Vanjie

Eu limpei o meu queixo, só o meu suor saiu ali. Brooke me olhava.

—Eu tenho uma confissão a fazer. –Disse eu.

—Qual é? –Ela parecia surpresa.

—Eu gosto de você.

Eu corei absurdamente, toda a minha coragem sumiu no momento que eu disse em voz alta, alta até demais, pois Monet parou de dançar e nos olhou. Mas Brooke não percebeu, ela apenas me encarava surpresa.

—Eu também gosto de você Vanessa.

Eu sorri.

—SE BEIJEM CARALHO. –Gritou Monet.

Nós rimos e nos aproximamos. Nossos lábios se encontraram me trazendo uma sensação boa. Senti ela sorrindo e eu sorri também. Quando nos separamos, eu aproximei nossas testas ainda sorrindo.

—Eu realmente gosto de você.

—Eu também Vanjie.

—Awn. –Monet estragou o momento.

Eu e Brooke nos separamos rindo.

—Eu vou te levar pra um encontro. –Disse a loira ao meu lado.

—Agora?

—Não.

Ela riu.

—O dia que você quiser.

Ela piscou pra mim. Eu corei fortemente. Monet falava ao telefone, ela me olhou.

—Minha Tia chegou, vamos Vanessa.

Os seus "s" estavam arrastados.

—Eu te mando uma mensagem. –Disse eu.

Eu beijei sua testa e sai. Nos despedimos da mãe de Brooke. Monet sorria para mim o caminho inteiro.

—Fi_nal_men_te. –Disse ela sentando em sua cama.

—Eu sei.

—Quando você vai marcar o encontro?

—O mais rápido possível!

Ela deitou na cama e continuava me olhando.

—Onde vocês vão?

—Algum restaurante? Não sei, eu sou péssima nisso.

—Vocês podem ir...

Eu a olhei.

—Onde?

—Ah, é, eu estava falando. Eu estou muito bêbada.

Eu comecei a rir.

—Vou te pegar água.

Cracker

*manhã seguinte*

—VANESSA, NÃO ACREDITO.

Monet gritava do outro lado do telefone, Vanjie apenas escondia o rosto.

—Você devia ter visto, elas com as testas coladas depois, tão fofo.

Eu batia palmas.

—E ela vai sair em um encontro com a Brooke hoje.

—HOJE?

—É.

—Onde vão?

—Em um restaurante italiano. –Respondeu Vanjie corada.

—Tão romântico. –Disse eu.

—Quando vai ser o seu com a Aquaria?

A minha alegria sumiu.

—Não tô afim.

—Tá tudo bem?

—Eu só tô me sentindo pra baixo, só isso.

—Ei, seu Pai já esclareceu que a culpa não foi sua, o que a gente já sabia.

—Não é só isso. Eu só não sou equilibrada e tô com medo de machucar ela.

—E de ser machucada?

—Não tenho mais medo de me machucar.

—Cracker...

Alguém bateu em minha porta.

—Eu tenho que ir, amo vocês, bom encontro Vanjie.

Mandei um beijo e desliguei o celular. Abri a porta e me deparei com Natália.

—Falando com quem?

—Minhas amigas.

Ela parecia irritada.

—Você vai vê-las hoje e ainda tem que ficar gritando com um telefone?

—Me desculpa.

Ela revirou os olhos.

—O almoço está pronto.

Eu a segui e desci as escadas. Almoçamos em silêncio, o que eu agradeci. Ela saiu para trabalhar e eu fui de uber para o shopping.

—É feriado viada. –Monet chegou por trás de mim me abraçando.

—Eu sei.

Eu a abracei de volta.

—Cracker, você está tendo atendimento psicológico?

—Não.

—Todo mundo precisa e você tá precisando bastante.

—Ouch.

—Eu me importo contigo. Você precisa se importar também.

—Miga, eu só não tô pronta para me abrir com uma pessoa desconhecida.

—Você quis dizer com uma pessoa que fez 5 anos de faculdade e ainda estuda, tudo isso só pra entender a sua cabeça?

—Okay, eu vou marcar uma consulta.

—Obrigada.

Subimos a escada rolante e caminhamos em direção ao nosso ponto de encontro com Aquaria.

—Bonjour.

—É tarde, mas tudo bem. –Disse Monet.

Elas se cumprimentaram. Aqua me olhou preocupada e apenas me abraçou, o que fez meu coração apertar, eu queria beijá-la, mas era melhor não.

Vanjie

Eu tentava enrolar o macarrão e não conseguia, o que fazia Brooke rir.

—Eu te ajudo.

—Não. Eu consigo.

Ela continuava me assistindo falhar. Eu tentava enrolar e ele desenrolava, eu olhei para ela.

—Tenta com a colher.

—A colher serve pra enrolar? Achei que era pra tomar o molho.

Ela riu.

—Usa as costas da colher, assim...

Ela me demonstrava e eu a imitei, não consegui.

—Eu vou cortar.

—Boa.

E assim eu fiz, percebi umas pessoas me olhando, eu apenas sorri de volta.