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~Capítulo 14: A Festa do Lamento

"Um assunto bastante delicado terá que ser tratado no blog de hoje. Andrey tentou suicídio no banheiro da escola, todos sabem de que Andrey eu estou falando. Ele está bem, pois o aluno novo, Charlie Cardoso, salvou sua vida. Mas como escritora deste blog e muito popular na cidade, sinto necessidade natural de dizer a vocês que TODOS SÃO ESPECIAIS. Cada um tem uma peculiaridade dentro de si, algo que apenas você com esse seu jeitinho é capaz de fazer. Por isso, todos nós somos necessários para o mundo todos os dias. Somos necessários uns para os outros também. Peço que jamais se sintam inferiores, quando na verdade sempre serão o poder e nunca deixarão de ser IMPORTANTES"

— Blog da Victória

— Iasmim — Andrey gritou assustado e com as mãos para o alto. Iasmim carregava uma arma pronta para disparar a qualquer momento. Dulcy não sabia o que fazer e ficou posicionada atrás do rapaz sujo de tinta vermelha, esperando o veredito daquela mulher.

          Ela possuía sangue nos olhos. O Capuz Verde a havia sequestrado instantes antes da grande festa de Adryelle e seu plano agora era outro. Ainda com a arma empunhada e lágrimas nos olhos, Iasmim sabia que devia começar a falar e assim fez:

— Eu já sei de tudo — ela percebeu a tensão que se acumulou em Andrey quando ouviu aquela oração — o Willian está morto — a arma tremia em sua mão e lágrimas rolavam compulsivamente por seu rosto — a semana toda eu achei que fosse encontrá-lo, quando na verdade você o matou.

          Baixou a arma e colocou em cima de uma cômoda. As outras duas pessoas no cômodo relaxaram quando ela ficou em pé sem nenhum item que os pudesse ferir. Ainda chorava bastante e não sabia por onde começar, mas desde que fizera a descoberta, precisava saber de uma coisa antes de seguir com seu plano.

— Aquele dia no banheiro — Andrey sabia muito bem ao que ela estava se referindo — quando aquele rapaz te salvou, eu ainda estava na cidade e fiquei sabendo das notícias. Aquele dia, você tentou se matar — estava com a respiração ofegante e mal conseguia falar com a combustão de sentimentos afagando seu subconsciente — eu quero saber, por quê?

          Dulcy ainda estava posicionada nas costas do rapaz e ouvia tudo atentamente, mesmo com bastante medo. A mulher a frente dos dois falava apenas com um deles e o único homem no cômodo começou a responder a sua pergunta, já com a voz embargada.

Aracaju (15 de março de 2018)

Depois de viver o pior novembro de sua vida, os dias se passaram de forma arrastada. Foi interrogado sobre o desaparecimento dos irmãos Ning, teve de aguentar toda a tristeza do Chris, observou o sucesso dos negócios do pai de Adryelle e ficou com saudades do melhor amigo dia após dia até que o reencontrou.

          Estava em seu quatro e Willian estava deitado em sua frente, foi o melhor sonho que teve naquele momento, o único que na verdade o confortou. O melhor amigo começou a ser recorrente no seu dia a dia e ele gostava disso, mas sabia que a presença dele não era real. Ele aparecia em seu quarto, em sua sala, em seu banheiro e até na escola. No entanto, aquela presença era apenas fruto de uma imaginação cheia de culpa.

          O garoto ficou distante com aquele sentimento de culpa. Começou a se desligar das redes sociais e já não saia muito de seu quatro. Adryelle o levou a Paris para passar o ano novo, já que podia usar do dinheiro da conta bancária do pai e depois no carnaval eles foram para o Rio de Janeiro. O garoto de cabelos loiros e incríveis olhos claros os acompanhou por toda aquela viagem, mas apenas Andrey conseguia vê-lo.

          Sua presença começou a ser um fardo constante e precisou de alguns psicólogos para tentar reverter o problema. Não podia revelar o acontecimento com o Willian e isso estava o consumindo de uma forma bastante compulsiva. Notava todo mundo seguindo com as vidas e esquecendo da Charlotte e do Willian, mas ele não conseguia, pois estava sempre com um deles o atormentando e esgotando seus dias.

          Chegou a uma fase que não conseguia pregar o olho a noite, ficava até altas horas conversando baixinho com seu melhor amigo. De vez em quando sua mãe entrava no quarto, mas não via o Willian ali. Andrey já havia percebido a muito tempo o seu estado: estava ficando louco, por causa da culpa e do remorso.

          Adryelle não passava por aquilo. Via sempre a conta bancária de seu pai aumentando e focou na mudança que eles fariam para a mansão sempre sonhada por ela. Enquanto um estava morto por dentro em decorrência do dia 23 de novembro, a outra estava florescendo de formas surpreendentes e não podia ser julgada, uma vez que a assassina não era ela.

          Tentando se afastar do fantasma que nunca o abandonava, começou a tomar remédios para dormir. Roubou uns comprimidos da avó e aquilo funcionava, dormia e não precisava ficar acordado com a voz do Willian lhe fazendo várias perguntas. Até a última vez que o viu, no banheiro da escola, quando finalmente pensou em desistir da sua própria vida.

— Oi Adryelle — falou ao telefone já chegando no colégio — eu acordei mais tarde hoje, então estou chegando agora — a amiga já não ia mais a pé para a escola, contava com um motorista particular todos os dias.

          Em decorrência de seu atraso, só poderia entrar na sala após o toque do primeiro horário. Por isso, foi até o banheiro. Usava a blusa da farda do colégio e calças jeans azuis, rasgadas em seus joelhos. Seu tênis era branco e o cabelo estava cortado com uma pequena franja na testa. Quando saiu do sanitário e abriu sua bolsa percebeu o frasco branco dos remédios para dormir e aquela voz ecoou novamente em seus ouvidos.

— É uma excelente ideia — era a voz do Willian novamente. Olhou para o espelho em sua frente e o viu, dando-lhe um beijo em sua bochecha que ele jurou sentir — poderíamos ficar juntos para sempre.

— Você morreu — Andrey disse olhando para o reflexo do melhor amigo no espelho a sua frente — eu te vi morrendo, eu te enterrei e isso é tudo coisa da minha cabeça.

          Ainda segurava aquele frasco branco. E não conseguia tirar os olhos do espelho, conseguia ver cada detalhe da pessoa que um dia o amou.

— Se eu morresse agora o sofrimento ia acabar? — o fantasma atrás de si balançou a cabeça positivamente — deixo de ser um fardo para mim mesmo e a gente pode mesmo ficar junto? — mais uma vez o fantasma assentiu.

          Andrey ligou a torneira do banheiro e usou daquela água para engolir cada remédio do frasco. Não demorou para que se sentisse fraco e começasse a querer se deitar. Quando caiu no chão e percebeu alguém abrindo a porta sabia que infelizmente seria salvo. O rapaz de cabelos morenos e olhos verdes era um aluno novato e estava em sua turma. Ele logo percebeu o frasco branco jogado no chão como um lixo qualquer.

          Dois dedos em sua garganta e o gosto de vômito em sua boca antes que pudesse colocar tudo do seu organismo para fora. Colocou uma mão na perna daquele rapaz para se apoiar e olhou em seus olhos. Eram verdes e totalmente hipnotizantes, mas não sabia falar nada daquele momento, nem um simples agradecimento.

— Seu nome é Andrey, certo? — perguntou o rapaz o segurando como se fosse algo delicado.

— Sim e você é Charlie o aluno novo da turma.

— Sim, como foi o seu dia?

— Deprimente como diria o Arthur — ele sorriu quando se levantou junto com aquele rapaz, precisava ir à enfermaria.

          Antes que pudesse sair do banheiro ainda meio grogue, sem nem saber como procederia aquela situação, sentiu seu braço ser puxado e esteve novamente hipnotizado por aqueles olhos.

— Eu não sei o motivo do que você fez, mas quando entrei na escola era você na sala da diretora como aluno nota 10 do semestre passado, estava junto daquela menina rica, fiquei sabendo ser sua melhor amiga — ele teve um êxito antes que pudesse continuar com aquilo que desejava falar — preste bem atenção nas coisas já conquistadas por você, é um aluno brilhante, sabe responder muitas perguntas. Também o mais popular do colégio junto com aquele grupo lá na sala e eu sei que pode haver muitas coisas afligindo você, mas você é importante.

— Nem me conhece direito — Andrey falou, mas não conseguiu continuar com as palavras por ser interrompido.

— Todo mundo é importante, cada um de sua forma especial. Você é especial de sua própria forma e se alguma coisa está te deixando triste ou fazendo se sentir sozinho, pode contar comigo. Eu confio em você e sei que posso fazer você confiar em si mesmo.

          Aquelas palavras mudaram tudo, pois quando sentiu aquele apoio Willian desapareceu de vez e ele focou em duas coisas: esconder aquele segredo degradante e ser a pessoa especial que Charlie falou que ele era. Sentiu o peso de estar apaixonado por uma pessoa que não era um Ning, sentiu o peso de estar apaixonado pela pessoa que havia salvado a sua vida.

Povoado Country (13 de maio de 2020) — Presente

— Todo dia aquilo me consumia de pouco em pouco — Andrey disse olhando para Iasmim e tentando passar o máximo de sinceridade que pudesse — eu juro a você que não foi por querer. Eu jamais ia querer machucar ele.

— Eu sei — ela falou olhando nos olhos dele — nunca vou perdoar você, mas eu entendo que você não queria. Sei que o amava, mas não posso esquecer a morte dele e muito menos perdoar você por ser o culpado.

          Ela se sentou na cama e cobriu o rosto para eles não a verem chorar com a intensidade do momento. Dulcy puxou o braço de Andrey e o fez olhar para o jardim do hotel, pois todos os ônibus tinham ido embora. Nenhuma pessoa caminhava lá embaixo, apenas as luzes do salão de debutantes e de Karaokê estavam acesas, todo o restante estava escuro.

— Mas eles não checaram essa parte do hotel? Não viram que estávamos aqui ainda? — Andrey estava com medo de ter sido esquecido naquele lugar e com mais medo ainda das pessoas do interrogatório também não terem conseguido sair dali.

          Caso isso acontecesse estariam presos naquele fim de mundo. No fim da estrada um carro pequeno saia em direção a ponte do povoado e um clarão iluminou toda a região. Relâmpagos começaram a ser vistos por eles mostrando que em breve uma tempestade estava por vir.

— Esse é o plano dele — Iasmim disse de pé atrás deles — ele quer prender vocês aqui. Desde que a festa começou já sabia do dia da evacuação. E ele tem um cúmplice, não o vi no povoado, mas agora sei da existência.

— Como você sabe disso? — Andrey perguntou ainda com o medo incendiando todo o seu corpo.

          Iasmim não podia começar a contar seus relatos a partir do sequestro. Ela precisava mesmo narrar tudo desde o dia no qual desapareceu, principalmente para contar a Andrey aquilo que ele precisava saber.

— Quando eu fugi de casa, ainda fiquei meses em Aracaju escondida, esperando o momento certo para voltar e abraçar o Chris e esperando que o Willian voltasse também — outro relâmpago iluminou todo o povoado, fazendo ela parar de contar o que havia acontecido em todos esses anos — eu saí do Brasil quando a Fran me descobriu.

          Andrey parou e cambaleou um pouco depois daquela última parte. Segurou-se na cômoda mais próxima e decidiu tirar aquela história a limpo.

— Se minha prima soubesse onde você estava todos esses anos ela me contaria.

— Ela me trouxe a Seattle para recomeçar minha vida assim que ganhou aquela promoção. Também nunca me contou sobre a morte do Willian e agora sei que ela sabia.

          Francielle era a prima mais íntima de Andrey. Ela era policial na cidade na qual residiam, mas em 2018 passou em um concurso para atuar como detetive nos Estados Unidos e se mudou com o namorado. Ela sabia sobre a morte do Willian e fez de tudo para ocultar qualquer envolvimento do primo com aquele evento. Usou de toda a sua influência na delegacia para levar os investigadores em outros caminhos e isentar seu primo da culpa daqueles desaparecimentos. Possuía cabelos negros e uma altura invejável, seus olhos eram pretos e sua pele era negra também.

          Seu namorado era Cole Mendonça — o primeiro filho da família Mendonça — ele fez o mesmo concurso e atuava como detetive nos Estados Unidos. Em 2019 levou a irmã — Brenda — para morar com ele em Miami, na mesma época que Adryelle acabou se mudando. Os ainda estavam juntos, mas Cole não sabia acerca do envolvimento da namorada com a Iasmim. Ele tinha olhos verdes e cabelos bem loiros, pois era filho de mãe diferente dos seus irmãos, que por sua vez nasceram com morenos.

— Ela morou aqui em Seattle, depois foi para Miami ficar com o Cole e eu fiquei aqui no apartamento dela. Ela voltou mês passado e está em Seattle desde então com o Cole, agora são os dois que trabalham aqui. Quando os dois começaram a morar juntos eu comecei a pagar meu aluguel, trabalho de garçonete em um restaurante e está sendo o suficiente para pagar minhas contas. Nos vimos pouco nesse último mês, pois o Cole não sabe sobre mim.

— Já tem um tempo que eu não falo com nenhum deles dois e eu nem pensei em ligar para ela e contar que estaria em Seattle. Também não sabia sobre você estar com ela, nunca me contou nada disso — Dulcy boiava naquele assunto e resolveu sentar-se em uma poltrona, mesmo com a preocupação sobre todos os outros convidados já terem evacuado.

          Como já havia contado sobre Fran, precisava mesmo mencionar suas ações nos últimos dias.

— Eu fui atraída até esse lugar, achei que o Willian fosse o assassino e estava tentando tirar ele daqui para viver uma vida comigo. Hadassa foi a única confiável para saber sobre a minha permanência nesse povoado, ela me ajudou no que podia. Quando percebi as pistas do Capuz Verde eu entendi o jogo dele — ela parou para respirar e enxugar um pouco das lágrimas no rosto — ele pretende fazer você entender quem ele é, ainda não sei o motivo, mas é a pretensão dele.

          Dulcy se levantou e foi para a varanda observar o lugar, deixando os dois conversarem.

— Andar nas sombras por esse lugar me fez perceber muitas coisas. Vocês estavam praticamente cegos, o Capuz Verde atuava em qualquer horário do dia na fuça de vocês. Aí eu pensei o seguinte, já que ele queria uma pessoa para descobrir quem ele era, provavelmente uma pessoa inteligente já que deixava as pistas com as duas pessoas mais inteligentes da escola e se a terceira pessoa mais inteligente estivesse em uma fase de vulnerabilidade? — era uma pergunta retórica - talvez ele começasse a dar as pistas para essa pessoa também.

— Lavínia?

— Sim e ele a sequestrou. Eu também fui sequestrada algumas horas atrás. Ele precisava conversar de forma informal comigo, deixou um bilhete e me mostrou um vídeo, no qual Mayara e Lavínia conversavam sobre as pistas dele. Chegaram à conclusão de que ele é o pai do Willian, querendo vingança contra você. Eu não o vi, apenas achei o bilhete e o vídeo, depois voltei correndo para cá.

— Eles estão vivos?

          Andrey começou a chorar aliviado com o restante dos amigos desaparecidos, mas sua felicidade durou muito pouco.

— Apenas elas duas estão vivas — os dois sabiam sobre os assassinatos de todos os outros, mas ele ficou aliviado em saber que duas de suas amigas estavam vivas e podiam se salvar — o Capuz Verde é uma história criada pelo meu irmão, então faz sentido demais ser o pai dele. Ouvi a conversa de vocês e sei do radioamador na delegacia então tem um jeito de vocês fugirem daqui — ela pegou um papel do bolso e o entregou a Andrey.

          No papel existiam coordenadas de como usar o radioamador para falar com Francielle. Logo ele entendeu o que deveria fazer.

— Vai ligar para a Fran e ela mandará reforços, você precisa correr até a delegacia. Eu vou até a segunda parte do hotel tentar tirar aquele pessoal daqui.

          Ele assentiu com aquele plano quando mais um relâmpago iluminou o local e uma mosca o chateou no ouvido. Mas também estava muito sujo com aquela tinta vermelha em todo o corpo. Olhou para Iasmim com um agradecimento e um pedido de perdão para fazer, no entanto ela já sabia de tudo aquilo.

— Como eu disse, jamais vou perdoar você e Adryelle, mas aquelas pessoas precisam fugir daqui. Como a xerife não tem o poder que ela acha que possui para tirar todo mundo daqui, precisamos da ajuda da Fran, ela vai mandar um batalhão para nos ajudar se precisar.

— Eu lamento muito — Andrey falou ao se aproximar dela — perdão por tudo — já chorava novamente. Eram lágrimas sinceras de uma pessoa que estava sofrendo o reflexo de suas ações da forma mais terrível o possível.

          Quando os dois estavam para se abraçar aconteceu mais uma reviravolta naquele dia de extremas emoções e se viram coagidos a seguir com o plano que possivelmente salvaria a todos.

— Gente — Dulcy gritou da varanda e os dois foram até lá e olharam para o que ela via. Na segunda parte do hotel as luzes se apagaram — estavam acesas ainda agora.

          As luzes voltaram a se acender por alguns instantes e se apagaram mais uma vez.

— Devemos começar a agir — falou Iasmim com os braços cruzados para esconder suas mãos tremendo.

O assunto desse capítulo foi muito delicado e apenas reforçando o já dito por nossa querida Victória: "Vocês são importantes".

A nossa história continua em um momento bastante tenso, vocês não fazem noção de tudo que eu preparei para o próximo capítulo! Felizmente vão poder assistir o que seguirá na nossa história.

A seguir, a promo do Capítulo 15: Chamas na Parte Dois

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