela se lembra de ter sido compreensiva e aceitar tudo pelo bem da família mas algumas coisas ela não se submeteria mais.
Eduardo encostou a mão que carregava a grande aliança de ouro na madeira e disse:
— Anjo vamos conversar. — Nada, apenas silêncio — Você sabe que eu não fiz por mal. Abre a porta anjo. Anjo a gente pode brigar mas não podemos ficar longe um do outro, por favor abre a porta.
— Você vai pedir desculpa? — Ela disse do lado de dentro encostada na porta esperando algo de seu marido que por muitos anos ela não teve.
— Claro, me desculpa meu anjo — Eduardo disse.
— Para o Rodolfo?
— Pelo que? — Eduardo pergunto confundo, seu olhar voltou para Rodolfo rapidamente e depois pra porta.
— Não vou abrir então.
— Peço só me diga o que eu fiz de errado meu anjo
Rodolfo estava meio sem jeito — sua mãe tá fazendo o que?
— Não sei — Ana Elisa comentou.
Ambos olharam novamente e voltaram sua atenção para a porta, o barulho da chave girando agora foi mais alto do que da primeira vez, todos estavam atentos quando Ângela apareceu.. Eduardo entregou as flores. Ângela segurou e bateu nele com o ramalhete de flores e lhe disse com a voz cheia de emoção — Você é um traidor. — Ana Elisa parecia chocada com a situação, era inacreditável.
— meu anjo fica calma.
— Como ousa ficar contra nós — Disse quando batia o ramalhete de flores contra Eduardo
— Eu não tomei partido
— Devia ter tomado da sua filha — Ela bateu nele — como ousa deixar aquele moleque chamar ela de vagabunda. Escuta aqui Eduardo Ravanelli, se o Caio entrar por uma porta eu saio pela outra com a Elisa. Está me entendendo.
— Sim senhora, eu entendi — Disse tentando se defender dos golpes.
— ótimo — ela respirou profundamente jogou as flores nele — não quero isso.
Ângela voltou para cozinha, pegou a xicara de café e tomou um gole. — Então, crianças — Ela disse olhando Rodolfo e Ana Elisa que estavam parados lado a lado. — Quarta feira tem um feriado, nós vamos viajar.
— Senhora segunda eu trabalho.
— Não trabalha, vamos viajar pro lago. Preciso retribuir o jantar de ontem.
— Ah não foi nada demais, por favor senhora.
— Sim, nós vamos como pedido de desculpa do meu marido — Ângela sorriu para Rodolfo e Ana Elisa.
— Sairemos amanhã cedo espero que fique entendido que seremos nós, apenas nós. Claro Mina.
— Posso chamar o Peter?
— Pode anjinho.
— Não mesmo — Eduardo disse serio, encarando os três sem entender a dinâmica e como ele poderia ser ignorado.
— Sim, ela pode e ela vai. Quem você quiser meu amor.
Estranhamente a porta estava entre aberta quando o rapaz da entrega empurrou, ele se aproximou com calma, Rodolfo foi até o encontro dele, pagou e deixou as coisas na mesa, ele abria as embalagem todos o observava ele ficou quase constrangido.
— Eu não sei fazer mãequecas mas eu peço um delivre como ninguém.
—Está ótimo.
Todos estavam prontos para ir embora. Ana Elisa e Rodolfo se despediram cordialmente. Eduardo parou na porta para falar com Rodolfo.
— Gostaria de te agradecer por cuidar delas.
— Você fez muito por mim senhor, estou tentando retribuir.
— Você é um bom rapaz.
— Eu peço desculpa por ter atacado o Caio o senhor. Não irei me desculpar com eles e espero que não traga problemas pra você. Se precisa irei pedir minha demissão.
— Não fala isso por favor. Não precisa disso. Tudo saiu de controle, vamos resolver isso depois — Eduardo tocou o ombro de Rodolfo.
Eles foram até o carro em silêncio. Eduardo estava dirigindo Ana Elisa e Ângela estavam com seus vestidos da noite.
— Meus amores — Eduardo disse procurando as palavras — Ontem a gente chegou muito ao extremo. Sobre o que houve com você Ana Elisa, eu lamento muito o que houve com o Caio, sei que no passado ele te magoou e não é justo você se acusado pelos problemas dele. Seu amigo me falou o ocorrido, lamento por ele ter feito isso.
— Está tudo bem papai.
— A forma que o Rodolfo agiu pode causar problemas pra ele, ainda mais com o que aconteceu com Mina, pode ser que considerem ele violento agora. — Eduardo disse parecia fazer sentido aos ouvidos de Rodolfo. Ana Elisa abaixou o olhar — Vou dar um jeito disso.
— Demite o Caio, é o melhor jeito — Ângela sugeriu.
— Não posso fazer isso, você sabe que ele é filho do meu amigo e não posso fazer isso.
Ângela não disse nada, eles ficaram em silêncio.
— Que horas você quer sair pra viajar? — Eduardo olhou para Ângela — Você quer mesmo tanta gente?
— Ah quero sim. — Ela disse serio — Acho bom você resolver essa situação de uma maneira satisfatória pra mim.
— Sim senhora.
Eles chegaram em casa, Ana Elisa foi para o quarto, o que seu pai tinha falado havia mexido com a sua mente, eles poderiam se prejudicar por causa dela. Enquanto se sentia mal e culpada o celular dela vibrou, a foto de Rodolfo apareceu em seu celular, ele abraço com a almofada do sofá escrito em baixo "tem seu cheiro, então vou ficar agarrado nele."
Ana Elisa sorriu pra foto, como ele podia fazer isso com ela? A deixar assim.
Ângela entrou pela porta animada, apesar de ainda estar brava com Eduardo ela estava feliz por Rodolfo e Ana Elisa.
— Me conta tudo — Ela sentou na cama — Se esquecer algum detalhe eu te deserdo.
— Ah mamãe — Ana Elisa corou seu rosto, como ela explicaria tudo.
— Ele é tão doce né
— Sim mamãe.
— Como vocês se conheceram.
— Eu fui pra casa do Peter pra levar as coisas dele, ai ele quis ir beber e a gente foi. Peter disse que pagava a conta se eu desse em cima do moço do bar, quando eu sentei Rodolfo parou do meu lado e me distraiu ele é tão alto. Ai eu me distrai e passei a noite conversando com ele. Mas foi um encontro de almas. Depois quando ele descobriu quem eu era se afastou de mim novamente. Parecia que ele estava vendo um fantasma mamãe juro.
— Depois disso.
— AH a gente ficou se enrolando. O dia da festa ele estava bravo pois disse que não era justo aquela.
— E vocês já? — Perguntou sem dizer as palavras. Ana Elisa apenas riu — Vocês precisam se assumir.
— Claro com o senhor super zen, vai da certo.
— Irei dar um jeito no seu pai, não se preocupe. Faça sua mala e coloque roupas bonitas
— Sim senhora.
Ângela e Eduardo estavam conversando, mas ela não podia evitar a magoa que sentia do marido, não havia como dizer que não estava triste, ela havia engolido muita coisa a sua vida toda, a terapeuta recomendou se expressar, que ela precisava falar e gritar se necessário para ser ouvida e ela fez isso ontem, reagiu como a leoa que sempre existiu dentro dela e estava adormecida. constantemente Ângela se sentia inferior as pessoas a sua volta por ter origem humilde e agora não aceitar mais pouca coisas.
— Eduardo — Ângela o chamou, ele largou o livro e olhou para ela — eu espero que você entenda o que aconteceu ontem.
— Eu entendo meu anjo — Ele disse seriamente.
— Você precisa me defender, defender sua filha, não pode ficar passivo. Você se lembra como era antes? Você lembra daquele dia...
Um suspiro carregado de tristeza saiu dos lábios de Ângela, ela se referia ao dia da festa, aquele dia que nunca sairia da sua mente, ela ficava feliz por Ana Elisa no apice de sua rebeldia não lembrar de nada. No dia do "acidente" que Caio acabou tirando a vida de uma pessoa não foi apenas isso que ele fez.
Ana Elisa saiu como ele para uma festa, sem saber que Caio havia ganhado um carro de seu pai mesmo sendo menor de idade eles deixaram Ana Elisa, ela entrou no carro de um garoto que estava sem habilitação, Peter explicou para Ângela que Caio viu Ana Elisa dançando e a puxou pelos cabelos jogando dentro do carro, a discussão foi gigante e alvoroço armado, ele dirigia em alta velocidade quando jogou Ana Elisa para fora do carro em uma velocidade de pouco metros onde caiu inconsciente quase sendo atropelada por outro carro.
Peter havia resgatado quando alguém que viu o que acontecia disse, ele chamou um carro e levou Ana Elisa para casa.
— Ele podia ter matado nossa filha — Ela voltou a falar após se afastar das dolorosas lembranças — Ele matou uma pessoa e podia ter matado Ana Elisa.
— Mas meu anjo, falar disso não vai mudar nada...
— Eduardo, a partir do momento que esse rapaz que quase matou Ana Elisa chamou ela de vagabunda, você devia ter feito algo, um desconhecido defendeu ela. Eu não sou a favor da violência mas ele não podia sair em empune como sempre.
Eduardo ficou em silêncio.
— Claro, você devia estar ocupado falando de negócios e nem viu o ocorrido, apenas nos repreendeu como se eu fosse criança. — Ângela bufou de frustração — eu vou dormir, não quero mais falar disso.
Ela apagou o abajur do seu lado e Eduardo seguiu sem falar nada, ele havia visto o vídeo um rodava pelos grupos e ele havia recebido de seus assistente, Rodolfo partindo para cima de Caio quando ele disse que era apenas o dinheiro que chama atenção de Rodolfo.
Eduardo havia visto como sua filha estava na casa de Rodolfo, ele sem camisa e ela utilizando a camisa dele, ambos conversando baixo na cozinha, por alguns instantes ele pensou se Rodolfo e Ana Elisa estavam em um relacionamento e se tivesse o que ele queria de sua filha.
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