Capítulo |24|
Tudo caminhava como a mulher tivera previsto, tão logo as tropas do Barão atravessaram os portões de Intropeda, dirigiam-se ao Castelo. O que foi um alívio para Vicente que tivera confiado na estratégia da mulher indo contra seus capitães, lembrando que se os homens do Barão assim não o fizessem os aldeões estariam vulneráveis.
Estavam todos apostos e um combate sangrento era travado.
Keira empunhava a espada de Intropeda, Vicente a tivera dado. Se a mulher era capaz de montar uma estratégia funcional contra um inimigo perspicaz como o Barão Darwins, era bem capaz de empunhar a arma mais letal de Intropeda.
Pois lembrava as palavras de fascínio de Edward após presenciar a graciosidade da esposa empunhando uma espada.
O que Vicente não estava à espera foi com certeza a resposta da mulher.
"A letalidade de uma espada é determinada por quem a tem empunhada". Ela estava certa, era mesmo filha de seu pai.
Quando a batalha finalmente os alcançou, Vicente pois se na frente da mulher, o que não durou muito pois a quantidade de homens que chegavam cada vez mais os fez separarem-se. Os arqueiros ainda disparavam violentas flechas.
Com o cabelo preso e o tecido que cobria parcialmente seu rosto que Vicente obrigou-a a usar, a mulher defendia Intropeda sem hesitação. Em meio ao confronto tumultuado, eles só tinham um objetivo impedir que Darwin chegasse a Edward.
Os oponentes, com suas lâminas circulavam firme, uma luta intensa na qual cada um procurava por vantagem e controle sobre a arma do adversário. Quando no meio do combate Keira viu Julian, marido de sua tia Carlota e pai de Camille.
Daquele modo todos os seus ataques eram apenas para aproximar-se do homem que não a tivera reconhecido.
— Não se afaste — Gritou Vicente que percebia a intenção da mulher. Teimosa como era, Keira sequer o ouviu o homem que amaldiçoou a si mesmo pelo que podia acontecer com a Duquesa.
— Tio Julian? — balbuciou a menina suportando o golpe da espada de seu oponente.
Julian virou-se sem a reconhecer até que Keira derrotou o adversário e caminhasse em direção ao tio.
Puxou o tecido que cobria parcialmente o rosto para que o mesmo a visse. Expressão de Julian denunciou o um choque de ver a sobrinha ou talvez ser descoberto, afastou-se e correu para longe, porém, convicta do que acontecia Keira correu logo a seguir o homem que dirigiu-se ao celeiro.
O lugar estava silencioso, mesmo que o visse adentrar Keira duvidava da presença do tio.
— Tio Julian, sei que está aí. Todo esse tempo foi o senhor? — Inqueriu.
Cautelosa caminhava pelo lugar embora tivesse uma nova teoria sobre o ocorrido precisava ouvir de seu tio. Olhava para os lados com a espada em prontidão, pés vagarosos e sentidos bem atentos.
— Como pode fazer algo assim com meu pai? O tratava como irmão. — Criticou.
Escondido entre o amontoado de palha Julian ouvia a menina.
— O transformou em seu homem de confiança, como pode tê-lo traído assim? — o julgou.
Verificando toda a área a cada passo que dava para o interior do enorme celeiro.
— Não tem nenhum pouco de remorso?
Fastio da faladeira da Duquesa o homem saiu de seu esconderijo atacando-a com sua espada e forte habilidade de espadachim.
O impacto foi tão grande que a mulher cambaleou, sem que esperasse partiu para sima com a espada antes que o objeto metálico a atingisse, virou-se para o lado permitindo assim o contato da arma com o chão.
A raiva que viu em seu tio fez-lhe perceber que se não desviasse do golpe o homem a mataria. Sem se levantar chutou os pés do homem que saltou e voltou-lhe a atacar.
Julian lutava sem hesitação e Keira respondia à mesma.
— É exatamente como ele — afirmou o homem — luta sabendo que não terá chances — Keira o olhou enraivecida — Seria tudo perfeito se ele me apoiasse, sairíamos vencedores mais títulos, mais terras. E tudo estaria perfeito. Mas ele tinha de se opor e ser íntegro. — Seus golpes eram tão ferozes quanto suas palavras que ao som delas um corte foi feito no abdômen da mulher.
Vendo-se sangrar, a realidade atingiu-lhe, Julian a mataria se ela sequer vacilasse.
— E VOCÊ O MATOU. Matou seu melhor amigo por poder! O IRMÃO DA SUA MULHER — gritou numa choradeira odiosa
O chocar das espadas era forte, o barulho do aço e faíscas que saiam de cada golpe representava o tamanho da ira de ambos.
— Não. Isso foi Ethan, seu querido e precioso Ethan. — Confessou o homem entre o chocar de espada.
— Mentira... — num ataque preciso Keira cortou profundamente o braço do homem, que logo atacou-lhe de volta.
— Manipulá-lo foi fácil, só foi preciso aliciar sua fúria e desejo de vingança. — Riu em meio ao seu ataque. — Mostrei-lhe o homem responsável pela morte de seus pais e ele não se importou em matar o homem que o criou.
— Foi você quem ordenou a execução de Siro, VOCÊ OS MATOU — O bater do aço se misturado com o som farfalhado da terra em que o jogo de trás para frente emitidos pelos pés dos duelistas.
Com experiência Julian derrubou a espada da mulher a deixando vulnerável. Sem se deixar atingir Keira desviava-se dos ataques do homem. Até que com a mão direita travou o braço e aproximou-se puxando o mesmo com as duas mãos em sua direção.
Sendo o oponente duas vezes maior que ela, a mulher sequer conseguia puxar-lhe o braço, porém, ainda assim punha toda a força naquele ato com intenção de quebrar o membro do homem que sentia a dor chegar.
Quando sentiu o membro lhe obedecer, Julian alojou um soco bem posicionado às costelas da menina que lhe obrigou a soltá-lo.
Keira tossia de dor, no entanto tivera conseguido uma vantagem quebrar o braço do homem foi uma jogada inteligente, deduziu.
Sua fúria o conduziu a despejar outro soco vindo da mão esquerda no rosto de Keira, um tão forte que a fez cuspir sangue.
— Sua tola. — Ofendeu o homem empunhando a espada com a mão funcional— acha que imobilizar um membro há de me parar? — Vociferou
Keira estava cansada, seu corpo aos poucos sedia, seus ferimentos sangravam assim como os de Julian. Porém, a raiva a consumia, saber que o tio havia manipulado seu amado amigo para que matasse seu pai, jogando a culpa pelo genocídio de Siro para que Edward o sentenciasse a morte a enfurecia.
Ainda cambaleante tentava defender-se, mas antes que pudesse Julian a atinge com o cabo da espada que leva sua
escotas de encontro ao chão.
— Camille, há de sentir sua falta, porém na guerra é preciso sacrifícios — decretou Julian encarando a garota que sangrava sob seus pés, pronto a matá-la.
— Direi a ela que sinto muito — na velocidade da pronúncia, Keira segura a espada e crava no peito do homem. Sua outra mão amparava o ataque de Julian com a braçadeira de metal e couro, que pelo forte impacto tivera rompido o metal e feito outro corte no braço da mulher que apesar da dor e o sangue que caia-lhe sobre o rosto pressionou com força a espada, sentindo o cortar da lâmina em seu peito e o coração parar a cada batida, Julian cambaleou incapaz de manter-se em pé.
Lagrimas circulavam no rosto da Duquesa, enquanto via Julian agoniando ao lado, via a vida abandonar o corpo do homem e não pode deixar de sentir muito por Camille.
Exausta e quase sem fôlego, caminhou para fora do celeiro levando sua espada e tampando os ferimentos com partes do tecido da sua roupa. Quando aquela voz tão bem conhecida a chamou.
— Keira — olhou para o rosto do homem sem emoção alguma.
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