UM MÊS DEPOIS

[2 de maio]

Hailey  

Hoje é 2 de maio, um dia muito especial para Sam. É o seu primeiro aniversário que comemoramos juntos, por isso, pensei em fazer uma surpresa.

Eu estava muito ansiosa.

Combinei com Dean a organização da festa e decidimos que eu ficaria com a parte de tirar Sam do Bunker, por algumas horas enquanto ele organizava o resto. "Espero que não me decepcione Dean Winchester".

— Vai confessar que eu tinha razão e que não era um caso sobrenatural que estávamos tentando resolver? — Disse Sam, tirando-me de meus pensamentos.

— Poxa, eu jurava que era um caso... Sinto muito. — Fui a mais cínica o possível, fazendo-o me olhar e soltar uma gargalhada.

— Ficamos mais de três horas procurando por um fantasma, que aparentemente, só existia na sua cabeça. — Sorriu mais uma vez.

— Presta atenção na estrada, não queremos ganhar sermão do Dean, por ter batido a tão preciosa, Baby. — Digo com sarcasmo, Sam voltou a olhar para a estrada.

Meus pensamentos ferviam de ansiedade, me deixando inquieta. Isso está tirando o foco de Sam da estrada, pelo espelho do carro, eu observava em pequenas pausas o jeito que ele me analisava curioso.

Após alguns minutos, nós chegamos no Bunker. Sam estacionou o Impala e saímos do carro.

Olhei ao redor e notei uma garrafa de cerveja no chão me fazendo rir ao lembra do aviso de Dean. "Se vocês chegarem e tiver uma garrafa de cerveja no chão significa que a barra está limpa e podem entrar, caso contrário, sugiro que procure um motel".

Sam me olhou confuso pela risada, mas não fez perguntas. Então começamos a andar em direção a porta, olhei pra ele com um olhar arteiro, ele logo percebeu o que eu iria fazer.

— Assim não vale! — Reclamou.

— Te vejo lá dentro. — Digo  teletransportei-me para o interior do Bunker num estalo.

Dean e os demais convidados levaram um susto ao me verem aparecer do nada.

— Xiu! — Levo o indicadora aos meus lábios. — Ele está vindo!

Jody Mills deu passos rápidos na minha direção com o bolo em mãos, e entregou-me. Escutamos a porta do Bunker sendo aberta e estralei os dedos apagando as luzes, e todos ficaram ansiosamente em silêncio.

— Por que a luz está apagada?! — Sam gritou ao entrar no Bunker.

Ele desce as escadas com dificuldade, enquanto se segura na barra da escada para se locomover na escuridão. Após descer o último degrau, eu faço as luzes se acenderem e as velas que estavam sobre o bolo, arderem em chamas. 

— Surpresa! — Todos gritaram ao mesmo tempo.

Pude ver em seu rosto a felicidade que está lhe consumindo nesse exato momento. Sam abriu um sorriso espontâneo, ele está encantado com a surpresa, nunca vou me cansar de ver esse sorriso. Me aproximei dele com o bolo em mãos.

— Assopra, e não esquece de fazer um desejo. — Sorri.

— Eu já tenho tudo o que quero. — Disse Sam ao assoprar as velinhas, me beijando em seguida.

— Vocês vão mesmo me fazer chorar com essa cena melosa? — Garth gritou fazendo todos rirem.

— Não acredito que vocês fizeram isso! — Sam disse tentando segurar as lágrimas que insistiam em cair.

— Obrigado Sammy, a maioria do crédito é meu. Você acha que foi fácil juntar a galera toda? — Dean se gabava.

— Até parece. — Gargalhei.

— Aí, oh garota! Não estraga o momento não! — Dean virou a cerveja.

Todos estavam muito felizes, colocando a conversa em dia, rindo com as bobagens que Dean falava. Está tudo correndo como o planejado. Era muito bom ver Sam sorrir assim de novo.

Estou sentada tomando uma garrafa de cerveja, enquanto observo os movimentos de Sam, analisando cada fração de felicidade que passa pelo seu corpo. Vê-lo conversar e rir com seus amigos me deixa feliz.

— Fiquei sabendo do que aconteceu. — Jody diz ao se aproximar.

— Não foi nada fácil! Mas correu tudo bem no final. — Sorri.

— Mas como fica Lúcifer e Miguel?

— Pode ficar tranquila, eles já não são mais um problema. — A olhei com um sorriso satisfatório.

— Como conseguiu se livrar deles?

— Eu fiz alguns ajustes no meu acordo com Chuck... Ele concordou em prender Lúcifer e Miguel juntos na jaula, e dessa vez, ele certificou-se para que eles não fujam.

Jody e eu ainda conversávamos quando Sam subiu na parte mais alta do bunker, ele parecia muito animado em chamar a atenção de todos.

— Quero fazer um pronunciamento! — Sam gritou.

Meu coração acelerou ao vê-lo caminhar na minha direção. Sam ficou diante de mim, e não tirava os seus olhos dos meus, ele sorriu e segurou minhas mãos.

— Eu nem sei por onde começar... — Sam se perdia nas palavras.

— Pode ser pela parte onde vai nos fazer chorar. — Disse Garth mais uma vez, fazendo todos rirem.

— Sam, o que está planejando? — Sussurro sem jeito por causa dos olhares de todos sobre nós.

— Hailey.... Eu te amo. — Ele sorriu nervoso. — Nunca na minha vida, me senti tão feliz e realizado como me sinto agora. Eu realmente acredito que você é o amor da minha vida. — Sam disse cada palavra com delicadeza.

Uma felicidade imensa invadiu meu coração, e minha primeira reação foi beijá-lo.

— Eu te amo, Sam Winchester. — Digo e volto a beijá-lo ainda com mais vontade.

— Um brinde ao casal mais meloso de todos os tempos.

Dean gritou e levantou sua garrafa de cerveja fazendo todos brindarem, pelo nosso momento mais que perfeito.

— Ora, Ora, Ora... Tirou as palavras da minha boca, Dean Winchester. — Todos ficaram em silêncio desacreditados naquela cena. — Confesso que, não entendi o porque querer me deixar de fora de um evento tão... Importante.

Todos abriram um caminho para que ele se aproximasse, parando no centro da sala. Pude perceber o coração de todos pulsarem desgovernadamente.

— Pai? O que está fazendo aqui? — Perguntei em alta voz. — Chuck te prendeu na jaula com o Miguel.

— Oh, você não vai nem dar um abraço no seu pai, Hailey? Dizer que estava com saudades? — Inclinou sua cabeça sarcasticamente.

— Não respondeu a minha pergunta. — Retruquei.

— E que tal, você me responder também? Começando por... O que deu na sua cabeça, para se juntar com Chuck e trancar o seu pai em uma jaula? — Seu rosto ficou mais sério.

— Eu fiz o que era certo. — Afirmei.

— Ah você fez o que era certo?

Antes dele explodir, respirou fundo e notou os convidados e seus olhares pavorosos.

— Por mais que eu adorei esses olhares para mim, não estou a fim de platéia hoje pessoal. — Lúcifer estalou os dedos fazendo todos da sala sumirem, deixando somente eu, Dean, Sam e ele.

— Tantos anos, e o seu humor continua o mesmo hen, oh... Lúcifer. — Dean ironiza jogando a garrafa de cerveja no lixo.

— O que você quer Lúcifer? — Sam questionou receisoso.

Ele bufou voltando sua atenção para os Whinchesters.

— Bom ver vocês, amigos. Se ofendam se quiser, mas acho que minha filha poderia ter escolhido companhias mais agradáveis para passar esse tempo.

Aquele Bunker se tornou um campo minado, sabíamos que Lúcifer iria explodia a qualquer hora. Estávamos observando ele nos olhar sinicamente, quando Castiel também faz sua entrada.

— Lúcifer! Veio contar a Hailey, sobre seu exército para dominar o céu?!

— Castiel! — Abriu os braços sorridente. — Eu ia chegar nessa parte mesmo!

— Do que vocês estão falando? — Perguntei confusa.

Lúcifer deu um sorriso maléfico quando começou a se aproximar, Sam deu dois passos á minha frente.

— Não seja idiota Sam, se eu quisesse matar a minha filha, já teria matado e poupado seu tempo. — Olhou no fundo dos olhos de Sam. — Mas, confesso que estou um tanto... Decepcionado com você filhinha. Você simplesmente, acabou com as nossas chances!

Antes que ele começasse seu discurso, Jody sai do banheiro e derruba um prato assustada em ver Lúcifer na sala. O mesmo se vira a ela irritado.

— Eu disse que não queria platéia hoje! — Ele simplesmente estala os dedos e a explode.

— NÃO! — Todos nós gritamos automaticamente.

Lágrimas amargas de ódio escorrem dos meus olhos, faziam muito tempo que isso não acontecia.

— Droga Hailey! Vejo que Chuck te transformou numa fraca! — Olhava para mim decepcionado. — Mas vamos lá... O senhor todo poderoso, esqueceu de falar que não foi ele que criou a impostora. EU a dupliquei, ela era uma cópia completa sua, filhinha. Era perfeita!

— Perfeita para que Lúcifer? — Me aproximei irritada.

— Para tomar meu trono de volta. — Passou uma de suas mãos no meu rosto num leve sorriso. — Para dar a você o que você merece filha, o mundo em nossas mãos! Mas aí, você mata nossa única chance, com essa desculpa de fazer o certo... Hailey, você é filha do inferno, você não faz o certo.

Antes que pudesse respondê-lo, raios e trovões tomaram conta do céu, as luzes começaram a piscar e o bunker todo tremeu. Logo Chuck aparece no centro da sala:

— Ela não é como você Lúcifer, Hailey tem natureza humana, ela tem uma alma.

— E chegou quem não faltava. — Revirou os olhos.

— Chuck tem razão pai, não sou como você. — Me aproximei de Sam. — Sou capaz de amar.

Sam sorriu para mim, mas ainda estávamos todos muito tensos naquela sala. Dean ainda bebia, Castiel encarava Lúcifer com ódio e Chuck permanecia bem pleno.

— Sério? Você vai virar as costas para o seu pai para se tornar parte do plano idiota do Chuck? — Meu pai se aproxima indignado.

— Acho que a jaula afetou sua mente... — Chuck olhou no fundo dos olhos dele o fazendo sentir uma enorme dor de cabeça.

Lúcifer brilhou os olhos em vermelho, num olhar diabólico, naquele momento a guerra estava declarada. Ele se levantou rindo de Chuck, com ódio.

— Que vergonha Chuck! Pensei que seres celestiais não mentissem...

— Já chega!

Me irritei de ficar sem respostas e fiz todos os vidros do bunker explodir. Empurrei Chuck e Lúcifer contra a parede, somente com as minhas mãos estendidas em suas direções.

— Qual dos dois vai me dizer o que está havendo aqui? — Apertei-os mais.

Lúcifer rio satisfeito, olhou para Chuck e começou.

— Você era a única que poderia impedir a cópia, a única também, capaz de tomar os céus. Chuck sabia disse desde o início. — Mantia o mesmo olhar. — Ele está te usando para continuar o todo poderoso, Hailey.

Por algum momento, aquelas palavras me pareceram verdade. Afinal, porquê Chuck ajudaria a filha do Lúcifer.

— Não posso deixar os céus na mão de um anjo caído. A humanidade depende de mim, Hailey.

— Uau que lindo! Tocou meu coração! — Lúcifer foi sarcástico. — Agora, porque não conta para ela, o que pretende fazer com os Whinchesters?

— Cale a boca Lúcifer! — Sam exclamou nervoso.

— Como assim? — Apertei-os mais.

— Está bem! — Chuck se rendeu. — Há um tempo atrás, Dean se meteu em problemas, e Sam vendeu sua alma para Lúcifer em troca da vida de Dean Winchester. Quando isso acontece, eu tenho que intervir... Sam pertence as trevas agora, não é digno de uma alma.

— Você esqueceu de falar também que, Sam já sabia do meu exército e que fazia parte do meu plano...

Aquela história era absurda até para nós. Sam mentiu para mim, meu pai era dono da sua alma e Chuck estava me usando esse tempo todo?
Meu coração se encheu de ódio.

— Isso é verdade Sam? — Perguntei olhando em seus olhos segurando minhas lágrimas. — Você me usou também?

— Hailey, não é bem assim... Eu te amo, eu aprendi a te amar e larguei o plano a partir do momento em que ficamos próximos...

— Ah Sam... Que bom você é né? — Lúcifer rio. — Esta vendo filhinha, todos que você confiou, mentiram para você e te usaram... Mas eu, ainda acho que o mundo merece estar em suas mãos.

Não estava raciocinando, a voz de Lúcifer entrou na minha mente. O pensamento de que tudo foi uma mentira, de que eu não passei de um instrumento para todos eles me consumiu. A raiva tomou conta de mim, meu corpo ardia em fogo.
Conforme eu ia queimando por dentro, meus olhos se reluzeram em um amarelo forte. Pude sentir um poder entrando em minhas entranhas, até que luzes em preto e vermelho me envolveram, criando asas de fogo em mim. O chão começou a tremer o céu escureceu e todos naquela sala me olharam surpresos.

— Está na hora de me tornar "A filha do Lúcifer" de fato. — Soltei um curto riso.

Naquele momento nada mais me importava, deixei as trevas que abitam meu interior se revelar em forma de toda a minha irá. Meus olhos brilhavam como chamas, deixando todos naquela cômodo aterrorizados.

Estendi minhas mãos na direção de Lúcifer e Chuck fazendo-os se soltar da parede, no qual estavam presos, e caírem de joelhos no chão. Com um movimento de minhas mãos, levanto suas cabeças forçando-os a me olhar. Com passos lentos e precisos, caminho até eles. Aproximei-me de Lúcifer que está angustiado tentando se soltar. Me abaixei em sua frente e o olhei nos olhos.

— Oh meu querido pai! Como é irritante ter alguém te controlando, não é mesmo?! — O fitei com um sorriso sarcástico.

— Me solta, Hailey! — Lúcifer ordenou.

— Quando você vai aprender que não manda em mim? — O olhei decepcionada. — Mas se bem que... Agora não terá mais tempo para aprender, papai! — Digo e olho para minhas mãos, fazendo aparecer a espada de Miguel sobre ela. — Suponho que conheça esse objeto.

— Não faça isso, filha! — Lúcifer implorava por sua vida aterrorizado.

— Até nunca mais, papai. — sorri.

Faço a espada atravessar seu corpo, fazendo uma luz sair de dentro da sua casca enquanto ele gritava de dor. Isso era música para os meus ouvidos. Alguns segundos depois já não restou mais nada além de uma casca vazia e morta.

— Agora é sua vez, vovô. — Digo e o olhei com um sorriso.

Levantei minhas mãos em sua direção apertando o seu pescoço, torturando-o sem piedade.

— Para, Hailey. — Exclamou Sam aflito, fazendo-me parar de enforcar Chuck para olhá-lo.

— Cala a sua boca, se não quiser ser o próximo. — Gritei.

— Vai mesmo matar Chuck só pra alimentar seu ego? — Ele aproximou-se de mim. — Não seja idiota.

— Você não tem mais o direito de opinar, Sam. — Digo e volto a torturar Chuck.

— Você não pode matar Deus! Isso acabaria com o equilibrou do universo. — Disse Sam, tentando me impedir.

Antes que ele me toque na intenção de me fazer parar, eu o arremecei contra a parede deixando-o imobilizado.

Chuck me olha assutado, enquanto agoniza em dor, mas não está fazendo nada para tentar me impedir, é como se quisesse ser torturado.

— Olha pra mim. Por favor! — Sam insistiu com dificuldade.

— Você só está implorando pela vida de Chuck porque ele é como você, mentiroso e controlador. — Digo segurando as lágrimas para evitar demonstrar fraqueza.

— Eu não sou como eles, e você sabe disso! — Soltei uma gargalhada ao ouvir taís palavras.

— Nos poupe Sam, você chega a ser pior.

— Então vai me matar depois do Chuck? — Disse firme me forçando a olhá-lo.

— Talvez — Sorri.

— Você só está irritada e decepcionada, e eu sinto muito Hailey, mas eu não tive escolha. Era preciso, e eu te amo de verdade! — Sam já não controlava mais suas lágrimas que insistiram em cair.

— Você me usou... — Digo e o encarei.

— Então estamos quites, acha que não sei do que aconteceu logo no começo? Você iria usar eu e Dean, pra ajudar Lúcifer!

— Como sabe disso? — Perguntei confusa.

— Não sou o único que escondeu coisas. Mas mesmo descobrindo isso de você, eu não te julguei.

Não sentia mais nada naquele momento, eu estava cega pelo ódio, mas vê-lo diante de mim, relevando suas verdadeiras intensões e sentimentos me fez repensar e lembrar das idiotices que cometi e que não fui julgada por ele. Meus olhos voltaram a sua coloração normal.

Abaixei minhas mãos soltando Chuck que em um estralo desapareceu. Fiz o mesmo com o Sam, mas logo que o soltei ele veio na minha direção. Senti uma tontura, minha graça está fraca e desgastada. Acabei desiquilibrando, fazendo-me cair, mas Sam me segura firme impedindo a minha queda.

— Você está bem? — Sam pergunta preocupado.

— Sim... Me desculpa, não sei o que deu em mim. — Digo já deixando as lágrimas caírem.

— Me perdoa, Hailey? — Sam sussurrou.

— Aniversário melhor que esse, aposto que não terá mais. — Digo irônica com um sorriso, fazendo Sam rir aliviado e me abraçar.

— Eu te amo, Hailey

"O amor que a teu lado levas, a que lugar te conduz, que entras coberto de trevas e sais coberto de luz"

{The End}

Vídeo para enaltecer os personagens principais do livro.

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The Road So Far
"A estrada ate aqui"

O que acharam do livro?

Quero agradecer vocês por tudo. Obrigada pela interação que sempre tiveram nos capítulos, vocês são os melhores leitores que uma autora possa ter.

Serei sempre grata!