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Capítulo 12

Lia estava radiante. Nem de longe eu diria que era ela quem eu estava vendo. A garota mudara seu visual completamente. Usava um vestido inspirado no festival. Flores silvestres brotavam da barra de seu vestido e subiam enrolando-se com raminhos verdes. Folhas na altura do busto caíam de galhos e eram levados pelo vento. O tom do vestido era primaveril e combinava perfeitamente.

— Meu Deus! Chamem a polícia! Tem uma impostora no lugar da minha amiga! — Fingi um alarde.

Ela começou a rir e me agradeceu fazendo uma reverência, inclinando o tronco e puxando as barras laterais do vestido.

— Se eu não te conhecesse, Lia, diria que era mesmo outra pessoa. Você está encantadora.

— Obrigada. Você está... simpático — zombou ela, ao me avaliar dos pés à cabeça.

Rimos feito dois bobos.

— Eu discordo.

Uma voz grave e melodiosa invadiu meu ouvido direito. Também fui envolto em um delicioso aroma de madeira queimada. Meu corpo todo tremeu ao sentir aquele calor suave e protetor que vinha poucos centímetros atrás de mim. Nem precisava ter ouvido a voz dele. Só o seu perfume já seria o suficiente para eu ter entrado no modo in love — que era como Lia chamava quem estava apaixonado.

Virei-me para River. Seus dois grandes e angulosos olhos azuis encontraram os meus, gentilmente. Seus lábios pareciam mais vermelhos. Mais sedutores e, de certa forma, perigosamente convidativos. Ele sorria.

Quando consegui tirar os olhos dele, pude ver como estava vestido. Uma camisa xadrez azul desabotoada sobre uma camiseta branca. Um jeans com cara de surrado, embora eu tivesse certeza de que era só a cara mesmo. E um tênis Converse da cor do jeans. Voltei-me para seus olhos. Ficamos nos encarando por um tempo. Até que senti um beliscão no braço.

— Pelo que sei, o correto é dormir de noite. — Lia começou a rir.

Será que devo explodir de vergonha agora ou depois? River começou a rir também. E ficaram os dois rindo, dando a entender que só eu não entendera a piada.

— Você podia ter dito se vinha ou não. Fiquei pensativo em casa — River me disse, assim que pararam com a algazarra.

— Eu não estava a fim de vir mesmo. Mas minha mãe encontrou um concurso de bolos decorados e quis participar. E como eu estava ajudando ela, acabei me esquecendo — esclareci.

— Ah entendo. E onde está sua mãe que eu ainda não conheci? — Vasculhou toda a feira, tentando encontrá-la. Seria inútil, pois ele não sabia como ela era.

Olhei de canto para Lia. Ela levantou as mãos.

— Ela eu não mostrei para ele.

— Hunf! — bufei.

River caminhou até mim e sussurrou no meu ouvido.

— Você fica muito lindo quando está bravo, mas não me faça desmanchar essa marra com um ataque de beijos.

Estremeci só de pensar nessa possibilidade.

— Ela... ela está se inscrevendo para o concurso... — Procurei minha mãe. — Ah! Olhe ela lá.

Apontei para a mulher de camisa vermelha e saia branca. Ela estava com os cabelos soltos, a luz que refletia sobre eles, deixavam-nos com uma aparência muito melhor. Tinha mais brilho e vivacidade.

Uma das atendentes passava um apuro imenso. Os dedos da moça percorriam o papel da inscrição avidamente. Tentando acompanhar toda a empolgação que minha mãe emanava. Assim que a moça terminou, pude ver que ela até massageou o pulso.

Minha mãe veio sorridente e quase flutuando da barraquinha.

— Ah, filho, já consegui me inscrever. Só precisamos buscar o bolo! — exclamou. Olhou para River que a aguardava terminar de falar para cumprimentá-la. — E quem é esse rapaz lindo? É seu namorado Lia?

Mamãe não deve ter reparado, mas River estava ao meu lado. E não ao lado de Lia. No fundo dos olhos da bandida, vi que ela poderia fazer o que quisesse comigo naquele momento. Eu seria uma presa fácil.

— Ah não, tia. Não meu, eu seria uma pessoa de muita sorte — respondeu com ar triunfante. Olhou para River e, discretamente, para mim. Não deixou escapar a oportunidade para me azucrinar.

E estalou a língua. Eu nem olhava mais para eles. Fiquei muito interessado na tenda onde estavam expondo produtos enfeitados com flores. Tinha até uma escultura em espiral, adornada com azaleias. River fez o mesmo movimento de cortesia e se inclinou para beijar a mão de minha mãe.

— Olá, Senhora Sutil, é um prazer conhecê-la. Sou River, amigo do Maurício.

Eu estava mais espantado do que minha mãe. Não sei como ele sabia o meu sobrenome. Mas não seria difícil adivinhar onde e com quem ele pudera ter conseguido essas informações.

Já a reação da "Senhora Sutil" foi mais espontânea. Ela ficou corada e acenou com a mão, pedindo que ele parasse.

— Ora, que cavalheiro. Pode me chamar apenas por...

— Mamãe! — eu a chamei. Ela se virou para mim. — Não temos que ir buscar o bolo? Já não está quase na hora do concurso?

Ela levou a mão à testa.

— Minha nossa, é verdade. Com licença crianças, Maurício vamos.

Antes de eu sair, River me pegou pelo braço e chegou perto do meu ouvido.

— Seu danadinho, uma hora ela vai ter de saber.

Terminou mordiscando a ponta da minha orelha. Aquilo me deixou sem reação. Fiquei estatelado no chão. Perdi todo o controle sobre o meu corpo. Meu cérebro gritava para as pernas correrem atrás de minha mãe, que já estava longe, mas uma força maior do que a minha queria ficar ali e ansiava por mais. Eu estava sendo traído pelo meu próprio corpo.

— Mauzinhooo... — Lia cantarolou. Virei minha cabeça lentamente. — Sua mãe já está quase na porteira do festival.

Despertei do transe ao ouvir a palavra "mãe". Olhei na direção da entrada do evento e lá estava ela. Correndo tão animada que nem se deu conta de que eu ficara para trás.

— Que droga, já volto! — Saí correndo. Só ouvi as risadas dos dois.

~~~*~~~

Voltamos em menos de quinze minutos. O bolo devia pesar uns cinco quilos ou mais. Eu não era muito bom na arte de cozinhar. Mas auxiliava no que podia. Peneirava a farinha, media a quantia de açúcar; essas coisas. Depois que tínhamos cortado o bolo minha mãe partiu para a decoração.

Nessa etapa o máximo que fiz foi dar cor aos cremes e às pastas que minha mãe estava usando. Ela cortava os morangos e tirava suas peles cuidadosamente. Ajeitava-as em formato de pétalas de rosa. Com o glacê colorido fazia raminhos. Usou a espátula para espalhar uma pequena quantia de pasta americana numa fôrma de vidro e modelar pétalas de lírios amarelos.

Moldou folhas de vários tamanhos e em diversos tons de verdes a amarelos-alaranjados. Ao final obtivemos um belíssimo bolo circular de três andares. Na base minha mãe fizera um gramado verde com pasta americana. Ramos de cor esbranquiçada e verde-claro despontavam em pontos estratégicos.

Rosas, lírios, copos-de-leite, orquídeas (três espécies, não me lembro o nome delas). No segundo andar do bolo minha mãe colorira de marrom, para sugerir um solo. Em todo o espaço restante do espaço branco ela coloriu de um azul suave e espalhou uma massa branca de chantili e com um palito formou nuvens no topo. Deslizando pelo céu, desenhou perfeitas tulipas e antúrios vermelhos.

No primeiro andar ela pusera todo seu capricho à prova. Levantara uma torre de flores pequeninas. Madressilvas, minha mãe dissera. E para finalizar fizera quatro fios com a mesma pasta. Delicadamente os enrolou até ficarem finos o suficiente para se parecerem com cipós. Misturou as cores e conseguiu um tom acinzentado. Pintou os fios e prendeu-os no topo. Caíram enrolando-se e ela afixou alguns cravinhos róseos.

Mamãe segurou um dos lados da tábua onde o bolo fora posto e eu segurei do outro. Ela conseguiu improvisar um invólucro protetor, para evitar que insetos indesejáveis pudessem aterrissar inadvertidamente na sua criação. Para isso utilizou quatro hastes de madeira e esticou um plástico filme ao máximo. Formando uma proteção retangular.

River correu até nós para ajudar a carregar o bolo.

— Me permita, Senhora Sutil — disse, tomando o bolo das mãos da minha mãe.

— Ora meu rapaz, pode me chamar por...

— Tia, que bolo fantástico! — Lia deu um berro de exclamação. — A senhora tem de correr, os jurados já estão passando pelas mesas.

Minha mãe saiu correndo para a mesinha dela, estendeu as toalhas rapidamente. E acenava freneticamente para mim e River. Ele indicou com a cabeça.

— Vamos rápido, mas de forma constante para não nos atrapalharmos.

Eu assenti.

— Você e sua mãe fizeram esse bolo?

— A maior parte foi ela, eu não sou muito bom na cozinha. Ajudei apenas em tarefas de comando simples — disse, e comecei a rir.

Ele deu um risinho.

— Eu estava enganado.

— Como assim? — perguntei perplexo.

— Você fica mais bonito quando sorri. Sabia que o seu lábio inferior treme quando você sorri?

Eu fiquei confuso. E surpreso, pois jamais tinha reparado nisso. Agradeci com um meio sorriso.

— Assim eu fico me sentindo o máximo.

— Para mim você é o máximo.

Ofeguei. River era demais. É como Lia disse. Ter o amor dele era muita sorte. É o meu primeiro amor masculino, não sei se terei outros ou se esse será para sempre. Melhor não pensar muito nisso agora. Por enquanto vou curtir o Festival. Minha mãe veio cantarolando e dançando até nós. Mostrou o lugar onde devíamos colocar o bolo e assim fizemos. Em menos de um minuto os jurados chegaram na mesa dela.

Eles pareciam muito contentes com o seu trabalho. Dei uma espiada nas outras mesas e vi que os outros participantes, homens e mulheres, disputavam acirradamente. Todos os bolos eram muito bonitos. Um dos que mais me chamou a atenção foi a de um rapaz de cabelos pretos. O bolo dele era em formato de uma flor-de-lótus. Até a cobertura rosa, e a forma como ela fora aplicada, lembrava às pétalas da flor.

Minha mãe se consumia de tanta ansiedade. Eu não podia ver o que se passava na cabeça dos jurados, mas detectei algumas mínimas expressões de evidente satisfação. Cochichavam entre eles e anotavam aquilo que diziam.

Secretamente, River pegou minha mão e segurou bem firme. Tentei puxar discretamente, mas ele segurou mais forte. O toque era quente e confortável. Levei a mão para trás para que ninguém visse. Não sou bom em disfarçar certos tipos de coisas, pois Lia acabou vendo minha agitação. Mesmo que tenha sido o menor movimento possível.

Ela começou a rir e fazer um símbolo de coração com as mãos. River quase nem gostou daquilo. Quase. Estufou o peito e sorriu, triunfante. Um pavão não poderia ser mais exibido e orgulhoso do que ele naquele momento.

Lia distraiu minha mãe, virando a de costas para mim. Perguntando como os cipós tinham sido feitos e como fizera as tinturas para dar cor a eles. Enquanto minha mãe explicava, ela se virou para nós dois e deu uma piscadela. Eu, obviamente não entendi. Já não posso dizer o mesmo de River.

As covinhas marcaram seu rosto, quando sorriu. Então era para ele quem ela havia piscado? Eu estava começando a perceber um esquema tático entre eles. O sorriso só se desfez quando ele me puxou para junto dele e me deu um beijo profundo.

Eu não tive nem como escapar. Ele passou seu braço por minha cintura e segurou meu outro braço. Me prendeu contra seu corpo. Seu hálito refrescante de menta me contagiou. O aroma amadeirado que ele exalava me tirou de órbita. Minha cabeça zuniu. Estar com River era algo totalmente maravilhoso. Apesar de estarmos no início de um novo caminho, eu sentia que era dele que eu precisava. Mesmo.

Voltei ao chão quando o beijo fora interrompido porum toque em meu ombro direito. Um aperto suave e que eu conhecia a anos. Era amão da minha mãe.

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