14 - Convivência irritante
A imagem de capa é como imaginei a cozinha.
Contém 3670 palavras.
Boa leitura 💚
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O rosto sereno de Týr não condiz com seus músculos tensos, ele continuamente aperta sua lança, como que se preparando para um confronto a qualquer momento.
Não que esteja errado, dadas as circunstâncias do local onde estamos, mas hoje ele está mais tenso que o normal.
Valhalla está calma demais, mas isso não é indício de algo bom. Nessa altura, os Deuses já sabem do ocorrido e tentarão algo.
— Eles estão aqui — Týr anuncia, olhando em frente.
Não vejo nada, mas sinto suas presenças, não de forma ameaçadora, mas também não estão calmos.
— Senhor Zeus os aguarda — Hermes surge em nossa frente, sorrindo debochado.
Meus nervos ficam tensos, não pela batalha, mas por saber que o velho tentará falar algo sobre a escolha do pai em deixar que Loki resolvesse isso pela segunda vez.
Seguimos em silêncio, na entrada alguns deuses já nos aguardavam, ao centro Zeus.
— Pensei que Loki tivesse falhado — Zeus debocha.
Fecho as mãos em punho, o sangue fervendo. Quem esse pedaço de merda pensa que é para falar do meu irmão!
— Loki fez justamente o que o pai mandou, não que seja da sua conta! — Týr responde sereno.
Zeus pisca atônito pela resposta.
— Vocês acreditam mes...
— Zeus, meu pai já lhe informou que esse assunto não é seu — o interrompo ferozmente. — Estamos aqui apenas para garantir que não interfira no que não é da sua conta.
— Tenha mais respeito ao falar com o Senhor Zeus! — Hermes resmunga, irritado.
Olho com desdém para o idiota.
Respeito?
Ele nem ao menos permite que o filho o chame de pai, a maioria o trata apenas como chefe e ele vê seus filhos como empregados!
— Respeito é conquistado, o meu ele não tem, mas isso não diz respeito ao mordomo — retruco, debochado, fazendo-o rosnar.
O maldito velho infla seus músculos, crescendo absurdamente como se isso fosse nos intimidar.
— Estão sozinhos aqui, podemos acabar com os dois — Zeus rosna, irritado.
— Tente! Se conseguir o milagre de nos matar, o pai virá para destruí-los e sabemos que não se garante contra ele — Týr responde ácido.
O semblante do velho vacila, mas ele não responde nada.
Passos pesados ecoam, chamando a atenção para nossas costas. Freyr vem rapidamente em nossa direção, os longos cabelos laranja flamejantes em fúria, os olhos azuis sempre frios, agora fervendo em raiva.
— Acabou! Loki cumpriu sua missão, como um Deus perfeito que é — Freyr anuncia, olhando para os gregos. — Nunca deixamos de cumprir nossas missões, nem perdemos para humanos que apelam para ganhar.
Escuto Ares arfar, olhando atônito para Hércules.
A famosa história do humano que bebeu o sangue de Zeus e deu uma surra no Deus da Guerra, minha favorita!
— Vamos! — Týr sinaliza para segui-lo.
— Antes quero dar um aviso para esse velho — Freyr vociferou para Zeus. — O trabalho deles era apenas distraí-los e foi feito com perfeição, já que os patetas se reuniram aqui.
Os gregos olharam em choque para Freyr, outros deuses riram, apesar de estarem inclusos na alfinetada.
— Seus bastardos! — Shiva sorri, fechando as mãos em punho.
— Outra coisa é que ninguém aqui tem direito de saber de nada que ocorre com os Deuses Nórdicos, pois não é da sua conta! — Freyr olha sério para cada um e aponta para Zeus. — Quanto a você, ameace mais uma vez meus irmãos e não viverá para contar história!
O semblante irado de Zeus faz alguns deuses se encolherem, já Freyr continua olhando sério em sua direção.
— Estou falando de todos os meus irmãos! — Freyr rosna irritado. — Não quero que os ameace e nem os persiga, o que me lembra de frisar: fique longe de Loki!
Olho em choque para Freyr, pois jamais o vi defendendo Loki fervorosamente.
Ele não espera por respostas, deu as costas sinalizando para segui-lo, e fizemos em silêncio, até a saída de Valhalla, quando Freyr me olha preocupado.
— Loki... ele... como foi a luta? — pergunto ansioso.
— Como planejado pelo pai, mas nada do que imaginávamos — ele responde, pensativo.
— Que merda isso quer dizer?
Freyr suspira, contando o rumo de toda a luta, de como Loki conduziu tudo para que a humana ficasse presa a ele, sua aura a cobrindo, então nenhum Deus conseguiria achá-la e que ele ficaria em Midgard até achar um meio de quebrar a barreira para tirá-la de lá.
— O pai vai deixá-lo em Midgard? — pergunto em choque.
Freyr dá de ombros, sem saber o que responder.
— Freyr, o quanto acha que ele é descartável para o pai? — Týr pergunta, evitando meu olhar.
— 100%... Loki não foi escolhido apenas por seus poderes, se ele morrer, é apenas uma consequência que o pai espera — Freyr responde, me olhando preocupado.
Os raios percorrem meu corpo, me teleportando para Hlidskialf, onde o pai já me aguardava pelo seu semblante.
— Ele está bem, fui eu quem pediu para ele fazer isso — Odin responde sereno, sem me olhar.
Ele não pode fazer isso!
— Pretende matá-lo? — rosno irritado.
Odin suspira pesadamente.
— É uma conse...
— O QUE PENSOU AO SUGERIR ISSO A ELE? SEU FILHO, ELE NÃO MERECE MORRER!
A aura dele intensifica, preenchendo a sala numa velocidade absurda, o ar em minha volta pesa, as pernas tremem, me levando ao chão.
— Não fale comigo nesse tom — ele ruge irritado. — Loki sabe das implicações, tanto que mudou os feitiços que o amarram à humana, ela não pode matá-lo e os humanos comuns de lá não têm esse poder.
Por isso, Freyr ameaçou os Deuses... para deixar Loki seguro?
— Se algo acontecer com ele... jamais vou perdoá-lo!
Saio da sala sem me preocupar com despedidas ou escutar sua resposta, no momento a raiva queima somente com o pensamento de Loki ficar ferido.
Droga!
O primeiro raio do sol adentra o quarto antes mergulhado na escuridão. Dada a maneira como fiquei ontem, não usei nada para tapar a janela.
Péssima escolha!
O cansaço extremo no meu corpo é pior hoje e ainda tenho que conviver com aquele idiota, não quero sair da cama!
A fome é maior, levanto de má vontade, escutando apenas o silêncio da casa. Se não fosse a maldita aura dele, pensaria que estou sozinha, mas não, ele ainda dorme como um rei sem responsabilidades.
Talvez seja melhor assim, ficar em silêncio e aproveitar para comer algo, pois em sua presença é impossível. Loki é insuportável, apenas algumas horas e pude comprovar o que escutei de vários deuses.
Lavo o rosto, sentindo meu corpo arrepiar pela água gelada, isso só me faz rir ao imaginar o senhor ao lado fazendo o mesmo.
Esse idiota vai penar em Midgard!
Ele queria o banho dele preparado, além de reclamar da maneira "precária" que vivemos aqui. Não posso esquecer dos resmungos dele ao dizer que preferia lençóis de seda, já que sua pele é delicada.
Que fique feliz por ter algo para se cobrir! Por mim, lhe daria um manto coberto de espinhos!
Ao me aproximar da cozinha após me lavar, escuto o leve barulho do crepitar do fogo que logo me faz sorrir levemente, esquecendo por um momento dele.
A pequena cozinha, construída com vigas grossas de madeira, tão espessas que o vento não transpassa, junto da lareira de pedra onde as chamas dançam, além de deixar o cômodo iluminado, também é quente. A lareira está acesa com algo fumegante na panela, pelo cheiro emanado só pode ser legumes.
Rana está em frente à grande mesa que ocupa o centro do cômodo, temperando um carneiro, fora os demais pratos sendo preparados, já nas tigelas de madeira, além de pães quentes.
— Não precisa exagerar no banquete — sorri, sentando-me no banco de madeira.
Ela sorri para mim, sem tirar os olhos do carneiro.
Pego um generoso pedaço de pão, quase sentindo meu estômago dançar pelo alimento, afinal não comi nada ontem, não tinha cabeça para isso.
— Querida, não podemos esquecer que ele é um Deus, deve ser tratado com respeito — Rana me olha de canto, levemente divertida. — E ele é um convidado.
Sinto um pedaço de pão preso na garganta, que me faz tossir.
— Esse idiota usou seus poderes para ficar aqui, não o convidei! — resmungo, indignada.
Rana sorri, sentando-se ao meu lado.
— Isso pode se tornar mais fácil ou mais difícil, basta o ângulo com que vê o problema — ela responde, meiga.
— Da maneira que vejo, só está difícil!
— Alya, quanto mais arisca você for com ele, mais Loki vai provocá-la, ele gosta de brincar — Rana dá um tapinha na minha mão antes de voltar aos seus afazeres. — Se for inteligente, vai usar essa característica contra ele.
— Como faço isso? — olho confusa em sua direção.
— Seja amiga dele, não deixe que ele a irrite. Você, sendo assim, apenas facilita o trabalho dele e dificulta o seu.
Ele quer me enlouquecer e assim quebrar a barreira, vai fazer de tudo para isso e infelizmente facilito, pois ele é completamente irritante e não consigo ficar quieta.
Mas mamãe está certa, não precisa ser assim, se souber jogar, ele quem sairá daqui sem cumprir sua missão.
— Tem razão...
— Que bom que acha isso! — Rana sorri, me entregando uma cesta. — Pode pegar algumas maçãs?
Se elas forem podres... talvez!
— Alya, independente do lado em que ele esteja, quero que sejamos hospitaleiras, principalmente você! — Rana vocifera, me olhando atentamente.
Pego a cesta sem responder, não quero iludi-la com isso, não sei qual será a reação ao ficar em contato com ele.
☆
A mesa está recheada de skause, um ensopado de carne cozida, também o carneiro defumado, salgado e refogado com cebolas e as benditas maçãs ácidas que busquei pessoalmente.
O sol no alto, indicando ser meio-dia, e nada dele aparecer. Mamãe está uma pilha de nervos, até mesmo flores colocou sobre a mesa, para agradá-lo, como se ele fosse reconhecer isso, já que nem se deu ao trabalho de acordar cedo numa casa que não é dele!
— Alya, vá chamá-lo! — Rana pede ansiosa sob meu semblante irritado. — Querida, algo pode ter acontecido enquanto ele dormia.
— Não teria tanta sorte dele engasgar com a saliva! — resmungo, levantando-me de má vontade.
— Alya!
Rana me olha horrorizada, sorrio levemente.
— Tudo bem, vou vê-lo!
Caminho em direção ao quarto praticamente me arrastando, sei o pesadelo que será vê-lo deitado na minha cama, meu doce quarto, ocupando tudo que não deveria!
Abro levemente a porta, constatando o que já suspeitava: ele está dormindo!
Saio em direção ao balneário, para pegar o balde com água que sempre fica ali, e volto para o quarto, evitando fazer barulho.
Loki dorme todo torto na cama de solteiro, as mãos para fora, caindo em direção ao chão, os pés também, pois o corpo do Deus é bem maior que a pequena cama.
Sem pensar, jogo o balde de água nele, rio loucamente ao vê-lo tossir como um doido, engasgando à procura de ar.
— FICOU MALUCA?
Meu riso se descontrola ao vê-lo furioso, os cabelos verdes lambidos e as bochechas vermelhas. Os olhos roxos faíscam irados, enquanto ele chuta a pele de animal que o cobria, revelando seu corpo parcialmente nu, salvo pela roupa íntima.
Arregalo os olhos, meu riso morre diante dele, vindo em minha direção assim, por mais que quisesse evitar, não consigo conter o olhar de vagar pelo corpo dele.
Odin e Jord fizeram um santo trabalho aqui!
Ombros largos, braços com músculos evidentes, não exagerados, barriga lisa e sem nenhum pelo, a pele branca brilhando com as gotas d'água deslizando sobre ele como se fosse uma carícia. Meu olhar desce lentamente até a maldita roupa íntima que tapa seu membro, apesar de estar marcado demais.
— Você... você deve, uh... deve usar roupas! — resmungo, ofendida.
Loki suspira, cruzando os braços, deixando os malditos músculos em evidência.
— Não esperava sua visita, além de que a maneira como durmo não é da sua conta! — Loki retruca, irado.
— Mesmo assim, não está na sua casa! — replico, irritada.
Sei que estou errada, no final não deveria entrar sem bater, mas não quero admitir isso para ele.
— Alya, o que queria ao me molhar dessa forma? Tem quantos anos, dois? — ele pergunta irritado.
Olho novamente para seu corpo, deslizando o olhar para as pernas grandes e coxas evidentes, voltando vagarosamente até aquele maldito pedaço de pano cobrindo nada, pois posso ver a marca dele ali, seu formato e não pensei que fosse ser assim tão... grande?
Homens em geral são assim?
É estranho, nunca me interessei nesse assunto, já que existem coisas mais importantes, mas por que sinto calor?
Minha boca está seca como se estivesse com sede, respiração ofegante, meus mamilos sensíveis e um formigamento estranho na minha intimidade.
— Você é assim grande? É normal? — me arrependo da pergunta assim que ela escapa.
Loki me olha confuso, antes de seguir meu olhar para sua intimidade.
— Alya... Ah! Não acredito nisso! — o riso dele ecoando apenas serve para me deixar mais rubra.
Por que não filtrei minha maldita boca?
— Parece mesmo um tomate, com esse rostinho redondo todo vermelho — ele ri maliciosamente.
— Idiota!
— Sua mãe não teve nenhuma conversa com você? — o brilho de divertimento em seus olhos aumenta ao ver meu embaraço. — Isso é bem incomum, ainda mais pelos milênios que tem.
A vergonha se espalha, agora sei que estou um tomate completo.
— Tomatinho, é normal um homem acordar excitado, isso é uma reação natural do corpo — ele explica, tentando conter o riso. — Quanto ao tamanho, nem todos têm a sorte de serem... ah... excepcionais.
— Como assim? — olho confusa para ele.
Isso é igual a qualquer órgão do corpo? Que em diferentes seres o tamanho é variado?
— Posso ensinar tudo que quiser sobre o assunto — Loki responde rouco.
A garganta fica seca diante de seu olhar intenso, com passos de um felino. Veio lentamente em minha direção, deslizando sob o piso, até estar quase grudado ao meu corpo. O calor emanado dele é escaldante, quase como ficar na presença do sol, mas sua presença não é acalentadora e sim perigosa.
— Quer ser ensinada? — Loki segura uma mecha do meu cabelo, enrolando levemente entre seus dedos. — Posso ser sua cobaia para aprender.
Pelo amor de Freyja! Pare de falar nesse tom de voz, tão rouco... tão... tão... excitante.
— Não sabia que precisava de permissão para atormentar — resmungo, afetada.
Loki ri maliciosamente, se inclinando até estar na altura do meu ouvido. Seu hálito quente contra minha pele me arrepia por inteiro e o bastardo percebe, pois serpenteia a outra mão no meu pescoço, raspando a unha levemente enquanto sorri.
— Não preciso de permissão, ainda mais quando sei que a presa está entregue — ele suspira, sugando levemente o lóbulo da minha orelha. — Mas você difere, a quero implorando por mim.
— Ainda me quer de joelhos? — retruco nervosamente.
Ele ri alto, enrolando ambos os braços na minha cintura, elevando meu corpo até sua altura.
— É uma das minhas fantasias... não pode me criticar por isso — ele responde, piscando maroto.
— Não foi isso que quis dizer!
O rubor em meu rosto é suficiente para ele gargalhar.
— Alya, por que essa demo...
Salto parando em frente ao corpo dele, para evitar traumatizar minha mãe, mas talvez a cena seja mais estranha. Loki é quase trinta centímetros mais alto que eu, corpo mais largo, é visível sua falta de roupa e nossos corpos próximos demais, além de que o idiota achou divertido colocar as mãos em minha cintura, me puxando contra ele, tanto que sinto o peitoral molhado contra minhas costas.
— Solta! Está me cutucando! — resmungo, tentando me soltar, sem sucesso.
Loki se inclina até estar contra meu ouvido.
— Não reclama, é algo que não posso evitar, ainda mais com essa bunda deliciosa contra mim — ele sussurra apenas para eu escutar.
Suspiro exasperada, voltando a atenção para Rana, a coitada está atônita no batente da porta, sem saber o que falar.
— Vou querer saber o que ocorreu aqui? — Rana balbucia, confusa.
Meu rosto queima sob seu olhar e as gargalhadas irritantes de Loki.
— Não!
— Sim!
Falamos juntos, para a confusão de Rana.
Olho por entre os ombros, furiosa com o idiota, mas como um belo cretino, além da afirmativa, o sorriso parece costurado em seu rosto.
— Estrelinha, é sua mãe, não quero que ela pense besteira da sua doce filha — Loki debocha, aumentando minha raiva. — Rana, não ocorreu nada, além dela me molhando em pleno meu sono!
O olhar indignado dela em minha direção quase me faz encolher.
Oh, não!
— Alya! Não acredito que fez isso, não é uma criança para travessuras! — Rana me repreende para a alegria do Deus.
O pesadelo só aumenta!
— Mamãe, vamos comer, pois vai esfriar! — resmungo, puxando Loki e empurrando Rana para fora.
Ela sai resmungando sobre minha falta de educação, enquanto ele para abruptamente rente ao batente da porta, fazendo meu corpo bater no dele.
— Alya, tô bem despido, não quer que sente à mesa com sua mãe assim — Loki ri debochado.
Solto suas mãos como se estivessem me queimando, para a alegria dele.
— Em dois minutos, tô lá — ele pisca maroto.
Nunca mais vou fazer nenhuma brincadeira com ele, até quando esse idiota não faz nada em troca, ele ainda ganha!
A raiva que senti ao ser acordado abruptamente foi tão grande que não me importei com mais nada além de querer esganar a maldita estrela.
Porra! O sonho estava bom, a mesma cachoeira, dessa vez com a linda Deusa emergindo das águas, as gotículas percorrendo o corpo deliciosamente pecaminoso, de uma forma tão sensual que agi automaticamente pulando sobre ela e então senti o gelo no meu próprio corpo real.
Que raiva!
Aposto que se Thor viu isso, deve estar rindo, pois várias vezes o acordei dessa maneira e achei engraçado, então só pode ser karma!
A raiva simplesmente sumiu ao ver o brilho nos olhos dela. Alya era a clara visão do desejo, não bastava transbordar em seu olhar, todo o corpo dava sinais de sua excitação e meu próprio esquentou. Já estava excitado pelo sonho e vê-la me desejar apenas aumentou, ainda mais vendo a inocência exalando dela.
Não me importo de ser usado para experimento dela, se ela continuar me olhando com desejo assim.
Sorrio ao terminar de me vestir, saindo rapidamente do quarto. Apesar de tudo, sou um cavalheiro.
Sigo o cheiro da comida, chego na cozinha e ambas já sentadas à minha espera. Alya evita me olhar, as bochechas coradas e as pernas tremendo visivelmente.
Como ela consegue deixar o jogo mais excitante?
— Loki, espero que goste, sei que a alimentação, assim como as acomodações, não são dignas de um Deus — Rana chama minha atenção.
Pela primeira vez na vida, sinto culpa pela pressão ocasionada nela, sei que desde que cheguei aqui, somente reclamei e, infelizmente, sei que faria de novo.
— Tenho certeza de que tá gostoso — olho para os pratos sem conter a curiosidade.
Realmente estão visivelmente bons e o cheiro é divino, tanto que dá água na boca.
Rana sorri leve, me servindo de um pouco de tudo, além do hidromel. Sei que não é como dos Deuses, mas não menciono nada, não quero magoar mais a humana.
Experimento com gosto o ensopado e o carneiro, sentindo uma explosão de sabores. É visível a diferença entre as culinárias, pois temos acesso a recursos maiores, mas Rana conseguiu captar a essência de cada erva, deixando os alimentos saborosos. As carnes tão macias que derretem na boca, o molho delicioso como verdadeiro manjar dos Deuses.
Porra! Esqueça tudo, as acomodações são uma merda, mas a comida é divina!
— Tá delicioso! — suspiro contente. — É o melhor banquete que já comi!
Rana cora, balançando a cabeça, descrente.
— Não tô mentindo, ainda mais que sei que é exclusivo para mim, me sinto importante aqui! — respondo alegre.
Ela ri envergonhada para minha alegria e de Alya, que olha para mim numa mistura de curiosidade com admiração.
— Ela é a melhor cozinheira que já vi, precisa provar suas tortas — Alya comenta orgulhosa. — Minha preferida é de maçã.
A atmosfera é completamente diferente do que já vi, normalmente os almoços de que participo são caóticos ou silenciosos demais.
Aqui não, é tranquilo e o ambiente exala algo diferente, mas é bom, deixa meu coração quente.
— Tem alguma preferência? — Rana pergunta curiosamente para mim.
Olho em sua direção sem entender, em resposta.
— Alguma comida que queira — Alya explica, curiosa.
Ah... Bem, nunca me perguntaram isso, a não ser meus servos, mas é diferente, já que fazem por obrigação, mas Rana não. Ela quer simplesmente me agradar e isso é estranho, pois nunca fizeram isso, estou acostumado a ser odiado.
Existe algo que queira?
Olho para Alya, observando suas bochechas redondas ficarem vermelhas e as palavras escaparem antes que perceba.
— Torta de tomate.
O rosto de Alya adquire uma cor completamente rubra, algo humanamente impossível.
Juro que não me controlei, mas se está se oferecendo assim, saiba que vou aceitar!
— Tudo bem? — pergunto maliciosamente, fazendo-a suspirar irritada. — Apenas preocupado, ficou vermelha, né, Rana?
A humana olha curiosamente para Alya e eleva a mão até sua testa, visivelmente preocupada ao vê-la tão rubra.
— Só calor, não é nada! — Alya responde nervosa.
— Curioso, pois hoje tá frio — replico, divertido, voltando a comer.
Alya me olha irritada, aumentando minha alegria.
Como é fácil deixá-la brava, confesso que é divertido demais.
— Tem certeza de que não está doente? — Rana pergunta, preocupada.
O rosto dela continua rubro para meu divertimento.
— Rana, ela tá apenas com calor, talvez algo a tenha deixado dessa maneira, normal — respondo bebendo o hidromel.
Alya arregala os olhos em pânico.
— Loki!
Assumo o semblante mais inocente.
— Apenas dizendo que situações te deixaram assim, como o calor da lareira — respondo sereno.
As bochechas ficam mais vermelhas e os olhos brilham em raiva.
— Aí!
Alya balança a mão onde está o anel, continuamente, por conta da queimadura ocasionada por seus pensamentos.
Seguro delicadamente sua mão, cobrindo-a com a minha, gradualmente meu poder de gelo a atinge, aliviando a dor.
— Gatinha, sei que tem garras, mas evite pensar tanto em me matar, dê um tempo antes que perca os dedos — murmuro, brincando com seus dedos.
A mão é tão delicada contra a minha e o calor é gostoso contra o frio que emano.
— Só deixar de ser idiota! — ela resmunga, contrariada.
Não controlo o riso diante de sua carranca.
— Vai perder todos os dedos!
Alya revira os olhos, beliscando minha mão, a movimento rapidamente, entrelaçando-a na sua, sob seu olhar atônito e o divertido de Rana.
Até que não será tão chato em Midgard.
Týr
Freyr
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