Capítulo 10
Rodolfo decidiu retornar para casa, enquanto uma sensação estranha o acompanhava. Era difícil para ele compreender a proximidade entre Mina e Elisa. Ele reconhecia a carência materna de sua irmã; afinal, sua mãe nunca fora gentil, e seu pai parecia indiferente a ela. Na verdade, Mina chamava o pai de Rodolfo de pai, pois ele era um homem excepcionalmente gentil e a moça assim o considerava. Rodolfo sentia um misto de gratidão e preocupação ao perceber o quanto era bom para Mina ter figuras femininas em sua vida, especialmente alguém como Elisa, que parecia genuinamente preocupada com ela.
Após um banho revigorante e uma troca de roupa, Rodolfo se dirigiu ao escritório para se atualizar com as notícias do dia. Enquanto mergulhava nas manchetes, seu telefone começou a tocar, interrompendo sua concentração. Uma videochamada com o nome de Mina brilhava na tela, mas quando ele atendeu, foi surpreendido ao ver o rosto de Elisa. A inesperada presença despertou sentimentos confusos nele
─ Mina, você está diferente.
─ Bom, como eu não tenho seu número... ─ Ela sorriu, sua voz carregada de uma leve brincadeira. ─ Está em casa?
─ Sim, senhorita.
─ Já almoçou?
─ Sim, senhorita.
─ O que vai fazer agora?
─ Ligou para quê, Ana Elisa? ─ Disse ele friamente.
─ Só para te ver.
Ele ficou em silêncio, seu coração acelerou, mas ele não queria transparecer a situação. Mina apareceu ao lado de Lisa, apoiando a cabeça no ombro dela.
─ Oi, Tato. ─ Ela disse sorrindo.
─ Olá, meu amor. Você está se divertindo?
─ Sim, muito. Precisa ver o tanto de coisa que eu ganhei.
─ Ah, ganhou muitos presentes. Não fique gastando sem necessidade. E você Ana Elisa não compre coisas que ela não precisa.
─ Tá bom. ─ Ela resmungou.
— Seu irmão está me dando bronca? — Ana Elisa olhou para Mina.
— Está sim — respondeu para Elisa rindo enquanto via Rodolfo com uma cara seria do pela tela.
— Sexy — Ana Elisa encarou Rodolfo e piscou para ele.
Ele suspirou sendo audível para ambas que riram dele. Ele tentou controlar seu sorriso, estava feliz de ver Milena feliz, mas Ana Elisa era uma força da natureza.
─Quando vai chegar? ─ Perguntou Rodolfo, preocupado com a irmã.
─ Mais tarde. ─ Mina pegou o celular. ─ Tchau, Dorfo.
Ela deslizou o telefone abruptamente, parecendo empolgada com algo que viu. Não havia motivo para ele se preocupar; Mina estava com boas pessoas, e ela era quase adulta.
Rodolfo foi para o quarto e dormiu um pouco.
Ao despertar, encontrou a porta entreaberta, e o som de risadas preenchia o ar. Pegou o celular na cabeceira, verificando as horas: 19h30. Parecia que havia cochilado por apenas 10 minutos, mas na verdade, já haviam se passado cinco horas.
Saindo do quarto, dirigiu-se imediatamente ao banheiro, onde lavou o rosto e escovou os dentes. Ao chegar na sala, deparou-se com uma cena surpreendente: Ana Elisa e Mina conversavam animadamente.
─ Olá ─ Ele disse, estranhando a situação. ─ Vocês estão fazendo o que?
─ Jantando ─ Respondeu Lisa, com um sorriso caloroso. ─ Vem, compramos para você.
─ Festival do fast food ─ Mina disse, com entusiasmo. ─ Comprei seu favorito, vem.
Havia uma pizza média, lanche, batata frita, frango frito, tacos e hot dog, dispostos tentadoramente sobre a mesa. Ele se sentou ao lado de sua irmã, enquanto tentava processar a presença de Ana Elisa em sua casa. Que tipo de sinal confuso era esse? As emoções tumultuavam dentro dele, misturando-se em um turbilhão de incertezas e expectativas.
─ Come, eu trouxe pra você ─ Mina pegou um lanche favorito de Rodolfo e entregou pra ele ─ Por que você é o melhor irmão do mundo.
─ Fez algo errado?
─ Credo Rodolfo, eu em.
Mina virou de costa para Rodolfo, ele estava comendo e vendo as duas conversarem animadamente, parecia que tinha ganhado na loteria. Rodolfo tinha uma sensação estranha quanto a isso, Marcela havia feito o mesmo com Mina, no final quando eles resolveram viver juntos a própria disse que Milena devia voltar a morar com a mãe dela.
─ Um doce pelo seus pensamentos ─ Ana Elisa chamou atenção de Rodolfo colocando um pirulito na sua frente.
─ Nada.
─ Tá pensando na namorada dele ─ Mina disse de um jeito provocativo.
─ Ah você namora? ─ O rosto de Ana Elisa se fechou, ela parecia seria agora.
─ Está certa, mas eu não estou pensando na minha namorada e sim na minha ex namorada. ─ Comentou Rodolfo o tom dele era pra soar divertido mais todos ficaram em silêncio.
O rosto de Milena caiu no chão, após passar o dia com Ana Elisa sabia que ela sentia algo por seu irmão mas esse comentário provavelmente havia magoado ela, discretamente Mina encarou Ana Elisa e seu sorriso havia desaparecido.
O clima ficou desconfortável, Rodolfo viu que ninguém havia achado graça do que ele disse e se perguntou se tinha falado algo errado para elas.
─ Nem acredito nisso, você viu ─ Mina se levantou da sala, pegou o frango ─ vou jogar ─ A moça entrou no quarto e fechou a porta deixando Rodolfo e Lisa sozinhos.
— Eu já vou também — Elisa encarou rapidamente Rodolfo e deixou na mesa o que estava comendo.
Rodolfo experimentou o sabor amargo da frustração, uma sensação que se instalou em sua boca como uma lembrança indesejada. Ele se arrependeu profundamente de suas palavras, reconhecendo que sua expressão abrupta não foi apropriada para a situação. Sua mente estava repleta de preocupações sobre a crescente proximidade entre Mina e Elisa,
No entanto, ele sabia que desabafar de forma inadequada não era a solução. Rodolfo se repreendeu por ter deixado transparecer sua angústia de maneira tão desajeitada, entendendo que isso poderia causar mais confusão e mal-entendidos do que resolver problemas.
— Vocês estão sensíveis demais hoje, pode terminar de comer, não precisamos conversar.
Seus olhos viraram em direção aparelho televisor e ligou, o barulho encheu a sala suavemente. Ele se arrependeu do que disse, seus olhos estavam para frente, mas Lisa o encarava.
— Você gosta da sua ex? — A pergunta pareceu absurda. — Quanto tempo vocês terminaram?
— Muito tempo na minha opinião e não, eu não gosto dela. Que coisa chata! — Rodolfo disse em voz alta, parecia que isso ia virar uma discussão sem fim.
— Estou só te perguntando não quis te ofender em momento nenhum.
— Desculpa por me alterar. — Novamente, ele desviou o olhar para a TV, decidido a manter o silêncio, convencido de que o destino não estava a seu favor naquele dia.
Então, Ana Elisa empurrou a mesa de centro, criando espaço entre eles. Com uma expressão suave, ela se acomodou no colo de Rodolfo, e aos poucos, sua tensão se dissipou. As carícias delicadas dela em seu rosto fizeram com que ele esquecesse qualquer motivo de frustração. Seu coração começou a bater mais forte, pulsando de maneira frenética, enquanto ele relaxava sua postura.
Ele a encarou, e os olhos azuis dela pareciam agora tão doces e convidativos. Com um movimento suave, ele aproximou seus lábios dos dela e a beijou. Num gesto delicado, seus lábios se encontraram e suas línguas dançaram juntas, explorando a intimidade um do outro. Seus braços envolveram o corpo dela, trazendo-a para mais perto.
Deslizando sua boca pelo queixo dela até alcançar o pescoço, Rodolfo depositou beijos suaves, enquanto ela sorria, sentindo a doçura das carícias.
— Eu tenho que ir — disse se afastando e acariciando o rosto dele
— Está chateada pelo que eu disse? — ele beijou o canto do lábio, seus dedos percorreram o cabelo dela.
─ Não, só por que está tarde mesmo.
─ Serio? ─ Rodolfo se sentiu frustrado, ela se levantou e pegou a bolsa ─ É serio?
Era como tomar um banho de água gelada, a frustração que ele sentiu era pesada, percorreu todos os seus músculos. Um desejo que não seria realizado. Elisa pelo contrario trazia com ela um sorriso travesso, como se fosse de forma proposital que ele a deixou passando vontade. O gosto amargo do desejo que jamais será satisfeito.
— Sim me acompanhe até a porta — Ana Elisa estendeu a mão e ela ajudou ele a se levantar. Ambos caminharam até a porta em silêncio, ela olhou para ele já para o lado de fora do apartamento — Me divertir muito com a sua irmã e minha mãe;
— Fico feliz por isso;
— Vamos nós ver em breve — Ana Elisa se aproximou e beijou o rosto de Rodolfo carinhosamente deixando uma marca quente em seu rosto — Pode me olhar andando menino bonzinho.
Ela se virou e caminhou até o elevador, seus quadris balançando provocativamente, como se estivesse ciente do efeito que causava. Um sorriso travesso brincava em seus lábios enquanto as portas do elevador se fechavam diante dela, e ela lançou um olhar sugestivo na direção de Rodolfo.
Rodolfo voltou para dentro, mergulhado em pensamentos tumultuados. Ela era tão provocativa, tão enigmática. Teria ela ficado chateada com alguma coisa? Essa incerteza o incomodava, deixando-o entre suspiros enquanto tentava decifrar os mistérios por trás daquele sorriso sedutor.
Enquanto organizava a sala, Rodolfo foi surpreendido pela presença de Milena, cujo rosto exibia uma expressão de completo desgosto. Ela caminhou até a geladeira pisando duro, agarrou uma lata de energético e bateu a porta do quarto com força, ecoando o som pelo ambiente.
— O que eu fiz? — perguntou, confuso com o motivo pelo qual havia recebido um olhar tão gélido de Mina.
Não houve resposta, apenas um silêncio tenso pairando no ar, deixando-o ainda mais desconcertado.
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Quem ai concorda com a Mina? Eu, sem duvida e olha que sou eu quem está escrevendo. Será que a Marcela vai aparecer?
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