O Erro Cometido
Ele a olha assustado com tamanhas palavras, e Nilaka pega o baldinho e segue em direção a seu quarto ainda com lágrimas em seus olhos, mas sem demonstrar qualquer mágoa. Peter fica parado tentando refletir o que ele havia feito.
Valter- Tu a machucou tanto assim?
Peter- Eu não sabia que ela sofria tanto assim... Me sinto culpado por tudo isso.
Valter- É mas a culpa é toda sua mesmo, tu bateu no rosto dela várias vezes, esse é o motivo dela estar usando uma máscara.
Peter- Como eu faço agora?
Valter- Só o tempo irá dizer se você a merece ou não, pelos acontecimentos que ocorreram com ela acho que Nilaka não o perdoará tão fácil assim.
Peter se sente frustrado por não conseguir o que realmente queria, mas chora pelo fato de ter machucado a única mulher pura do reino, e agora ele nem sabe se ela vai perdoa-lo.
Ela se tranca em seu quarto novamente, isso virou um costume de todos os dias infelismente. Ela tenta esfregar seus olhos, mas começam a arder por conta de ontem a noite. Suas bochechas ardem por conta dos tapas que ela levou, ainda estava vermelho o seu rosto, e as feridas em seu corpo não se curaram, permaneciam ali como se fossem novas.
Nilaka tinha um limite para segurar suas mágoas, se passar desse limite, mesmo sem demonstrar qualquer emoção em sua face as lágrimas saem de seus olhos automaticamente, isso era um problema, já que ela chorava toda noite por conta das agressões que eram cometidas todo dia.
Amanheceu e Nilaka pegou seu baldinho novamente com o pano dentro, mas quando ela abriu a porta Lisa estava a esperando com um olhar meio para baixo.
Lisa- Ah oi Nilaka... Você não precisa limpar nada hoje, pode deixar que eu fico com sua parte- da um leve sorriso.
Nilaka- Tu não queria pegar minha parte, está fazendo isso por que Peter a mandou. Só por que aquele pó foi até mim não significa que tem que me tratar diferente, continuo sendo uma empregada do castelo.
Lisa abaixa sua cabeça e Nilaka sai de seu quarto indo para a cozinha. Terminando de esfregar o chão com as mãos ainda trêmulas, Jonas a vê na cozinha se levantando com o baldinho na mão.
Jonas- Ei, não era para tu estar limpando! Lisa não te disse nada?!
Nilaka- Só por que aquele pó veio até mim, não significa que mudou alguma coisa. Veja, ainda sou a empregada do castelo, mudou algo?
Jonas fica em silêncio absoluto e ela sai da cozinha em direção aos quartos de hóspedes. Terminando de limpar o sexto quarto, Faber estava na porta e a agarrou pelo pescoço, depois a jogou no chão com toda a força que tinha. Ela ficou quieta, pois já não tinha força nem para levantar.
Faber-Vamos, onde está toda aquela energia de quando você me enfrentou em? Reage!
Ela fica no chão imóvel, sem dizer sequer uma única palavra. Ele começou a chutar ela novamente e Nilaka suplica por ajuda internamente, torcendo para que aquilo parasse. Até que Peter procurando Nilaka, encontra Faber a agredindo sem motivo algum. Mas no último chute que Faber deu, fez um barulho de estralo.
Peter- EI! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!
Faber- A-Ah, Príncipe! Mil perdões, só estava dando um jeito nessa empregada.
Peter- E o que ela fez para você a agredir desse jeito?
Faber- Ela estava tentando dar em cima de mim, mas como eu não sou besta eu estou a castigando por isso.
Peter- E quem é essa empregada?
Ele olha melhor e vê os cabelos brancos, a única pessoa que tinha esse tom de cabelo era ninguém menos que...
Peter- Nilaka?
Ela estava tremendo no chão de olhos fechados com o corpo encolhido, parecendo querer diminuir alguma dor.
Peter- Você estava seduzindo ele?
Ela abrindo os olhos diz com a voz um pouco trêmula:
Nilaka-Se eu realmente fiz isso ou não.... Teria alguém que confirmasse a não ser ele?
Peter fica espantado, pois ele lembra se suas palavras quando disse isso a ela.
Faber- Eu sou a prova aqui, tu estava tentando me seduzir sua impura!- Coloca o pé na cabeça dela e coloca peso em cima- Achas mesmo que o Príncipe irá acreditar em você?
Peter- Saia Faber.
Faber- O-O que?
Peter- Eu disse para tu sair.
Faber- Mas e enquanto a ela?!
Peter- Eu resolvo.
Faber sai bufando, e Peter se aproxima dela se agachando.
Peter- Você está bem?
Ela o olha com indignação, e pergunta a ele:
Nilaka- Por que não acredita em mim?
Peter- Não, como você tem coragem de tentar seduzir ele?
Nilaka fica quieta, pensando que ele iria acreditar em suas palavras, ele fez o contrário. Peter indignado, por impulso dá outro tapa em seu rosto. Nilaka fica parada sem reação e Peter percebendo o erro que cometeu tenta pedir desculpas:
Peter- M-Me desculpe... Eu não queria-
Ela se levanta e sai correndo para seu quarto caindo em lágrimas e pensando consigo mesma:" Por que isso só acontece comigo?" Ele sai correndo atrás dela, só que ele a perde de vista, mas sabe onde ela vai.
Nilaka se tranca no quarto chorando abertamente, não deu tempo nem de chegar direito que sua cabeça começou a sangrar novamente. Por conta da tristeza que sofria se veio uma tempestade, que alagou ruas da cidade deixando uma enorme destruição.
Peter chegou em seu quarto batendo na porta.
Peter- Ei abre a porta! Eu não queria...foi por impulso, me perdoe...
Ele não ouve resposta, mas somente ruídos de choro e agonia. A cabeça dela não estava parando de sangrar, que logo sua pressão caiu e ela desmaiou em seu próprio quarto. Peter já não sabendo o que fazer foi até Valter.
Peter- Valter, Nilaka se trancou no quarto e ela está chorando.... Não sei o que fazer.
Valter- O que tu fez desta vez?
Peter- Eu estava falando com ela e por impulso acabei dando outro tapa em seu rosto...
Valter- Aí você complica né! Como tu queres ficar com ela se a maltrata assim?! Parece até que você a trata como uma escrava! Manda ela fazer as coisas e desconta raiva nela!
Peter- Eu não queria ser assim.... Como eu faço para ela me perdoar?...
Valter- Seja carinhoso, atencioso e apoie ela nas situações difíceis como agora. Sugiro que tu fique de olho nela, eu vi alguém dos empregados baterem nela.
Peter concordou e pediu uma chave reserva do quarto dela. Quando chegou no quarto, ele abriu a porta, ficou espantado pois ela estava no chão gelado com a cabeça sangrando. Ele imediatamente fica no chão e a pega no colo.
Peter- Ei, acorda! Você não pode dormir! Acorda...
Ele a levou na enfermaria do castelo, colocaram uma faixa em sua cabeça mas não adiantou muita coisa, estava sangrando um pouco ainda, e tinha que ficar trocando as faixas toda hora. Peter ficou com ela todo o tempo, pois sua respiração estava fraca e ela mal respirava direito.
Se passaram 3 horas dês de que ela estava desacordada, até que ela começou a abrir os olhos.
Peter- Que bom que tu acordou.
Ela só o olha e vira eu rosto para o lado oposto a ele, ela ainda estava tremendo bastante, a mágoa acumulada já havia passado dos limites, e lágrimas saiam de seus olhos.
Peter- Me desculpe.... Por ter batido em você... Por favor não chore.
Ela começou a tossir sangue, por causa que Faber havia apertado seu pescoço, ela mal conseguia falar direito. Peter foi pegar um pano para limpar o sangue em suas mãos.
Peter- Você está melhor?
Nilaka- De q-que isso i-i-importa?
Peter ficou sem saber o que dizer, então ela se deitou e ficou de costas para ele. Valter chegou na enfermaria e percebeu o clima tenso que estava ali, e viu o pano cheio de sangue.
Valter- O que aconteceu para o pano estar cheio de sangue?
Peter- Ela começou a tossir e estava saindo sangue.
Valter- E ela está melhor?
Peter- Não sei...
Eles olharam para ela e perceberam que a faixa em sua cabeça estava cheia de sangue. Então Peter a fez sentar na cama e trocou as faixas com bastante cuidado, e percebe que havia mais machucados além da ferida em sua cabeça.
Peter- Onde tu se machucou?
Ela fica quieta, na expectativa dele não tocar mais no assunto.
Quebra de tempo~
Ela saiu da enfermaria e estava em seu quarto, suas condições corporais estavam as mesmas, mãos trêmulas e os olhos desanimados. Era mais um dia de limpeza, o salão devia estar impecável pois chegaria visita de fora no castelo.
Como sempre ela limpou perfeitamente, só que suas mãos estavam vermelhas por conta de esfregar tanto. A visita era mais nada menos que uma princesa de outro reino, mas ela não era tão importante assim.
Peter e a princesa estavam em uma mesa, com xícaras de chá.
Princesa- Vamos tomar chá enquanto conversamos.
Peter- Uhm ok...
Peter pega a xícara de chá, e quando estava levando até a sua boca a xícara se faz em pedaços, derramando todo o chá. Ele fica espantado, pois uma faca atravessou e explodiu a xícara em sua mão.
Nilaka- O chá está envenenado.
Princesa- Como assim? Quem faria uma coisa dessas?
Nilaka se aproxima dela por trás e colocando a mão em um bolsinho do vestido, tira um saquinho com ervas venenosas.
Nilaka- Acho que quem faria uma coisa dessas seria tu não?
Peter ordenou que os guardas a prendessem, eles a levaram na carruagem amarrada e levada ao seu reino para ter o julgamento apropriado.
Peter- Uhg... Obrigado, mas como sabia que o chá estava envenenado?
Nilaka- Eu senti o cheiro, simples.
Depois desse dia, Peter a olhava com outros olhos, mas ela continuava com um olhar deprimido de sempre.
Dia seguinte ela estava lavando o chão de um dos quartos de hóspedes, quando Moken e mais uma empregada cercaram Nilaka.
Moken- Onde está toda aquela coragem quando me chutou contra a parede?
Ela somente olha para baixo já sabendo o que iria acontecer. Ela só não contava com Peter que estava ali perto só de olho na situação. Moken iria chutar Nilaka mas Peter aparece bem na hora.
Peter- O que pensam que estão fazendo?
Moken- A-Ah Príncipe... Não estamos fazendo nada demais, só conversando.
Peter- Pelo o que eu vi tu iria chutar Nilaka, não conversar.
Moken saiu correndo com a outra empregada. Ele se aproximou dela, Nilaka estava com a mão em seu braço olhando para baixo.
Peter- Você está bem?...
Ela não responde nada.
Peter- Seu rosto está doendo ainda não é?... Me desculpe por ter dado os tapas...
Nilaka- Tu só estava me tratando como as outras empregadas.
Peter- Não... Eu estava jogando minha raiva em você, eu não deveria ter batido em você dês de o início.
Ela anda em direção ao seu quarto quando ele pega o braço de Nilaka e com sua outra mão passa levemente em seu rosto.
Peter- Ainda dói? Por favor me responda....
Nilaka acena com a cabeça que sim.
Peter- Vem- a levando segurando em seu braço- não vou te deixar aqui.
Ele a estava levando em seu quarto, mas enquanto a levava, percebeu que ela estava tremendo muito.
Peter- Dê um tempo na limpeza... Suas mãos estão bem judiadas.
Nilaka- Onde você está me levando?
Peter- Vou te levar para descansar um pouco.
Nilaka- Eu não preciso de descanso...
Peter- Precisa sim, tu não liga para o seu estado mais eu sim.
Chegando lá ele a pôs na cama e fechou a porta.
Nilaka- O que vai fazer comigo?
Peter- Só relaxa que eu não vou fazer nada demais contigo.
Ele trocou as faixas de sua cabeça e fez carinho logo em seguida. Ela achou estranho, mas ele estava tentando concertar o erro que havia cometido. Peter não sabia a mulher incrível, carinhosa, dedicada que ela era, e estava disposto a fazer qualquer coisa para a conquistar.
Depois de trocar as faixas ele a pegou no colo e a ajeitou na cama, ela estava gelada como sempre, não havia um único momento em que ela estivesse quente. Ele pegou outra faixa e fez curativos em suas mãos, acariciando o mais leve possível.
Ela ainda estava com a máscara em seu rosto, ele tentava tirar mais ela não deixava.
Peter- Ei me deixe tirar, está doendo tanto assim?
Ela acena com a cabeça que sim.
Nilaka- Está ardendo...
Peter- Me desculpe...
Nesse momento ele viu uma macha vermelha nas costas dela, era sangue.
Peter- Você tem algum machucado nas costas?
Nilaka- Por quê?
Peter- está sangrando.
Ele tenta levantar um pouco a parte abdominal da roupa que Nilaka usava, mas ela não deixa.
Peter- Eu preciso ver para colocar a faixa!
Ele consegue erguer um pouco e vê o corte fundo em suas costas.
Peter- Onde tu machucou as costas desse jeito?!
Nilaka- Quando tu me empurrou para trás, eu caí em cima do balde...
Peter fica triste, por que tudo o que ele fez antes está influenciando naquele momento. Finalmente ela deixou ele erguer um pouco a roupa, enquanto ele enfaixa as costas de Nilaka, ela gemia de dor, com as mãos tremendo e segurando nos lençóis que estavam ao seu alcance.
Ele termina e abaixa a roupa, depois a coloca de barriga para baixo na cama e a cobre somente até a cintura. Peter vendo que ela estava com muita dor tenta ser carinhoso para ver se ela relaxasse e dormisse bem. Depois de 30 minutos se agoniando de dor, Nilaka finalmente dorme e Peter fica a seu lado, acariciando sua cabeça e suas mãos.
Valter estava em sua sala, vendo algum remédio para dor, ele sabia que ela estava com o corte nas costas então decidiu preparar um remédio. Ele foi até o quarto e deixou o remédio com Peter, que logo em seguida passou na cabeça, nas costas e um pouco nas mãos.
Ele ficou o tempo todo com ela, e percebeu que Nilaka estava com a temperatura do corpo normal, então ele escreveu um bilhete para Valter, e nele estava escrito" Valter, acho que Nilaka absorve calor corporal, pois ela está quente e... Bem fofinha, veja mais sobre isso por favor. Ass: Peter."
Peter ficou a olhando, tentando achar algum defeito, mas não havia, ela era linda, forte, perfeita, ele só não tinha visto isso antes, mas agora ele sabe.
Nilaka acorda depois de 1 hora e 30min, ela tenta levantar mais Peter a impede.
Peter- Não levante! Fique parada, a ferida nas suas costas não melhorou ainda.
Então ela voltou a ficar parada e ficou relaxada, coisa que ela não fazia a muito tempo. Mas de repente começou a sair lágrimas de seus olhos novamente.
Peter- Não chore- enxugando as Lágrimas com um pano- Não quero te ver assim.
Ela percebe que ele está tentando mudar, mas nada irá fazer ela esquecer dos fatos que ocorreram no castelo, as pancadas que levou e quando ela quase morreu. Seu psicológico ainda estava abalado, ela não sentia mais nada além de suas mágoas.
Nilaka-Olha... Eu não me importo de sentir dor. Eu sei que estava me agonizando de dor mas, não ligo realmente se eu morrer ou não.
Peter- Eu iria sentir tua falta...
Nilaka- Se realmente fosse sentir minha falta, veria minhas qualidades bem antes de tudo isso acontecer comigo.
Continua
Mais um capítulo longo para vcs :) eu acho que vou continuar escrevendo eles mais longos, aí vocês tem mais tempo de leitura :D
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