Reality knocks
Olá!!
Acho que essa é a última postagem desse ano, então Feliz ano Novo p todos e que o próximo ano supere esse em coisas boas...
Bjinhos 😘
Amo vocês... Já disse isso antes ??? Não??
Pq eu amo! 🤗
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Jimin precisou embrulhar Rafe em dois cobertores para ele parar de tremer. Ele não sabia mais o que fazer e Yoongi ainda estava na delegacia prestando depoimento.
- Me diz o que fazer? - ele murmurou pra si mesmo enquanto tentava esquentar as mãos do filho por baixo da coberta.
- Eu sei quem o matou. - Rafe disse com dificuldade.
Jimin parou de esfregar as mãos do filho, mas não disse nada.
- Pai. Eu disse…
- Eu ouvi. - Jimin o interrompeu, se afastando da cama.
Ele começou a andar de um lado para o outro enquanto Rafe voltava a chorar baixo.
Jimin sabia que seu filho precisava de apoio, mas não é como se ele conseguisse fazer qualquer coisa que não surtar com aquela informação.
- O que aconteceu? Como? Como você sabe quem matou Soon Woo?
Rafe negou com a cabeça, limpando os olhos repletos de lágrimas.
- Eu ia matá-lo. - Rafe disse rouco. Fúria ardendo em seus olhos, ele não se arrependeria se fosse ele a dar o tiro.
- Onde conseguiu aquela arma? - Jimin perguntou tentando não se exaltar, mas os pés pararam de se mexer loucamente pelo quarto.
- Rafael.
- Eu comprei. - Rafe disse engasgado, quase num sussurro.
Jimin puxou o ar exasperado.
- Quem diabos venderia uma arma para uma criança?
- Eu não sou mais uma criança pai.
- Você é criança o suficiente. O que diabos você tem na cabeça? - Jimin berrou fazendo Rafe ir com o corpo para trás assustado.
Eles ficaram em silêncio, mas a tensão não diminuiu.
- Eu estava disposto a fazer pelo tio V o que ninguém fez por mim. - Rafe disse amargurado, machucando Jimin muito mais do que Rafe imaginava.
Uma movimentação no andar de baixo tirou a atenção de Jimin do filho.
- Não se mexa. - Jimin disse irritado enquanto saía do quarto desesperado.
Yoongi estava falando com Namjoon e Jin na sala, mas Jimin não conseguiu prestar atenção no que diziam. Seus olhos estavam aflitos e úmidos quando terminou de descer as escadas.
Todos pararam de falar no momento em que notaram Jimin na sala, o que fez Yoongi se virar.
Eles ergueu uma sobrancelha, encarando o marido atordoado.
- O que foi dessa vez? - Yoongi perguntou preocupado enquanto se aproximava de Jimin.
- Podemos conversar a sós?
Foi a vez de Jin enrugar a testa indignado, mas Namjoon começou a falar antes que Jin pudesse transformar sua indignação em palavras.
- Nós vamos até o hospital e depois terminamos essa conversa. - Namjoon disse puxando Jin em direção a porta.
Ele parou no meio do caminho e beijou os cabelos de Jimin, olhou para Yoongi preocupado e saiu, deixando para trás um silêncio assustador.
Jimin sentiu suas mãos tremendo, sua respiração era instável, mas os ombros relaxaram quando ouviu a porta da sala bater contra o batente.
- O que é tão importante que não pode ser falado na frente deles? - Yoongi perguntou calmo, massageando os braços de Jimin na tentativa de acalmá-lo também, mas não parece ter dado certo.
Yoongi arrastou Jimin, sentou no sofá colocando o menor em seu colo.
Era óbvio que tinha algo muito errado acontecendo, mas aquela noite inteira parecia errada, então tudo que ele fez foi esperar, até que Jimin estivesse disposto a falar, o que não demorou muito.
- Rafe comprou uma arma. Não sei de quem, mas ele nos seguiu porque ia matar Woo.
Yoongi travou a mandíbula. Não precisava ser um gênio para saber que eram esses os planos do seu filho quando o viu apontando uma arma na direção de Woo, mas aconteceram tantas coisas ao mesmo tempo que o fato de Rafe sequer ter uma arma lhe passou consideravelmente batido, o que fez ele se sentir um pai ainda pior agora.
Jimin contou tudo que Rafe havia lhe contado no quarto e Yoongi escutou em silêncio, as mãos rígidas ao redor dos braços de Jimin enquanto todo tipo de coisa passava por sua mente perturbada.
Ele acalentou Jimin e beijou sua testa e pescoço até que o menor dormisse, mais por exaustão que qualquer outra coisa, então ele subiu com dificuldade pelas escadas, carregando Jimin adormecido em seu colo e o colocou em sua cama.
Yoongi não fazia ideia de quanto tempo havia se passado até Jimin adormecer, no entanto Rafe estava desperto e um pouco catatônico quando ele entrou no quarto.
- De quem você comprou aquela arma? - Yoongi perguntou baixo, sem perder tempo.
Rafe notou o pai no quarto pela primeira vez, mas mordeu os lábios quando compreendeu sua pergunta.
- Não vou dizer.
- Eu posso descobrir isso facilmente, então é melhor me dizer.
Rafe não falou nada, mas abaixou o olhar, sem conseguir encarar o pai por mais tempo.
- Quem matou Woo?
Nada.
- Rafe. JHope está muito encrencado, se tivéssemos alguém para culpar pela morte de Woo, tudo seria mais fácil.
- Tudo seria mais fácil pra você. - Rafe resmungou.
- Nós estamos falando de assassinato aqui filho, não é brincadeira.
- Ele mereceu.
- Quem é você para decidir isso?
- Não importa o que me diga pai, não vou dizer quem fez isso. Ele merecia a porra de uma medalha e não algemas.
- Olha a boca. - Yoongi gritou.
Rafe resmungou mais um pouco, mas tremeu com a voz exaltada do pai.
Ele entendia o quanto seu pai Yoongi ajudou V da melhor forma que pôde, mas nunca superou a cena que presenciou de Yoongi e V naquela noite chuvosa, nunca esqueceria aquele dia e nunca esqueceria a expressão confusa de dor e prazer do pai enquanto subjugava V bem ali, na casa onde viviam o marido e seus filhos.
Rafe sabia que Yoongi não era uma má pessoa, mas não podia deixar de ter medo dele vez ou outra.
Foi exatamente por isso que seu corpo parecia tremer mais que o normal e seu rosto voltar ao choque inicial.
Yoongi tentou fazer mais algumas perguntas, mas Rafe não as compreendia mais.
Foi só algumas horas depois que ele notou que estava sozinho e não demorou muito para levantar da cama, vestir a primeira roupa que encontrou e sair correndo do quarto enquanto equilibrava o celular e a carteira numa mão e as botas na outra.
Ele saiu da casa, calçou os pés descalços e correu para garagem.
Rafe era novo, ia fazer 16 naquele ano, mas aprendeu a dirigir quando ainda tinha 14 com o tio V. Se foi uma atitude irresponsável do seu tio, Rafe não saberia dizer, tudo que ele sabia é que aquilo foi muito útil para o que ele estava prestes a fazer.
Rafe entrou na SUV do pai e saiu pela estrada, as mãos suando escorregava vez ou outra do volante, mas ele não sabia o que mais poderia fazer.
Ele pegou a rodovia principal muito nervoso, mas relaxou quando percebeu que não tinha uma alma viva ali aquela hora da noite, o que significava que ele poderia andar em S com o carro e nada aconteceria, porém o centro de Seul era mais complicado que isso, o que fez com que Rafe deixasse o carro na entrada do metrô central e entrasse na estação ao invés de arriscar ser pego pela polícia por dirigir lento demais ou algo assim.
Ele ligou um milhão de vezes para Louis, mas o celular só dava caixa postal, então ele ligou para um colega que ele sabia que costumava andar com o maior e pegou, depois de implorar muito, o endereço de onde Louis morava.
Rafe ligou o GPS e depois de algumas estações e um Uber, finalmente chegou num estacionamento de trailer na saída da cidade.
O lugar pareceria abandonado, se não fosse por alguns movimentos aleatórios aqui e ali durante a madrugada.
Rafe olhou as horas, eram cinco da manhã, ele não fazia ideia de qual trailer era da família de Louis ou de como bateria na porta aquela hora, então tudo que ele fez foi sentar em cima de uma mesa de piquenique caindo aos pedaços perto dos trailers e esperar.
Ele assistiu o sol nascer, olhando vez ou outra na direção dos trailers. Havia pneus jogados numa montanha de lixo e garrafas de cerveja perto de um parquinho praticamente abandonado. Rafe pensou em como seria sua vida se Jimin e Suga não o tivessem adotado.
Talvez ele acabasse em um lugar como aquele ou pior?!
Ele se distraiu com o céu roxo e laranja, a visão dali era linda, porque dava pra assistir perfeitamente o sol saindo detrás dos prédios de Seul. Acordar todo dia com aquela visão deveria ser incrível.
- O que faz aqui?
Rafe pulou, colocando a mão no peito, mas seu peito acelerou muito mais quando se virou na direção da voz.
Louis estava com uma camisa do Rolling Stones rasgada nas mangas, os cabelos úmidos do banho, a boca vermelha e inchada, provavelmente de tanto morder, as mãos no bolso de um jeans velho, surrado e suas botas de sempre.
Rafe pensou que seu coração iria sair pela boca. A luz deixava os olhos de Louis quase caramelos e seus cílios grossos pareciam brilhar conforme abriam e fechavam numa lentidão torturante. Ele se pegou pensando se seria muito ruim literalmente babar por aquele garoto, mas conseguiu se conter por um milagre.
- Como me achou? - Rafe perguntou e sua voz saiu vergonhosamente rouca, o que deixou suas bochechas incrivelmente vermelhas.
- Eu deveria perguntar a mesma coisa. - Louis disse agressivo, enquanto olhava ao redor com apreensão.
Ninguém disse nada por um tempo.
- Luhan disse que você ligou pedindo meu endereço.
Ah! Então ele você atende?
Rafe se empertigou com insegurança cobrindo sua mente, Louis fez o mesmo sem perceber.
- Você contou pra eles não foi? - Louis perguntou antes que Rafe falasse algo.
Rafe enrugou a testa confuso.
- Eu jamais faria isso, mas precisava saber porquê. - Rafe engoliu em seco, ele não sabia onde colocar as mãos, então só apertou a madeira da mesa em que estava sentado. - Por que o matou Louis?
O maior mordeu os lábios, o que comprovou ser realmente um hábito de nervoso. Ele olhava para todo lado menos para Rafe, até finalmente dar de ombros e encarar o menor com uma intensidade nos olhos que fez o corpo inteiro de Rafe arrepiar.
- Você não conseguiria viver sua vida, sabendo que matou alguém.
- Ele merecia. - Rafe resmungou automático, quase como se quisesse se convencer disso.
- Mesmo assim. - Louis sussurrou pensativo.
Rafe assistiu Louis chutar algumas pedras na grama molhada, enquanto pensava sobre aquilo, mas sem pensar realmente em nada específico.
- E você? Como vai viver sua vida?
Louis deu de ombros mais uma vez e riu sarcástico, voltando a se perder nos olhos enormes e brilhantes de Rafe.
- Minha vida já é fodida o suficiente, isso não faz realmente diferença.
Rafe sentiu seu peito apertar, ele precisou resistir fortemente o desejo de correr e abraçar Louis.
O garoto mal o conhecia e já havia matado alguém por ele. Era assustador? Com certeza, mas ainda assim não assustava Rafe.
- Obrigado. - Rafe disse baixinho.
Louis concordou com a cabeça baixa.
- A gente se conhece há tão pouco tempo, o que você fez por mim… Eu não sei como poderia retribuir algo assim.
- Não parece para mim. - Louis disse atropelado, como se não quisesse dizer ao mesmo tempo que não conseguia controlar a própria boca.
- O que não parece pra você?
- Pouco tempo. - Louis diz voltando a encarar o menor. - Eu não sei como dizer isso sem parecer um maníaco pervertido, mas desde seu primeiro dia de aula meus olhos não pararam de seguir os seus. A forma como você desenhava durante os intervalos embaixo daquela árvore. O jeito que seus dedos formavam curvas com o lápis, a maneira como você usava as costas do dedo mindinho para esfumar o papel, como você colocava seus cabelos atrás da orelha quando ainda eram grandes o suficiente para atrapalhar sua visão. Às vezes você precisava se esticar, porque suas pernas dormiam pelo tempo em que ficavam cruzadas e era quando você deitava a cabeça no tronco da árvore e fechava os olhos. Sempre me perguntei no que você pensava quando fazia isso, às vezes seus pensamentos te faziam sorrir, mas então você se lembrava onde estava e olhava ao redor. Eu achava engraçado como você fazia isso repetidas vezes, parecia instintivo e quase desatento. Eu queria ter coragem de chegar em você, mas me sentia um covarde, com as pernas bambas e as mãos suando frio toda vez que você se aproximava. Eu me sentia um otário na verdade, um otário apaixonado.
Rafe suspirou assustado, olhando estático para a estranha declaração de Louis. Ele queria saber mais, o que de alguma forma fez com que Louis continuasse.
- Quando você veio me procurar eu achei que finalmente havia notado o quanto eu te encarava e queria tirar satisfação, então eu estava pronto para levar um soco no nariz ou algo assim, mas então você veio me pedir a arma, você não parecia saber da minha existência até então e já havia se passado um semestre desde que você chegou. Você não me bateu, mas era como se eu tivesse levado um soco no estômago. Eu já tinha perdido as esperanças de você sequer me notar como alguém além de um fracassado, mas algo aconteceu aquela noite. Você estava tão lindo, seus olhos brilhavam de forma anormal, como duas malditas estrelas. Sua boca se movia tão lentamente, eu achei que preferia uma morte lenta do que arriscar te convidar para sair, ainda assim eu o fiz. - Louis soltou o ar que fez de refém por um tempo com o nervosismo. - Eu conhecia sua família através de redes sociais e tudo mais, mas não imaginava o quão podre de rico você era até ver onde morava. - Louis deu de ombros. - Eu não tinha a menor chance e ainda assim você me beijou.
Rafe sorriu lembrando do beijo. Ele se parecia com uma água viva, espalhando choques pelo seu corpo mole e instável.
- Eu não queria ter matado aquele cara Rafe, mas não podia deixar você fazer aquilo. Eu entendo se você contar para polícia, não vou te culpar, eu juro. Não me importo em ir preso, é onde eu acabaria um dia de qualquer maneira.
- Não fala assim. - Rafe disse de repente. - Você é especial e merece mais do que pensa.
Rafe sorriu, se aproximando de Louis com a destreza de um bebê girafa aprendendo a dar seus primeiros passos. Sua boca encostou nas de Louis e parecia que seu mundo estava prestes a colidir com uma montanha, ele não sabia onde estava, seus olhos fecharam e tudo que ele podia pensar era na textura dos lábios de Louis, em como suas bocas se encaixavam perfeitamente , aquela língua quente acariciando a sua com movimentos precisos o suficiente para deixar suas pernas bambas, a forma em que o maior apertava firme sua cintura, lhe dando confiança o suficiente para ele se entregar ainda mais ao beijo, sabendo que Louis jamais o deixaria cair no chão, independente do quão instável ele pudesse ficar com aqueles toques gentis apesar de firmes. Um gemido saiu da sua garganta e ele quase morreu de vergonha. Louis deve ter percebido porque riu enquanto o beijava, mordendo o lábio inferior de Rafe enquanto a diversão se transformava em um sorriso malicioso.
Aquilo foi tão intenso que ele mal notou o barulhos de três SUVs entrando na rua de terra do estacionamento de trailers, mas para Louis aquele barulho não era algo comum por ali, o que o distraiu completamente.
Rafe abriu os olhos lentamente enquanto um bico se formava em seus lábios molhados por Louis ter se afastado às pressas.
Seus olhos seguem o do maior e ele xinga baixinho.
Suga sai do primeiro carro, seguido de alguns seguranças, tio Namjoon e tio V.
Rafe se empertiga ao notar V entre eles, ignorando completamente a visão do pai furioso ao lado.
V fala alguma coisa no ouvido de Suga, que concorda com a cabeça enquanto prensa os lábios em desgosto.
V se aproxima dos dois com calma, as mãos nos bolsos e os olhos inexpressivos.
Algumas pessoas saem de seus trailers para assistir a cena bizarra, mas logo voltam para dentro ao ver a quantidade de seguranças armados, não é como se eles se importassem de qualquer maneira.
- Olá. - V diz sorrindo pequeno. - Prazer em conhecê-lo, meu nome é Kim Taehyung.
Louis quase revirou os olhos. Como se ele não soubesse quem era o cara.
Ele cumprimenta o tio do Rafe, mas não podia deixar de sentir medo e um pouco de ciúmes, principalmente depois do último quadro que Rafe pintou do cara.
- Louis. - ele resmungou seco.
- Rafe entra no carro, seus pais estão preocupados querido. - V pediu educado, mas firme.
Louis achou que Rafe resistiria pelo menos um pouco, mas o menino simplesmente beijou Louis na bochecha e foi embora.
- Ele não faz por mal. - V disse assistindo junto com Louis o menor se afastar deles.
- O que ? - Louis perguntou com firmeza o suficiente, mas ele estava tremendo de medo.
A cena era assustadora, acredite.
- Me obedecer cegamente. Ele tem essa obsessão adolescente por mim.
Louis bufa irritado.
- Mas não se engane. Eu nunca vi aquele garoto olhar para ninguém da forma que ele olha para você.
Louis sentiu o coração parar de bater num instante e depois voltar acelerado o suficiente para ele não conseguir respirar adequadamente.
Ele mordeu os lábios tentando não demonstrar.
- Obrigado. - V falou de repente. - Por matar o Sr… Woo. - V se corrigiu no último instante.
- Eu não fiz por você. - Louis respondeu, era inútil negar aquele ponto.
- Venda sua moto e saia da cidade até às coisas acalmarem, se eu descobri, não vai ser muito difícil a polícia chegar até você também. Esse caso vai ter uma repercussão ridícula na mídia, eles vão se sentir pressionados em achar um culpado.
- Como você descobriu? - Louis perguntou confuso.
- Confesso que não tinha certeza. - V sorriu inocente para Louis.
O cara era lindo.
- Eu desconfiei quando vi a moto. - V apontou para a moto de Louis escondida porcamente embaixo de uma lona azul.
Louis pensou em como fugiria, sem dinheiro, sem saber para onde ir. Sem contar que ele nunca deixaria sua irmãzinha para trás. Se seu padastro não tivesse mais ele para socar quando estava bêbado, sua irmã era provavelmente quem sofreria em suas mãos.
- Por que fez isso afinal? - V perguntou para Louis de repente, parecendo se perder em pensamentos também.
- Por Rafe.
- Ele não deve ser o único motivo. Não tô dizendo que você não o ame nem nada do tipo, mas tem que admitir que ninguém faria algo assim em sã consciência.
- Foi por Rafe. - Louis disse irritado. - Mas também porque eu tive vontade de fazer isso com meu padrasto desde a primeira vez que apanhei dele e nunca tive coragem. Rafe me contou quem aquele cara foi e eu acho que sou só um covarde descontando minha frustração na frustração de outra pessoa.
V não disse nada, mas não conseguiu esconder o choque da resposta do menor.
Eles se encararam por um tempo que pareceu uma eternidade, até V desviar o olhar.
- Vou preparar uma conta sem rastreio, com dinheiro o suficiente para você e sua irmã viverem por muito tempo sem precisar trabalhar. Em troca você vai para o mais longe que puder daqui e nunca mais entrará em contato com Rafe.
Louis sentiu o sangue ferver, o rosto ficar vermelho e a língua formigar com o ódio que sentiu.
Ele estava prestes a xingar V de tudo que era nome, mas não teve tempo de falar.
- Antes que diga não, pensa na sua irmã mais nova.
Louis arregalou os olhos.
Como diabos ele sabia da existência dela?
- Sem contar que temos a arma que você vendeu para um menor de idade. Um menor de idade podre de rico. Yoongi daria um jeito da venda dessa arma ser conectada a você de alguma forma. Não temos provas o suficiente para te acusar por assassinato, mas só isso já faria o juiz provavelmente te julgar como adulto e você iria para cadeia pelo resto da sua vida, sem direito a condicional. - V se virou para Louis. - Eu não concordo com isso Louis, mas não fui capaz de convencer Yoongi do contrário. Você pode ficar por Rafe, mas nunca o veria detrás das grades de qualquer maneira, então de que vale o sacrifício?! Sem contar que, Rafe pode até te achar um herói agora, mas ele vai crescer e seu impressionismo vai virar indignação e no final você será um assassino aos seus olhos. Como você se sentiria ao ser olhado com horror e desprezo por ele?
Louis negou com a cabeça, tentando enxergar Rafe através do vidro filmado da SUV. Ele se perguntou se o garoto sabia o que estava acontecendo naquele momento, talvez a ideia tenha sido dele?! Talvez Rafe já o considerasse perigoso, considerasse que ele não valia a pena.
Ele era um ninguém afinal.
- Eu sei que agora parece algo ruim, mas será o melhor para você e para …
- Eu já entendi. - Louis disse irritado.
- Então você aceita os termos?
- Que diferença faz? Vocês me fariam desaparecer, de um jeito ou de outro.
V suspirou chateado com tudo aquilo, mas tinha certeza que seria muito melhor aquela merda sair da boca dele do que da de Suga.
- Preciso ouvir você dizer, criança.
Louis encarou V, os olhos injetados de sangue, o ódio diluindo ao correr acelerado por suas veias.
- Eu vou desaparecer, ficarei o mais longe possível de Rafe e de sua família. - Louis engasgou no nome do Rafe, mas honestamente não se importava, ele queria se ajoelhar, gritar e chorar por dias, então não é como se já não estivesse segurando suas emoções o suficiente.
- Ótimo. Alguém vem te buscar hoje a tarde e te levar até o aeroporto. Estejam prontos, isso se você for levar sua irmã com…
- Ela vem comigo. - Louis o interrompeu, a voz finalmente firme.
- Foi o que eu pensei. - V começou a andar. - O dinheiro e novas identidades vão estar no carro. - ele disse por fim.
Louis assistiu todos aqueles carros deixarem uma nuvem de poeira para trás. Seu pensamento estava em Rafe e em como ele se sentia nojento por ter aceitado dinheiro para ficar longe do menor, mas ele precisava pensar na sua irmã e não é como se ele e Rafe tivessem futuro de qualquer forma, para o menor, ele era só um pobre coitado. Ele também era um assassino agora e não tinha como voltar atrás sobre isso.
Seus olhos encheram de lágrimas e seus dedos foram para os seus lábios, ainda tinha o beijo de Rafe impresso ali, ele engasgou com as lágrimas, mas sorriu, ele nunca esqueceria Rafe, nem com toda distância do mundo entre eles.
…
Os Deuses pareciam finalmente ter pena de V, pois chuva foi derramada em forma de torrente em cima daquele terreno repleto de dor e confusão.
Taehyung ainda olhava atônito para o corpo quase inerte nos seus braços. Ele queria que Jihoon ficasse bem, mas a quantidade de sangue que escapava por seus dedos lhe diziam ser algo praticamente impossível.
Luzes azuis e vermelhas brincavam no rosto pálido do garoto. V queria saber o que estava acontecendo, mas as vozes mal passavam de sussurros em sua mente. Seus olhos, que antes tinham lágrimas, agora estava rígidos e provavelmente estariam ressecados se gotas grossas de chuva não batessem em seus cílios espirrando água gelada em suas íris.
Em algum momento o corpo mole de Jihoon foi tirado de seus braços. Ele queria protestar, mas não se lembrava como falar, aliás ele tinha quase certeza que se tentasse emitir algum som, sua língua embolaria em protesto.
V olhou para suas mãos vermelhas em agonia, a chuva diluía o sangue à medida que ele tentava limpá-la em sua camisa branca, agora manchada. Ele limpou o rosto com as costas da mão, mas sentiu algo pegajoso grudar em seu queixo.
Alguém falou algo, ele não entendeu. A voz de Yoongi era mais firme no entanto, mas ainda assim incompreensível.
Em algum momento Yoongi o ajudou a levantar da grama molhada, manchada com sangue. Seus olhos caíram sobre um corpo coberto com um lençol branco, flashes de câmeras eram disparados vez ou outra por peritos da polícia ou eram raios?!
Ele não saberia dizer nem se pudesse.
Seu corpo foi aquecido. Uma jaqueta da polícia foi jogada por seus ombros.
V finalmente levantou os olhos. A sala em que ele estava era fria e impessoal. Ele olhou para o lado e se viu refletido num enorme espelho.
Ele achava que essas salas de interrogatório só existiam em filmes.
Foi com quase horror que ele percebeu o fato de que não estava sozinho.
Um homem de aparência cansada, mas ainda muito bonito para seus provavelmente quarenta, o encarava em silêncio.
A barba malfeita e a gravata aberta de qualquer jeito na camisa social amassada, lhe diziam que a noite do policial foi tão longa quanto a dele. O terno caro e as unhas bem feitas lhe diziam que ele era de alguma divisão importante.
V sabia como aquele tipo de coisa funcionava no país. Eles eram mais famosos que uma nota de Won. Há essa hora o próprio presidente deve ter ligado para a federação querendo respostas, até porque ele se conectou muito ao nome dos meninos com o passar dos anos, esse tipo de publicidade era ruim para sua imagem.
- Ji-Hoon. - A voz de V saiu rouca e profunda, como se ele estivesse acordando de um sono profundo e antigo.
O policial tentou não parecer surpreso, mas ele definitivamente estava.
- Seu amigo está no hospital, quanto antes terminarmos aqui, melhor. Assim poderá ficar ao seu lado quando ele acordar.
V tentou não perguntar o que ele queria dizer, até porque era óbvio que Jihoon precisaria de uma cirurgia ou algo assim, afinal ele levou a porra de um tiro.
- Ele está vivo? - V criou coragem para perguntar.
O policial olhou para o espelho. Pouco segundos depois a porta abriu atrás dele, um garoto jovem entrou e sussurrou algo no ouvido do policial que concordou com a cabeça.
Ele estava sorrindo na direção de V quando a porta foi fechada novamente.
- Ele está vivo. É o que sabemos.
V concordou com a cabeça, soltando o ar enquanto esfregava os braços em uma tentativa bizarra de se confortar.
- Sr. Kim. Eu sou o oficial Lee, responsável pelo caso de assassinato em que o Sr. está envolvido. Será que poderia lhe fazer algumas perguntas?
- Taehyung. Pode me chamar de Taehyung. - V disse baixo e ainda anestesiado para enormidade da situação.
- Sim. Como quiser. - Lee deu um sorriso amigável para V, que não correspondeu.
- O que estava fazendo na propriedade de Soon Woo nesta noite de sexta-feira?
V soltou o ar dos pulmões, os olhos perdidos na mesa de metal.
Era estranho pensar nisso. Era tudo um borrão.
Ele se perguntou o que Jungkook faria no seu lugar. Ele queria o mais novo ao seu lado, era o único em que confiava para protegê-lo no momento.
- Taehyung?
- Eu tive um relacionamento curto e passageiro com Soon Woo. - V começou, achando melhor não mentir sobre tudo. - Nós nos conhecemos quando eu comecei na HIT como Trainee. Ele se tornou um relacionamento tóxico com o passar do tempo e eu tive que me afastar. Ele pediu para que eu o encontrasse lá, disse que precisávamos conversar.
- Tóxico? - Lee perguntou gentil.
V concordou sentindo um arrepio passar por todo seu corpo, motivo dele encolher ainda mais sob a jaqueta quente em seus ombros.
- Taehyung. Você sabe alguma coisa sobre o incêndio na mansão do Sr. Woo pouco meses atrás?
V concordou com a cabeça.
- Eu ouvi falar, pouco depois do ocorrido.
- Pouco depois?
- Eu estava num retiro na época, quase nenhum contato externo.
Lee mexeu em alguns papéis, achando relato daquilo.
- E você não procurou o Sr. Woo para saber como ele estava ou tentou saber do que se tratava o incidente? Vocês tiveram uma relação afinal e…
- Woo se envolveu com uma criança, era isso o que eu era quando nos conhecemos. Ele destruiu minha mente e minha autoestima, para logo em seguida, passar para a próxima criança que seria abusada. Eu soube da noite do incêndio, mas senti o mesmo que senti ao vê-lo deitado no chão morto essa noite, que foi absolutamente nada.
A voz de V era calma, mas a expressão de Lee era de uma surpresa mal disfarçada.
Houve um silêncio previsível entre eles, mas nenhuma alteração no clima da conversa, que era ponderada e fluida.
- Você o matou? - Lee perguntou direto.
- Não senhor.
- Você sabe quem o matou?
V mordeu o lábio inferior, desviando o olhar para o chão.
- Estou perguntando porque precisamos montar uma linha de evento Sr. Taehyung. Ninguém está acusando ninguém. Minha parceira está com o Sr. Jeon Hoseok na outra sala neste exato momento fazendo essas mesmas perguntas.
V sentiu o coração martelar, mas não estava realmente surpreso.
- Vamos entrevistar todos vocês eventualmente.
- O Sr. S ia atirar em mim, mas Ji-Hoon entrou na frente levando o tiro endereçado a mim. Não vi quem o matou, estava ocupado demais tentando manter o sangue dentro do corpo do meu amigo que morria nos meus braços.
Lee concordou compreensivo.
- Sr. S?
Ele perguntou confuso.
V mordeu os lábios mais uma vez.
- Era como chamava Soon Woo?
V concordou com a cabeça.
Lee começou anotar algumas coisas em um caderno de bolso.
Um objeto dentro de um saco a vácuo foi arrastado na direção de V.
- Reconhece isso?
Ele reconheceu o estojo de arrombar portas que JHope tinha comprado anos atrás, por causa das iniciais JH no suporte de couro com as pinças em prata e as pontas de ouro.
- Não senhor. - Foi sua resposta no entanto.
- Foi encontrada nos escombros do incêndio. Hoseok está dizendo para minha parceira que isso pertence a você.
V tentou não rir debochado da tentativa escrota de fazê-lo se virar contra o irmão, mas como o belo bom ator que era, sua expressão externa era de confusão e inocência.
- Não. Ele não disse. - V respondeu baixo.
- Está dizendo que eu estou mentindo?
- Você está ?
Os dois se encararam por um bom tempo, até a porta ser aberta novamente. Dessa vez pelo advogado deles, que na opinião de V estava bem atrasado.
Ele começou a falar sobre obstrução de lei e interrogação indevida, mas V já não estava mais prestando atenção.
Lee não tinha o desagradado de forma alguma, ele só não confiava na polícia, nunca confiou, porque nunca foi protegido por ela e porque Soon Woo já pertenceu àquele mundo tempos atrás.
Em algum momento seu advogado o carregou dali.
A noite passou como um borrão.
Já era cedo quando ele se deu conta que estava no banco do lado de fora do hospital, um cigarro esquecido queimando entre os dedos.
Ele sabia que em algum lugar do terraço Suga fazia o mesmo com um outro maço inteiro de cigarro. O mais velho odiava hospitais e amava terraços para pensar e ser deixado em paz, então era realmente uma matemática básica.
O turno do hospital foi trocado, pessoas cansadas e às vezes até mesmo com seus jalecos entravam nos carros dispostos à sua frente. Ele parecia a única tangente num cenário variado.
Seus olhos arderam, o lembrando de piscar. O sol esquentava a manhã fria e molhada.
Seu peito dilatou com ar que recebia, mas sua mente era uma confusão de tudo e nada num mesmo espaço.
Eles tinham saído para resolver um problema com Yoongi e Namjoon à respeito de Rafe pouco mais cedo, mas algo naquilo tudo parecia errado. Taehyung sabia disso, Yoongi provavelmente sabia disso.
Rafe estava inconsolável pela forma que o pai o tratou e ele se sentia impotente em não poder fazer nada.
Ele tinha a noção de que era Rafe quem deveria agradecer por tudo aquilo ter acabado, mas tinha medo que seu passado fosse manchar a vida do garoto um dia. Ficar com o tal garoto naquele momento não era a ideia mais inteligente do mundo, ainda assim ele se sentia sujo desde o momento em que desligou a ligação que teve com seu advogado que estava providenciando as coisas para tirar Louis e sua irmã do país. Ele se pegou pensando se não devia ter deixado Namjoon resolver isso, ainda não sabe porque pediu para resolver pessoalmente o problema. Rafe o odiaria por pelo menos duas vidas quando descobrisse o que ele fez.
Ele queria que tudo fosse mais simples, mas nada realmente era.
Jungkook sentou ao seu lado em algum momento daquela manhã.
Seu perfume era inconfundível, por isso ele sabia.
Os dedos finos do mais novo tocou sua mão livre, acariciando de forma que arrepiava seu corpo e despertava aos pouco seu raciocínio.
V olhou para suas mãos entrelaçadas e quis chorar, mas também queria sorrir.
- Jihoon acabou de sair da cirurgia. Ele vai ficar bem Tata.
V sorriu.
Seus olhos se encontraram, o que fez Jungkook sorrir sem motivo algum.
Eles se sentiam mais leves um ao lado do outro, não importa pelo que tinham que passar, se no final eles estivessem juntos, todo o resto se tornava insignificante.
- Tenho pena do Hoseok. Não sei o que faria se fosse você naquela cama de hospital. - Jungkook disse pensativo, os lábios sendo torturados por dentes inquietos.
V sorriu amoroso e virou na direção do mais novo liberando aqueles lábios da tortura. Sua boca tocou a de Jungkook por poucos segundos antes dele se afastar.
Ele sorriu com um bico decepcionado que tomava conta dos lábios vermelhos do mais novo.
- Você não deveria ter pena do JHope. Ele encontrou o amor e o tem em seus braços, nada mais importa.
- É exatamente como me sinto quando estou perto de você. - Jungkook disse tocando os lábios dormentes com a pontas dos dedos.
V sorriu, voltando a entrelaçar suas mãos.
Ele jogou fora o cigarro entre os dedos e esfregou a mão no jeans.
- Você quer conversar sobre a noite passada?
- Eu gostaria de esquecê-la, por completo se possível.
Jungkook concordou, os olhos vagos no chão.
- Eu não estive ao seu lado no passado, quero que saiba que estou aqui agora. Se um dia precisar…
- Eu sei Bunny.
Jungkook riu largo, mostrando seus dentinhos fofos de coelho, as ruguinhas ao lado dos olhos se fechando com a bochecha avermelhada.
V não conseguiu deixar de sorrir também. Só Jungkook para fazê-lo rir num momento como aquele.
Ele se sentia confortado, só pela presença daquele garoto, por quem ele passou metade da sua existência amando até o último fio de cabelo. Não devia ser surpresa a inundação de sentimentos com os quais seu coração sofria para sobreviver naquele momento, mas ele mal conseguia se importar. Ele poderia ter um ataque do coração ali mesmo, ainda assim estaria feliz, provavelmente sorrindo até o final.
Talvez fosse egoísmo de sua parte, mas ele só queria esquecer todo o resto e passar o máximo de tempo possível com aquele cara que estava na sua frente.
- Vamos viajar?
Jungkook parou de rir, procurando o motivo de um pedido tão aleatório quanto esse.
- Para onde quer ir? - Jungkook perguntou ignorando todas as suas dúvidas anteriores.
- Qualquer lugar. Lugar nenhum. Quem se importa? Só vamos.
Jungkook riu, apertando a mão de Taehyung calorosamente enquanto seu coração batia acelerado.
- Quando amor? - Jungkook perguntou amoroso.
- Sei lá. Agora. - V deu de ombros tentando não soar com o apelido com que foi chamado.
- Simples assim? - Jungkook olhou o estacionamento, agora quase vazio, os lábios sob os dentes, sendo massacrados impiedosamente mais uma vez.
- Vou pegar o carro. - ele disse animado, beijando V no rosto antes de sair correndo para dentro do hospital.
V riu alto com a forma que o mais novo desviava de pessoas assustadas que aconteciam de estar no seu caminho.
Ele precisava disso, eles precisavam, mas também, o maior motivo de V querer sumir dali era o medo de encarar JHope nos olhos depois de não ter sido capaz de proteger o menor das mãos de Woo, como havia prometido a si mesmo que faria.
Outra coisa também muito importante era fato de que havia a possibilidade de algumas conexões entre ele e Woo serem feitas publicamente e ele não queria estar ali para ver isso acontecer.
A realidade é que independente de tudo, não existia nada melhor do que passar um tempo com Jungkook só para ele.
V nunca decidiu como a vida de Jungkook deveria ser e também nunca cobrou nenhuma decisão da parte do mais novo a respeito deles, mas dessa vez ele queria reivindicá-lo como seu, pelo tempo que Jungkook permitisse.
Poderia parecer surreal, inconsequente e talvez até mesmo um pouco infantil, mas V sempre teve essa sutil noção de que Jungkook era capaz de curar qualquer cicatriz, preocupação ou doença, só por estar ali. Ao seu lado, existindo e nada muito mais elaborado que apenas isso.
Ele sorriu mais uma vez.
O sol manteve seus olhos fechados por um tempo e isso o fez pensar. Não profundamente, apenas um pequeno pensamento.
Um pensamento que arrepiou seu corpo, agitou seu peito e deixou seus dedos formigando e ainda assim o fez sorrir.
- Seja o que for estou com ciúmes. - Jungkook estava parado nas sua frente, com uma cara de bobo apaixonado, enquanto assistia o sol tornar tudo em V alegre e dourado.
- Eu sou um homem livre. - V disse com sua voz grave e melodiosa.
- Não é não. Você é meu.
V sorriu quadrado, extremamente tímido e ainda mais feliz que antes.
- Que parte você quer de mim? - V perguntou distraído levantando para caminharem juntos até o carro estacionado perto deles.
- Esse sorriso malicioso é um bom começo. - Jungkook completou enquanto destravava o carro.
V parou no meio do caminho, olhando com preocupação para hospital.
- Acha que eu devo ficar com Jihoon?
Jungkook sorriu da expressão perdida do seu Hyung.
- Não é como se JHope deixasse alguém entrar no quarto de qualquer forma. Acho que ele já enxotou até às enfermeiras de lá.
V sorriu com a imagem surgindo em sua mente. Sim JHope seria bom para Jihoon, era o que importava para ele.
Talvez o fato do garoto se sentir redimido agora fique mais fácil. Jihoon sempre será um submisso, isso é fato e ele não conhecia ninguém melhor do que JHope para lidar com isso sem abusar do poder que o pequeno definitivamente daria para quem quer que ele amasse.
V soltou o ar dos pulmões enquanto se jogava no assento de couro do carro de RM.
- Estamos roubando um carro?
- Não é roubado se temos a chave. - Jungkook disse girando a chave na ignição.
V sentia dores na bochecha de tanto sorrir a esse ponto e de todas as dores que ele já sentiu durante sua vida, essa era a mais agradável delas.
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