Capítulo 10
Era difícil respirar, não tinha como se mover, era escuro, silencioso e frio. Celina não queria pensar muito, se não seria insuportável ficar naquele lugar.
Ela se arrependeu no mesmo minuto de ter se oferecido para sentar na cadeira, achou que ficaria inconsciente, mas ela estava enganada. Pelo menos sabia que tinha feito a coisa certa. Celina não podia deixar que nem Percy, nem Annabeth tivesse aquela experiência. Se ela voltasse no tempo, pro dia que Percy encolhera ela para a missão, sabia que faria tudo Igualzinho.
Contatou então que, já que estava tão consciente, teria bastante tempo para pensar, reviver e se lembrar.
Pensou em sua mãe, em Oliver e Flora, pensou em Luke, Percy, Annabeth, Grover e Clarisse. Pensou que Grover ficaria triste pelo que tinha acontecido com ela, pensou que Clarisse ficaria muito irritada por ela ter se sacrificado.
Ela se prolongou memórias antigas, revivendo de novo e novo as mesmas lembranças, e também imaginou cenários onde ela fazia alguma coisa diferente em um situação, e respondia outra coisa em outra situação. Era chato, mas era um passatempo.
De repente, um barulho alto ecoou em meio aquele grande silêncio, fazendo Celina estremecer. Aos poucos, o calor foi voltando ao seu corpo, a luz voltou aos seus olhos, e ela pode respirar.
Annabeth e Percy puxaram ela da cadeira com pressa, como se, se demorassem muito, a cadeira à transformaria de novo em ouro.
- O que tá acontecendo?! - Celina perguntou, ofegante, alternando o olhar entre Annabeth e Percy.
Celina percebeu uma terceira pessoa no local. Ela olhou para ele, que à encarava de volta.
- Alguns de nós também não são assim. - Ele disse, e seu olhar foi para Annabeth. - Você é uma menina boa, Annabeth. Eu vou conversar com a sua mãe por você.
Então ele se virou e, mancando um pouco, saiu.
- Quem era aquele? - Celina perguntou.
- Hefesto. - Percy respondeu. - A Annabeth enfrentou ele, e ele decidiu te libertar.
- Você? - Celina perguntou, olhando para Annabeth. - A senhorita certinha enfrentando um Deus?
Annabeth sorriu timidamente. Então, de repente, seu rosto se contorceu em uma careta e ela se jogou nos braços de Celina, à abraçando fortemente enquanto chorava em seu ombro.
Celina se surpreendeu, mas logo seus braços envolviam Annabeth, a apertando firmemente.
Sem que percebesse, ela sorriu. Pensou em quando Annabeth abraçou Percy, ela não tinha chorado como chorava agora. Talvez ela tivesse uma chance.
Ela olhou para Percy, que sorria para ela, com lágrimas nos olhos.
- Não fica parado aí, Cabeça de Alga, vem cá! - Celina mandou, abrindo um dos braços.
Percy foi até elas e as abraçou.
- Obrigada por não me deixarem. - Ela disse.
- A gente nunca te deixaria. - Percy respondeu. - Não é assim que as coisas funcionam comigo.
Celina riu por Percy ter repetido sua frase, então eles finalmente se soltaram do abraço. Celina percebeu que também chorava, e secou seu rosto.
- Vamos devolver essa droga de escudo pro Ares. - Celina disse.
[...]
Celina jogou o escudo de Ares de qualquer jeito na mesa, sob o olhar um tanto surpreso de seu pai.
- Cade nossa carona? - Celina perguntou.
Ares forçou um sorriso e, sem dizer uma palavra, se levantou e fez sinal para que eles o seguissem. Eles foram levados até os fundos da lanchonete, e encontraram um caminhão de carga.
- Tá de brincadeira. - Percy resmungou.
Ares estalou os dedos e as portas traseiras do caminhão se abriram, revelando várias gaiolas com animais presos.
- Entrem, ou não, eu não tô nem aí. Mqs esse negócio em algumas horas vai tá no Cassino Lotus em Vegas, o Hermes costuma ir lá. É só fazer tudo certinho, e o motorista particular dele vai deixar vocês em Los Angeles. - Ares explicou, e jogou uma mochila para Percy. - Toma. Tem comida, roupas, dinheiro, dracmas pra invocar o Hermes. Eu ia desejar sorte pra vocês, mas não ia adiantar de nada, né?
- A gente não vai fracassar. - Percy garantiu.
Ares riu.
- Relaxa. O seu pai tem vários filhos que ele abandonou por aí depois de ter perdido todo o interesse. Você vai ter muita companhia.
- A gente não vai fracassar. - Percy repetiu, assumindo uma postura agressiva, e se aproximando de Ares. - E eu cansei de ouvir você falar isso. Você acha que sabe quem eu sou, mas não sabe. E se não tomar cuidado... Você vai descobrir.
Celina sorriu, ansiosa por uma briga, mas Grover se meteu entre os dois.
- Então, valeu pelo abuso psicológico, pelo X-Burger, e pela carona. A gente vai aceitar. - Grover dizia, caminhando em direção ao caminhão, fazendo sinal para que os outros o seguissem.
Todos os seguiram e também e subiram no caminhão.
- Será que não da pra arrumar um papel toalha pra gente? - Grover perguntou. - Tá meio sujo aqui dentro.
Ares não respondeu, apenas estalou os dedos e as portas do caminhão se fecharam.
- Idiota. - Celina resmungou, negando com a cabeça.
- Caramba, que cheiro ruim. - Percy comentou.
- Se for pra chegar onde a gente precisa, tá ótimo. - Annabeth disse.
- Isso se o Ares tivesse falado a verdade. - Percy respondeu.
- Ele não falou. - Grover confirmou. - Não complemente, pelo menos. Ele tá escondendo alguma coisa.
- Como você sabe? - Celina perguntou.
- Porque.. Eu acho que fiz ele falar. - Grover respondeu. - Eu sei quem roubou o raio mestre.
- Quem?! - Os três perguntaram, surpresos.
Grover encarou Celina, e encolheu os ombros.
- A Clarisse. - Ele respondeu.
- O que? Não! - Celina negou na mesma hora. - Tá de brincadeira, não é? A Clarisse não roubou droga de raio nenhum!
- Celina, calma! - Annabeth pediu. - Deixa o Grover explicar.
- Explicar o que? Isso não faz o menor sentido!
- Eu percebi que o Ares sabe quem é o ladrão, mas quis encobrir. E quem mais o Ares encobriria? - Grover perguntou. - A Clarisse foi no último solstício no Olimpo, ela deve...
- Muita gente do Acampamento também foi. O Luke foi, a Annabeth foi.. Por que você tá culpando a minha irmã? - Celina negou com a cabeça. - Não quero mais ouvir isso. Se quiserem conspirar contra a minha irmã, tudo bem! Não vou participar disso!
Ela deu as costas para os outros três e começou à procurar um lugar minimamente confortável para se deitar e dormir entre as gaiolas.
Ela conseguia ouvir os sussurros deles, e se encolheu. Clarisse não faria isso, faria? Celina se lembrou do dia que saiu para a missão, Clarisse estava preocupada com ela, mas só porque tinha medo de ela acabar fazendo besteira e, consequentemente, virando alvo dos Deuses, ela não estava preocupada porque Celina tinha se envolvido em uma confusão que ela tinha criado, não é?
Não, Clarisse não faria isso. Se tivesse feito, ela teria contado para Celina. Elas contavam tudo uma para outra, eram irmãs, melhores amigas, o vínculo delas ia além do sangue divino em suas veias.
- Celina?
Celina olhou para Annabeth, com cara de poucos amigos.
- Eu não tô legal, Annabeth.
- Para de me chamar assim. Eu não gosto. - Annabeth disse, se aproximando e se sentando ao lado de Celina, bem próxima. Seus braços se encostavam. - Não quero brigar com você, eu quase te perdi hoje. Amanhã você pode ficar brigada comigo, pode ser?
Celina encarou Annabeth, e suspirou derrotada.
- Você tem sorte que eu não consigo ficar brava com você. - Celina disse com um sorriso, e Annabeth sorriu também.
Elas ficaram algum tempo em silêncio, apenas ouvindo o motor do caminhão e os barulhos dos animais nas gaiolas.
- Quer conversar? - Annabeth perguntou.
- Sobre?
- Bom... Ares meio que tentou te matar, hoje. Você deve ter algo para falar sobre isso.
- A sua mãe não tentou fazer a mesma coisa? Você quer falar sobre isso? - Celina rebateu, tendo o silêncio como resposta. - Eu não espero nada de bom vindo do Ares, ele me odeia e eu odeio ele. Se eu tivesse a oportunidade de mata-lo, com certeza eu faria.
- Mas ele tentou te matar por nada. A minha mãe quis me punir porque eu fiz algo de errado. - Annabeth disse.
- Você não fez nada de errado, Annie, nem o Percy. - Celina disse, se afastando um pouco de Annabeth para que pudesse olhar em seus olhos. Queria que, o que falasse em seguida, entrasse na cabeça de Annabeth. - Os Deuses tem o ego frágil, a Atena tentou te matar porque você feriu o ego dela. Eles querem ser adorados, temidos e respeitados, e só isso.
Annabeth à encarou por alguns segundos, então desviou o olhar e deu um meio sorriso.
- As vezes você fala como Luke. - Ela comentou. - Ele também tem um pouco de rancor dos Deuses.
- Não é pra menos. - Celina disse. - Depois do que aconteceu com a mãe dele.
- Você sabe? - Annabeth perguntou. - Não sabia que você conhecia a história do Luke.
- Ele me contou depois que eu descobri que Ares matou minha mãe. - Celina explicou. - Acho que ele queria me mostrar que eu não era a única que sofria nas mãos dos Deuses, que eu não estava sozinha. Mas são poucas pessoas que conhecem o passado do Luke. Esse tipo de coisa a gente não conta pra qualquer um.
- Verdade. Ninguém gosta de ficar vulnerável assim para outras pessoas. - Annabeth concordou.
Silêncio novamente. Annabeth deitou a cabeça no ombro de Celina, e ela se controlou para não surtar.
- Você lembra quando chegou no Acampamento? - Annabeth perguntou, e Celina soltou um murmúrio de concordância. - O que você achou de mim?
- Eu te achei uma chata. - Celina respondeu, rindo quando Annabeth se afastou e à encarou com surpresa. - Eu achei mesmo! Pensei: filha de Atena, deve ser uma nerd chata.
- Mas isso foi antes de me conhecer, né? - Annabeth perguntou.
- Não, eu ainda te acho a maior chata. - Annabeth deu um tapa em seu ombro e Celina riu ainda mais. - Mas eu aprendi a gostar dessa sua chatice. E também à admirar.
- Admirar? - Annabeth perguntou.
- Sim. Desde aquele papo de cobertor. - Celina respondeu.
- Você lembra disso?
- Claro. Como você acha que eu consegui me controlar durante todos esses anos? Foi graças à você, Annie. Eu encontrei meu cobertor.
Annabeth sorriu timidamente com aquela revelação. Ela voltou à se deitar no ombro de Celina para que ela não visse seu rosto vermelho.
- E o que você achou de mim? - Celina perguntou.
- Não achei que você fosse especial. - Annabeth respondeu imediatamente.
- Ai. - Celina brincou, e as duas riram.
- Mas depois do que você fez, achei que você fosse uma Deusa. - Annabeth finalizou.
- Você não ficou com medo? - Celina perguntou. -
- Nem um pouco. - Annabeth garantiu.
As mãos das duas se encontraram novamente, os dedos se entrelaçaram. Aquele gesto estava ficando cada vez mais normal e natural.
- Vamos dormir. - Celina disse. - Foi um dia longo, e amanhã vai ser mais ainda.
Em poucos minutos ela pode ouvir a respiração de Annabeth ficar mais e mais calma, até que ela percebeu que Annabeth dormir em seu ombro.
Celina demorou para dormir, sem que ela quisesse, ela voltou à pensar na possibilidade de Clarisse ter roubado o raio. Ela não queria acreditar, mas era possível. Clarisse faria de tudo para agradar Ares, até mesmo começar uma guerra por ele.
Celina observou Annabeth dormindo. Ela queria muito que a suposição de Grover estivesse errada porque, se tivesse certo, ela teria que lutar do lado de Ares, ela teria que lutar contra Percy. Contra Annabeth.
Annabeth era importante. Mas Clarisse era muito mais. Ela rezava para que Clarisse não tivesse feito essa besteira.
[...]
A luz do dia iluminou o compartimento do caminhão. Grover tinha aberto uma janelinha no teto do caminhão, fazendo a luz entrar.
- Assim ajuda? - Grover perguntou.
- É o que vamos descobrir. - Annaveth disse, com um cristal na mão, ela o movia para conseguir que a luz do sol batesse no cristal. - Você sabe onde estamos?
Grover pôs a cabeça para fora, vendo a localização deles.
- A gente tá quase lá. - Grover respondeu.
Percy se levantou do chão e se sentou ao lado de Annabeth. Celina estava de pé ao lado deles, de braços cruzados e com um semblante sério no rosto.
- Pronto, consegui sinal! - Annabeth disse. - Joga, Percy!
Percy obedeceu e jogou um dracma na luz que o cristal fazia, fazendo ela sumir.
- Isso nunca vai deixar de ser estranho. - Percy comentou.
- Se quiser a atenção de um Deus, tem que pagar o preço. - Annabeth disse, então limpou fechou o olhos. - Oh, Íris, Deusa do arco-íris, aceite minha oferenda.
Íris atendeu Annabeth.
- Tá bom. O Acampamento Meio-Sangue, o escritório de Quiron. - Annabeth pediu.
A imagem ficou distorcida por alguns segundos, então eles viram as costas de alguém.
- Luke? - Percy perguntou.
Luke se virou e os encarou.
- Annabeth? Percy! Celina! Vocês tão bem? - Luke perguntou.
- É, a gente tá bem. - Annabeth respondeu, com a testa franzida. - Cadê o Quiron?
- O Quiron tá tentando segurar as pontas por aqui. - Luke respondeu. - Todos acham que vamos entrar em guerra, os chalés estão encolhendo lados. Por favor, me deem uma boa notícia!
- Nós sabemos quem roubou o raio. - Percy disse.
- Vocês acham que sabem. - Celina corrigiu.
- Como vocês sabem? - Luke perguntou.
- A gente encontrou o Ares, o Grover fez ele falar e percebeu que o Ares sabia quem era o ladrão, mas resolveu encobrir. - Annabeth explicou. - E quem o Ares encobriria se não fosse...
- A filha preferida. - Luke constatou. - A Clarisse que roubou o raio.
- Não dá pra acreditar. - Celina soltou uma risada sem humor. - Até você, Luke?
- Desculpa, Lina, mas você precisa admitir que faz sentido. - Luke disse.
- Argh! - Celina revirou os olhos, se calando. Não sabia o que tinha que fazer para tirar essa ideia idiota da cabeça deles.
- O Quiron precisa prender ela. Descobrir o que ela sabe. - Percy continuou. - Essa história vai muito além do raio, tem algo maior. Não me pergunta como eu sei, só tem que confiar em mim.
- Tá bom. Deixa comigo. - Luke assentiu. - Então, Ares, né? Como que foi?
- Bom, em comparação com a Quimera na segunda, e a Medusa no domingo, poderia ter sido pior. - Percy respondeu.
- A Medusa foi no sábado. - Annabeth corrigiu.
- Não foi no domingo? - Celina franziu a testa.
- No domingo não teve monstro. - Annabeth respondeu, voltando sua atenção para Celina. - Na segunda o Percy morreu no rio, lembra?
- Não tem como esquecer. - Percy respondeu.
- Verdade.. Então a Medusa foi no sábado. - Celina disse. - Tanta coisa aconteceu que minha cabeça tá confusa..
- Gente. - Luke chamou a atenção delas. - Que que é isso?
- O que? - Celina perguntou.
- Quando foi que vocês viraram um casal de velhinhas? - Luke perguntou, divertido. - Finalmente deu uma chance pra Celina, Annabeth?
As duas se encararam, e desviaram o olhar rapidamente, vermelhas. Era impressionante como ela não tinham vergonha de dar as mãos, mas tinham vergonha de quando terceiros falavam à respeito delas.
- Ah, sem querer mudar de assunto, mas já mudando. - Percy continuou. - A gente precisa de um conselho seu: estamos indo pra Las Vegas pra encontrar o seu pai...
Annabeth rapidamente desligou a chamada com Luke, interrompendo Percy no meio de sua fala.
- O que foi isso? - Percy perguntou.
- Você não pode falar pro Luke do pai! - Annabeth respondeu.
- Bom, agora eu não posso mesmo.
- Se você falar pra ele que a gente vai ver o Hermes ele vai fazer a gente desistir. - Annabeth explicou. - E a gente não precisa disso.
- Eles não se dão bem? - Percy perguntou.
- Quem é que se dá bem com os pais nessa droga de família? - Celina devolveu.
Grover se aproximou deles.
- Eu tenho atualizações. - Grover disse. - Os homens que dirigem esse caminhão, não são nada legais. São contrabandistas.
- A gente pode fazer o possível pra ajudar à soltar os animais, mas só se não for atrapalhar nossa missão. - Annabeth disse.
- Ah, não. Eles já tem um plano pra tirar eles daqui, e a gente vai junto. - Grover respondeu, animado. - Pessoal, essa galera é muito esperta. Eles só precisavam de uma peça que tava faltando pra destrancar as jaulas.
- E qual era? - Percy perguntou.
- Polegares. - Grover respondeu. - Mas a gente tá aqui, então tudo bem.
- E depois das jaulas abertas, eles tem algum plano?
- Já. E eu achei muito elegante. - Grover respondeu. - Gente esse caras são tipo artistas!
Minutos mais tarde, vários animais estavam espalhados pelas ruas de Vegas, causando o maior caos.
- Eu tô achando perigoso. - Percy comentou.
- Eles vão ficar bem. - Grover garantiu. - Eu dei uma benção de sátiro, então eles vão conseguir chegar na floresta antes que...
- Tava falando das pessoas. - Percy interrompeu.
- Ah... Elas... Acho que elas vão... É... Não sei não. Mas os animais vão ficar bem. - Grover disse.
- Vamos antes que a polícia apareça. - Annabeth os apressou.
- Como vamos saber qual hotel é o Lotus? - Celina perguntou.
- Sei lá. - Annabeth deu de ombros. - Vou chutar que é o com uma flor gigante de lotus em cima.
Celina olhou para trás e viu o enorme que Annabeth tinha falado. Celina soltou uma risada.
- Você só tava dois segundos na minha frente. - Celina disse. - Não podia deixar eu ganhar essa?
- Não. - Annabeth respondeu, e eles começaram à caminhar em direção ao cassino.
O Cassino Lotus era majestoso, com várias pessoas rindo e se divertindo, com diversos garçons carregando bandejas e mais bandejas de bebidas e comidas muito cheirosas. Tocava uma música alta, mas não o suficiente para que as pessoas tivessem que se comunicar por gritos. Era um lugar mais que agradável e que encantou Celina imediatamente.
- Eu sei que era pra gente salvar o mundo, mas seria falta de profissionalismo se a gente ficasse um pouco aqui? - Percy perguntou.
- Acho uma ótima ideia. - Celina disse, pronta para dar um passo à frente, querendo explorar o local, mas Annabeth à segurou.
- A gente acha o Hermes, a gente faz ele arranjar uma carona pra Los Angeles e um plano pra entrar no mundo inferior, e a gente sai o mais rápido possível. - Annabeth disse didaticamente.
- Eu tava brincando. - Percy disse.
- É... Eu também. - Celina mentiu.
- Cara, perai. - Grover disse.
- Que foi? - Percy perguntou.
- A sua mãe contou as histórias? Ela leu pra você a Odisséia? - Grover perguntou.
- Só os quadrinhos. - Percy respondeu.
- Quando Odisseu chegou numa praia, tinha uns caras que tinha esquecido de onde vieram, esqueceram tudo que importava pra eles. - Grover contou. - E eles ficaram assim porque comeram...
- As flores de lotus. - Percy completou.
- Se a gente entrasse lá e esquecesse de tudo ia ser ruim de tudo quanto é jeito. - Grover continuou.
- Mas se o Hermes tiver lá dentro, que escolha a gente tem? - Percy perguntou.
- É só não comer nada. - Celina disse, olhando diretamente para Grover.
- Por que você olhou pra mim quando disse isso? - Grover perguntou.
- Porque você tem a boquinha nervosa. - Celina respondeu.
Então eles entraram no Cassino.
- Esse lugar parece muito maior por dentro do que por fora. - Grover comentou, enquanto eles abriram espaço por entre as pessoas. - Ele pode tá em qualquer lugar!
- Vamos nos separar. - Annabeth sugeriu.
- Achei que a gente não fazia mais isso. - Percy disse. - Além disso, vocês já viram o Hermes, mas eu não. Então eu não vou ajudar muito sozinho.
- Ok, então vocês três vão juntos pra esse lado, e eu vou pro outro. - Celina disse, tentando se afastar, mas Annabeth segurou seu braço.
- Sério isso, Celina? Você vai continuar com a sua birra? - Annabeth perguntou.
- Você mesma disse que eu poderia ficar brava com você hoje, não disse? - Celina devolveu, se soltando de Annabeth. - Algum tempo-limite pra gente se encontrar aqui?
- Vinte minutos. - Annabeth respondeu, dando um suspiro.
- Certo. - Celina assentiu, então se virou e se apressou em se afastar o mais rápido possível dos outros três.
- Celina! - Grover chamou, correndo atrás dela, à acalçando e caminhando ao seu lado.
- Grover, vai com a Annabeth e o Percy, se não você vai se perder. - Celina mandou.
- Eu só queria pedir desculpas por ter colocado a Clarisse como suspeita pelo roubo do raio. - Grover pediu. - Eu não queria te deixar chateada.
- Não quero falar sobre isso. - Celina respondeu.
- Por que não? - Grover perguntou. - Eu quero te ouvir, quero que tire essa ideia da minha cabeça.
- Não quero conversar sobre isso, porque, quanto mais eu penso sobre, mais eu acho que faz sentido! - Celina disse, não tendo coragem de encarar Grover. - Eu digo que a Clarisse não poderia fazer isso, mas a verdade é que eu não tenho certeza! E eu não quero acreditar que a Clarisse fez isso, porque se não eu teria que escolher um lado, e eu não quero ter que escolher entre vocês três e a minha irmã, entende?
Celina finalmente olhou para Grover, mas se surpreendeu quando viu que Grover não estava mais ao seu lado.
- Grover? - Celina olhou à sua volta, procurando por Grover. - Grover! Cadê você? Grover!
- Você não me pega!
Alguém deu um encontrão com Celina, e ela caiu no chão com a pessoa em cima de si. Ela gemeu de dor.
- Argh! Garoto, olha por onde anda! - Celina brigou com o menino em cima de si.
- Desculpa. - O menino pediu, fazendo beiço.
Celina se arrependeu na hora de ter brigado com ele. Ele parecia ter 10 anos, ou menos.
- Nico!
Uma voz feminina chamou a atenção de Celina, ela olhou para cima e.. Uau. Ela era bonita.
- Nico! Olha o que... Me desculpe por ele. Meu irmão as vezes é um pestinha. - A garota pediu.
O menino, Nico, saiu de cima de Celina, e ele e a irmã à ajudaram à se levantar.
- Você está bem? - A garota perguntou.
- Eu tô... Tô bem, sim. - Celina sorriu, sem jeito. - Eu me chamo Celina. E você?
- Ah, desculpa a falta de educação. - A garota riu. - Esse é meu irmão mais novo, Nico. E eu sou Bianca Di Angelo.
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GENTEEEEE ME FALEM O QUE VCS ACHARAM VCS GOSTARAM??? espero que sim
a celina com medo da clarisse ter roubado o raio 😭 a gente sabe quem roubou, mas como a celina não sabe ainda eu decidi plantar a semente da dúvida na cabeça dela 👹
e eu queria que vcs vissem meu fancast da Bianca e do nico:
pensei na xochitl gomez como bianca. super achei que combinou, o que vcs acharam??
e sim, o nico eu escolhi o ator gabriel moreira, o ator do cascão no filme da turma da Mônica, achei ele um nico perfeito
na série não tivemos a participação ilustre do nico e da bianca então eu decidi colocar eles na fic. e a celina achou ela bonitaaaaaa 🤭 no próximo capítulo vai ter cena de ciúmes e eu tô doida pra ver a annie com ciúmes da namoradinha dela, vcs tão tbm???
até o próximo capítulo 🥰
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