Capítulo |21|
Uma vez que tivesse esclarecido as coisas com a mãe, faltava apenas alguém, a peça decisiva para que seu plano fosse adiante, alguém com facilidade de a infiltrar nas sem que fosse descoberta.
Pronta, desceu as escadas com pressa em direção aos estábulos, montou sua égua branca, alisou seus pelos e partiu agalope pelas terras que lhe eram tão bem conhecidas até a casa de Adolpus. Determinada, acontecesse o que fosse nada a impediria de continuar.
Quase ao despedir do sol, finalmente chegou a seu destino, conhecida pelo garoto que recebeu as cordas da cela de Artemis. A direcionou diretamente para onde se encontrava o homem.
— Keira, minha querida, o que traz a Duquesa de tão longe?
— Desculpai-me pela visita repentina, mas preciso de sua ajuda — responde Keira tão radiante e misteriosa
— Diga-me em que posso ajudar a duquesa? — convidando-a a sentar-se com a mão, Adolpus perguntou a menina.
— Infiltrando-me nas tuas tropas — o homem arregalou os olhos estupefato, quase engasgando com a própria saliva. Riu quando finalmente cogitou que a garota tivera brincado. — Que brincadeira, quase achei que falas sério — falou entre as altas gargalhadas incrédulas.
— Desculpe, mas não há brincadeira no que lhe digo — afirmou tão solenemente que o homem precisou recompor-se
— Sabe o senhor dos rumores sobre meu pai, recuso-me a aceitar que tenha morrido como um traidor e não um traído por seus homens — Adolpus ouvia seriamente a garota na sua frente — o senhor também sabe que meu pai foi um homem honrado, disposto a dar a vida pelo país. E de modo algum permitirei que sua memória seja manchada por mentiras tão caluniosas. Por essa razão vim pedir-lhe ajuda, manda-me em batalha para o último campo em meu pai lutou. — Embora ouvisse cada palavra que saia da boca da menina, Adolpus permanecia incrédulo, nunca tivera escutando tamanha loucura.
— Fora de questão, tem noção do que me pede?
— Completamente senhor.
— Como acha que farei isso? Como acha que irei deixá-la causar a própria morte? O Duque irá matá-la e matar-me-á junto. — Levanta-se e anda de um lado para o outro processando todas as formas de morte possíveis
— O Duque não precisará saber, jamais descobrirá. E se for descoberta, apenas eu levarei as culpas, aceitarei qualquer punição que me for dada. — Diz a garota, de um jeito tão firme e persistente que o homem sequer podia acreditar
— Seria suicídio, uma mulher sempre amparada por luxo lutar contra homens brutos e selvagem, habitados a matança fria e sangrenta, como acha que sobreviveria? Lutaria como um homem?
— Não. Irei lutar como uma mulher e me habituarei a sobreviver! — O homem olhou para seus olhos, a determinação e confiança com que falava lhe eram surpreendes vidas de uma mulher.
— Não irá sobreviver!
— Testa-me.
Adolpus a encarou, percebeu que não importava quais argumentos arranjasse para impedi-la ela teria uma resposta. Embora o homem pudesse dizer-lhe que estavam a caminho da paz e os campos de batalhas quase já não existiam, queria ver quão forte era a menina.
— Muito bem. — Ao anoitecer dois dos meus melhores homens estarão aqui, vence-os e nós veremos.
— Não. Se eu vencer o senhor infiltra-me sem mais discussão! — Suspirou o homem cansado e então cedeu, afinal, não teria como uma mulher vencer dois de seus melhores homens.
— Feito.
•••
A noite caiu, os homens de Adolpus estão na pequena arena do seu quintal. Pediu que sua mulher levasse roupas adequadas para que Keira as usasse, a mulher gentil e preocupa com a segurança da moça tentou usar inúmeras artimanhas para fazê-la desistir no último minuto, quando enfim se deu conta de que não funcionara, apertou seu ombro em boa sorte.
Desceu até ao local com sua espada empunhada. Os dois homens altos e másculos a esperavam, assim como Adolpus que tivera ordenado aos homens que fossem brandos e apenas se certificassem de que ela não os vencesse, sem precisar magoá-la.
— Pronta? — perguntou-lhe o homem. Com um aceno de cabeça confirmou que sim.
— Comecem — gritou ele.
Com a espada erguida em posição avançou um dos homens para junto da mulher. Que calculava o aproximar do seu oponente. Alguns passos perto o primeiro chocalhar de lâminas soou, iniciada pela mulher.
Manteve suas mãos firmes a cada golpe forte que depositava dedicadamente a seu oponente, o gingado de pés e chocar de espadas eram cada vez mais fortes e intensos, o suor escorria-lhe pela testa e seu oponente era forte demais.
Dedicou-se inteiramente ao ataque já que o homem apenas defendia-se, Keira podia ver a hesitação do homem o que alimentava cada vez mais sua raiva, ela não era uma frágil garota.
No impulso de sua irá, seu ataque foi forte e bem direcionado exigindo ao homem um contra-ataque quase involuntário, levantou sua espada e atacou por cima, quando seu oponente levantou a sua para segurar o golpe que lhe foi direcionado, deixou exposto seu abdômen que Keira soube inteligentemente aproveitar a chance e dar-lhe uma forte cotovelada bem na boca do estômago, afastou-se agonizado. Sem deixá-lo recuperar partiu para cima do homem com sua espada.
Seus grunhidos de combate eram severos, e seus golpes cada vez menos suportados. Quando enfim decide dar o último ataque em seu oponente o segundo homem entra no combate e a trava. A fazendo quase perder o equilíbrio e cambalear para o lado.
Antes que fizesse menção de discutir sobre a desigualdade a voz de Adolpus soou como uma lição.
— Em um campo de batalha nunca direcionamo-nos a um homem apenas, o inimigo ataca-te de todos os lados.
— Espero que este lute de verdade, o outro era dececionante — vocifera recuperando a postura — Adolpus sorriu, definitivamente era filha de Ralf.
A luta dois contra um se mantinha, Keira estava exausta, passavam-se mais de uma hora que aquele combate teve início, ela podia ver cansaço dos homens também, mas se não se despachasse com um ataque certeiro ela perderia por desgaste físico e eles venceriam por serem mais resistentes a lutas intensas.
Olhou para os homens de cada lado, precisava de um ponto fraco. Se atacasse por cima teria a parte baixa desprotegida, porém eles são dois e isso significava mais força e talvez não fosse capaz de suportar duplos golpes, não se for depositado um de cada lado, mas, se ela os juntasse numa só direção, talvez tivesse uma chance e precisaria usar uma luta mais física. Afastou-se atacando-os rápido, simultaneamente os levava para o centro precisamente onde os queria.
Acompanhada por seu grito de ataque golpeou o primeiro, o segundo impediu seu golpe a prendendo contra seu corpo, de costas para o oponente e presa em seus braços, despejou golpes físicos em seu peito, soltou a espada quando seus pés saltaram no pescoço do segundo e o derrubou, abaixou-se e levou o homem que a segurava pelos ombros e quase a sufocava o pescoço para sima logo a seguir ao chão.
Os homens estavam caídos, ela tivera conseguido arrumá-los, embora seu corpo estivesse cansado, seu estado era de completa satisfação, seu primeiro desafio comprido.
Adolpus a olhava surpreso, uma coisa era Keira usar bem a espada o que já era uma invulgaridade, outra era uma mulher mostrar tais habilidades físicas de artes marciais. O homem não sabia por qual habilidade admirava mais a mulher.
Com certeza nunca tivera visto em todos os seus longos anos de vida, tão pouco de carreira. Ralf definidamente tivera feito uma filha estranha, e Intropeda ganhado uma mulher forte como duquesa.
— Diz-me porquê deseja juntar-se às tropas?
— Edward ordenou sua execução. Embora não acredite que meu pai tenha sido capaz de tal ação preciso saber como tudo começou e não há outro jeito se não averiguar onde aconteceu. — Confessou.
— Por muito tempo hostilizei o Duque par tal acto, até cogitar que podem ter armado para Edward assim como armaram para seu pai.
— Quem faria isso? Por que trairiam meu pai?
— Quem se beneficiaria com tal acto?
— Meu tio? — Perguntou após pensar um momento.
Antes que o homem ousasse responder um tumulto fez-se ouvir à entrada de sua propriedade.
O homem apressado de respiração ofegante pelo galopar do cavalo aproximou-se deles.
— Meu senhor, Intropeda o solicita, o Duque foi atacado — expeliu o homem.
— Edward? — Indagou a mulher com o coração acelerado, com aceno de cabeça o homem confirmou.
Lagrimas caíram do seu rosto.
— O duque está vivo? — continuou Adolpus.
Ao ouvir tais palavras foi como se a tirassem o oxigênio, Keira correu o olhar de Adolpus ao homem e apreensiva aguardou a resposta.
— Sim, senhor. O médico o
cuida dele.
Uma lagrima automática sai de seu olho esquerdo, e como se o ar voltasse a seus pulmões suspira aliviada.
Mas é impossível saber se sobreviverá até ao amanhecer.
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