JOELMA A Maior Tragédia Da História Do Corpo de Bombeiros.
JOELMA, a grande tragédia e um grande ensinamento ao Corpo de Bombeiros.
Joelma
O incêndio do edifício Joelma foi uma grande fonte inconsciente de inspiração para muitos cidadãos injetar na alma a importância de ser ou valorizar o trabalho do Corpo de Bombeiros, as atitudes são como uma semente plantada no solo que podem vingar ou não.
Enfim vou explanar um pouco sobre aquele grande incêndio que ocorreu no ano 1974, exatamente no dia 1 de fevereiro que a história contou.
Aquele arrojado arranha Céu para aquela época tinha uma esplêndida beleza arquitetônica com 25 andares, 4 elevadores, garagens elevadas, estava bem localizado, no coração de São Paulo, de frente para o Vale do Anhangabaú com a Avenida 9 de Julho.
Era o sonho do modernismo em termos de arquitetura. Infelizmente com um sistema de segurança muito precário, no tocante à prevenção e combate a incêndio que não tinham as exigências legais.
Falo do Edifício Joelma hoje com o nome de Edifício Praça da Bandeira. Na data de 01 de fevereiro de 1974 por volta das 08hs45, o Corpo de Bombeiros foi acionado.
O fogo começou no 12° andar foi se alastrando rapidamente de forma ascendente para os andares superiores.
Foi um acontecimento que ficou marcado na história do Corpo de Bombeiros de SP e do Brasil.
Naquela época eu nem sonhava que um dia envergaria a camisa do Corpo de Bombeiros, mas o instinto é imprescindível e hoje estou aí somando e sendo mais um instrumento de Deus..
É difícil, talvez anti ético falar ou comentar de uma ocorrência sem ter estado nela, as imagens nos mostraram e pra quem tem sensibilidade, sentiu na pele o que é correr para o nada, ou correr para a liberdade ao encontro da morte por completo desespero e falta de opção.
Hoje sou e sei o quanto é complicado o desconforto térmico excessivo mesmo estando equipado protegido e preparado, o quanto é terrível encarar o "Pavoroso" e sentir o calor no cangote, como costumamos dizer, o famoso "Bafo do Capeta", isso num incêndio que não chega nem aos pés do incêndio do edifício Joelma!
Por isso contamos sempre com Deus, pois o Diabo vai e põe fogo, o Bombeiro vai e apaga! E essa briga não acaba nunca...
Imagino aquelas pessoas, sem saída, confinadas, desesperadas sem equipamentos, treinamento e nem para onde correr, muitos fugiram pelo elevador até que pararam de funcionar provocando várias mortes, a escada foi rapidamente tomada pela densa fumaça, impedindo a fuga dos ocupantes que ao invés de descerem começaram a subir, na esperança de serem resgatados no topo do prédio, crendo na existência de um heliporto, porém, encontraram apenas uma laje com telhado feito de amianto, imagino também o afã e o desespero daqueles bombeiros e daqueles heróis, que fizeram tudo que pode com os recursos escassos da época, mas era o que tinham para aquele momento para executar a missão.
Aí então começou a atuação heróica de nossos Policiais Militares, no momento em que todas as esperanças desaparecem e os riscos são extremos, destacam-se os fortes de caráter, os destemidos, e os corajosos, que conhecem o perigo e mesmo assim não deixam de atuar e avançar!
O primeiro guerreiro a saltar de um helicóptero civil sobre o edifício em chamas foi o Sgt PM Cassaniga do COE (segundo relatos foi do helicóptero do DERSA, pilotado por Silvio Monteiro). Ele saltou da aeronave a uma altura de cerca de 4 metros e quando tocou o teto fraturou seu tornozelo, mesmo assim, esqueceu a dor e organizou o salvamento.
O único helicóptero que teve atuação efetiva na retirada de pessoas do teto do Joelma foi o helicóptero militar UH-1H da FAB pilotado pelo Maj Av Pradatzki, Ten Av Taketani e tripulado pelos seguintes militares: Sgt Silva, mecânico da aeronave, o então Ten PM Nakaharada (COE), Sd PM Juvenal (COE), Sd PM Cid Monteiro (COE) e o médico civil Dr Wanderley.
Essa foi a segunda equipe a desembarcar no telhado do Joelma que nesse ponto alcançava temperatura superior a 100° Celsius, com o detalhe de que nenhum deles dispunham de equipamentos apropriados para o resgate, como roupas, máscaras, ancoragem, etc.
Como o helicóptero militar não conseguia pousar no teto do edifício, as pessoas se agarravam nos esquis do UH-1H da FAB e, com ajuda da tripulação, eram colocadas para dentro do helicóptero.
Foi uma operação arriscada de embarque a baixa altura, mas que funcionou, sendo a pioneira na América do Sul, nunca antes realizada.
O helicóptero UH-1H fazia pairado sobre o edifício e conseguia retirar as pessoas.
Os feridos eram levados por ele ao do prédio da Câmara Municipal, onde ficaram pousados os demais helicópteros e seus pilotos civis (aeronaves civis da Pirelli, Papel Simão, DERSA, etc) auxiliando as operações de salvamento, transportando-as aos hospitais.
Enquanto isso, o Comandante Alberto, primeiro piloto de helicóptero do Brasil, com a ajuda do Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, pousou o helicóptero da empresa Pirelli sobre uma pequena laje de um prédio vizinho.
Ali, os bombeiros passaram cordas, ligando dois prédios e tentavam retirar as pessoas, sendo que atravessaram os prédios, utilizando-se da técnica “comando craw”, os então Cap PM Hélio Caldas do Bombeiro, o Ten PM Lisias (COE), o Sd PM Antônio Benedito Santos (COE) e o Sd PM Osmar Lachelli (COE). Além desses, participaram do salvamento no edifício, o Cap PM Idalécio, Sgt PM Newton, Sd PM Fucile e Sd PM Santos. Certamente existem outros profissionais que atuaram nesse incêndio.
Quem sobreviveu foi tão valente quanto aos bombeiros, mantiveram o controle essencial e suficientes para esperar e encontrar uma saída.
Digo o mesmo para quem não teve a mesma sorte, pois só quem estava lá pode dizer o que é ver a morte de perto, morrer queimado, assado dentro de um elevador, ou cozidos dentro de uma caixa d'agua, pois a temperatura média ultrapassaram os 100°C, é um calor que ninguém imagina, sem dúvidas é ver o inferno de perto.
O comandante das operações na época era o Cap Caldas no final da tragédia que terminou por volta das 13hs30, deu uma entrevista a algumas emissoras, que o reverenciavam pelo ato de heroísmo de todos, triste e, muito abalado ele respondeu:
___ Como podemos ser heróis, se morreram tanta gente?
Para o nosso orgulho, munidos de boa vontade e compaixão, carregamos o lema, os exemplos e a coragem daqueles Bombeiros.
"Aqueles sim, posso dizer sem nenhuma reserva, que foram grandes heróis"...
Poeta : Luiz Carlos
Fontes: Corpo de Bombeiros/COE
Não posso deixar de mencionar a soma de forças do Comando de Operações Especiais (COE) sob o cmdo do ten Nakaharada, a Rota, a FAB, o Exército Brasileiro, Órgãos Municipais, Batalhões de área do cntro, Polícia Civil e diversos pilotos que vieram de todas as regiões do estado para voluntariar com helicópteros.
Todos em nome da vida... Obrigado a todos...... Resumo final :
Por volta de 10hs30 da manhã o fogo já havia consumido praticamente todo o material inflamável no prédio.
O incêndio foi finalmente debelado, com a ajuda de 12 auto-bombas, 3 auto-escadas, 2 plataformas elevatórias e o apoio de dezenas de veículos de resgate. Às 13hs30, todos os sobreviventes haviam sido resgatados.
Dos aproximadamente 756 ocupantes do edifício, 191 morreram e mais de 300 ficaram feridos. A grande maioria das vítimas era formada por funcionários do Banco Crefisul de Investimentos.
O Cel Caldas do Corpo de Bombeiros de São Paulo destacou-se em dois grandes incêndios históricos da cidade de São Paulo, na década de 70, o do Edifício Andraus, em 1972, e o do Joelma, em 1974.
Como capitão, integrava o 1º Grupamento de Busca e Salvamento, no Cambuci. Seu desempenho, em conjunto com outros bombeiros e pilotos de helicópteros, caracterizou-se pelo heroísmo.
As duas citadas tragédias causaram comoção geral e muitas mortes, mas poderiam ter sido mais trágicas sem a ação rápida dos bombeiros.
A televisão, revistas e jornais da época registraram os momentos mais dramáticos dos dois acontecimentos.
Muitos heróis se destacaram entre tantas pessoas envolvidas no atendimento aos sinistros.
Hélio Caldas foi definido como notável oficial do Corpo de Bombeiros de São Paulo, tendo recebido duas promoções por bravura e heroísmo pela atuação no resgate de ambos os incêndios, em especial no sinistro do Joelma, quando foi levado ao terraço do prédio em chamas, de onde só poderia sair de helicóptero, para organizar a retirada via cadeira adaptada e ligada a outro prédio, de uma pessoa por vez.
Salvou, assim, dezenas de pessoas, as quais não tiveram como deixar o terraço em função das dificuldades de aproximação dos helicópteros de resgate.
Criou, mesmo de forma precária, o serviço de resgate do Corpo de Bombeiros de São Paulo, na década de 1960.
Desenhou o primeiro veículo brasileiro especializado em resgate. Em 2000, um ano após sua morte, o 1º Grupamento de Busca e Salvamento da capital recebeu seu nome.
Atualmente, os profissionais que mais se destacaram em cada ano recebem, na Câmara Municipal de São Paulo, o prêmio “Coronel Hélio Barbosa Caldas”, criado como forma de lembrar sua memória e seu importante trabalho.
Demonstrou elevado senso de responsabilidade, profissionalismo, coragem, iniciativa, liderança, determinação e disposição para o sacrifício.
Escrevi Joelma, o imenso Abajour (formato do edifício semelhante), como forma de retratar aquele fatídico e triste acontecimento e mesmo com pouca idade foi um acontecimento que não esqueço até hoje:
... Joelma, O IMENSO ABAJUR...
Passaram-se muito tempo e época
Dois, era o mês,
Sim, fevereiro
O dia nem tinha dado o ar da graça
Para a cidade
Mesmo com pouca idade
Recordo, eram poucas as horas
Entre 07:30 e 09:00
Na esquina da Nove
O fogo escalava como alpinista
Os andares do imponente JOELMA
E estava com fome
Muita fome
Na esquina da Nove
Feito um Abajour gigante,
Ascenso, clareava
O que estava claro,
Para inundar de desespero
Quem estava dentro e
Quem estava fora,
Quanto desespero
Na esquina da Nove
Nesse dia, nesse mês, de fevereiro
Mero cinzeiro
O controle, estava perdido
Desgovernado à deriva
Nas entranhas daquele arranha Céu
Que queimava sem cessar
Feito um louco voraz
Vidas acudindo
Vidas explodindo
Vidas ceifando
Pulando como nadadores
De um trampolim
Para o fim
Com o passaporte
Carimbado para o além
Sem nada poder fazer
Muito menos entender
Nesse dia, nesse mês, de fevereiro.
O Poet@Luíz Kon'Z
#Autor@l
Triste dia!
Relato do sr Waldir Coletto sobre o incêndio do edifício Joelma em 01/fev/1974!
Eu estava lá perto com meu pai. Tínhamos ido ao dentista, na antiga SAMCIL, paramos no Largo São Bento pra comer esfirras, o neto do senhor que vendia as esfirras vende até hoje.
Cara, eu lembro de tudo! Do Largo São Bento dava pra ver o fogo e escutar o barulho! E ver a fumaça, muita fumaça!!
Naquele tempo não tinham tantos prédios na região como hoje, dava pra ver o topo do prédio, o fogo nos andares mais abaixo e os helicópteros pegando o povo, Eu tinha 4 pra 5 anos e não esqueço!!!
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