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Inimigo em casa - II

Willa acordou desnorteada. O ambiente estava envolto em escuridão, mas ela podia vislumbrar os raios de luz que adentravam pelas frestas do alçapão de madeira, iluminando os tons dourados, prateados e cobres dos tesouros de Khalid. Sua última lembrança era da aparência monstruosa de seu senhor à sua frente e do medo congelante que tomara conta de seu corpo.

As palavras de Abdul não eram delírios causados pelos traumas da guerra. Os comentários que ela ouviu estavam corretos. Khalid era um demônio, um monstro de Anúbis trazido à terra para ceifar almas, garantir a soberania do Egito e o poder de seus deuses. Willa começou a chorar, sem saber o que fazer. Gritar não era uma opção viável. Mesmo que fosse ouvida, um pedido de socorro de uma serva jamais seria atendido. Khalid era seu senhor, detentor de sua vida, e ninguém interviria por ela.

Ouviu o barulho do alçapão e em segundos a luz fulmegante de uma lamparina de óleo inundou lugar, khalid desceu pelos degraus da estreita escada de madeira fazendo-a se encolher ao máximo entre os sacos de grãos virando o rosto e fechando os olhos com força.

- Olhe para mim. - Ele disse e a garota começou a choramingar. - Olhe pra mim menina! É uma ordem - gritou com a voz rouca e Willa tomou coragem, voltando-se a ele e abrindo os olhos lentamente.

Não havia nada do que viu há uma ou duas horas atrás, nada de sangue, olhos amarelos ou dentes afiados, era o mesmo rosto não muito simpático, mas totalmente humano com quem convivia há mais de dois meses.

- Se eu quisesse mata-la já teria feito. Mas Você me desobedeceu, você foi a cidade, trouxe bandidos a minha casa - falou pegando um a mecha do cabelo dela inspirando com força seu cheiro - Foi atrás do príncipe pastor, não foi? - Ele se sentou ao chão a frente dela e ela encolheu-se ainda mais sobre os joelhos - Eu já esperava por isso, já tive a sua idade, faz muito tempo, mas eu ainda lembro como era - Ele soltou um suspiro - De como somos burros e arrogantes. Mas isso é problema seu, o que me incomoda é o cheiro de natrão nos seus cabelos de quando deixamos o palácio. O cheiro do velho Pashedu, está trabalhando para ele? - Questionou e Willa arregalou os olhos, mentir não era uma opção, khalid sabia, como pensou que poderia enganar um homem tocado por um Deus?

Embora estivesse tremendo de medo da reação dele, a jovem decidiu ser sincera. Contou sobre a ameaça e o acordo com Pashedu, sobre o cadáver dilacerando em sua mesa e pediu misericórdia a khalid curvando-se diante de seus pés.

- Pare com isso! Agora vá embora. - Falou jogando um saco de moedas, anda! Vai embora! - Gritou abrindo espaço pra ela subir a escadinha de madeira e ela viu seus olhos se tornarem amarelos.

Willa correu rapidamente em direção a escada e subiu o mais rápido que pode, quando sua mão tocou o vão sentiu algo viscoso e ao correr olhar pela penumbra viu os corpos dos três homens ensanguentados. Olhos arrancados, peito dilacerados e sangue por toda a parte.

Um grito de horror escapou de sua garganta e correu em direção a porta e depois atravéz dela até tropeçar na saia comprida, caindo de joelhos e deixando que o saco com moedas de ouro se esparramar pelo chão. Olhou para as mãos sujas de terra e sangue, depois pra cidade lá embaixo mergulhada na escuridão.

Talvez o ouro fosse suficiente para sair do Egito, voltar pra casa, khalid não iria atrás dela. Mas até onde iria uma moça sozinha? Provavelmente roubariam seu dinheiro na primeira oportunidade e ainda havia Abdul.

Respirou profundamente tentando manter o controle e voltou seu olhar para o casebre de Khalid Juntou o ouro e levantou-se voltando a caminhar na direção da casa, tomando coragem a cada passo. Quando chegou a porta avistou khalid sentado em frente ao fogão acariciando o gatinho.

-Eu disse pra ir embora - ele falou com a voz rouca sem mesmo voltar o olhar a ela.

- Eu não irei muito longe- respondeu largando o saco de moedas sobre a mesa -se me mandar embora será o mesmo que me matar ou talvez até pior, o mundo é especialmente cruel com as mulheres. Talvez... Possamos ajudar um ao outro. Eu preciso voltar a Pérsia em segurança e se não foi você que matou aquele sacerdote, alguém quer que pensem que foi você. No seu lugar eu me cercaria de amigos. - Ela falou se sentando sobre os joelhos diante dele. - Pashedu parece bem convencido que você é uma ameaça ao faraó, se não descobrir quem matou aquele sacerdote, cedo ou tarde ele vai convencer o rei disso e embora digam que o senhor não pode morrer, sei que há coisas que são piores que a morte.

- Eu não preciso da ajuda de uma criança.- ele sussurou soltando o gato que começou a lamber o sangue derramado no chão.

- Eu não sou criança.

Khalid arrastou os corpos pra fora enquanto Willa tentava retirar as manchas e o cheiro de sangue que ficou impregnado pelo chão e paredes. Os tapetes esteiras foram queimados junto aos corpos que exalavam o cheiro característico de carne queimada r uma espessa fumaça negra aos fundos do casebre. Quando finalmente terminou a limpeza, preparou um naco de pão e um caneco de cerveja ao seu senhor, dando um gole rápido na bebida amarga a fim de ganhar alguma energia para continuar firme depois de uma noite tão atribulada. Ao sair, percebeu que o mesmo soldado de dias atrás estava ao lado do seu senhor que ainda ainda alimentava a fogueira com pedaços de madeira.

Desculpa não sabia que estava acompanhado, meu senhor. Vou buscar mais um caneco. - disse Willa assustada.

- Não, estou em serviço. Será que posso interrogar sua serva? - Perguntou o Medjay levantando a grossa sobrancelha pintada de negro, recebendo um aceno positivo de Khalid em seguida. - Pode me dizer o que aconteceu está noite minha jovem?

-Eu fui até a cidade, ver um amigo e esses homens me encurralaram. Me obrigaram a traze-los aqui para que pudesse roubar o ouro do meu senhor - ela disse de cabeça baixa. -Eles tentaram matar o senhor Khalid, mas ele foi... Foi muito mais rápido no ... No manejo da espada e ele os matou.

- A lei me reserva o direito de proteger a minha vida e minha propriedade - disse Khalid com firmeza.

- É claro que sim, mas não precisava queimar os corpos. Assim não há como identifica-los

- Um deles de chamava kassim, não foi a primeira vez que os encontrei. Se meu senhor não tivesse agido teriam nos matado e levado todo o ouro. Eram homens horríveis - ela disse levantando o cabelo e mostrando o machucado na cabeça. Se o senhor fizesse bem o seu trabalho, homens assim não estariam soltos pelas ruas da cidade, ameaçando moças e cidadãos. - provocou a garota levantando o olhar ao homem que sorriu brevemente.

- Cuidado com a escolha das palavras moçinha, muito cuidado. Não é mais uma princesa - disse voltando -se a Khalid. - Bem parece que está tudo certo, mandarei soldados para recolher o que restou e não permita que sua serva ande por aí sozinha, principalmente depois que Amon deixa de iluminar o mundo dos vivos. Tebas é a maior cidade do mundo, por mais que meus homens e eu trabalharmos para mantê-la segura, é uma região perigosa.

- Eu entendo bem Medjay, vamos tomar mais cuidado de agora em diante.

À noite, Willa preparou uma refeição, um pão de cevada acompanhado de um ensopado de peixe, cebola e alho, bem temperado com muito coentro e hortelã. Arrumou a pequena mesa baixa da melhor forma que pode e tentou espantar o que restava só cheiro impregnado de sangue fresco com alguns incensos.

-Espero que goste. - Ela disse servindo Khalid que fez sinal pra ela sentar-se a mesa. Ela respirou profundamente o ar pesado carregando o aroma de pão fresco e temperos exóticos, se acomodando sob uma almofada macia, observando as sombras dançantes das chamas da lareira sobre o rosto de seu senhor.

- Coma - disse em tom de ordem - pegue uma tigela, foi um dia longo deve estar faminta.

- Eu posso esperar, na verdade o cheiro de sangue e depois da... fogueira, me deixou um pouco enjoada- ela disse vendo-o afundar o pão no ensopado. - Mas vejo que não afetou seu apetite. É ótimo, minha mãe sempre dizia que o segredo de um homem saudável e feliz é estar bem alimentado.

- Você nunca para de falar? - ele levantou o olhar a ela.

- Desculpe, meu senhor. Eu só queria puxar assunto. - disse se sentando a frente dele sob uma almofada. - Quer que eu lhe sirva vinho? Cerveja? - perguntou com delicadeza.

- Quero que encha essa tigela e fechei a boca! Pode fazer isso? - ele levantou um olhar severo a ela, sua voz ressoou no pequeno espaço, ecoando levemente nas paredes de barro. A cada pedaço ela o encarava curiosa, era impossível de controlar, agora não estava mais diante de apenas um homem, ele era muito mais que isso. E apesar de ter sido criada em meio a mitos e lendas extraordinárias, as dúvidas sempre rodaram sua mente, porém depois da noite passada era impossível negar que existia muito mais no mundo do que aquilo que poderia ser visto e tocado.

- Posso lhe fazer uma pergunta? - ela não resistiu depois de vê-lo passar um pedaço de pão no fundo da tigela, devorá-lo em uma só mordida e sugar a ponta dos dedos logo em seguida. -Ele assentiu com a cabeça, os olhos penetrantes fixos nela.

- Voce nasceu assim? É filho de um Deus como os faraós. Ele também pode fazer aquilo? É verdade que você está vivo a mais tempo do que qualquer pessoa no Egito?

Khalid levantou o olhar para ela, uma sombra de tristeza passando por seus olhos.

- Uma pergunta. - a encarou fazendo a menina diminuir o tom e a empolgação.

- Porquê você é diferente dos outros homens? - ela perguntou o que mais lhe aguçou a curiosidade.

- Eu matei um faraó, desafiei o o grande chacal e fui amaldiçoado por ele.

- O pai de Menerpta?

- Não, faz muito tempo. E já foram duas perguntas já chega de conversa. Coma e vá se deitar, já que pelo jeito eu não vou me livrar de você tão rápido.- Willa se calou, absorvendo suas palavras enquanto o som suave da lareira preenchia o espaço entre eles. Quando Khalid se levantou da mesa, o rangido do assoalho de madeira sob seus passos ecoou pelo ambiente.

- Senhor Khalid - ela chamou a sua atenção quando ele já subia as escadas. - Obrigada.

- Não foi por você. Agora limpe tudo e vá dormir.

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