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Capítulo 36

Cecília

— Como assim "Eu e o Guilherme"? — mamãe se pronunciou depois de longos minutos em silêncio. Tempo em que pareceu pensar, ou melhor, processar a informação por mim transmitida.

— Me perdoa mãe, eu... — a essa altura eu já estava com lágrimas nos olhos. Mamãe me olhou e engoliu em seco, também com os olhos vermelhos, revelando a vontade de chorar.

— Cecília, você... — ela suspirou — Como você pode fazer isso? — eu olhei para baixo sem saber o que responder.

O que podia eu dizer?
Que me apaixonei? Que cedi aos encantos do seu patrão.
Ou que simplesmente não sei.

— Você... Minha filha ? — minha mãe continuava sem acreditar. E nesse momento eu desejei voltar no tempo e não tê-la decepcionado.

— Cecília, isso, isso.... — uma lágrima desceu dos seus olhos — Eu nunca poderia esperar isso de você — disse em voz baixa.

— Mamãe eu... — ela me interrompeu se levantando.

— Eu te criei com todo o amor que tenho, procurei sempre te ensinar e transmitir todos os valores possíveis — fez uma pausa — E eu pensei ter conseguido — suspirou — Como pode dormir com um homem casado? Como pode?

— Mãe, eu ... — dessa vez ela não precisou me interromper, eu simplesmente não encontrei palavras para me defender.

— Você? — eu não respondi — Você foi contra todos os princípios, se envolveu com um homem casado. E, o Guilherme? Como ele pode? Como, meu Deus — ela limpava as lágrimas que insistiam em cair.

Mamãe suspirou.
Cruzou os braços de forma calma, abraçando seu próprio corpo e desviou seu olhar do meu.

— Por favor, vai embora — eu engoli em seco e limpei meu rosto.

Me levantei e suspirei.

— Eu o amo — disse baixo e atravessei a porta que passou a nos separar.

Fui para o meu quarto e me deitei na cama. Abracei meu corpo e me cobri.
Horas passaram enquanto eu esperava o sono que parecia na querer saber de mim.

[...]

Não preciso do despertador para acordar.
Deixo a cama mesmo contra a minha vontade.
Me olho no espelho e estou horrível, não consegui dormir a noite toda.

Depois de um banho rápido, vesti algo confortável e peguei minha mochila com o material do dia.

Na cozinha, minha mãe que tal como eu, não deve ter dormido a noite toda, mal olhou para a minha cara e não me dirigiu a palavra.

Sem apetite, não comi nada e caminhei para fora da mansão.
Enquanto caminhava em passos lentos, ouço o som de um carro se aproximar, quando olho, vejo se tratar de Guilherme.

Ele para e eu suspiro. Queria apenas ter um dia normal, um dia em que não tenha mais problemas, um dia sem o Guilherme para baralhar as minhas ideias.

— Eu te levo — ele diz. Prefiro não discutir sobre isso e entro no seu carro.

Depois de um curto "bom dia" de ambas as partes o caminho é feito em silêncio, e eu agradeço a Deus por isso.

— Você está bem? — a pergunta de Guilherme põe fim ao silêncio que nos acompanhou durante o caminho todo.

— Sim — sou curta.

— Não parece — ele disse meio baixo, mas não prolongou.

Em pouco tempo chegamos. Agradeci, mas quando ia descer, Guilherme segurou meu braço.

— Você não está bem... — ele suspirou — Só me perdoa por estar causando tanto alvoroço na sua vida.

Eu não respondi. Apenas assenti e saí em destino à sala de aulas.

Sentei no meu lugar é fiquei com o olhar baixo. Até Manuela chegar e tirar minha paz, mas não por muito tempo, pois logo chegou a professora que colocou ordem na sala.

[...]

No fim das aulas saí com Manuela no meu ouvido me enchendo de perguntas.

— Minha mãe não está olhando para a minha cara — eu disse depois de um longo suspiro — A última coisa que eu queria era decepciona-la.

— Isso vai passar.

Eu não sei. Minha mãe é uma mulher de idade, que pensa de um jeito. E principalmente, crê demais nos princípios e valores.
E não está errada.

— Ela vai entender, ela é sua mãe. E você ama o Guilherme, nem? — disse sem certeza a última parte.

— Sim Manu, eu amo o Guilherme.

Depois dessas palavras, mudamos de assunto falando de alguns trabalhos da faculdade.
Fomos para o AP dela onde pretendíamos fazer o bendito trabalho. Mas acabou que ficamos vendo alguma séries e quando demos por nós, estava tarde.

[...]

Caminho lentamente pelo corredor indo para o meu quarto.
Quando lá cheguei, substitui minha roupa pela toalha. Andei em direcção ao banheiro onde tomei um banho quente e relaxante.

Sem fome, apenas me deitei na cama depois de vestir um pijama soltinho.
O sono demorou a vir, então, dei uma olhada no meu celular, e acabei prendendo minha atenção num livro que li até onde o sono — agora presente — me permitiu.

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Oi meus amores!
Espero que tenham gostado do capítulo.
Comentem aí o que acharam.
E sejam pacientes. Nosso casal ainda vai passar por algumas coisinhas.

Beijos. Votem por favor❤️

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