•🦋Felicidade é uma borboleta🦋•
Poucas coisas são piores que sofrer por amor, para mim é como se todo seu corpo queimasse por dentro. Em termos cerebrais, as áreas responsáveis por sentir dor física 'acendem', da mesma forma como se você estivesse realmente sentindo dor. Eu estava como um viciado em drogas sofrendo de abstinência, em constantes recaídas.
Essa sensação surge devido à mudanças no cérebro, que são muito parecidas com as do vício em entorpecentes. Assim como um viciado em drogas que não tem mais "paixão" pela droga, mas precisa da droga para se sentir bem; quem ama já não sente o mesmo desejo urgente mas ainda precisa estar com o outro para se sentir bem.
Primeiro veio a negação ou seja quando me tornei consciente do que perdi mas não queria aceitar, me negando a acreditar que meu relacionamento havia terminado fantasiando o dia que iríamos voltar. No segundo estágio o grande vilão foi a raiva por não conseguir entender como ele foi capaz de me deixar depois de tudo que havíamos passado, era como se eu realmente um dia fosse começar a odiá-lo.
Em terceiro lugar veio a barganha que é aquele momento onde você faz de tudo, para tentar reatar. Nessa fase por mais de uma vez procurei Jimin e implorei por uma segunda chance, prometi que tudo seria diferente e que nunca mais seria a mesma pessoa. Não adiantou, pois segundo ele mesmo nunca fui o pivô do fim da nossa relação.
Independente de ser diferente para cada um de nós, os sentimentos intensos de tristeza, luto e a sensação avassaladora de nunca ser capaz de superar a dor são comuns. E foi justamente a tristeza que mais marcou na quarta fase: frustração, tristeza, choro, insônia e perda de interesse marcaram presença em todo meu ser.
Desenvolvi baixa autoestima o que me trouxe uma sequência de complicações no último semestre da faculdade, eu não me sentia confiante o bastante com nada e minha falta de energia somada a insônia quase fizeram com que meu TCC fosse por água abaixo.
No estágio eu mal conseguia me concentrar, sentia um cansaço visível na minha fala e no meu jeito de andar. A falta de apetite e a sensação intensa de vazio e desesperança antecederam a fase final, aceitação. Quase 4 meses haviam se passado desde aquela fatídica data, o ano estava terminando e já era hora de seguir em frente.
Por fora não havia mais esperanças, mas por dentro o meu coração ainda pulsava por Jimin. Seguidas vezes me peguei pensando se ele ainda me amava ou se tinha colocado alguém no meu lugar, o desejo de que ele aparecesse pela porta a qualquer momento nunca deixou de ser real.
Na minha colação de grau jurei ter lhe visto de longe, mas por se tratar de alguém em trajes femininos pensei que aquela fase ruim tinha retornado. Mesmo assim procurei por todos os lados na esperança de que fosse Jimin, mas infelizmente não o encontrei.
No dia do baile de formatura novamente pensei ter visto Jimin e dessa vez eu não tinha mais dúvidas, era ele! E eu não estava disposto a perdê-lo de vista outra vez. Ainda que sem nenhuma confirmação se era ele ou não, corri como um doido na mesma direção enquanto a pessoa em questão acelerava seus passos.
Passei como um foguete pela minha irmã que começou a gritar meu nome, mas ignorei. Eu tinha que descobrir quem era aquela pessoa, estava bem próximo de alcançar meu objetivo quando esbarrei em meu cunhado por coincidência.
- Ei, cuidado por onde an-... Jungkook?
- Fala, bro... - sorri quadrado olhando na direção de onde pensei ter visto Jimin.
- Eai, orgulho da família! Para onde você está indo? - entoou se virando para olhar na mesma direção.
- Bom eu...
- Aí está você, mocinho! - disse Yeowool ao nos alcançar. Ela estava linda vestindo um vestido preto revestido em pedrarias, que combinava perfeitamente com meu terno propositalmente. - Vamos, temos que tirar muitas fotos é a primeira vez que te vejo bonito a meses.
- Maná você não vai acreditar mas o Jimin está aqui - contei empolgado tocando em seus ombros bastante entusiasmado. - Eu vou até ele! - Eles se entreolharam depois me encararam com pena.
- Não é por nada não maninho, mas você não acha que já é hora de seguir em frente e aceitar que talvez vocês nunca iram voltar? - sugeriu cautelosamente, provavelmente por medo da minha reação. - Sei que ainda o ama mas precisa para de tentar, Jimin está em expedição no outro lado do mundo em busca de novas espécies de borboletas. Você sabe que ele não está aqui, querido.
- Wool, será que podemos não ter essa conversa agora? - contestei me preparando para sair correndo. - Eu volto logo prometo, e a propósito você está linda hoje.
Não esperei por uma resposta, apenas tomei seu sorriso bobo como aprovação, para assim continuar a percorrer por todo salão. Tentei ir pela mesma direção que supostamente o vi pela última vez, mas nem sequer um sinal foi encontrado.
Foi quando resolvi aceitar que talvez fosse só meu desejo de que ele estivesse ali falando mais alto, desacelerei meu ritmo e andando devagarinho até o estacionamento para esconder a minha frustração. Eu queria chorar por mais uma vez, mas era como se tivesse esgotado todas minhas lágrimas.
Olhando para as estrelas lembrei do dia em que Jimin me aceitou como namorado, o vento balançou meus cabelos longos enquanto fechei os olhos. Era como se eu tivesse me teletransportado para aquele jardim, o cheiro dele estava lá.
Sua presença era palpável como em um sonho que não gostaria de acordar, desejei nunca mais abrir os olhos apenas para continuar com aquela sensação boa. Jurei ter ouvido passos mas não me importei, nada me despertaria daquele transe.
- Van Gogh amou o amarelo por não ter conhecido você, se conhecesse teria feito obras menos amarelas e com mais vida - imerso em ilusão fui capaz de ouvir a doce voz de Jimin recitando o poema que escrevi para ele.
Abracei meu próprio corpo com força tentando consolar meu coração, quando meus olhos começaram a transbordar. A saudade estava tão insuportável que me fez sentir como se tivesse sido envolvido por seus braços para um abraço gentil, era tão real e o cheiro estava tão presente que senti que certamente estava enlouquecendo.
Como em um conto de fadas desejei contar até três e vê-lo quando abrisse os olhos, e ainda sabendo que aquela era uma ideia ridícula foi exatamente o que fiz. Contei até três e quando abri os olhos ele estava me abraçando, com a cabeça encostada em meu peito.
- Você sabe que eu te amo tanto - resmunguei ao vento me alimentando da minha insanidade, abraçado a aquele corpo quente tão real colado no meu enquanto eu apoiava o queixo no topo de sua cabeça. - Está mesmo aqui?
- Você sabe que eu não consigo me mostrar para você, me entregar a você. Porque não posso te mostrar esse meu lado miserável, mas coloquei uma máscara para te encontrar e dizer que ainda quero você - ele respondeu baixinho balançando nossos corpos para lá e pra cá, na condição de consolador.
- Sinto sua falta, te beijo no faz de conta sonhando com todas as possibilidades - comecei dizendo baixinho respirando devagar no topo de sua cabeça, abraçando-o com ainda mais força. - Em minha mente estou beijando todo o seu corpo, meu Nefertiti e toda vez que penso que os planetas estão alinhados você ainda está tão perto, mas mesmo assim tão longe.
- Também senti a sua falta, Jayjay e estou aqui pronto para aguentar tudo por nós... - murmurou com sua voz mansa e angelical, respirei fundo imaginando se aquilo era realmente real, separando aos nossos corpos para encarar sua fase. - Meu Deus, você está ainda mais bonito.
Quando um sorriso tímido nasceu no fim da frase não tive dúvidas de que ele realmente estava ali, um pouco diferente da última vez que o vi, já que seus cabelos loiros sem retoques na raiz estavam um pouco acima dos ombros.
Dediquei um tempinho para apenas dedilhar as maçãs de seu rosto, a textura macia de sua pele arrepiou minha espinha como em um contato sobrenatural. Ele umedeceu os lábios olhando para os meus deixando evidente que queria ser beijado, mas quando tomei sua boca com a minha Yeowool me despertou do transe.
- Jungkook, meu amor... Olha só o que está fazendo com você - confuso olhei para trás por cima de meus ombros.
Não havia mais ninguém ali além de mim e minha irmã, senti minha cabeça rodar antes de me curvar e colocar tudo que bebi aquela noite para fora. Jimin não estava lá, tudo foi parte do efeito das garrafas de uísque que havja sido tomado mais cedo.
Incapaz de sustentar meu próprio corpo com minhas pernas, caí de joelhos em uma cena de pura decadência regada a vômito e lágrimas de dor e sofrimento. Eu estava bem mas aquela data em especial era algo que planejamos viver juntos a anos, estar lá sem ele era insuportável.
Tentei me livrar das lembranças bebendo tudo que vi pela frente, eu precisava preencher o vazio em meu peito. Yeowool correu até mim para me abraçar com amor sem se importar com a minha situação, ela acariciou minhas costas e jurou que tudo ficaria bem .
- Beije-me, não importa o quanto doa, me aperta mais até que eu não sinta mais dor - comecei a dizer como se Jimin pudesse me ouvir, Yeowool me encarou em silêncio mantendo meu corpo protegido em seus braços. - Amor, tudo bem me embriagar, porque agora eu bebo de você no fundo da minha garganta, está o uísque que é você.
- Já chega meu irmão, vamos para casa!
- Eu não aguento mais Yeowool, estou sofrendo muito. Sinto muito a falta dele, nunca vou encontrar alguém como ele - exclamei choroso abraçado a ela com mais força. - minha borbo... Borboleta, liga pra ele maninha por favor!
- Ele está do outro lado do mundo amor, tem o lance do fuso horário. Melhor não incomodar... - chorei mais alto como uma criança birrenta, implorando com todas as forças que ainda me restavam. - Tá bom maninho, mas só uma vez se ele não atender, já era!
Concordei com a cabeça tentando acalmar meu choro, Yeowool me ajudou a sentar depois se agachou em minha frente para alcançar o celular em sua bolsa. Em silêncio fiquei atento a seus movimentos cheio de expectativas, pensei que ela fosse inventar alguma desculpa e que realmente não ligaria, mas ela compriu com sua palavra ligando o alto falante.
- Yeowool?
Meu coração disparou quando depois de tanto tempo ouvi sua doce voz, Yeowool respirou fundo e tentou explicar a real situação: - Oi Jimin, desculpa te incomodar uma hora dessas. Mas acontece que o Jungkook bebeu um pouco mais do que deveria e me implorou para ligar para você, sinto muito.
- Meu Deus isso não é bom, eu... Posso falar com ele um pouquinho? - ao ouvir a menção de seu desejo de falar comigo, encarei animado minha irmã implorando para que ela concordasse sem nenhuma coordenação motora.
- Ah claro, claro! - respondeu com uma expressão preocupada, me entregando seu celular. - Toma maninho, Jimin quer falar com você.
- Anjo? - chamei tentando manter a voz firme e disfarçar a embriaguez, o que se torna impossível quando se começa falar alto demais ou gritar comentários inadequados repentinamente, indicando o claro excesso de álcool. - Pelo menos no céu você é um anjo, porque na terra é maravilhoso, no mar você é peixe e na cama é um gostoso.
- Jungkook! - reprendeu Yeowool dando um tapa leve na minha cabeça.
- Ai!
- Oi Jayjay, hoje é um dia muito especial... Não deveria ter bebido tanto querido - falou suavemente, sem se importar com meu comentário inapropriado. Sorri apaixonado jogando meu corpo para trás para me deitar no chão, e olhando para as estrelas apreciei cada palavra que ele tinha a dizer. - Quero que saiba que estou muito orgulhosa de você, e que também estou feliz por ter conseguido realizar seu sonho, meus parabéns meu amor.
Yeowool correu para me ajudar a sentar outra vez, mas não deixei que me tocasse. Eu não queria fazer nada além de ouvir a voz da minha pessoa preferida, eu estava feliz em falar com ele mas me sentia magoado no meu mais profundo íntimo.
- Por que você me d-deixou Jimin? - questionei consumido por um sentimento de amargura, Yeowool negou com a cabeça e fez um sinal para que eu parasse. - Eu te amo tanto meu amor, eu te amo muito e você é um babaca que não ama ninguém.
- Isso não é verdade Jay, eu também te amo muito! - rebateu com a voz trêmula, mas por estar em estado de embriaguez discordei.
- Não ama se amasse não teria me deixado - discordei soltando o celular em cima de meu peito. - Eu te odeio Jimin, eu te odeio!
- Jungkook me dê esse telefone, já chega! - pediu Yeowool tentando pegar o celular, mas eu não deixei.
- Não odeia Jayjay, você só está bêbado e magoado, eu entendo - respondeu parecendo tentar ser forte. - Nós vamos conversar quando eu chegar, te vejo no final de semana.
- Não, você não entende Jimin - me exaltei realmente irritado com suas palavras. - Eu não quero te ver muito menos conversar, eu não te amo nunca mais.
Finalmente soltei o aparelho completamente, para chorar como ainda não havia chorado. Nos meses que antecederam a aquela data tudo se resumia a muita tristeza e lágrimas, eu estava cansado de me colocar naquela situação, não era saudável para mim mas fazia parte de qualquer processo de separação.
- Me dê isso aqui seu moleque - resmungou Yeowool pegando o aparelho do chão. - Jimin?
- Sim... - respondeu suspirando audível.
- Me desculpe por isso meu amor, meu mano não está nada bem para ser sincera - ouvi minha irmã dizendo ao que fechei meus olhos devido a sensibilidade à luz por conta de uma dor de cabeça que começará a me tomar.
- Está tudo bem, eu mereço! Acha que ele vai aceitar falar comigo, quando eu chegar? - Jimin perguntou, tentei me manifestar mas não tinha mais controle de minha própria vontade.
- Claro ele vai adorar você sabe que ele está falando da boca pra fora, e a propósito ele está morando na minha casa agora - informou se colocando de pé, para estender uma mão para mim.
- Certo, vejo vocês em breve - despediu-se.
- Vamos, Jungkook precisa de um banho gelado - determinou me estendendo a mão.
- Eu não vou na casa do Jimin Yeo ele não gosta mais de mim - tentei segurar em sua mão mas não consegui. - Mana eu acho que vou...
- Que nojo! - julgou me assistindo gorfar outra vez.
Não foi este o fim que planejei para meu baile de formatura, mas a aquela altura muitas coisas não estavam saindo como o planejado. Eu apaguei e no outro dia já não me lembrava de mais nada, tudo que restou foram as náuseas e uma dor de cabeça terrível.
Acordei às 19:00 da noite quando minha família se retirava para ir ao culto de domingo, decidi que também iria para quem sabe assim me preencher de alguma forma. Eles ficaram animados dizendo que tudo ficaria bem se eu voltasse para Jesus, enquanto eu nem mesmo sabia quando deixei de aceitar.
O resto da semana seguiu seu curso normalmente, voltei a minha nova rotina e não voltei a falar de Jimin novamente. Resolvi que era hora de voltar para meu apartamento e seguir em frente, mesmo com minha irmã insistindo para que eu não fosse a lugar algum, estava decidido e não iria voltar atrás.
- Você não pode chegar todo ensanguentado e molhado na minha casa, tomar posse do meu quarto de hóspedes e ir embora - Yeowool dramatizou jogada em cima da cama, enquanto eu dobrava algumas roupas.
- Na verdade, eu posso sim! - teimei jogando uma meia suja nela.
- Isso não vai ficar assim - avisou, pegando um travesseiro para me arremessar de volta.
- Então você quer guerra? - questionei sorrindo ladino, enquanto me abaixava para pegar uma cueca usada e atirar no rosto dela.
- Seu nojento, esquece tudo que eu disse e vá embora para sua casa - brincou atirando minha cueca na parede, sorridente se sentou e me encarou em silêncio.
- O que foi?
- Eu tenho tanto orgulho de você, maninho! - comentou aleatoriamente me fazendo sorrir tímido.
Deixei minhas coisas de lado e caminhei até a cama para deitar ao seu lado, exatamente como fazíamos quando era criança. Ela me estendeu a mão e eu aceitei, ficamos assim em um silêncio confortável por alguns minutos, apenas apreciando a presença um do outro.
- Sabe Wool, você é a mulher mais incrível que eu conheço. Obrigado por estar sempre ao meu lado e não me deixar nos tempos difíceis, eu te amo - me declarei tirando outro sorriso doce de sua face.
- Eu vou sentir sua falta.
- Para com isso eu vou estar a apenas duas quadras daqui - rebati achando graça de seu drama.
- E quem vai buscar a Soomin na creche?
- Agora eu entendi porque vai sentir a minha falta - resmunguei me levantando depressa para terminar de arrumar minhas coisas. - Ordinária!
Yeowool também se levantou para poder me ajudar, mas a campainha tocou nesse mesmo exato momento. Continuei com minha arrumação enquanto ela foi atender a porta, cantarolando qualquer música aleatória sem me importar com a afinação.
- Olá, o Jungkook está? - paralisei no lugar ao constatar que aquela era a voz do Jimin.
- Ah o-oi Jimin sim, ele, ele está entre!
Não consegui ouvir mais nada além de passos chegando cada vez mais perto, corri para a cama e me sentei tentando parecer o mais natural possível. Mas quando Yeowool abriu a porta para Jimin entrar meu coração pareceu pronto para sair pela minha boca, meu corpo não me obedeceu e eu corri para abraçá-lo.
Jimin me abraçou de volta com muita força colocando seu nariz na curvatura de meu pescoço, como costumava fazer quando estávamos juntos pois dizia amar o cheiro da minha pele. Minha irmã saiu do cômodo em silêncio, e nós ficamos abraçadinhos em silêncio por um longo tempo.
- Eu senti tanto a sua falta - ele sussurrou tomando distância de mim.
A felicidade é uma borboleta se tentar capturá-la todas as noites, ela escapa de suas mãos na luz da lua. Eu não estava sonhando muito menos delirando, Jimin realmente veio a mim e pousou suavemente no meu jardim.
- Eu também! - sorri meio sem jeito. - Bom, eu... Jimin me desculpe por aquele di-..
- Shih, está tudo bem... Eu meio que mereci - justificou me apertando com mais força. - Meu Deus, que saudade do seu cheiro.
Eu amava como ele falava do meu cheiro, naquele abraço me senti amado. Jimin nunca deixou de me amar e também estava sofrendo tanto quanto eu, suas olheiras e seu olhar fundo denunciavam isso. Ele também tinha a mesma urgência para me abraçar, acariciar e sentir todo meu corpo com a palma de suas mãos.
- E eu senti saudades de você - constatei o segurando com mais firmeza para girar com seu corpo em meus braços, sorrindo pediu para que eu colocasse no chão de volta no chão. - Uau, você está mais pesado do que me lembrava.
Minha intenção era deixar aquela ocasião mais leve, exatamente como Jimin fez antes de me revelar sobre a transição. Mas a expressão perdida que nasceu em seu rosto, me deixou um tanto desesperado.
- Bom sobre isso, este é o motivo pelo qual precisamos conversar - ele disse.
- Jimin eu não quis dizer que engordou nem nada - tentei justificar tentando evitar um possível mal entendido, ele começou a rir.
- Eu sei Jayjay não seja bobo mas acho que deveria se sentar - justificou me dando distância.
Fiquei confuso com sua fala mas mesmo assim não demorei fazer o que pediu, eu estava ansioso por aquela conversa e não queria atrasá-la por alguma razão. E também foi nessa hora que me aproveitei da situação para analisá-lo da cabeça aos pés, seus cabelos estavam mais longos escondidos por debaixo da touca do blusão, que usava por cima de um vestido curto com tênis.
Embora soubesse o que suas vestes queriam dizer, não fiz nenhum comentário a respeito, apenas fiquei sentado aguardando que alguma palavra fosse dita. Jimin caminhou vagarosamente até ficar parado à minha frente, nessa posição puxou uma mochila de suas costas e começou revirar em busca de algo que eu não fazia idéia.
- Eu não sei como dizer isso então vou só te mostrar, toma! - explicou me entregando um papel dobrado.
Confuso olhei duas ou três vezes para o papel e ele, antecipando qualquer ação. Jimin parecia ansioso mantendo o lábio inferior entre os dentes, seu corpo também se movia de um modo estranho deixando clara sua pressa.
Abri o papel com cuidado sem deixar de analisar seu rosto, encarei o material com cuidado reconhecendo que este se tratava de um exame de sangue. O padrão das informações mostrava que aquele era um Beta HCG quantitativo ou como é popularmente conhecido, teste de gravidez.
- Dosagem do beta HCG: 1.890 MuI, Ml - comecei a ler em voz alta e mesmo que recém formado em biomedicina e soubesse exatamente do que aquilo se tratava, ainda não conseguia entender o que Jimin queria dizer. - Deixa eu ver aqui... Valores de referência de até 5 negativos, acima de 25 positivo teste de gravidez: positivo.
Confuso voltei meu olhar para seu rosto outra vez mantendo as sombrancelhas arqueadas, ele sorriu sem jeito levantando os ombros suavemente, em um gesto de contentação. Novamente encarei o papel para olhar o nome do paciente, constatando que aquele exame era de Jimin.
- Espera! Você está...?
- Esperando um bebê, Jayjay!
🦋 𝓒𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓪 𝓷𝓸 𝓹𝓻𝓸𝔁𝓲𝓶𝓸...
Borboletas sempre voltam e a brabuletona apareceu mais cedo desta vez, como vocês estão? Como já devem ter notado, sim ADBM está chegando ao final portanto aguentem o coração. 💜
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