Capítulo |13|
Era manhã, o clima frio e húmido do dia não impediu a mulher de levantar-se cedo, sua disposição era melhor do que podia descrever, sentia-se sobre as nuvens sem que nada pudesse estragar seu dia, assim pensou.
Era tão cedo que o sol sequer tivera raiado, porém, sem sono se encontrava e antes mesmo de qualquer senhor levantar-se, lá estava ela trajando seu vestido amarelo mostarda e cabelos presos na cozinha com as serviçais da casa.
A cozinha da casa fazia jus ao tamanho da propriedade, no recém-nascido horário já se podia ouvir o burburinho frenético dos servos que preparavam as refeições. Enquanto todos trabalhavam e alguns auxiliavam a Duquesa que tivera invadido a padaria a fim de fazer pequenas porções de pães, mesmo com os concelhos de Deborah que morria de medo do que Elizabeth diria.
- Minha senhora, deixa que Rosário faça os pães como de costume - diz Deborah apreensiva, no espaço de tempo que cuidava de sua senhora já tivera percebido a teimosia da mesma, ainda assim, tentou persuadi-la.
- Sim, Duquesa, diga-me o que quer e como os quer que farei com que esteja do seu agrado - apoiou Rosário, que suava constrangido por contrariar a mulher.
- Diga-me onde está a farinha? - pediu terna e distraída na massa que tinha sobre as mãos, ignorando os servos que a assistiam incrédulos.
Em suspiros Deborah apercebeu-se que eram vãs suas investidas de tirar a mulher de lá, de modo que, apenas empenhou-se em ajudá-la em sua missão.
Enquanto os segundos corriam, a Duquesa terminava de arrumar os pães às formas, chacoalhou as mãos uma na outra e limpou o suor formado em sua testa com o dorso da mesma, em um suspiro satisfeito, tinha finalmente terminado, agora era só esperar.
Após procurar a esposa pelos cômodos de cima sem êxito, Edward, decidiu perguntar por ela aos empregados que disseram a onde se encontrava sua esposa, confuso sem entender por que razão a mulher se encontrava na cozinha caminhou até ela. Quando aperceberam-se da presença do Duque à entrada da cozinha, abaixaram seus rostos ao chão e afastaram-se para o lado, ciente do que acontecia Keira olhou ansiosa em direção a porta e viu o rosto perfeitamente iluminado de Edward que vinha em sua direção.
- O que faz aqui? - O homem com o sobrolho arqueado quis saber.
- Não era para você estar aqui - respondeu ela, sem que estivesse preparada o homem chegou ainda mais perto, de modo que seus braços a alcançaram e a milímetros de distância se encontravam, o que encheu a mulher de vergonha, afinal estavam perante seus servos.
- Concordo, mas era preferível que você estivesse lá também - desejou o homem, sem deixá-la terminar
- Edward! - Dessa vez sussurrou envergonhada o que fez um sorriso astucioso surgir no rosto do homem
- Está cheia de farinha aqui - disse no mesmo tom de diversão à medida que delicadamente limpava a região. Limpava tão vagarosamente que Keira se sentia acariciada.
- Edward - reforçou a pequena súplica para que o homem se afastasse
- Tudo bem, eu limpo - decretou quando seus dedos seguraram o queixo da esposa e a puxava para junto de seu rosto, ato que terminaria em um beijo se a mulher não fosse mais rápida e enroscasse seu rosto na lateral do pescoço do marido o sujando com a farinha que tinha em seu corpo e correu para o quarto, não sem antes olhar para trás e mostrar seu sorriso ardiloso e certificar-se que ele a seguiria.
Deborah sorria enquanto segurava o riso preso em sua garganta e os outros servos sequer levantaram a cabeça para olhar a cena pois ninguém ousaria espiar seus senhores.
Edward então a seguiu em direção ao andar de seus aposentos.
| | |
Edward ainda tinha o sabor dos pães feito por Keira em sua boca, tivera comido com gosto e nostalgia, não eram iguais aos de sua mãe, mas tinham o mesmo ingrediente especial, amor, Keira tivera feito com amor assim como sua mãe.
Ainda assim, aquilo não era o que mais lhe encantou e sim a visão de Keira suada, suja de farinha e cabelos colados na testa levemente bagunçado
Era uma visão a não esquecer, outra coisa que não se esqueceria tão facilmente é a delicadeza e maciez da pele branca de Keira ainda sentia o calor de seus corpos juntos um no outro
- A fome tem se espalhado na vila dos camponeses, alguns trabalhos como os artesanais e domésticos têm sido recusados na cidade vizinha, parece que o barão está recusando trabalhos prestados por Intropeda.
Vicente passava o relatório para Edward que parecia aéreo já há algum tempo.
- Edward, tenho sua atenção? - indagou o amigo, pela cara do homem era certo que não, porém, Vicente, ciente do ocorrido sorriu e maneou a cabeça.
- Sim claro - Confirmou Edward, de volta à terra
- Meu amigo, você está apaixonado.
Edward sorriu sem protestar e deixou-se cair no encosto da cadeira num suspiro fascinado
- Ela é incrível
- Percebi. Depois do drama que foi casar-se com ela quem diria que hoje estarias em suspiros apaixonado - lembrou Vicente - só espero que não percas o foco de Intropeda.
- Não vai acontecer - assegura ao retomar a postura - Darwin tem intenções claras ao restringir os aldeões, no entanto, não pretendo dar a ele o que quer. Logo iniciará as celebrações e festivais de Intropeda, as eleições para os governadores do sul, será um ótimo recurso para obtenção de sustento para os comerciantes - lembrou - e às famílias afetadas pelos últimos ataques distribua palha e madeiras para que possam dar início a reconstruções de suas casas antes que o tempo chuvoso traga ainda mais problemas.
Edward estava ciente dos últimos acontecimentos e da vulnerabilidade da vila aos ataques de invasores.
Os camponeses viviam em cabanas cobertas de palha, com piso de terra batida e a área interna escura, húmida e enfumaçada. Em geral as cabanas tinham apenas um cômodo, dependendo de quão pobre for a família, servia para dormir e guardar alimentos as vezes até animais. Os móveis, bastante rústicos, resumiam-se à mesa e bancos de madeira.
Embora o duque se esforçasse para que toda a vila passasse por menos dificuldade alimentar, a situação das moradias era bem padronizada por eles mesmos. O que deixou-lhes a mercê dos invasores sendo as guerras agora terminadas outro culpado.
|||
No final do dia quando Keira se enfeitava para o jantar, conversava com Deborah que auxiliava as mulheres que passava a máscara de gordura de cisne, mel e vinagre para eliminar possíveis sardas e rugas, embora seu cheiro forte, era eficaz, manter sua pele branca e pura era um atributo importante para beleza.
Retiraram o impercetível quase inexistentes pelos em certas partes do corpo: removidos com resina e raspados com uma pedra-pomes.
Sentia-se radiante quando por fim passou sua essência de jasmim, um vestido creme de flores vermelhas e desceu para o jantar.
Durante o jantar o duque se sentia agraciado pela presença e beleza da mulher já Louise meteu-se calma pois logo teria seu triunfo, era só questão de tempo até a felicidade do casal esfolar-se e ela logo teria outra vez a atenção de seu amado pois terá tirado a Duquesa de suas vidas.
Antes mesmo que terminasse o jantar, Louise ausentou-se da mesa com a desculpa de um mal-estar repentino e precisar descansar.
A parte exterior da casa estava escura apenas os guardas que faziam a ronda ali estavam motivo que levou a mesma a redobrar sua atenção ao sair as clandestinas de encontro ao homem que poria em prática seu plano.
- Entregue-o, diz que a Duquesa ordenou que o entregasse com urgência. Que me entre em três dias no riacho que divide as cidades. Agora vá
Sem questionar uma vez sequer, o homem que montava um cavalo preto e tinha consigo vestes da mesma cor, cavalgou sem hesitar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro