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~Capítulo 9: Primeira Vez

*Aracaju (22 de novembro de 2017)*

Os meses se arrastaram em pequenas discursões que terminaram com a harmonia ainda existente entre o grupo de Willian e Hadassa. As postagens no blog continuaram a difamar a garota até que a coordenação tomou partido da situação e puniu a pessoa por trás das postagens. O professor Lucas - professor de física acusado de ter um caso com Hadassa e mencionado como autor de pedofilia - foi demitido da instituição e não conseguiu outro emprego como professor. Os meses que passaram foram longos e acabaram não sendo satisfatórios para nenhuma das pessoas que o vivenciaram.

A semana de provas havia acabado e todos entraram em férias no dia vinte do mês de novembro. Os laços começaram a se alinhar mais entre o pessoal do grupo e os encontros continuaram a acontecer mesmo com todas as brigas e discursões. A única situação que os distanciou um pouco foi o desaparecimento da Sra. Ning no dia dezoito daquele mesmo mês. Os três irmãos ficaram devastados e só pensavam nas buscas a fim de encontrar a mãe deles. Infelizmente no dia vinte e um daquele derradeiro novembro, encontraram um corpo boiando no Rio Sergipe - Um dos rios que banham a cidade de Aracaju - em um estado de decomposição inicial e depois de estudos e uma perícia detalhada ficou constatado: Charlotte Ning foi assassinada e seus filhos mais novos tiveram de viver sob a proteção do irmão mais velho, agora maior de idade e capaz de cuidar deles.

"CORPO DE CHARLOTTE NING FOI ENCONTRADO E PERÍCIA CONSTATA ASSASSINATO"

"A dona de casa e mãe de três filhos, Charlotte Ning desapareceu no dia dezoito de novembro e as buscas não pararam até que seu corpo foi encontrado por pescadores flutuando no Rio Sergipe neste dia vinte e um. Nenhum de seus filhos desejou dar entrevista e não se tem pista alguma sobre o possível assassino daquela mulher"

A rede de televisão local não parava de anunciar o assassinato como o caso mais sórdido e brutal cometido na cidade em alguns anos. Na verdade nem era, uma vez que os repórteres estavam aproveitando do mistério para conseguir uma matéria de qualidade, pois todos os dias morriam pessoas assassinadas naquela cidade e em demasiados municípios do mesmo país. A maioria dos casos nem chegava a ser noticiado ou até mesmo solucionado. Toda aquela divulgação havia deixado Andrey cabisbaixo e triste, desde que encontraram o corpo. Ele não saia da cama e fazia um acampamento instantâneo no objeto.

Desde o dia vinte e um que sentia no peito a morte não só da mãe de seu melhor amigo, como também a morte de uma grande amiga. Eles passavam horas conversando sobre a vizinhança, bordados, novelas, notícias dos jornais e ele sabia que aquele mistério perpetuando seria um possível comentário quando a mulher fosse visitada pelo tão querido amigo de seus filhos. Ela o convidava regularmente para os almoços e jantares e sempre se dispusera a ajudá-lo no que fosse necessário. Havia planejado a festa de aniversário de seu amigo no dia dez de setembro e agora permanecia morta e seu enterro seria naquele mesmo dia, com todas as pessoas que a entendiam e amavam assim como Andrey.

Naquele momento de luto acabou esquecendo-se de Hadassa e Arthur, esqueceu até da incrível epifania momentânea e dos devaneios que o levavam a se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo e o deixavam indeciso. Adryelle o havia visitado duas vezes no dia vinte e um querendo se certificar que o amigo passava bem e estava assistido de felicidade e doces. Nas duas vezes que foi, levou barras de chocolate e só saiu quando o último tablete foi mordiscado. Ele sabia sobre o sofrimento de seus amigos tanto quanto o dele, mas não podia deixar de se dar um tempo para pensar na falta da amiga mais velha nos próximos anos.

Ouviu o tilintar da campainha, ouviu sua mãe caminhando pelo andar de baixo e seus irmãos gritando com o desenho que assistiam. Pensou que Adryelle faria mais uma visita e perguntaria como passava oferecendo mais chocolate e tentando diverti-lo um pouco. Mas o ecoar daquela voz em seus ouvidos, apenas ouvindo aquela voz cumprimentar sua mãe e escutar os passos que subiam na escada o animou de formas inimagináveis. Nenhuma surpresa se demonstrou em sua face quando observou Willian entrando em seu quarto e aproximando os lábios do rosto do amigo, dando o beijo de sempre na bochecha como demonstração do imenso carinho que sentiam um pelo outro.

- Oi - Cumprimentou-o a pessoa que acabara de chegar depois do costumeiro beijo na bochecha. Deitado na cama e estupefato com a visita, Andrey apenas respondeu o "oi" de volta e se encostou um pouco na cama na tentativa de zelar o espaço que Willian ficaria deitado por alguns momentos. Seu coração logo amoleceu e ficou terno, suas bochechas coraram apenas em sentir aquela pessoa ao seu lado e pensou em rir mais uma vez, mesmo pensando em uma perda tão grande de uma amiga tão especial.

Willian conseguiu animar Andrey naquele dia, fez uma coisa que nem a própria Adryelle havia conseguido. Sentaram-se na cama, falavam bobeiras como séries e alguns dos livros que despontavam das imensas estantes marcantes no quarto que estavam. Também falavam dos fofos ursos e bonecos que decoravam as paredes e as próprias estantes de livros do cenário. Mesmo indeciso sobre seus sentimentos românticos tanto pelo Willian quanto pelo Chris, naquele momento imaginou como seria se escolhesse a pessoa ao seu lado. A pessoa que mesmo enfrentando um luto bastante sofrido se preocupara com o amigo a ponto de visitá-lo e por um momento gostou da ideia de escolher o garoto de cabelos loiros.

- Na verdade eu não vim jogar conversa fiada - Willian se ajeitou na cama e ficou de frente para Andrey, aproximando seu rosto do dele e percebendo o estado de nervosismo e indecisão no grande ser em sua frente - Eu sei que não é certo pedir isso, mas hoje à noite na festa de encerramento na nossa escola terá uma homenagem para minha mãe e eu não queria falar nada, queria que você prestasse sua homenagem.

- Mas... É sua mãe, Willian - Andrey notou a força agradável apertando sua mão e logo percebeu que os membros deles estavam enlaçados como se fossem apenas um e como bom observador, sabia da vontade que o rapaz sentia e não conseguia levar em frente. A respiração quente dele em seu rosto era a melhor sensação sentida naquele dia - Seria importante para ela ouvir palavras bonitas saídas de você.

Depois de um longo respirar e muito apertar nas mãos enlaçadas e acariciadas de acordo com as vontades partilhadas por aqueles dois. Willian retornou seu discurso:

- Chris tem um compromisso na delegacia, está trabalhando junto dos policiais a fim de achar o assassino e não irá à festa - Continuou falando os motivos que fariam não querer prestar aquela homenagem - Tudo que eu tinha que dizer a minha mãe, eu disse em vida. E sei que o fato de estar se ressentindo em cima dessa cama consiste em achar que não falou tudo que queria durante a estadia dela perto de você.

Era verdade. O garoto sentia que não tinha dito tudo a amiga e ela tinha ido embora sem saber o quanto seu amor pela mãe do melhor amigo era verdadeiro. Foi interrompido naqueles pensamentos quando ouviu novamente a voz de Willian em um tom nada casual e muito modificado. Um tom que em anos lembraria e se perguntaria por qual motivo não o tinha perdoado no momento que descobriu a grande revelação no fim daquele dia. O momento que mudou toda a sua vida completamente.

- Conseguiu contato com o seu pai na clínica? - O pai de Willian havia retornado com o intuito de ficar próximo do filho depois de muito tempo. Arranjou um emprego de zelador na escola que o filho estudava e permaneceu meses próximo de seu pupilo. Entretanto ele foi acusado de desvio da verba da escola e após uma investigação, foi indiciado como culpado e seu erro apontado como falha psicológica devido ao histórico mental e suas várias internações ao longo dos anos. Assim, ao invés de enfrentar a prisão foi internado em uma clínica de reabilitação mental e ficaria lá sem contato com nenhum parente. Willian tentou incansavelmente acesso ao pai e pelo olhar tristonho em sua face, não conseguiu sucesso nas tentativas.

- Não. Ele não pode receber visitas e nem ligações por enquanto, nem disse a ele tudo que queria dizer no tempo que estivemos juntos e nem te apresentei a ele. Pensando nisso também tenho uma coisa a te dizer, mas sem usar palavras - Com um impulso que pareceu se arrastar em câmera lenta. Os cabelos loiros encostaram as bochechas coradas de Andrey e os lábios do dono daqueles cabelos se juntaram aos daquele garoto pela primeira vez. Eles se beijaram pela primeira e única vez e foi especial - Acho certo fazer as coisas que quero, antes de acabar perdendo as pessoas amadas por mim e ter de me arrepender. Como foi com meu pai e com a minha mãe - Quando se desgrudaram a despedida foi rápida, pois a visita se levantou, acenou um "tchau" e deixou o garoto que tinha acabado de beijar sozinho.

O enterro perdurou a tarde toda. A maioria dos amigos de Willian da escola tinha comparecido à despedida e deixado seus lamentos finais. Inclusive, Hadassa não deixou de comparecer com um buquê de rosas e deixou na borda do túmulo, lamentando a partida de uma pessoa especial para todos eles. Andrey ficou nos braços de Adryelle, olhando o corpo entrar no buraco que parecia imenso e depois toda a terra sendo jogada dentro daquela cova, marcando uma distância entre a Charlotte - amiga e parceira de todos os jovens - e o mundo exterior. Um mundo exterior que por muito tempo a teve viva e fazendo as coisas que mais amava fazer, baseado nesses ensinamentos a homenagem seria íntegra e demorada.

Depois que abandonaram o corpo da Charlotte todos foram à escola para a festa deprimente que acontecia naquele momento. Era para ser o encerramento do ano letivo, no entanto foi mesmo baseado em conservar a memória da mulher que o tempo e alguém brutal carregaram. Fotos coladas nas paredes da escola e velas acendidas por vários cantos que poderiam significar um incêndio. Sentou na arquibancada da quadra, visualizando todos conversarem como se o significado da festa não fosse zelar a memória de alguém. Muita gente sorria e conversava como se aquela perda não tivesse importado. As pessoas que compareceram naquela festa de homenagem - percebeu Andrey - não se importavam de verdade com tudo que acontecera. Era apenas um peso mais morto que a mulher assassinada.

Adryelle chegou e se sentou ao lado de Andrey na arquibancada pronta para fazer a primeira revelação daquele dia.

- Preciso te dizer uma coisa - Falou ao lado do melhor amigo deixando que apenas ele ouvisse sua imensa revelação - Sempre compartilhamos tudo e caso eu omitisse esse segredo estaria quebrando nosso laço de anos. Quero que entenda que tudo terá uma resolução e que estou muito assustada com isso tudo e também arrependida.

Ele a olhou sem entender direito a indagação. Mas, sabendo se tratar de algo grave, resolveu assentir e iniciar a conversa a fim de aconselhar e tentar solucionar aqueles problemas.

- O que de grave aconteceu? - Ele perguntou inocente e disposto a ouvir cada palavra que seria confessada naquele momento.

- Sabe o desvio da verba? - Ela perguntou em sussurros e continuou depois que observou a cabeça do amigo afirmando entendimento e recordação sobre o assunto - Quem desviou esse dinheiro não foi o zelador que demitiram, foi eu - Percebeu quando Andrey levava uma mão à boca sem acreditar que aquilo pudesse ser verdade - Quero que se acalme, pois eu não vou ser incriminada e meu pai está procurando um ótimo advogado para tirar aquele homem da clínica psiquiátrica e provar que ele não cometeu o crime em questão, tirando minha culpa da reta.

Sem saber direito o que dizer, começou com o que qualquer pessoa sensata faria descobrindo um segredo daqueles:

- Como? E Por quê?

- Sabe que meu pai planeja um investimento que talvez nos renda milhões e nos torne ricos. Mas precisávamos do dinheiro necessário para investir e eu resolvi ajudar da forma que eu podia. Abri duas contas e depositei dinheiro nas duas. Uma parcela que estava na conta do zelador foi devolvida e o restante ninguém deu falta e nós usamos para o investimento. O passo é tirar esse homem das acusações e deixar os policiais sem pistas até o caso ser encerrado e arquivado. Apaguei todas as filmagens da escola na data em questão, ninguém nunca vai descobrir e meu pai prometeu que vai fazer a festa que eu sempre sonhei, quando tudo der certo e formos felizes.

- Aquele homem é o pai do Willian e ele está triste. Ele tem uma família preocupada com ele.

- Eu sei. Por isso em breve estará livre e também recebe bons tratos agora no lugar no qual está. Ele vai ficar bem e nós também. Só sentia a necessidade de te contar, pois sei que posso confiar em você.

Ele entendeu. Mesmo sabendo sobre o erro inevitável daquela situação entendeu os motivos que a levaram a cometer o ato. Apenas o fato de ter visto e entendido a sinceridade. O segredo estar sendo confessado a ele, quando qualquer pessoa que soubesse podia comprometê-la. Fez com que se sentisse acima de tudo grato pela confiança depositada e jurou jamais contar nada daquilo a ninguém e ajudar a resolver toda a complicada situação da forma que pudesse.

- Obrigada. Sei que vamos ser melhores amigos para sempre, preciso de você - Adryelle confessou e aproximou a cabeça do ombro do amigo o abraçando.

- Para sempre - Ele repetiu antes de ser chamado pela diretora a fim de fazer o discurso de homenagem que todos na quadra poliesportiva aguardavam.

Soltou os braços de Adryelle e levantou a fim de caminhar em direção ao pequeno palco montado naquele espaço. Subiu com dificuldade sentindo suas pernas vacilarem e ainda pensando em tudo que a amiga havia dito minutos antes. Apenas sentiu uma vontade natural de estar ali e dizer às coisas que achasse que fossem necessárias.

Pegou o microfone e olhou a plateia. Penetrou o olhar nos lindos olhos azuis de Willian e finalmente conseguiu se decidir. Aquele olhar era igual ao que havia efetuado com Adryelle momentos antes. Entendeu que Willian estava destinado a ser seu melhor amigo por um tempo a menos que seus sentimentos mudassem e entendeu que a verdadeira pessoa que queria beijar era o Chris. Mas, antes que pudesse correr atrás da pessoa que realmente amava romanticamente, começou a balbuciar seu discurso:

- Muita gente acha que entende o que é a morte. Para ser sincero eu achei que entendia, achei que fosse uma pessoa capaz de saber o motivo real para a morte. Eu tinha uma relação muito boa com a Tia Charlotte - Lágrimas agora rolavam por seu rosto e sua voz começava a embargar - E caso ela estivesse aqui agora eu diria que descobri que o final da novela e sei que a vilã vai morrer no último capítulo. Ela ficaria muito feliz e me abraçaria mais uma vez sem saber que aquela vez seria a última. Ela tocaria em mim como sempre fazia e da mesma forma que o filho dela toca, como bons amigos que nunca deixaremos de ser - Olhou para Willian que mesmo com lágrimas rolando no rosto sorria para o amigo no palco.

"Quando imaginamos sobre a morte de alguém e balbuciamos sobre tal fato. Relativizamos o fato de nunca mais ter de ver a pessoa com o fim dela. Talvez não seja o fim e não quero pensar que é. Minha querida amiga Charlotte tem muito a que acrescentar em qualquer caminho que comece a trilhar a partir de agora. Seja lá o lugar que esteja, vai estar preocupada se o casal de mocinhos da novela vai terminar junto, se eu vou conseguir ser um bom escritor, se os seus filhos serão pessoas incríveis no futuro e se tudo que percorreu valeu a pena."

"E valeu, sempre vai valer a pena. Ela deixou a essência de um ser maravilhoso impregnada nas pessoas que a amaram até o fim desse pequeno ciclo e esse feito é o maior ato que qualquer pessoa viva poderá fazer. Eu amo a mulher que me apoiou e me integrou em sua família e sou grato por todo apoio que ela me deu. Assim, deixo aqui meu muito obrigado para uma das pessoas que mais me inspiram a ser quem eu quero ser, obrigado."

"Agora tem coisas que a separam da gente. Está enterrada e separada de todos nós no mundo exterior, ao menos seu corpo físico. Pois todos os sentimentos, momentos marcantes, festas, bailes e conversas legais. Tudo isso continua na nossa memória e vamos carregar conosco sempre. Morre uma mãe, filha e amiga querida, mas ela vive integralmente no meu subconsciente."

Desceu do placo ouvindo os aplausos de todos na quadra, caminhou até Adryelle e a deu o abraço que sabia que a amiga precisava. Eles ficaram grudados e ela consolou o choro da perda dele, todas as lágrimas que ele não havia soltado desde o desaparecimento da amiga até o encontrar de seu corpo. Desabou nos braços da melhor amiga, uma pessoa tão especial quanto Charlotte havia sido - e agora era o significado de um laço muito forte. Pensou em Chris, olhou para frente em tempo de ver Willian e Iasmim deixando a quadra e provavelmente indo para casa.

- Chris - Andrey sussurrou no ouvido de Adryelle e ela entendeu o que pensava - Tenho de ir atrás dele. Esse é o momento, pois beijei o Willian mais cedo e comecei a achar que se tratava dele. Mas, não. Ao olhar pra ele entendi - Deu uma pausa dramática sentindo vários dedos alisando sua face e enxugando suas lágrimas - Eu amo o Chris e é ele que eu quero.

- Então vá atrás dele, agora - Ela gritou e ele correu, saiu da escola sentindo o peso de toneladas de água da chuva caindo em suas costas e o deixando todo ensopado. Precisou ficar descalço e levantava o macacão frequentemente para não sujá-lo com a terra no chão. Sua camisa vermelha grudava em seu abdome e o colar em forma de âncora se debatia em seu pescoço como consequência dos movimentos que fazia. Sabia que precisava correr muitos metros até que chegasse à delegacia e encontrasse com Chris. Mesmo com toda a bagagem emocional que impregnava seu subconsciente continuou correndo incansável e alcançou o objetivo.

Ainda chovia quando chegou à delegacia. Havia pessoas na porta esperando a chuva passar, uma delas a pessoa que desejava encontrar mais do que qualquer outra. Ali no meio da pista se olharam e tudo parecia tão clichê, mas nem ligariam para isso. Chris saiu de onde estava retirando o casaco que vestia e preparado para colocá-lo na pessoa que precisava mais daquela vestimenta. Quando se encontraram foi muito rápido, em meio à avenida com tantos olhares perfurando os dois, Andrey investiu e descansou a boca na dele que assentiu e permitiu que o beijo molhado acontecesse.

Ficaram muitos instantes juntos, algumas pessoas na porta da delegacia começaram a aplaudir e uma buzina os fez caminhar até à calçada sorrindo com aquele momento. Foi uma decisão, ele fez uma escolha e escolheu manter a amizade tão preciosa com Willian a fim de começar um namoro com o garoto de cabelos negros.

- O que aconteceu? - Chris perguntou querendo uma resposta alta e clara. Uma resposta capaz de sanar suas dúvidas acerca daquele momento.

- Quando olhei para o Willian hoje, percebi que o olhar dele era para mim igual ao de Adryelle. Mas quando olho para você agora eu sinto algo diferente e entendo o que preciso fazer.

Eles sorriram e se beijaram mais uma vez só para ouvir mais aplausos das pessoas saindo da delegacia agora que a chuva passara. Algo vibrou no bolso de Chris e depois de ler uma mensagem eles se despediram e o garoto de cabelos negros voltou a entrar na delegacia para mais algum compromisso levando seu casaco consigo. Agora depois de se resolver com a pessoa que sentia o amor daquela forma, precisava explicar ao melhor amigo que tudo devia ficar baseado na amizade entre os dois. Talvez estivessem fazendo um julgamento errado - e esse pensamento ainda fluía por sua mente - mas os dois beijos também provavam que a relação era mais intensa com o irmão mais velho.

Cansado de correr chamou um táxi e pediu que parasse na casa dos Ning. Entrar ali sem ver Charlotte foi estranho, mas teria de se acostumar com aquela mazela uma vez que seria assim nos próximos anos por causa de forças que nem ele mesmo entendia. Pegou a chave embaixo do pote de uma samambaia suspenso no teto e abriu a porta silenciosamente. Sem perceber qualquer presença, começou a desabotoar o lado esquerdo do macacão em seu corpo e passou a mão nos cabelos querendo secar um pouco a água da chuva eternizada em todo o seu corpo. Sem os sapatos cheios de barro, começou a subir as escadas e olhou para luz do quarto de Willian acesa, assim começou a balbuciar antes de empurrar a porta entreaberta e olhar nos lindos olhos azuis do garoto de cabelos loiros.

- Willian, precisamos conversar e...

Foi interrompido pela imagem que observava. Imaginava que encontraria o amigo sozinho fazendo alguma coisa. Existiam imensas opções de coisas a se fazer sem englobar aquilo. Ao empurrar a porta entreaberta e olhar para cima da cama as duas figuras se movimentando de formas proibidas. Entendeu tudo que precisava pensar e ligou as peças fechando o caso sobre o assassinato de Charlotte.

Uma mãe muito preocupada com o bem-estar dos filhos e que jamais deixaria um incesto acontecendo embaixo de seus olhos. Provavelmente ela descobrira a relação entre Willian e Iasmim que assustados em cima da cama visualizavam a figura molhada de Andrey estupefato e sem conhecer palavras para expressar. O melhor amigo levantou e vestiu as calças querendo ter uma conversa civilizada sobre o assunto.

- Andrey, antes de tomar qualquer medida desesperada precisa entender o que está acontecendo aqui.

- Vocês mataram a mãe de vocês? A fim de manter um romance que criaram? - Duas perguntas facilmente respondidas com apenas uma palavra: sim. Mas, nenhum deles falou. A garota ficou em cima da cama cobrindo suas partes íntimas com um lençol branco e o garoto estava de pé usando uma calça jeans preta e sem camisa - Você me beijou hoje mais cedo, pensei que eu fosse uma pessoa especial e não só mais um casinho seu. Vim conversar sobre... - De repente aquilo nem importava, o espectro em sua mente de Adryelle confessando um crime e confiando nele foi claro o bastante para entender que havia se enganado.

Começou a caminhar de costas para fora daquele quarto e em direção ao corredor querendo sair do cômodo o mais rápido que pudesse. Willian caminhou lentamente atrás dele balbuciando palavras que com o calor do momento nem estavam sendo entendidas. Adryelle confessou o erro que cometeu e se arrependia, enquanto isso a pessoa em sua frente nunca confessou o que fez e transava com a própria irmã na casa da falecida mãe morta por suas mãos.

- Você matou sua mãe? - Perguntou mais uma vez deixando o choro descer e sentindo o queimar das lágrimas que saiam demasiadas dos seus olhos.

- Sim - Era a resposta necessária para criar o engajamento da segunda corrida do dia. Andrey desceu as escadas rapidamente e caminhou até a porta deixando a residência. Sabia que o criminoso corria atrás dele silenciosamente com intenções em nada destacadas. Entender o caso flagrando os dois na cama foi fácil, mas entender o que aconteceria a seguir na relação entre eles era o maior paradigma já vivido.

Aquele dia foi marcado por muitas situações aterrorizantes, mas também por momentos tristes e isolados. Naquele mesmo dia Adryelle beijou João Victor pela primeira vez e os dois nunca mais se separaram. Ficaram sentados na quadra da escola grudados um no outro pela primeira vez, de uma forma que nunca fizeram antes. Apenas compartilhando o primeiro momento do grande amor que compartilhariam até o presente.

Hadassa passava pelos próprios sofrimentos pessoais. Tanto as coisas com Lavínia e a culpa que persistia em seu subconsciente, quanto o amor que ainda sentia por Arthur mesmo com todos os erros que ele cometera. Naquela mesma noite, enquanto chorava pela morte de Charlotte, deitada na cama de sua casa e sendo consolada por seu amado. Ele se aproximou e beijou-a mais uma vez, a coisa esquentou e os dois fizeram sexo pela primeira vez. Em cima daquela cama e sozinhos em casa transformaram-se em apenas um, mesmo que no dia seguinte a culpa fosse pesar toneladas nas costas daquela garota.

Sara e Brunno se uniram pela primeira vez naquele mesmo dia. Sentaram na porta da escola e se abraçaram pensando se aquilo poderia dar certo. Começaram uma relação de confiança e muitos sentimentos destinados a perpetuar tudo que compartilhavam um com o outro. Nem tudo foi flores ou conciliação na vida dos dois, porém no momento era uma relação pura e verdadeira.

Andrey pensava que não precisaria gritar por socorro, mas poderia ter feito. A última coisa que sentiu naquele dia foi algo duro como uma madeira ou um pedaço de aço se chocando contra seu rosto de surpresa. Desabou no chão instantaneamente e antes que desmaiasse, olhou para aqueles cabelos loiros ainda estupefato com tudo que descobrira e fechou os olhos sem saber das coisas que aconteceriam a seguir.

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