04 - Uma ameaça?
Contém 3200 palavras.
Boa leitura 💚
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O sol gradualmente começou a ficar laranja, em um tom intenso e diferente do habitual, principalmente para o horário. A deusa Sunna já deveria estar cavalgando de volta em sua carruagem, dando espaço para Máni conduzir a lua aos céus.
O som estridente dos meus passos ecoa como trovões pelos salões de Asgard, rumo ao Valaskialf, um dos inúmeros palácios sob meu poder em Asgard, minha principal morada construída em prata pura, onde meu trono Hlidskialf está localizado. Aqui posso observar todo o universo.
Durante o caminho, algumas coisas começam a clarear em minha mente, gradualmente percebo o brilho intenso do sol, por conta do telhado feito de prata que, em contato com a luz solar, aumenta seu brilho, uma constante luminosidade incomum para o horário.
Muita luz para o anoitecer...
O que aconteceu para que Máni não cumprisse seu trabalho?
Desde a criação, ele jamais deixou de cumprir seus horários, sendo rigoroso, até mais que sua irmã, pois muitas vezes o sol demorava a aparecer, no inverno principalmente.
Algo está fugindo do meu controle...
Aumento minha consciência, buscando o paradeiro de Máni, enquanto apresso meus passos, sentindo um nervosismo incomum queimar meu ser.
Máni, preciso de você... por favor!
Uma voz familiar ecoa pelo recinto, praticamente me teleportando para Hlidskialf, que me permite ver todos os reinos e escutar o que acontece com eles.
Reconheço essa voz... mesmo que já faça muitos milênios desde que a ouvi pela última vez.
Ao alcançar o seiðr, minha percepção aprimorada, vejo a imagem clara de Máni partindo para Midgard, em específico em um local que nunca vi.
Povoado de Njal... um povo nórdico totalmente voltado para nossos costumes, eles nos cultuam, mas nunca escutei suas orações, menos ainda vi aquele pedaço de terra em Midgard.
O que está acontecendo?
Como pode um povoado aparecer do nada, sendo que claramente já está ali há muitos anos?
Olho curiosamente em direção a ele.
Máni para diante, uma humana, uma estranha de cabelos azuis, pele tão branca que quase é translúcida e olhos num tom intenso de azul, mas é sua alma que me chama a atenção, tão iluminada que não parece pertencer à raça humana.
Não! O brilho emanado dela não é de uma humana!
A luz azul celestial que essa criatura emite é forte e extremamente mágica, nenhum ser humano suporta esse poder!
Não é uma divindade, menos ainda uma elfa ou ninfa, nada oriundo dos nove mundos, seus poderes são pertencentes ao cosmos.
Manipulação estelar pura, controle sobre tudo que envolve os astros e um poder absurdo de camuflagem.
Somente um ser possui essa carga de poder brutal, a maldita estrela! A primeira a surgir, carregando todo o poder da junção do cosmos, sendo a mais intensa e poderosa entre as estrelas.
Espero estar errado, Rasalhague, pois se você não estiver no seu devido lugar, vou incinerar tudo!
Salto em direção aos céus, rumo à conhecida serpente, em especial sua cabeça, onde uma estrela conhecida emitiu uma luz similar, mas apagada em comparação à luz em Midgard.
A maldita fica na cabeça da serpente na constelação de Serpentário, com grande magnitude e o ponto mais brilhante dessa constelação, ao menos é o que deveria ser, mas a substituta sequer contém um brilho azul potente, sendo apenas mais uma estrela comum.
Elas foram trocadas, não parece algo atual, mas como fizeram isso sem que soubessem?
Os Deuses não são passados para trás, não importa o poder que os seres celestes possuem!
Raiva em sua forma mais bruta toma conta de todo meu ser, como lava quente percorrendo minha corrente sanguínea.
— Como me enganaram?
Minha voz ecoa numa estrondosa vibração naquele domínio, fazendo a estrela que agora é dona dali me olhar apavorada.
Uma pequena de cabelos azuis tão claros que mais parecem brancos, olhos estupidamente rosados e o semblante de uma menina.
Essa não é Rasalhague, sua existência é recente, nem mesmo chegou aos duzentos anos de vida!
Como aquela maldita Rasalhague me enganou?
Mais de cem anos escondendo-se em Midgard, ocupando um corpo humano e dando longevidade para os habitantes daquele local, tudo isso sem que nenhum Deus desconfiasse.
Ela é poderosa, mas não o bastante para me nublar, não daquela maneira!
Rasalhague jamais conseguiria pisar em Midgard sem um Deus estar ao seu lado, seres celestes foram feitos para estarem nos céus.
Não! Ela não pode ter feito isso sozinha, ou Máni não estaria lá, o idiota a ajudou!
Ele traiu os Deuses, deixando que uma estrela pisasse em Midgard sem nosso conhecimento, pessoas deixaram de morrer, os destinos não foram cumpridos e tudo está num fluxo errado ali.
Uma grande corrente de erros puxada desde o momento em que Rasalhague pisou em Midgard.
Quantas almas que deveriam estar em Helheim não estão?
Nem mesmo Hel percebeu que seus domínios deixaram de receber as almas dos mortos!
Os destinos acumulados numa bola de neve, ocasionando o desequilíbrio total em Midgard.
Rasalhague sequer pensou nisso!
Ela nunca foi dada às emoções, sempre agindo friamente e buscando cumprir seu papel de anciã dentre as estrelas, mas agora ela não está no seu devido lugar. Agora ela ocupa a vida de uma humana.
Por que ela está lá?
Num corpo humano, vivendo uma vida "comum", mas possuindo seus poderes absolutos, isso tudo para insultar os Deuses?
A raiva preenche cada parte do meu corpo, como um veneno poderoso e potente, capaz de devastar tudo ao redor com um simples sopro. Seguro a onda de energia que surge em meu interior, alimentando-a com a raiva que a maldita despertou, até deixá-la explodir, numa grande potência, varrendo tudo num raio completo em que a parte da cabeça da serpente jaz nos céus, desaparecendo as estrelas em uma explosão.
Meus poderes explodem, tremendo todos os nove mundos, deixando os Deuses em alerta, rapidamente sintonizados em minha direção.
— Encontrem-me no Poço de Urd!
Rasalhague, se realmente traiu os Deuses, farei ela pagar por isso, nem que tenha que punir todos os humanos no seu lugar!
☆
Todos já me esperavam no Poço de Urd, cada um com o semblante sério e compenetrado, como esperado, mesmo que não soubessem de fato o motivo da reunião, apenas que algo grave ocorreu, afinal, não costumo chamá-los por nada.
A luz levemente escura que emana do poço traz uma seriedade além das reuniões. Ao centro do local está localizada uma enorme mesa, onde todos os Deuses Nórdicos têm suas cadeiras de acordo com as designações e importância que possuem, além das três cadeiras à parte, pertencentes às Nornas, que em reuniões de extrema importância ocupam seu lugar de destaque.
Não costumamos nos reunir com frequência aqui, pois a entrada do Poço leva a Niflheim e ao local de nascimento das fiandeiras, temidas pelos Deuses, embora muito respeitadas.
As chamadas fiandeiras receberam o nome de Nornas, a primeira a surgir foi Urd, sendo a representante do passado, responsável por tecer esse fio; a segunda é Werdandi, aquela ligada ao presente, tecendo o fio do momento atual; e a terceira é Skuld, a que vislumbra o futuro, tecendo o fio que ainda virá. Elas são muito importantes na nossa cultura, pois são as fiandeiras do destino, desempenhando um papel crucial nas vidas tanto dos deuses como dos humanos.
Os presentes evitam olhar para as Nornas, com medo de atrair sua atenção.
Urd, como anciã, possui longos cabelos brancos, a pele marcada pela idade avançada, numa clara demonstração do passado. Ela olha cada um com um sentimento saudoso inevitável. A jovem Werdandi apenas demonstra uma seriedade e uma leveza correspondentes à sua idade, a aparência dela é similar à irmã, mas numa versão nova, seus cabelos são negros como a noite e brilhantes como as estrelas, os olhos brancos intensos analisam todos com atenção e seriedade. Já Skuld possui a mesma aparência das irmãs, sendo uma criança, uma representação do futuro, apenas encara todos com os olhos curiosos.
Não consigo esconder minha raiva, pois a sensação de traição queima em meu peito como uma labareda.
Elas sabiam disso e não mencionaram nada?
— Por que nunca soube nada sobre o que aconteceu? — olho sério para as Nornas.
As três me olham com uma serenidade extrema, em contraste com uma certa confusão dos Deuses. Entendo o sentimento deles, mas infelizmente quero saber o que ocorreu antes de explicar tudo.
— Não entendemos sobre o que fala, senhor Odin — Urd responde serena.
Suspiro pausadamente, buscando organizar meus pensamentos antes de explodi-la.
Urd representa o passado, logicamente não sabe o que aconteceu, pois ele foi encoberto, somente agora tomei consciência disso, então ela não saberia.
— A pergunta não foi para você! Me responda honestamente, Werdandi! — vocifero irritado para a jovem.
Urd olha atentamente para as irmãs, em busca de alguma dica do que poderia ter ocorrido, assim como os demais Deuses.
— Sabe bem que nem mesmo Urd entende o acontecido, os poderes dela nos nublaram, como contaríamos se nem mesmo nós sabíamos o que aconteceu? — Werdandi pergunta serena.
Uma veia saltana minha testa, devido à tensão.
— O que você descreve do momento? — rosno irritado.
Werdandi apenas move os ombros em descaso.
— Não muito diferente do que o senhor mesmo vê — Werdandi responde calmamente.
Caminho rapidamente em direção à Skuld, fazendo-a se encolher, evitando me olhar.
— O que você vê?
Skuld tremula, segurando as mãos das irmãs num gesto medroso, me deixando mais furioso, pois não estou com a menor paciência para essa cena.
— FALA!
A pequena pula assustada, os olhos brancos se iluminam e ela entra em um breve transe, buscando os vislumbres do futuro.
— Os poderes da estrela são além do que conhecemos, em breve terá guerras por ela, para devorar sua alma em busca de algo absoluto. Essas guerras não serão apenas entre os humanos, os deuses também o farão, todos eles, sem distinção... Os nórdicos não são os únicos a querê-la... todos estão dispostos a tudo pelo poder que emana de seu ser...
A voz dela treme diante da visão, me deixando cada vez mais irritado.
Guerras... devastação... tudo pelo poder dela!
Uma luta apenas entre humanos não é tão devastadora, se eles sumirem, outros virão para cobrir seu lugar, mas uma guerra entre Deuses ocasionará o verdadeiro Ragnarök.
— Existe a possibilidade de uma luta entre Deuses e Humanos? — olho sério em sua direção.
Skuld percorre os olhos atentamente entre os Deuses, antes de me olhar com um pesar.
— Os humanos que lutarem por ela terão poderes jamais vistos pelos deuses, mas existe um Deus que terá um poder além da compreensão, ele poderá dar um fim nisso sem que haja necessidade de mortes — Skuld murmura triste.
Sua tristeza não me deixa mais seguro sobre o futuro, não quando existe um singular nessa palavra.
Apenas um Deus será o suficiente?
E se... posso ter o controle disso!
— Podemos invadir Njal?
Skuld se ilumina levemente, evitando me olhar.
— Não... Somente quem ela acolher terá entrada permitida, nem mesmo o senhor poderá entrar...
Ninguém pode entrar naquele local sem que Rasalhague permita?
— Mesmo que ordene? — resmungo num estrondo.
A pequena pula levemente, evitando meu olhar.
— Ela vê a verdade na alma, corações corrompidos não passaram!
Maldita estrela!
Por isso, ela sempre é a anciã escolhida para o treinamento das outras estrelas, não apenas por ser a mais velha, mas por enxergar o coração das demais, guiando-as para o caminho da completa luz.
A verdade na alma...
Nenhum pode mentir para ela, pois ela verá...
Qualquer um que tentar chegar lá será barrado, pois ela verá a maldade existente. Por mais que as intenções sejam escondidas, não poderá passar de suas defesas, pois qualquer um escolhido para ir até lá vai querer matá-la e ela verá isso.
Um Deus que não deixe tudo transparente... um que seja a pura maldade, tanta que todas as mentiras ficaram camufladas...
Ela não conseguirá ver a verdade de seu coração!
Olho ansioso em direção à cadeira que claramente está vazia, me deixando mais irritado do que já estou.
Por que, sempre que preciso desse inútil, ele não está aqui?
— Onde está Loki? — olho para Thor com insistência.
Thor eleva a mão até o queixo, numa postura relaxada, fazendo seus longos cabelos ruivos caírem em frente ao seu rosto.
Estreito o olhar em sua direção, fazendo-o revirar os olhos em claro deboche.
— Dormindo provavelmente — Thor responde sereno, antes de sorrir leve — Não é como se ele levasse seus chamados a sério.
Enquanto temos um verdadeiro Ragnarök para resolver, o idiota resolveu continuar a dormir!
De todos os meus filhos, ele é o mais inútil!
— Ele não escuta ninguém, nem mesmo seus chamados! — Heimdall vocifera irritado, levantando-se num salto. — Tudo é brincadeira, ele simplesmente age apenas para causar confusão, sem se importar com nada!
O loiro pula em minha frente, buscando aprovação pela maneira como se referiu ao irmão. Os olhos azul-claros quase brancos de Heimdall jazem um fogo comum sempre que o nome de Loki é citado, mas desta vez a visão não me deixa irritado.
Está na hora de Loki aprender a honrar seus compromissos como um Deus!
— Vá buscá-lo! — ordeno a Heimdall.
O semblante dele fica pálido, com um evidente nojo no olhar.
Uma veia salta em minha testa pela raiva, detesto não ser atendido numa ordem!
O que preciso fazer para meus filhos me obedecerem?
— Deixe, eu vou! — Thor se levanta entediado.
Olho irritado para o ruivo, mesmo assim seu semblante não demonstra nada além de uma calma desconcertante.
— Mandei Heimdall! — rosno em sua direção e aponto para o loiro — Está esperando o quê? Vai!
Heimdall levanta a contragosto, sumindo rapidamente.
— Eles vão se matar — Thor anuncia com desgosto.
Exatamente!
Esse é o motivo do escolhido para buscá-lo ser Heimdall, um pouco de pressão é bom para o idiota aprender a respeitar meus avisos.
— Quero matar seu irmão agora, melhor que Heimdall faça isso antes!
Um estrondo ecoa, me fazendo virar em direção ao barulho, embora não estivesse nenhum pouco surpreso.
Até demorou para ela reagir.
A ruiva ocupa toda a minha visão, sua altura é impressionante, principalmente quando está prestes a mudar. Gradualmente, a face bela e delicada da deusa da terra muda, demonstrando uma verdadeira raiva, incorporando em todo seu corpo explosões pequenas e constantes. A ruiva dá lugar à enorme jotun que tanto conheço, mas sem o olhar acolhedor e admirado.
Jord apenas vibra raiva em minha direção, como sempre quando quer proteger os filhos.
— Thor, busque seu irmão! — Jord ordena sem tirar os olhos verde-escuros dos meus.
O ruivo somente sorri, sumindo rapidamente das minhas vistas, obedecendo-a sem questionar, assim como Loki faria.
Aposto que, se fosse Jord a chamá-lo, Loki seria o primeiro a estar aqui!
Sento-me sem vontade alguma de discutir com Jord, sentindo apenas a raiva dela em minha direção, assim como alguns olhares discretos dos demais.
— Sabe o que acontece com aqueles dois no mesmo espaço e ainda faz essas coisas! — Jord briga, apontando a enorme mão em minha direção. — Poderia apenas lhe dar uma chance e deixar que Thor o chamasse, talvez Loki apenas estivesse ocupado!
Ocupado?
— Todos estavam ocupados, mas quando os chamei, apareceram aqui de imediato. Loki, não deve ser privilegiado por ser meu filho! — resmungo, olhando sério para seus olhos verde-escuros.
Jord rosna, ocasionando um leve tremor na terra.
— Não estou falando disso, sabe bem que dia foi ontem e como nosso filho fica, mesmo que isso não signifique nada para você — Jord inicia irritada, apenas reviro os olhos, sabendo que se ele está sofrendo a culpa é dele mesmo, ela interpreta isso de outra maneira, ficando com mais raiva. — Ao menos evite deixar Heimdall perto de Loki, sabe que ele o odeia e faz de tudo para deixá-lo em maus lençóis, principalmente para você!
Sim, essa rixa entre ambos é lendária!
Heimdall é o guardião dos deuses e responsável por proteger a Bifrost que liga Asgard a Midgard, já Loki é um trapaceiro de primeiro grau, que causa problemas tanto nos deuses como nos humanos a quem Heimdall protege. Logicamente, o loiro vê Loki como uma desordem e ameaça aos deuses, e o esverdeado tem inveja da posição de prestígio de Heimdall.
Loki não perde a oportunidade de insultar Heimdall sempre que se encontram, gerando um verdadeiro caos. Ambos são o completo oposto um do outro, pois o loiro representa a ordem, estabilidade e lealdade, enquanto Loki representa a mudança, trapaça e imprevisibilidade, além do claro golpe de Loki que abalou todos os Deuses, sua participação na morte de Baldur, o que nunca foi perdoado por nenhum dos Deuses, principalmente Heimdall.
Particularmente, não dou a mínima para essa briga, em principal por Heimdall estar certo na maioria das vezes, apenas evito que eles se matem, embora nem sempre me intrometa efetivamente.
Cabelos acobreados ocupam minha visão, junto a um estrondo poderoso invocado pelos seus sentimentos de ira.
Deveria saber que esse não é um bom dia!
Frigga assume uma postura séria e maternal, encarando Jord sem se importar com o tamanho da Jotun, que comparado ao seu é absurdo.
— Meu Heimdall não tem culpa, Loki quem sempre começa! — Frigga retruca ácida.
Os olhos verde-escuros de Jord brilham em fúria para a Deusa.
— Acontece que Loki nunca escolhe estar na presença de Heimdall, sempre é ao contrário, então não é culpa dele! — Jord replica, aproximando-se perigosamente.
— Loki tem sempre culpa, afinal ele é o mal que existe! — Frigga aponta furiosa para Jord, aproximando-se até estar a poucos centímetros de distância — Ele matou meu Baldur!
A risada fria de Jord ecoa, estremecendo o local.
— Quem matou foi Hoder! — Jord retruca ácida — Meu filho não fez nada!
Frigga pisca atordoada para a ruiva, que não muda o semblante irritado, aumentando seu torpor.
— Hoder é cego, foi Loki que sugeriu a direção em que ele deveria atirar! — Frigga rosna furiosa.
A ruiva revira os olhos em descaso, ocasionando não apenas no aumento da fúria de Frigga, mas na raiva dos demais presentes.
— Vocês não deveriam estar brincando de atirar em Baldur, para zombar que ele era invulnerável a tudo, desde a promessa para mantê-lo vivo. Se não fosse isso, ele ainda estaria aqui, então não é culpa de Loki! — Jord zomba, irritando mais Frigga — A culpa foi da arrogância de vocês, não do meu filho!
Fecho os olhos apenas esperando a visível explosão de Frigga, como sempre quando esse é o assunto em pauta.
— Hel devolveria Baldur se todos chorassem por ele, mas Loki foi o único que não fez! — Frigga retruca, empurrando Jord.
Antes que ela reagisse, me coloco entre elas, parando seu ataque e paralisando por completo Frigga.
Olho de uma para outra, mantendo-as afastadas o suficiente, sem conter o semblante irritado.
Em todas as ocasiões possíveis, ambas brigam pelo mesmo motivo, mas agora não é o momento, será que não está visível isso?
— Temos um problema sério a ser resolvido e vocês estão brigando pelo mesmo motivo!
— Jord, quem começou a falar do meu filho! — Frigga resmunga.
— Estou defendendo o meu! — Jord retruca, irritada.
Frigga grita irritada, me fazendo suspirar pesadamente.
— Chega! Já puni Loki pelo que ele fez, agora vamos nos concentrar no momento atual!
As duas se afastam, resmungando inaudível, do qual nem fiz questão de prestar atenção, somente dará mais dor de cabeça.
Sento-me novamente na ponta da mesa, sendo observado pelos demais, assim como as duas, ambas ao meu lado, frente a frente uma da outra, mas evitando se olhar.
Quando essa situação vai melhorar?
Ambas não podem viver civilizadamente como antes?
— Pode nos esclarecer exatamente o que ocorreu para que nos chamasse aqui? — a voz de Sif ecoa no recinto.
Olho para a Deusa de longos cabelos loiros brilhantes com um olhar sempre sereno, tão diferente de Thor, mas que é seu complementar perfeito.
Explicá-los sobre o acontecido será complicado, principalmente pelas peças faltando, afinal, não sei de tudo até que Máni volte para explicar.
Se ele voltar...
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