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Everything in between

  Rafe

Rafe esperou que todos dormissem, pegou sua jaqueta grossa e desceu as escadas na ponta dos pés.

Sua família pegaria estrada logo pela manhã, direto para Busan, então ele precisaria agir rápido, se quisesse fazer aquilo sem ser pego.

Ele combinou de se encontrar com um colega durante a madrugada, mas não sabia se ele viria, não é como se realmente conhecesse o cara, mas sabia que ele precisava de dinheiro e talvez estivesse disposto a fazer basicamente qualquer coisas pra conseguir.

Sua mão apertou a alça da mochila com força ao notar o garoto em pé, encostado em sua moto, na estrada de terra acima da sua casa.

Rafe respirou aliviado.

- Eih! Louis, valeu por fazer isso por mim cara. - Rafe disse entregando um maço de dinheiro na mão do garoto da nova turma de classe.

 O garoto aparentemente já foi expulso de tudo que era escola, fazendo os pais serem obrigados a pagar uma fortuna para a única escola que o aceitou, mesmo com sua ficha classificada como delinquente.

- Prazer em fazer negócios com você. - Louis abriu a bolsa e tirou uma arma de dentro de um estojo velho de ferramentas.

- Ela não foi registrada ainda e o número de série riscado, mas ela quica pra inferno, então tenha certeza de que vai segurar firme quando for atirar.

- Ok. - Rafe pegou a arma das mãos de Louis que o encarava pensativo.

- Escuta Rafael, se você se meteu em problemas, talvez eu possa…

- É Rafe. E eu estou bem, não se preocupa comigo.

Louis encarou Rafe mais um pouco, mas o garoto tinha um olhar neutro e indecifrável no rosto, qualquer um perceberia que não arrancaria nada dalí.

- Preciso ir, deixei minha irmã pequena sozinha em casa.

- Seus pais não estão….

- O que os meus pais fazem ou deixam de fazer não é da sua conta, assim como o restante da minha vida. - Louis disse baixo e sem emoção alguma na voz.

Rafe concordou com a cabeça, medindo o peso da arma em sua mão.

Louis ficou em silêncio também, mas parecia arrependido por ter meio que estourado com o garoto.

- Enfim, você vai colocar o dedo do meio no gatilho enquanto apóia com o indicador para ajustar a mira, mais ou menos assim. - Louis disse pegando a arma das mãos de Rafe e mostrando. - A sua outra mão vai aqui e então você aperta o gatilho. Você vai ouvir um clique da trava e um segundo clique e então o disparo. Use luvas para não deixar vestígio de pólvora nos dedos e não treine mira com essas balas em lugares familiares ou a polícia pode usar para identificá-lo como o atirador. Isso se você estiver planejamento matar alguém, claro.

- Claro. - Rafe disse mal humorado, guardando a arma dentro da mochila.

- Se for só isso. - Rafe deu de ombros enquanto Louis o encarava em silêncio.

Louis se perguntava quais eram os tipos de problemas que um garoto que aparentemente tinha de tudo, poderia ter.

Rafe virou para voltar para casa, mas foi parado por uma mão em seu braço.

- Espera. - Louis soltou o ar do peito, tentando se acalmar. - Escuta cara! Eu não sei o que está acontecendo com você, mas vou dizer mais uma vez, se você precisar de algum tipo de ajuda, eu…

- O que ? Pode me ajudar? - Rafe riu seco para o garoto se soltando bruscamente do aperto de sua mão. - Você não me conhece, então não enche. - Rafe sussurrou antes de se virar.

- Não! não conheço, mas sou familiar com essa cicatriz no seu pescoço. - Louis disse fazendo Rafe fechar mais o zíper da jaqueta enquanto se virava para encarar o garoto mais uma vez.

- Não vou me matar com a sua arma, se é o que está pensando.

Louis deu de ombros, tentando parecer desinteressado o suficiente.

- Não é da minha conta.

- Não, não é. - Rafe disse seco.

Louis olhou para estrada vazia, pensando se devia ou não falar o que realmente queria do tal garoto que ele não tirava os olhos, desde que se mudou para aquela maldita escola de riquinhos.

- Se caso você não se matar num futuro próximo. Gostaria de sair comigo? - Louis esfregou as mãos suadas no jeans, tentando não mostrar ansiedade pela avaliação crítica que Rafe fazia em silêncio, mas se sentindo um pouco mais tranquilo, já que tomou coragem finalmente.

- O que te faz pensar que eu sou gay? - Rafe levantou uma sobrancelha, realmente curioso com a audácia daquele garoto.

- Eu… eu não acho nada. Você pode dizer não, se não estiver interessado, é só isso. - Louis disse um pouco sem jeito.

Louis passou as mãos pelos cabelos, nervoso, mas seus olhos eram fixos nos de Rafe e ele mostrava confiança o suficiente para não parecer um covarde, mas o que ele queria mesmo era sair correndo, caso Rafe lhe desse um fora.

Rafe era um garoto meio isolado, ficava durante o intervalo inteiro desenhando em seu caderno amassado na maior parte do dia e desde o primeiro dia de Louis naquela escola, tudo que ele fazia era sentar na lixeira do refeitório fumando seu cigarro escondido de todos enquanto encarava a forma em que os dedos ágeis de Rafe se moviam na folha branca. Para ele, o que quer que Rafe desenhasse naquele caderno, parecia bem menos interessante quanto o jeito em que ele fazia isso. Os cílios varrendo as bochechas rosadas, a boca sendo mordida em curtos intervalos, os dedos delicadamente posicionados para conseguir melhor equilíbrio do lápis B2 que deixavam manchas de grafite nas pontas dos seus dedos finos, os cabelos um pouco grande caindo no rosto, deixando uma sombra como contraste para aqueles belos e delicados traços.

Aquele momento era seu único hiato, antes de voltar para casa e ter que lidar com todo aquele inferno que era sua vida.

Rafe era alguém encantador e estava muito próximo do seu mundo em uma pragmática colisão.

Se ele ao menos tivesse forças para se afastar, mas agora parecia um esforço desnecessário.

Rafe avaliou Louis por um tempo, pensando naquele pedido confuso e sem pé nem cabeça.

- Como? - Ele perguntou, ao invés de responder.

Louis juntou as sobrancelhas, perdido com a pergunta de Rafe.

- Como sabe a forma que eu consegui minha cicatriz? - Rafe completou.

Louis deu de ombros, mas levantou as mangas da blusa, mostrando duas cicatrizes retas nos pulsos.

- Por que não tentou de novo? - Rafe perguntou sem sentir nenhum tipo de emoção à respeito.

- Minha irmã mais nova me achou no chão banheiro. - Louis mordeu os lábios, aparentemente na tentativa de não chorar na frente do garoto que ele estava chamando pra sair. - Ela não merece ficar sozinha no mundo porque seu irmão mais velho é um covarde.

Rafe concordou e tentou se virar para ir embora mais uma vez.

- E você? Por que não tentou de novo?

Rafe sorriu de lado, se aproximando de Louis mais rápido do que o garoto estava pronto para assimilar e selou sua boca na de Louis.

O que era pra ser um beijo rápido e gentil se tornou algo mais, assim que Louis abriu a boca, dando espaço para que Rafe colocasse sua língua quente alí.

Rafe nunca foi chamado para sair com um garoto, mas não tinha nada contra. Ele era platonicamente apaixonado pelo seu tio V, que era obviamente um cara, então não era imbecil o suficiente para achar que não iria gostar de um. Porém nunca havia se interessado ou sequer olhado para um garoto antes, além de V, então não sabia muito bem o que sentir no momento.

Louis segurou a cintura de Rafe, aprofundando o beijo.

Rafe sentiu seus lábios formigarem, sem conseguir esconder um gemido baixo pela mordida que Louis deu no seu lábio inferior, espalhando o formigamento para o resto do seu corpo.

Quando eles se afastaram, ambos estavam com dificuldade para respirar e uma enorme ereção no meio das pernas, mas nada passava por suas mentes, era como se o beijo tivesse sido uma forma de suas almas se cumprimentarem, o que parecia bem mais assustador do que realmente era.

- Meus pais adotivos. - Rafe disse um pouco rouco e com instabilidade causada pela excitação. - O motivo pelo qual eu não tentei de novo. - Rafe esclareceu depois de ver o rosto confuso do garoto.

Louis concordou com a cabeça.

- Sobre o convite pra gente sair. - Louis está prestes a interromper, mas  Rafe continuou. - Eu vou viajar com a minha família esse fim de semana, quando eu voltar, me pergunta de novo. - ele completou, finalmente conseguindo ir embora, deixando Louis pra trás com um sorriso leve novo rosto e as mãos trêmulas.

V

Jungkook conseguiu convencer Taehyung de que uma viagem seria boa. Um fim de semana na mansão de verão em Busan que o Bangtan compraram juntos.

De acordo com Jungkook, eles iam pegar a estrada um dia antes, mas logo pela manhã o restante dos meninos chegariam.

Já era tarde quando chegaram na casa, a senhora simpática que cuidava da mansão na ausência deles, deixou tudo em ordem para se acomodarem o melhor possível, a geladeira estava cheia, mas V não se sentia bem para comer algo, os enjôos estavam cada vez piores. Então ele disse que ia dormir, mas o que realmente fez foi sentar na sala de vidro e assistir o mar agitado de Busan à poucos metros dali.

A neve havia parado por um tempo, mas ainda ventava pra inferno, fazendo as ondas agitadas quebrarem em divisões confusas, chocando na areia rasa com violência.

Tudo que V queria no momento era que a queimação no seu peito parasse, a visão turva se reafirmasse e sua boca seca adquirisse sua antiga umidade característica, mas ele não sabia pra quem pedir aquele tipo de coisa absurda.

Pessoas morriam todos os dias ao redor do mundo, por que ele deveria ser diferente? Por que seria poupado, afinal?

Seus pés caíram sobre o carpete felpudo, a sensação era boa, mas ele ainda se sentia instável.

Seus passos o guiaram para fora da casa, o vento o arrastando na direção do mar como se estivesse ali só para auxiliá-lo com seus desejos mais obscuros.

Quando sua pele entrou em contato com a água gelada, todo seu corpo se sentiu grato, o ar finalmente achou espaço para trabalhar em seus pulmões e suas mãos trêmulas pareciam firmes, o que foi motivo o suficiente para que ele entrasse mais um pouco na água agitada.

V não pretendia entrar no mar traiçoeiro durante a madrugada, mas a lua abriu uma passarela prata brilhante no meio daquele breu e ele sentiu compelido a seguir o trajeto iluminado, até que seus pés não alcançassem mais a terra firme.

Seu corpo não tinha mais motivo para ficar na perpendicular, então ele se viu boiando sobre ondas mortas. Seus olhos fecharam no momento em que grossas gotas de água atingiram seu rosto com sua característica brutalidade gentil. Estava chovendo.

Em algum ponto da noite, a mente de V não sabia mais se a água cobrindo seu corpo vinha de baixo ou de cima, ele só sabia que as gotas espirradas de água que entravam no seu pulmão através do nariz e boca, às vezes era salgada, às vezes não.

V não tinha mais medo de morrer, o que era grande parte do motivo para não notar o quão longe da margem ele estava nesse momento ou em como seria impossível resgatá-lo com toda essa chuva e vento. Tudo que ele queria agora era dormir com aquela água gelada abraçando seu corpo febril, mas ele não fazia questão de acordar, honestamente V só estava se mantendo firme por Jungkook e seus irmãos, mas talvez, ele estar vivo fosse o real problema. Não que aquilo fosse algo em que ele queria acreditar, mas definitivamente era algo que na sua mente, fazia mais sentido do que o fato em si.

Seu rosto foi finalmente coberto pela água salgada, seus ouvidos imersos já não captavam mais a agitação do oceano. Silêncio.

V sorriu. Ele se sentia em paz pela primeira vez na vida, o sentimento era bem vindo e inundava seu peito com uma euforia pegajosa e mal intencionada.

JHope

Jihoon estava no quarto de hóspedes do apartamento de JHope.

Eles tinham voltado do apartamento de V sem dizer uma palavra.

Os garotos combinavam uma viagem para acalmar V e tudo em que ele conseguia pensar era em como tinha estragado as coisas.

Aqueles garotos eram uma família, uma família de verdade e JHope o acolheu, tudo que ele queria era poder fazer parte de algo especial assim um dia, mas ele sabia que era um lixo de pessoa e que não merecia ser feliz, nunca.

Principalmente depois que se infiltrou no meio daquelas pessoas boas a mando do Sr. S.

- Você quer ajuda pra fazer as malas? - JHope perguntou da porta do quarto de hóspedes.

Jihoon levantou as pressas, juntando as mãos na frente do corpo, os olhos no chão, a postura submissa que aprendeu a seguir ao pé da letra.

- Mala? - Ele perguntou baixinho.

Jihoon ouviu os passos ocos  e suaves através do carpete macio, os dedos do mais velho encostaram em seu queixo, o indicando que precisava levantar a cabeça.

- Você vai viajar com a gente. Lembra? - JHope sorriu, o que acalmou um pouco pequeno.

- Não posso viajar com vocês, eu não sou da família. - Jihoon disse aterrorizado, suor corria por suas têmporas e a boca tremia levemente.

- Eu quero que vá. - JHope sussurrou acariciando o rosto do menor.

Jihoon sentiu as lágrimas caindo por seu rosto. Se ao menos JHope soubesse de tudo que ele fez, talvez assim fosse melhor. Ele queria contar, contar que traiu a confiança do mais velho, mesmo antes de se conhecerem, mas como faria algo assim? Falar para única pessoa que já confiou nele, que ele era um traidor indigno de confiança.

- Eu não posso. - Jihoon sussurrou um pouco rouco pelas lágrimas.

- Por favor. - JHope pediu baixinho. - Por mim?

Jihoon arregalou os olhos, a boca entreaberta em choque.

- Quer que eu faça algo pelo senhor, Sr. Jung? - Jihoon perguntou inseguro e ansioso.

JHope revirou os olhos.

- Me chama de Hoseok, por favor.

Jihoon sentiu suas bochechas esquentarem com a forma que JHope estava olhando para ele agora.

- Eu faço qualquer coisa para agradecer por sua bondade comigo. - Jihoon disse um pouco tímido, suas pernas bambas, os lábios vibrantes.

Só de pensar em voltar para aquela casa úmida e fria que o Sr. S mandou ele ficar, seus músculos tensionavam e seu coração acelerava em pleno terror.

- Qualquer coisa? - JHope perguntou rouco, a tensão entre eles era excruciante.

Jihoon concordou sem se importar com as consequências daquela entrega.

Sim! Ele faria qualquer coisa. Sem se importar com o quanto de cicatrizes precisasse carregar por isso.

JHope tossiu, se afastando do menor, na tentativa de botar a cabeça em ordem.

- Ótimo. Então faça as malas. Pedi para minha personal stylist comprar roupas para você, estão no closet atrás de você.

Jihoon ia dizer mais alguma coisa, mas JHope já tinha saído do quarto, resmungando algo sobre privacidade.

Tudo que Jihoon queria era agradar JHope, mas a única forma que ele conhecia de fazer isso era com sexo, e parecia a única coisa que JHope não queria dele, então era difícil não se sentir perdido e inseguro com tudo.

E talvez tenha sido o fato de ter esse pensamento rondando em sua mente ou a certeza de que há qualquer momento perderia a confiança de JHope, fosse o que fosse, algo fez com que seus pés movessem até o quarto ao lado.

JHope estava tomando banho, a porta só estava encostada. Jihoon morria de vergonha das suas cicatrizes no corpo, causadas pelos dias de mau humor do Sr. S, então ele só tirou a calça larga de pijama e manteve a camiseta que JHope emprestou para ele. Sua cueca foi a última peça a cair no chão.

Ele abriu o box do banheiro, fazendo JHope pular com o susto.

- Jihoon o que faz aqui? - JHope disse protegendo suas partes íntimas com as mãos o melhor que podia.

- Por favor, me deixa te agradecer. - Jihoon pediu com a cabeça baixa, os dentes judiando seus lábios vermelhos.

- Eu…- JHope estava sem palavras para a presença de Jihoon. - Eu… não quero nada em troca. - Foi o que ele conseguiu dizer.

- Mas, e se ainda assim eu quiser lhe pagar?

JHope negou com a cabeça, esticando a mão para pegar a toalha e sair do banheiro.

- Desculpe Jihoon, mas não é certo. - JHope resmungou triste.

Se Jihoon soubesse que JHope só se aproximou dele para conseguir informações sobre Woo, ele jamais seria perdoado. Agora, se Jihoon descobrisse que ele foi bom com ele por interesse depois de transarem, o garoto talvez nunca se recuperasse de algo assim. Esse era o único pensamento de JHope. Ele gostava do garoto e tinha medo da reação que ele teria quando descobrisse que JHope foi até a casa dele, invadindo sua privacidade e penetrando sua confiança, na intenção de conseguir informações sobre o paradeiro de Woo.

Jihoon era muito sensível e estava machucado, físico e emocionalmente.

Ele seria um monstro se fizesse algo assim com aquela pobre criatura que só precisava de um amigo, alguém que o apoiasse em tudo. Se ele ao menos pudesse voltar no tempo, teria feito diferente.

Jihoon sabia que perderia sua oportunidade de agradecer da única forma que sabia, ele se sentia um inútil por não fazer nada em troca. Então, se ajoelhou em frente ao JHope e suspirou tentando criar coragem.

 Ele não sabia mais como fazer aquilo sem sentir medo ou tristeza, mas ele devia, certo?!

Sr. S falou que era a única coisa em que ele era bom.

Suas mãos descansavam em suas coxas enquanto sua boca foi em direção a perna de JHope. Ele lambeu a virilha do mais velho o assustando pelo contato da sua língua quente.

- Jihoon. - JHope quase gemeu o nome do garoto.

Suas mãos foram para os cabelos molhados do pequeno, descendo por seu rosto enquanto o menor enchia suas coxas de beijos.

Jihoon lambeu as bolas de JHope, fazendo um barulho alto enquanto o encarava sem piscar, mesmo que a água do chuveiro machucasse seus olhos abertos.

JHope desceu os olhos até o menor finalmente, a respiração descompassada e as pernas trêmulas, ele nunca havia sentido algo assim antes. Jihoon era tão delicado e habilidoso com a língua que foi praticamente impossível se afastar.

- Pequeno, por favor. - JHope levantou Jihoon pelas axilas, desligou o chuveiro e o enrolou na toalha, ainda vestido com a camiseta agora toda molhada.

Ele sabia que se o menino a vestia, era porque estava com vergonha do seu corpo, então não falou nada sobre isso.

- Desculpa se não te agradei, Sr. Jung. Eu não sirvo pra muita coisa, mas eu posso tentar algo que lhe agrade. - Jihoon disse baixinho enquanto chorava em silêncio.

JHope mordeu os lábios tentando não xingar o idiota que destruiu aquele pequeno ser, tão puro e especial.

- Vem comigo. - JHope o levou para seu quarto e segurou em sua mão, o ajudando a sentar na cama.

Ele ajoelhou na frente de Jihoon e limpou as lágrimas do seu rosto.

- Eu quero te mostrar algo diferente pequeno, posso?

Jihoon sorriu, acenando positivamente várias vezes. Feliz por finalmente ser útil em algo.

JHope riu do desespero na concordância, mas não disse nada.

Ele encostou suas mãos no tornozelo do menor, subindo delicadamente por todo sua perna.

Jihoon olhava aquilo com um enorme ponto de interrogação no rosto. Ele nunca foi tocado assim antes, com tanta suavidade, sem pressa.

Ele não sabia o que fazer, então ele deitou e abriu as pernas, caso JHope se cansasse de ir devagar e quisesse penetrá-lo de uma vez.

- Sr. Jung, o senhor não precisa me agradar. - Jihoon disse tímido conforme sentia a boca de JHope roçando sua coxa exposta.

Ele estava molhando toda a cama com seus cabelos e a camiseta encharcados, mas nenhum dos dois pareciam se importar.

- Você é tão lindo. - JHope disse entre os beijos que distribuía pelas pernas do menor.

Jihoon suspirou surpreso com aquele sentimento estranho no peito, como se pela primeira vez alguém estivesse enxergando através do seu físico, apesar de ser seu corpo o apreciado.

JHope lambeu a parte interior da coxa de Jihoon e levantou a cabeça para encará-lo.

Seu corpo cobriu o do menor, enquanto ele subia para beijar seu pescoço molhado para depois encostar em sua boca.

Jihoon enrugou a testa, estranhando como um beijo poderia ser tão delicado e bom.

Ele sempre sentia dor pelo corte em sua boca, com as mordidas fortes que estava acostumado a levar quando era beijado. O gosto de sangue e saliva sendo misturado com violência, porém dessa vez, seus olhos nublaram com a sensação delicada e carinhosa que sentia ao ser tocado daquela forma.

- Você está bem? - JHope perguntou preocupado ao notar o gosto de lágrimas entre o beijo.

Jihoon concordou envergonhado, mas agarrou o pescoço do mais velho com suas mãos pequenas, o puxando para mais um beijo.

- Gosto do seu beijo Sr. Jung. - Ele sussurrou antes de selar sua boca na do maior.

- Está chorando porque gosta do meu beijo? - JHope perguntou, rindo do menor que não queria desgrudar da sua boca por nada.

- Eu nem lembro a última vez que fiz algo porque queria fazer. - Jihoon disse entre o beijo.

JHope sentiu seu coração apertar, mas a vontade de beijá-lo aumentou ainda mais.

Suas línguas pareciam incansáveis e seus gostos misturaram tanto, que agora pareciam um só.

O menor o beijou pelo tempo que ele quis. Quando Jihoon finalmente permitiu que Jhope se afastasse, soltando suas mãos do pescoço do mais velho, seu rosto se iluminou e as lágrimas cessaram. Ele se sentia feliz, como não se sentia há muito tempo.

- Obrigado.

- Pelo que, pequeno?

- Por me beijar.

JHope sorriu amoroso para aquele pequeno anjinho na sua cama.

- Você não precisa me agradecer por isso.

- Foi o melhor beijo da minha vida.

- Oh! - JHope sorriu sem graça, tentando vencer a timidez depois daquilo. - Você é muito gentil. - Ele disse por fim, beijando o nariz do menor de forma carinhosa.

- Você precisa tirar essa camiseta molhada antes que fique doente.

Jihoon tremeu os lábios, tentando impedir JHope de tirar sua roupa, desejando não ofender o mais velho por isso.

- Vou te dar privacidade. - JHope disse se afastando do menor e saindo do quarto.

Jihoon fez um bico sem nem perceber, chateado por perder o calor do corpo de JHope no seu, mas correu até o closet logo em seguida para fazer o que o mais velho havia ordenado.

JK

- Você tem certeza? - Jungkook perguntou no telefone, a voz rouca e lenta por ter acabado de acordar.

Ele olhou o lado da cama intocado. V não tinha ido pra cama ainda.

Jungkook olhou o relógio da cabeceira, já passavam das seis da manhã.

“ Eu fui no apartamento pegar os comprimidos de vitamina que V estava tomando e levei para o laboratório para análise, mas o Dr. Acredita que seja possível. Os sintomas são características de envenenamento por alguns tipos de agrotóxicos. São inodoros, sem sabor e é indetectável no sangue sem uma análise específica. Jamais decobriríamos, se Rafael não tivesse tomado também. Imagina o que isso faria com seu organismo, quando Tae começasse o tratamento para aumento de plaquetas? ”. - Namjoon disse às pressas, enquanto Jungkook ouvia Jin xingando de fundo.

“ Fazer Taehyung pensar que estava com câncer vai além da crueldade. Odeio admitir, mas Yoongi tem um ponto quando diz que esse cara precisa de caixão, não de grades”.

- Então só vou contar para o Tae depois dos testes. - Jungkook disse, ignorando todo o resto da conversa.

“ Mas…”

- Isso não é uma discussão. Não vou iludir Taehyung, só vamos dizer algo quando tivermos certeza.

Ele ouviu Namjoon suspirar do outro lado do telefone, provavelmente desgostoso com a ideia.

“ Ok. O que você achar melhor JK”.

Jungkook foi caminhando lentamente até a sala, estranhando o desaparecimento repentino de V.

Seu coração acelerando por algum motivo desconhecido.

Algo não está certo!

- Joonie, preciso desligar, nos falamos melhor quando chegarem aqui. - Jungkook disse distraído, desligando o telefone sem esperar por uma resposta.

Foi quando seus olhos cruzaram com a janela de vidro cobrindo toda lateral da sala, que seu coração disparou em uma espécie de síncope cardíaca, ao notar o oceano agitado à sua frente.

Podia ser só coisa da sua cabeça, mas ele jurava que tinha visto alguém entre o cinza morto do mar revolto.

- Não. Não. Não. - Jungkook derrubou o celular no chão e saiu correndo, desesperado para chegar ao mar, sem raciocinar muito bem.

Ele estava prestes a se jogar mar adentro, quando notou que o ponto preto entre as ondas era só a bóia salva vidas que alertava com um sino, quando a maré subia.

Sua sobrancelhas se juntaram enquanto ele varria a praia com seus olhos turvos.

V estava sentado na areia, distraído com a movimentação da água. Ele mal notou que Jungkook estava próximo.

O mais novo suspirou aliviado, se aproximando do garoto estático.

Suas roupas estavam encharcadas, os cabelos grudados no rosto, os lábios roxos e os olhos vagos.

- Senti sua falta na cama. - Jungkook disse, como se a atitude de V não fosse nada estranha.

Ele sentou atrás do mais velho, o abraçando forte, tentando dar calor para o corpo gelado do amor da sua vida.

- Amor. Está tão frio. Você vai ficar doente. - Jungkook beijou o pescoço arrepiado de V, ignorando a risada seca que ouviu o mais velho soltar.

- Eu sinto como se atingisse somente a superfície quando falo. - Jungkook continuou, ignorando o mau humor de V. - Mas vou falar mesmo assim. Eu te amo Tata.

Jungkook sentiu o corpo de V ficar tenso, mas logo relaxando no peito do mais novo.

- Quando éramos novos, treinando para um grupo de Kpop que não tinha nada pra dar certo. Tudo em que eu pensava era em como seu rosto se tornava iluminado quando sorria, minha cabeça era inundada por memórias do seu sorriso. Quando a fama inesperada nos atingiu e você se tornou alvo de atenção do restante do mundo, eu sentia como se tivesse ganhado na loteria quando nada disso importava e toda sua atenção voltava pra mim. - Jungkook voltou a beijar V, chupando a água salgada dos seu corpo, agora magro e doente.

- Quando transamos pela primeira vez, eu pensei que poderia morrer no mesmo dia, pois já tinha descoberto o que era ser feliz, já tinha o que muitos só ouviram falar, já tinha amor verdadeiro impregnado na alma e encharcando meu coração.

V virou o rosto, deixando Jungkook distribuir os beijos por seu rosto também.

- Quando seu comportamento mudou, eu achei que seus sentimentos por mim eram diferentes do meu por você e tive medo, fui covarde, admito. - Jungkook parou de falar para poder beijar o mais velho, mas logo voltou a distribuir mais beijos por sua pele. - Eu nunca me senti merecedor da sua atenção e seus sentimentos, então era mais fácil acreditar que você estava me usando. Quando me disse que tinha um ex namorado e que não sabia se ainda gostava dele e então mais tarde disse que me amava, fiquei confuso. Não entendia o que tudo aquilo significava.

Jungkook aconchegou ainda mais V no seu corpo.

- Se eu ao menos soubesse pelo que estava passando na época. Eu sei que disse para você que me sentia impotente e não sabia o que fazer por ser novo e inexperiente, mas se eu soubesse teria te protegido. Amor, por favor. Perdoa a minha ignorância, eu achei que tínhamos um relacionamento comum de adolescentes, pensei que não me levava a sério, só isso. Se eu ao menos soubesse um terço pelo que passou, talvez eu tivesse agido diferente. Eu só achei que você era distante por não me amar, nunca imaginei que passou todo esse tempo me protegendo da sua realidade e quando descobri a verdade, todo esse sentimento de culpa e indignação me atingiu com uma intensidade que era impossível sentir qualquer outra coisa em conjunto.

Jungkook passou o nariz pela pele exposta do ombro de V, tentando passar calor para seu corpo gelado.

- Taehyung, eu não vou falhar com você de novo.

V se soltou de Jungkook e se levantou, deixando o garoto molhado, sentado na areia, confuso com a atitude seca do mais velho.  

- Me dá essa última chance de te provar que seu lugar é ao meu lado? - Jungkook implorou com a voz embargada em sentimentos profundos e verdadeiros.

- O que isso adianta agora? - V pergunta enquanto ajudava Jungkook a levantar da areia. - Não sei se percebeu, mas eu tenho um limite de expiração na Terra.

Jungkook deu de ombros segurando nas mãos de V para levá-lo pra dentro.

- Todos nós temos Tae.

V concordou pensativo, os pés afundando na areia molhada e pegajosa.

- Ok então.

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