Caro Leitores
Caro leitores,
Obrigado pela atenção, é uma honra e um grande prazer poder reviver e dividir com vocês a minha "Saborosa" passagem pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar.
O interessante é que entrei e saí da corporação sem nenhum sentimento de polícia, isto mesmo, nunca me senti policial, apenas um Bombeiro dedicado, quem trabalhou comigo sabe.
Sempre respeitei as hierarquias, o RD (regulamento disciplinar) mas meu foco sempre foi ser um Bombeiro dentro da humildade, com caráter e ser no mínimo um exemplo para outras pessoas.
Deus conversa constantemente conosco embora não percebamos mas ele está ali sempre firme nos guiando, nos livrando dos perigos e nos conduzindo às melhores soluções.
O serviço de Bombeiro é uma atividade braçal, é um serviço rústico, pesado, de peão, que exige muito fisicamente mas também é muitíssimo compensador e não há dinheiro que pague quando você impede que uma pessoa se jogue no Rio Tietê, quando você chega na ocorrência e faz a vítima voltar a respirar, quando você dá aquele bote e evita que outro ser se jogue de uma torre de alta tensão, quando você promove o reencontro de um desaparecido com os seus familiares, tudo isso é extremamente compensador como também o reconhecimento da população que nos enche de orgulho mas temos sempre que estar com os pés no chão.
Pois, a vaidade no serviço de Bombeiro é um fator negativo.
Certa vez me perguntaram se eu já tinha chorado em alguma ocorrência.
Durante meus 20 anos de atividades já carreguei pessoas mutiladas, pessoas carbonizadas, pessoas em estado de decomposição, pessoas esquartejadas, vítimas com ferimentos a arma de fogo, faca, politraumatizadas, decapitadas, atropeladas por trem, metrô e ônibus..
Enfim, de tudo quanto é modo e jeito, confesso que tudo isso "rasura" o coração, mas Deus sempre falou o seguinte:
__ Filho toda vez que você vestir essa farda, e sair para as ocorrências, quando estiver na rua deixe o seu "emocional" no quartel que Eu estarei com vocês!
Quando o emocional participa da ocorrência, a vítima tende a agravar, o bombeiro tende a ser mais uma vítima e o número de vítimas tende a aumentar.
Por isso nunca chorei em ocorrências, não que eu seja um freezer, que eu seja machão do pedaço, que eu seja o tudão ou o fodão, nada disso, mas é assim que tem que ser, muito embora tudo isso fica gravado no inconsciente pode até passar 50, 80 anos que jamais se apagará.
Quando você chega na calmaria do seu lar, no sossego da sua intimidade e faz uma reflexão sobre a ocorrência, se colocando no lugar dos familiares das vítimas é complicado, mas no serviço seguinte, nada pode mudar, pois somos os representantes de Deus.
Ao longo desses inesquecíveis anos, tive alguns desafetos com algumas pessoas que é normal quando se trabalha em um grupo heterogêneo ou quando sua presença curricular supostamente apresenta riscos aos fracos de personalidade e com deficit de caráter, como não temos como agradar a todos, os atritos foram inevitáveis mas o Sr Tempo, tem o total poder para esfriar os ânimos e apagar todos os sentimentos negativos, pois digo com a maior franqueza que nada edifica e nem acrescenta na vida de ninguém qualquer forma de vingança, há fatos que não tem como zerar, então, deixemos para lá, isso é passado!
Como já disse, mais aprendi do que desaprendi, hoje sinto com mais clareza o sabor da maturidade e os benefícios da sensatez.
Mas a principal lição, é que no Militarismo, a força física, força bruta e discutir com superiores, são atitudes inúteis.
Serenidade, silêncio, postura, respeito, educação, inteligência e disciplina são as melhores ferramentas para se atingir o sucesso e viver profissionalmente em paz, em qualquer lugar e espaço.
Assim é "A Fantástica Vida de Bombeiro, "Quem foi um dia, sempre será"!...
Corpo de Bombeiros.
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