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A Carta


Querido Papai Noel,

Você não me conhece, mas eu me chamo Liane. Só fiquei sabendo de você agora porque a minha Tia Adelaide me contou. Ela disse que talvez se eu escrevesse uma carta você saberia que eu estou por aqui, e que deveria fazer um pedido para você.

Se é como minha tia disse, eu posso pedir qualquer coisa, sem nenhuma restrição, certo? Se esse é o caso, então eu gostaria de revelar um desejo que nasceu em mim desde que soube da sua existência: eu quero ser um Papai Noel também. Eu quero poder fazer brinquedos e entregar para as crianças, todas elas. Eu quero trabalhar em um lugar mágico e cheio de Natal. Então, se este puder ser meu presente, eu ficaria muito agradecida.

Eu não tenho exatamente um endereço, mas pedi pro meu pai e ele disse que esse é o lugar onde moramos

62° 05' 06" S 58° 23' 29" O

O nome é Estação Barão de Teffé.

Meu nome é Liane, eu sou a única criança aqui, então não tem como errar.

Obrigada Papai Noel.

Liane não obteve resposta da sua carta naquele Natal, tampouco no Natal seguinte. Quando contou para sua tia a decepção que sentiu ao acordar e não ver uma resposta ou mesmo um presente em seu quarto, Adelaide tentou confortá-la. Talvez Papai Noel não soubesse onde colocar a resposta que ela queria, já que ela não tinha uma Árvore de Natal. Adelaide prometeu enviar em segredo as decorações para a sobrinha, uma árvore pequena, que ela pudesse esconder da mãe, mas montá-la em sua cabine. Ela escreveu outra carta naquele ano, pedindo exatamente a mesma coisa e com muito mais esperança, agora que ela tinha uma árvore. Mas a resposta não veio, e mais uma vez Adelaide a consolou:

— Talvez eles não tenham vagas ainda.

A garota concordou, mas não conseguiu esconder a expressão de tristeza.

Liane já havia feito sua própria pesquisa a respeito. A internet lhe foi generosa com os dados e histórias que existiam a respeito do Natal e do Papai Noel; e Liane não ficou menos crente, como temia sua tia. Ao contrário, a garota ficou ainda mais fascinada. Toda a história e mitologia acerca do Natal e do Papai Noel, como ela nasceu, como se desenvolveu, só fazia a vontade de Liane crescer cada vez mais.

— Liane, você pode vir aqui comigo e com seu pai só um pouquinho? — chamou Mariângela.

Seu pai e sua mãe estavam sentados na mesa do café. A cabine deles era pequena, como a de todos que moravam ali, na verdade. Apesar da Estação ser quase como uma cidade, a verdade é que não era. Liane saía da Estação no verão e às vezes na primavera para explorar e brincar, nunca ia muito longe, pois também não era uma ilha muito grande. Mas no outono e no inverno, os ventos deixavam tudo mais frio e escuro, e Liane ficava dentro da estação. Seus pais eram responsáveis por seus estudos, e muitas vezes Liane aprendia com os outros cientistas que moravam ali. Mas ela não tinha uma escola, e nem sequer outras crianças para lhe fazerem companhia. A existência dela ali havia sido uma concessão especial do governo aos pais, uma estação de pesquisa não era lugar para uma criança, ainda mais em um lugar tão ermo e gelado. Mas o governo precisava dos dois cientistas na estação, e nenhum deles queria deixar a filha com algum parente em idade tão nova. Liane não se importava, gostava da estação, principalmente depois de saber que morava perto de onde Papai Noel poderia morar.

— Lili, vem cá, sua mãe e eu temos uma notícia pra te dar — seu pai disse com a voz doce, mas Liane percebeu o nervosismo da mãe atrás dele.

— Não é uma notícia, é uma opção. Você sempre pode dizer não — esclareceu a mãe.

— Mari... — Paulo começou, mas não terminou. Mariângela olhou para os lados, evitando encarar o marido e a filha.

Deve ser grave, pensou a garota ao ver o comportamento dos pais.

— Sua mãe e eu estamos preocupados, estrelinha. e queríamos sua opinião a respeito.

Liane assentiu, e o pai continuou:

— Você já tem quase dez anos, filhota, e não queremos que seus únicos amigos sejam seus pais e um monte de gente da terceira idade.

Liane não riu da óbvia tentativa de piada do pai, justamente porque não havia percebido a intenção do humor. Para ela, era como se tivessem acusando seus amigos de alguma coisa.

— Eu gosto dos tios. — respondeu a menina — E gosto de vocês.

Mariângela e Paulo sorriram ao ouvir isso, um sorriso grato que em breve se tornou uma troca de olhares preocupados.

— Estrelinha, a gente sabe que você gosta dos tios e da gente, e eu e sua mãe te amamos muito também, muito mesmo — voltou Paulo, — Mas a gente queria que você pensasse com muito carinho na possibilidade de ficar um tempo com a sua Tia Adelaide, lá em São Paulo, que acha?

Liane deu de ombros.

— Eu gosto da tia também. A gente vai passar o Natal lá de novo?

Mariângela e Paulo se entreolharam e dessa vez, foi Mariângela que ficou de joelhos e olhou bem nos olhos da filha.

— Não, bebê, não é só o Natal. Queremos propor pra você ir morar um tempo com sua tia e ficar por lá, sabe. Pra você poder ir pra escola, poder fazer amigos da sua idade...

A garota deu um passo para trás instintivamente. Ela não conseguia mais ouvir a voz da sua mãe, a única coisa que ela ouvia era a própria cabeça gritando "Não". Paulo se juntou a voz de Mariângela, mas a única coisa que Liane conseguia entender é que os pais dela estavam se livrando dela.

— Eu não quero, eu não quero. — soltou em desespero. — Vocês não me querem mais? Eu prometo ficar quietinha!

Liane sabia que pra ela poder ficar nos lugares, ela tinha que ficar "quietinha", sem atrapalhar.

— Lili, calma. É só temporário. Sua mãe e eu precisamos encerrar algumas coisas e depois vamos sair daqui também. Você só ficaria com a tia por um tempo, um ano ou dois, no máximo.

Liane abaixou a cabeça e não respondeu. Ela tinha que ficar quietinha, por isso, decidiu se concentrar para não chorar.

— Não precisa dar a resposta agora, Li, eu falei pra sua tia que a gente ia dar a resposta amanhã a noite, na nossa ligação de Natal, então vai pro seu quarto, pensa com carinho e depois a gente conversa, está bem. — sugeriu a mãe.

Liane assentiu, e foi para o seu quarto, mas no que mais ela iria pensar? Ela não queria e ponto.

Com pesar no coração, ela escreveu sua última carta para o Papai Noel.

Só que dessa vez, ela obteve resposta. 

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