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Nove: a coroação

     O ritual sempre começava cedo. Assim que os sóis nasciam a princesa deveria subir em cada uma das quatro torres laterais do palácio, sem ter falado com ninguém. Na torre da nobreza, encontrou seu cajado; na torre da simplicidade, estava a coroa; na torre da lealdade, lhe foi deixado o Amuleto original e na torre da honestidade estava seu traje: um vestido rendado azul claro, com mangas transparentes.

     Levou tudo para seu novo quarto que, apesar de rearranjado de forma simples e com poucos móveis, estava do seu agrado. Dormiria nos aposentos das imperatrizes pela primeira vez naquela noite e nem Madican poderia mais entrar sem autorização.

     A cerimônia começaria no meio do dia.

     Ela havia temido por tanto tempo aquele momento, mas agora nada mais importava, apenas seu presente de coroação: a Pedra dos Desejos.

     Nita bateu à porta.

     – Entra.

     Vinha vestida de branco e trazia os vidros de essências.

     – Está com medo? – ela sorriu quando começaram o banho.

     – Não tenho mais tanto medo de ser coroada. Tutancâmon morreu aos dezoito períodos e fez tanta coisa!

     – Sim.

     – Mas tenho outras coisas para ter medo.

     Nita suspirou e concordou:

     – Espero que algumas coisas continuem iguais. – Ela beijou a cabeça a moça.

     – Acho que muitas coisas vão. Na prática, é só um título.

     – Mas o povo precisa de algo para ter fé de que a vida vai melhorar.

     – E vai, nós vamos conseguir. A Pedra vai nos trazer os Amuletos e Salesh de volta.

     Depois de alguns minutos de silêncio Nita acabou dizendo:

     –Você vai encontrá-la... E se não encontrar, poderá ter outros filhos, você sabe. É importante que os tenha para que Antaris tenha herdeiros.

     Anandí levantou de repente e começou a se enxugar:

     – Impossível pensar nisso.

     – Eu imagino... Desculpe–me.

     – Tudo bem... – suspirou novamente e tentou recomeçar a conversa – É verdade que antigamente o herdeiro do trono só poderia ser mulher?

     – Sim. Quando a imperatriz não tinha filhas deveria indicar uma herdeira. Normalmente uma neta ou sobrinha. Primeiro porque, todos sabemos que as mulheres são mais firmes quando se trata de comandar. Segundo porque somente as mulheres doam sua energia para a Pedra dos Desejos.

     – Ah! Eu nunca tinha pensando nisso, sobre a Pedra.

     – Mas isso mudou, a mentalidade evolui não é? Há alguns mais idosos, até no próprio Conselho, que ainda veem com desconfiança quando um homem é coroado, mas eles são a minoria.

     – E mesmo tendo a sorte de ter uma filha mulher, eu consigo perdê-la.

     – Não fique pensando somente nessas coisas ruins. Veja como Genuí foi maravilhoso com você. Deu-te a oportunidade de amar, deu-te uma filha, deu-te amigos e quem sabe uma nova pessoa.

     – Nova pessoa?

     – Hora! O Liam! – Nita gargalhou.

     Anandí ficou muda relembrando todos os breves momentos de cumplicidade que havia compartilhado com o rapaz ao longo daqueles períodos.

     Nita sorriu e a beijou novamente, deixando–a sozinha.

     Anandí se vestiu, prendeu os cabelos, colocou as luvas e as sapatilhas e saiu do quarto. Desceu as escadas ouvindo apenas o eco dos próprios passos. Madican a esperava no final da escada, mais bonito do que ela jamais o havia visto, com um traje feito do mesmo tecido de seu vestido. Ele estava ainda mais elegante do que no casamento com Raíza.

     Esta, por sua vez, carregava o pequeno Vianei, recém-nascido, ao lado do marido.

     Madican ofereceu o braço a Anandí e ela riu:

     – Pra que tanta cerimônia?

     – Para mostrar a todos que somos capazes de superar as dificuldades.

     – Será?

     – Com certeza.

     Os três saíram pelas grandes portas brancas. O jardim estava repleto de pessoas e balões coloridos e apenas uma música suave de cordas era ouvida. Os guardiões, vestidos com suas túnicas coloridas, se aproximaram: Áster e Liam pela direita, Madrini e Kamal pela esquerda e Noah um pouco a frente, levando a pequena tiara prateada. Todos carregavam seus Amuletos e espadas, especialmente forjadas para a ocasião.

     Caminharam por um curto corredor feito com vasos de flores brancas e Anandí se ajoelhou a frente de Jadano e Patrania.

     Discursos foram feitos e homenagens apresentadas. Finalmente Jadano levantou uma pedra rosada, de cinco lados, do tamanho da palma de sua mão e entregou nas mãos de Anandí. Ela suspirou e colocou o objeto junto com os outros itens da cerimônia, pois ainda deveria cumprir alguns protocolos como, por exemplo, valsar.

     Foi por isso que ela se virou e pegou Liam pela mão, conduzindo-o pelo pequeno corredor. Ele arregalou os olhos e a seguiu um pouco atrapalhado, mas a acompanhou na dança.

     – Olha só! E não é que você sabe dançar! – ela disse sem olhá-lo nos olhos.

     Ele sorriu e respondeu com a voz falhando:

     – Sim... E sei muitas outras coisas.

     – Eu sei.

     Anandí sentiu o rosto ficar vermelho, mas ambos fingiram ignorar o fato.

     Ao final da dança um raro banquete foi servido, mas Anandí recusou seu prato e correu com a Pedra dos Desejos para dentro do palácio. Jadano estava levando os apetrechos da cerimônia para a sala das almofadas e ela parou ao pé da escada ao ser surpreendida, como se estivesse fazendo algo errado.

     – Vai! Pode ir... – Ele sorriu.

     – Eu deveria pedir pelo final da guerra, não é? – Anandí segurava a pedra, tremendo – Mas já fazem cinco períodos que ela se foi!

     – Você deve pedir o que você deseja. A vida de uma imperatriz já tem renúncias suficientes.

     – Mas imperatrizes anteriores devem ter sido coroadas mais velhas, não é? Com sabedoria? Tenho certeza de que pediram coisas muito importantes.

     Ele depositou as coisas ao pé das escadas e ambos se sentaram no primeiro degrau:

     – Eu sei que sua avó pediu pelo fim de uma das tantas pragas que assolaram Antaris.

     – É claro.

     – Mas também sei que sua mãe pediu algo que ela não poderia ter sem magia, pois ela e seu pai não podiam ter filhos. Então, ela pediu para engravidar.

     Anandí abriu a boca para dizer algo, mas não disse. As lágrimas finalmente rolaram em seu rosto, como não faziam há anos. Jadano continuou:

     – Peça o que você quiser. Mas se pedir para reencontrar sua filha, não pense que ela vai aparecer de repente na sua frente, viu? – ele lhe estendeu um lenço.

     – Ãh?

     – Isso apenas vai iniciar uma série de fatos que culminarão com a volta de Salesh.

     – Quer dizer que pode demorar?

     – Sim. Pode. E você não é mais uma criança para ter tudo imediatamente. É uma imperatriz e saberá ter paciência.

     Jadano deu dois tapinhas em seu joelho e voltou a seus afazeres.

     Anandí foi até seu novo quarto, parou em frente ao pequeno altar de Genuí com a pedra entre as mãos e disse alto:

     – Eu quero reencontrar Salesh, viva ou morta.

     Ela admitiu a possibilidade.

     A pedra emitiu uma luz intensa por alguns segundos e até quem estava do lado de fora do palácio pode percebê-la. Então a luz se foi e a pedra perdeu seu brilho.

     Anandí a colocou ao lado de uma das velas e voltou para o jardim. Sabia que em breve o Barão de Zâmbia faria um brinde.

     Já passava da meia-noite quando a imperatriz retornou ao seu quarto, exausta e esperançosa. Chutou as sapatilhas para longe e se deitou na cama.

     Ela também estava pronta. 

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