Naquela mesma noite, Ethan correu o mais depressa possível para Golinia através de Siro, uma cidade vizinha de Intropeda, se amaldiçoava por estar a correr como um covarde e não enfrentar o Duque, mas, enfrentá-lo agora seria colocar Keira em perigo, ele preferia morrer ou ser considerado covarde a fazer isso.

Caminhou pelas ruas consideradas problemáticas em Siro até a casa do Lorde que o tivera feito a proposta do exército.

Era tarde, ainda assim estava convicto que o homem o receberia aquela hora da madrugada. Quando enfim chegou aos portões do Lorde, seus homens o receberam e chamaram seu senhor.

— Então, meu jovem, o que lhe traz a minha casa tão tarde da noite?

—  Aceito sua proposta. Irei lutar ao seu lado contra o Duque de Intropeda.

O homem sorriu, acabara de conseguir um aliado forte contra Edward, embora Ethan não tenha homens, suas habilidades valiam por dez homens, e podia ensinar algumas técnicas para os seus homens.

— Com uma condição — diz Ethan, desconfiado dos planos de Lordes Darwin ou devo dizer Barão Darwin — se tomar Intropeda do Duque, não fará prisioneiros, sejam mulheres ou crianças. Não tocará em nenhum fio de cabelo destes! — Decreta, ao ver a expressão hesitante do homem na sua frente — é minha única proposta!

Darwin sorriu, um sorriso nada amigável ao ver de Ethan, ele não confiava no homem sabia que se quisesse enfrentar o Duque devia ser igual para igual, para isso ele precisava dos homens do Barão e o barão precisava dele.

— Certo, tem minha palavra que não aprisionaremos mulheres e crianças.

— Então temos um trato! — concorda Ethan

Ao ouvir tais palavras Ethan, dirige-se à saída.

— Por que a pressa? Não quer se sentar e tomar uma bebida comigo?

— Não confunda Barão, não somos amigos, temos apenas um objetivo em comum! — o homem riu, não por achar piada e sim pela postura do rapaz que julgou tolo

— Eu gosto de você. Gosto mesmo. — Serviu a bebida e levou até ele — como você mesmo disse temos objetivos em comum, isso faz de nós fortes aliados e na dinastia celebramos fortes alianças com uma boa bebida!

— Sou obrigado a recusar! — diz o rapaz ao seguir seu caminho

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Passaram-se longos dias em que Ethan dedicou-se ao treinamento dos homens do barão. Alguns deles eram tão cabeça dura que devam-lhe nervos. Talvez a informação que tivera recebido de que Keira estaria aprisionada em seu quarto contribuísse para sua impaciência

— Mantenha as mãos firmes. A espada é uma arma de duas mãos, uma mão empurra o cabo, e a outra puxa o pomo em uma alavanca — exemplificava aos olhares atentos dos soldados.

Embora a força bruta pode funcionar contra um oponente, a técnica, a velocidade e destreza são seus melhores aliados em combate, Ethan deixa isso claro para que os homens o entendessem.

Sem que pudesse se dar conta, estava imerso ao flashback, de quando em uma de suas lutas com Keira, sob a supervisão de Ralf, o homem disse dirigindo-se a ele:

" Ethan, força bruta pode funcionar contra um oponente sem treinamento, mas só a técnica, a velocidade e destreza são seus melhores aliados contra um adversário tão bom quanto você."

Depois de tais palavras Keira sorriu. E a amiga nunca mais o deixou em paz, pois sabia que o conseguia vencer.

O que ele nunca contou, foi que, depois daquele dia, tivera praticado dia e noite para ser melhor que ela. Só assim a protegeria, afinal, fracos não podem proteger os mais fortes.

E quando por fim conseguiu ser mais forte, facilitava seus duelos, para sempre vê-la sorrir vitoriosa.

— Um combate de espada exige passos rápidos para frente e para trás, sempre à uma distância segura do seu oponente, enquanto mantém-se sob ameaça. — Continua sua demonstração sob os olhares atentos dos homens. Que logo passam a fazer o mesmo

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Enquanto Edward lutava contra suas emoções contraditórias, Louise sentia-se satisfeita por ter cumprido seu objetivo com a maior das excelências.

A Duquesa encontrava-se desesperada em seu quarto sem informações sobre a outra noite, não sabia se Ethan tivera sido capturado, se Edward faria alguma coisa com ela ou se o mesmo apenas pretendia a manter presa em seu quarto até os fins dos tempos.

Deborah quase estava sem unhas para roer preocupada com sua senhora, ainda mais por ter sido proibida de se aproximar de seu quarto e falar com a Duquesa.

Embora se sentisse destruído, estava tão cego por sua irá e pela imaginação de sua mulher nos braços de outro que homem que sequer conseguia cogitar ser uma armação.

— Eu disse-lhe, aquela mulher era uma imoral — insiste Louise massageando os ombros do Duque, que bebia quase todo o conteúdo da garrafa

Segura as mãos de Louise e a puxa para frente

— Deixa-me só Louise — ordenou

— E...

— Louise — a interrompeu antes que pudesse continuar

Assente com um leve movimento de cabeça e contragosto retirou-se.
Foi só Louise deixar o cômodo que as notícias bateram a porta à Edward.

— Vossa graça — reverencia o homem antes de continuar — O barão tem recrutado novos homens para suas tropas, não sabemos para qual fim, no entanto já foi contabilizado cem e dez homens.

Suspira fastio, Edward sabia da ambição e astúcia do barão, mas Darwin era tão arrogante para ousar desafiá-lo depois de tanto tempo?

— Tem um homem com ele, é o novo comandante das suas tropas!

— Um homem?

— Sim, é jovem e com fortes habilidades de espadachim, tudo indica para uma nova aliança!

O Duque entendeu, era ele, o único homem com quem o barão compartilhava o mesmo ódio por ele.

Mande preparar uma carruagem e alguns homens para escoltarem a Duquesa até a Micth, e chamem Vicente. O homem retirou-se e assim o fez, enquanto o Duque, subiu até o quarto da esposa.

— Decidiu o que fazer com sua prisioneira?

— Voltará para Micth.

— É desse jeito que resolve as coisas? Me mandando para longe de casa? De você? Não vai...

— Não há nada para ser resolvido, está tudo claro!

— Vai acreditar cegamente em Louise sem dar a mim o benefício da dúvida?

— As palavras naquele papel não eram de Louise.

— Um papel que eu não enviei! — Vocifera

— ESCREVEU.

— Foi antes...

— Antes do que? De eu descobrir sobre vocês?

— ANTES DE AMÁ-LO! 

— Quer que eu acredite em você depois da outra noite!

A mulher respira pesadamente

— Que seja. Espero que não seja tarde quando se der conta de quão injusto foi comigo. E se me fizer sair daqui para Micht, nunca irei perdoá-lo.

Naquele momento suas palavras não bastavam, ele a tirava de Intropeda não só pelo que aconteceu e sim pelo que parecia estar prestes a acontecer.

Valeria a pena arriscar não ter seu perdão do que colocá-la debaixo de um possível ataque que se aproximava de Intropeda.