Capítulo 5
Evie
Abro meus olhos e a luz do sol me faz soltar um gemido dolorido, me mexo na cama tentando me sentar e sinto minha cabeça latejar mais do que já estava.
Mexo minhas pernas na cama e sinto algo que eu não deveria sentir estando na minha cama, arregalo os olhos e percebo que eu realmente não estou na minha cama.
Sento rapidamente puxando o lençol para me cobrir e vejo as costas de Ryan, ele respira calmamente e parece dormir como um bebê.
-Não.- aperto o lençol contra meu peito.- Não mesmo.
Encaro o lençol branco e lembro de beijos bem quentes, fecho meus olhos e gemo de vergonha quando lembro que fui eu quem pedi para passar a noite aqui.
Levanto cuidadosamente e vejo minhas roupas espalhadas pelo chão, meu sutiã está em cima de um abajur na escrivaninha, tento ser silenciosa.
Visto minha calcinha com uma careta e logo pego meu sutiã, visto apenas a blusa preta básica e coloco a outra dentro da minha bolsa. Já com o resto das roupas eu pego meu celular e peço um carro.
Abro a porta dele lentamente e passo pelo corredor, ouço o barulho do chuveiro e então desço as escadas lentamente, posso passar sem ninguém me ver.
Meu plano perfeito vai por água abaixo quando eu desço as escadas e uma menina de cabelos loiros e bem lisos aparece na porta da cozinha só com calcinha e uma camisa larga.
Reconheço ela na hora, Marie Trent.
Nos encaramos por alguns segundos antes de ela franzir o nariz com desgosto e passar por mim subindo pelas escadas. Acho que nosso curto encontro não vai ser comentado com ninguém.
Alcanço a porta e assim que saio vejo meu carro chegando, entro rapidamente e nem preciso dar o endereço. Só me encolho no banco de passageiro e cubro meu rosto com as mãos.
Não podia nem sentir raiva de Ryan, eu tinha pedido para ficar com ele, eu tinha dado o primeiro beijo. Eu lembro de ter dito que queria só uma transa.
Puta merda, eu era tão idiota.
E o pior de tudo é que eu nem me lembro, quer dizer, me lembro de algumas partes mas não todas. Lembro dele me colocando contra a parede e tirando minha blusa. Lembro dele me deitando na cama e beijando meu corpo.
-Burra.- bato a palma da mão na minha testa.- Burra. Burra. Burra.
-Como?- o motorista pergunta.
-Não é com você. Desculpa.- tento ser gentil.
Logo me preocupo no que pode acontecer, eu tomo anticoncepcional e lembro claramente de ver ele com uma camisinha, então fico mais relaxada.
Mesmo assim eu ainda estava me sentindo burra, agora eu ia ter que escrever uma matéria sobre ele. A minha salvação é que eu nunca mais o veria de novo.
🎤
Ryan
Saio do banheiro com os dentes escovados e banho tomado, desço as escadas com calma e esfregando minha testa tentando me lembrar do que aconteceu.
Chego na cozinha e Charlie está fazendo panquecas, Taylor assobia vendo meu estado e então me dá dois comprimidos e uma garrafa de água.
-Obrigado.- murmuro.
-Então...- Charlie fala calmo.- Brooks, hein?
-O que?- arregalo os olhos.
-Ontem.- ele trata como se fosse bem normal.- Vocês começaram a se beijar no carro e eu achei que fossem transar bem ali.
-Cara...- abaixo minha cabeça e cubro o rosto.
-É, ela falou alguma coisa no seu ouvido e você me pediu para ir direto para casa.- ele explica.- Ouvi vocês dois a noite toda, por acaso.
Solto um gemido frustrado e Taylor ri ao meu lado, abaixo meu corpo até deitar a cabeça entre os braços e depois sinto os tapinhas dele nas minhas costas.
-Não sei por que está assim.- ele coloca um prato com duas panquecas.- Você falou que ia transar com ela por causa da entrevista.
-É, mas não bêbado.- faço careta.- Nem me lembro de ontem.
-Que merda, hein.- Taylor suspira.- Ah, Marie estava te procurando ontem e acabou me encontrando.
-Tô dizendo...ela está fazendo troféu.- Charlie e Taylor mudam de assunto.- O próximo alvo é Ryan....
Paro de ouvir e foco na noite passada, eu só tenho a sensação de ter sido bom demais. O tipo de sexo que você quer repetir e repetir a dose várias vezes.
Lembro da boca dela pelo meu corpo e sinto um arrepio, esses arrepios logo de manhã são perigosos. Ainda mais se estou perto dos caras.
-Não precisa se preocupar em ela escrever uma matéria ruim agora.- Charlie sorri.
-Ou ela pode escrever algo muito ruim.- Taylor toma o café.
-Qual é o seu problema?- Charlie bate a mão na mesa e os dois começam a discutir.
Passo os dedos pelos cabelos e fecho meus olhos, não sou o tipo de cara que ignora depois do sexo. Principalmente quando eu não lembro e estou bem curioso para repetir a dose.
Porque eu quero repetir a dose, a sensação é boa demais para desperdiçar. Só que por outro lado ela foi embora sem falar nada, não deixou mensagem e nem me ligou mesmo tendo meu número.
-Bom dia, seus idiotas!- Adam entra em casa e nós três olhamos para ele.
-Noite boa?- Taylor pergunta.
-Ótima.- ele sobe as escadas.- Me acordem quando for amanhã de manhã.
Adam desaparece e eu começo a comer minhas panquecas, vou esperar até terça para Evie ligar para mim, depois quem sabe eu passe no dormitório de forma casual.
🎤
Evie
Depois de tomar um banho demorado e passar metade do dia deitada na cama tentando superar a ressaca eu finalmente peguei o computador e estou escrevendo.
Anotei várias coisas que soube sobre Ryan e agora estou arrumando a estrutura, minha cabeça está latejando e o barulho de digitar me faz ficar com dor de cabeça.
Encolho meu corpo quando o telefone toca e fico surpresa ao ver que é minha mãe, falei sobre ela ontem e agora está me ligando. Será que ela tem um tipo de poder mágico?
"-Oi, mãe.- tento parecer agradável.
-Oi, querida!- ela grita e eu fecho os olhos.- Como está a faculdade?
-Ótima, realmente ótima.- minto.
-Você vai adorar o que eu tenho para contar!- ela parece bem animada.- Vou ir passar uma semana aí!
-Sério?- tento esconder minha voz desanimada.
-Sim, quero que você conheça alguém.- ela explica e eu suspiro. Típico da minha mãe conhecer alguém e investir nisso, então quando acontece algo ela joga maldição em todos os homens do mundo.
-Ok. Que tal me falar mais sobre ele depois? Estou terminando um trabalho agora.- coço minha sobrancelha.
-Claro, ligo para você quando estiver perto.- ela respira fundo e um ruído animado é audível.
-Ok, tchau, mãe.- sorrio fraco.
-Tchau, querida!"
Coloco o celular na mesinha entre as camas e volto a escrever, fico encarando a tela do computador e começo a lembrar da noite passada.
Tenho que apertar minhas coxas quando lembro de ver a cabeça de Ryan entre as pernas, lembro do olhar safado que ele dá ao lamber os lábios e voltar.
-Álcool estúpido.- choramingo.- Qual é o meu problema?
Não estou no clima de fazer o trabalho agora, salvo o que fiz até agora e abro uma aba para ver algum filme, me encolho na cama e apoio o notebook no colo.
Vou passar domingo todo desse jeito ao que parece, estou achando que deveria ter passado minha noite de sábado assim também. Poderia ter evitado tudo isso.
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