Se formou um novo dia e Nilaka teve um sonho bem estranho... Ela não se lembrava bem do que sonhou mas lhe deu tanta raiva que queria literalmente explodir. Logo quando abriu os olhos ela viu Ryan a abraçando e dormindo, bom era o que parecia.

Ryan- Nem iria me acordar não é?

Ela se assusta e tenta tirar o braço dele que estava em cima dela, mas não deu muito certo.

Ryan- Você ainda está gelada, me pergunto o por quê.

Várias coisas percorrem a mente de Nilaka, isso poderia ser sua fraqueza ou sua aliada em momentos oportunos e desesperadores. Ela encarava os olhos vermelhos de Ryan e por uma fração de segundo o rosto dele se parecia com de Hanzo. Ela piscou pelo menos duas vezes e ela não tinha se enganado do que tinha visto.

Ryan- Por que está encarando meu rosto?- Complementou na ironia- Quer um beijo meu?

Nilaka- Não obrigada. Estava distraída.

Ela consegue levantar o braço distraído de Ryan e se levanta da cama e arregala os olhos, vendo que estava nevando do lado de fora. Ele se aproxima dela( até perto demais ) e pega um de seus braços.

Ryan- O inverno já chegou, mas parece que isso te incomoda.

Ela puxa o próprio braço para perto de si, fazendo ele largar seu braço.

Ryan- Por que fez isso?

Nilaka- Já esqueceu do que você me fez passar? Ou isso não te marcou o suficiente para se lembrar?

Ryan- Eu sei o que eu fiz, mas eu não tinha escolha...

Ela furiosa sufoca Ryan com suas mãos frias.

Nilaka- VOCÊ TINHA ESCOLHA SIM! QUANDO SE GOSTA DE ALGUÉM, NADA PODE IMPEDIR DE A LIBERTAR!... Eu consigo saber o que determinada pessoa está sentindo ou pensando, e quais são seus interesses mas em você eu só pude saber uma vez.

Ela solta o pescoço de Ryan, e ele fica paralisado processando tudo aquilo.

Ryan- Agora entendi porque você está assim. Me desculpe por não ter feito nada... Thomas ficava de olho em mim o tempo todo. Mas por que você não consegue mais saber minhas intenções?

Nilaka- Ryan, por sua causa e sua incompetência de não fazer nada para ajudar a pessoa que gosta, mesmo ela não tendo os mesmos sentimentos que você... Por causa disso eu estou morrendo.

Ryan- Literalmente?

Nilaka- Literalmente não estou brincando, se isso não fosse alguma coisa séria eu não diria. Mas isso não é coisa para você se preocupar, além do mais foi você quem causou isso.

Não estava tão frio mesmo nevando, se a pessoa estiver bem agasalhada que no caso dela estava com alguns cobertores no corpo, não sentirá tanto frio. Mas enquanto ela respirava seu corpo tremia junto.

Nilaka- Pelo fato de meu corpo estar frio mesmo com cobertores e contigo ao meu lado, é que eu não tenho calor próprio no inverno... Só absorvo calor de alguém confiável ou que eu ame.

Ryan olhou para ela com um pouco de desgosto, sabendo que ela não confiava nele e nem o amava e isso o irritou fazendo sua força se descontrolar a qualquer toque sem que ele notasse. Nilaka pediu para que ele saísse do quarto, então se direcionou a porta e tocando levemente a maçaneta conseguiu sair sem quebrar nada.

Nilaka olhava pela janela e lembrou dos momentos engraçados que vivenciou com Hanzo, mas também veio as lembranças ruins. Então ela pensou:" Por que eu estou lembrando dessas coisas?! Não posso simplesmente me esquecer dele mas... Dói." O tempo fechou e nuvens escuras aparecerem no céu e isso chamou a atenção de alguns vampiros.

A noite chegou e ela não estava se aguentando de tanto frio, sua pressão baixa não ajudava muito a pensar e para se mexer torna quase impossível. Um barulho de vidros quebrando veio da janela e Nilaka estava na cama mas mal consegue abrir os olhos ou se mexer. Passos se aproximavam dela e seu corpo arrepiou ao ouvir uma voz familiar.

Thomas- Finalmente ele baixou a guarda. Parece que você nem consegue se mexer não? Se conseguisse já teria me paralisado faz um tempo, ou será que o trauma fala mais alto?

Ele a pegou no colo e escutou passos velozes vindo até o quarto.

Ryan- NILAKA!

Quando Ryan chegou no quanto dela, Thomas já havia a levado e ido para longe, mas para a sorte dele tinha uma gota de sangue no travesseiro e com isso ele poderia seguir o cheiro até onde Nilaka está. Rapidamente ele pula da janela e corre seguindo o cheiro doce que estava no ar, mesmo com o ar gelado não o parou de rastrear onde ela estava.

Thomas levou ela em uma clareira na floresta, se Ryan não o estivesse seguindo ele teria mais tempo para levá-la em um lugar melhor.

Thomas- Seu vampiro está vindo atrás de você. Sei que está ouvindo mas já pensou que ele só se importa com você por causa de teu sangue? Se não fosse isso ele nem viria atrás de ti.

Ela tentava levantar o braço mesmo que um pouco mas ele percebeu e a jogou no chão, fazendo suas costas doerem por conta dos cortes que ainda estavam em suas costas.

Thomas- Isso dói né? Ainda bem que você não pode se mover, daria trabalho para mim te imobilizar. Bom, eu não vou esperar ele vir aqui e depois eu te matar na frente dele, prefiro deixar ele chegar contigo já sem vida... É muito mais interessante.

Ele pega uma faquinha que tinha em sua calça perto dos pés, mas Ryan chega e vai para cima de Thomas com os olhos fervendo.

Thomas- Hahaha! Quem diria que você veio tão rápido!

Ryan- Não vou deixar você fazer nada com ela!

Thomas- Você não se importa com ela! Só se importa com o sangue que corre nas veias dela!

Os dois brigam, um momento Ryan está em cima de Thomas e em outro momento Thomas está em cima de Ryan e vise versa. Mas eles se assustam quando ouvem um barulho na neve, e Nilaka não estava mais lá no chão largada. Os dois se levantam, um empurrando o outro.

Thomas- Há! Parece que nós dois ficamos sem nada-

Nilaka aparece atrás dele o chutando para longe, mas a força foi tanta que o corpo dele se despedaçou nas árvores causando sua morte.

Ryan- Você está bem?

Ela o olha com uma expressão séria e macabra, seus olhos estavam em um tom violeta, mas o azul permanece de algum modo.

Nilaka- Pare. Isso não faz sentido.

Ryan- Como assim?! O que eu fiz?

Nilaka- Foi tão... Fácil.

Ryan- Ahm... Fácil o que?

Nilaka- É tão fácil, eu poderia dominar tudo isso... Mas por que...

Ryan fica com uma expressão duvidosa.

Nilaka- Ryan...

Ele continuou em silêncio só a observando.

Nilaka- Se você gosta de alguém, fique ao máximo com ela e faça essa pessoa feliz... Porque meu amor se foi e eu fiquei.

Ryan- Mas eu gosto de ti, como ficarei contigo se não gostas de mim?

Ela ficou em silêncio. De repente Ryan se aproxima dela rapidamente na tentativa de beija-lá, mas quando notou ela já não estava mais na sua frente.

Ryan- Onde ela foi parar?

Exeter a puxou em um portal e ela mudou de Dimenção novamente, mas desta vez será bem diferente do que ela estava acostumada. Ela caiu no chão com as costas novamente, e se levantou rapidamente por conta de ter ouvido passos bem leves indo na sua direção. Os supostos passos eram de um homem adulto e um adolescente que aparentava ter uns 15 anos.

???- Pelo jeito deve ter sido um bicho que caiu da árvore e subiu nela novamente— Disse o adolescente para o adulto do seu lado.

???- Não... Eu ouvi alguma coisa, parecia grande demais para ser algum animalzinho.

Nilaka estava bem, ela ficou invisível bem na hora e ficou atrás de uma árvore só para garantir.

???- Vamos voltar Leo, não podemos ficar perdendo tempo aqui. Se quisermos encontrá-la, é melhor treinarmos.

O Adulto, se chamava Leo e o menino... Nilaka não conseguiu descobrir seu nome ainda.

Tudo mudou quando ela começou a andar, no lugar de pernas eram suas patas. Sim, ela estava na forma de dragão, e como ela sofreu na dimenção onde Ryan estava... Sua morte é breve naquele mundo. Como não era surpresa, ela sente uma dor imensa no seu corpo inteiro, e sua boca começa a sangrar, esses são os primeiros sinais.

Nilaka- É sério isso Exeter?!

Exeter- O que? Eu só te ajudei a se livrar daquele palhaço, que nem sabe o que quer.

Nilaka- Eu preferia morrer naquele mundo em vez de um que mal conheço!

Exeter- Você sabe que eu poderia te matar a hora que eu quiser...

Nilaka- Não pode não, somente se eu te aceitasse em meu corpo mas como esse não é o caso... Eu que mando aqui.

Ele ficou em silêncio, e Nilaka ainda invisível tentava achar um locar para esconder um dragão grande e branco, no caso, ela mesma. Para sua sorte e azar, lá é inverno e seu corpo estava congelando, mas ao mesmo tempo ninguém a conseguiria ver. Ela conseguiu encontrar um lugar com várias árvores e arbustos totalmente brancos.

Se esgueirando entre os arbustos, ela consegue se deitar e ficar ali escondida... Pelo menos era isso que ela pensava, até que por acaso, uma flecha a acertou bem na perna e como Nilaka já sentia dor... O grito que deu, foi tão alto que deu para aquela região inteira ouvir perfeitamente.

Passos leves vinham rapidamente na direção de Nilaka, e ela não tinha forças para tirar a flecha sem fazer barulho. Então ela lambeu a maior parte do sangue e ficou parada entre os arbustos. Ela viu novamente Leo e o adolescente, eles estavam perto demais e possivelmente iriam a ver.

Leo- Eu sabia que tinha alguma coisa aqui, não parece ser um demônio que gritou.

???- Realmente, eu estava errado ao dizer que tinha algum animalzinho aqui- ele da gargalhadas.

Leo- Eu nunca ouvi esse grito antes...  Não, não parece ser um grito, mas sim um rugido.

Ele olha para o chão e vê uma mancha no chão. Leo agacha e vê que é sangue.

Leo- Ei, tem alguém aí? Ou alguma coisa?

???- As vezes você é um pouco burro, tu achas que alguém vai responder?

Leo- Eu não acho, tenho certeza.

Nilaka observava os dois, mas a flecha ainda estava na sua perna e dói demais para ficar quieta e parada. Infelismente ela mexeu a perna e os arbustos fizeram barulho.

Leo- Pode sair, não vamos machucar.

???- Se for um demônio vamos te matar.

Leo- Cala boca Jenny!

O ambiente branco escondia ela, mas não a flecha. Leo viu a flecha nos arbustos com um pouco de sangue e percebeu que não era uma criatura tão pequena assim.

Leo- Jenny... Vai andando devagar para trás...

Ela não aguentava mais de dor, e já que ela percebeu que eles a notaram, resolveu se mexer. Nilaka tentou levantar mas não tinha força nas pernas, eles se assustaram e quando foram um pouco para trás, viram ela com a cabeça no chão, e um pouco de sangue saindo de sua boca. Leo se assustou mas ele achou o que mais procurava. Na vila dele, acreditavam em um dragão branco que realiza desejos, e dependendo de como a pessoa reagir na frente dele, pode causar a própria morte.

Leo- Nilaka?

Nilaka- Como sabes meu nome?

Leo- Bom... Todos da minha aldeia sabem, você está bem?

Nesse meio tempo, Jenny já havia fugido para longe.

Ela não responde mas fecha os olhos por conta da dor. Leo viu a flecha novamente só que mais nítido. Ele resolveu ir para mais perto ver como estava, e ela fica imóvel.

Leo- Tentaram caçar você?

Nilaka- Eu nem sei, quando eu estava aqui fui acertada com essa flecha, mas não sei quem foi...

Então Leo saiu de perto dela e foi para sua aldeia pegar alguns remédios que tinha em sua casa, ele encontrou Jenny sentado em uma cadeira de madeira.

Jenny- Como você lidou com aquela criatura?

Leo- Ela é dócil, não me atacou. E ela está ferida na perna e então vim buscar alguns remédios.

Jenny- Acho melhor você não voltar lá, vai ver que ela te devora.

Leo- Não acho que isso aconteça, ela parece fraca demais para se mexer.

O papo acaba e Leo vai embora indo novamente na floresta, mas é parado por um senhor idoso.

???- Não vá para a floresta! Tem uma criatura feroz lá! Essa criatura ruge toda noite!

Leo- Eu não me importo, vou do mesmo jeito.

???- Não vá!- ele puxa o braço de Leo, mas ele se solta facilmente.

Chegando lá, ela está imóvel mas sente dor, e isso incomoda muito, mas isso agrada Exeter que está escondido no espírito dela.

Leo- Voltei, vou tentar tirar essa flecha da sua perna.

Nilaka- Você não deveria ter voltado...

Leo- Por que não? Iria te deixar sofrendo aqui sozinha?

Nilaka- Sim. Sempre fui sozinha.

Na verdade ela não estava sempre sozinha, Hanzo ainda estava no seu coração mas... Se ela sofre ele sofre junto. Ele conseguiu tirar a flecha facilmente e passou o remédio na perna. De repente ela escuta um barulho vindo das árvores, e era um dragão branco indo suavemente até ela e Leo, com os olhos fixos nele.

Nilaka se levanta e estica suas asas em demonstração de ataque para aquele dragão que querer Leo para devorá-lo. Por "sorte" ela é maior que ele e o dragão corre para dentro da floresta gelada. Ela se deita novamente e Leo fica um pouco assustado mas logo se recupera e enfaixa um pouco a perna dela.

Leo- O que era aquilo?

Nilaka- Um dragão, ele queria você.

Leo- Por que me protegeu então?

Nilaka- Eu valorizo a vida, mas meu dever era destruí-la. Tu deveria ir embora, está escurecendo.

Ele concordou e foi embora, enquanto a ela ficou sozinha na floresta que estava ficando mais gelada ainda por conta de que era noite.Passos vinham em sua direção e quando ela abriu os olhos já havia o dragão branco a mordendo. Os olhos de Nilaka ficaram vermelhos com facilidade e Exeter estava esperando o momento certo para aparecer novamente, e esse é o momento. Movimentos rápidos eram feitos contra ele, mal sabia o que estava acontecendo em sua volta e quando se deparou com ela... "Escurecida" e um rugido amedrontador soa pela floresta assustando o pequeno dragão branco.

???- S-Sinto muito majestade... Só fiquei com raiva da senhora não ter deixado eu me alimentar.

Nilaka- SAIA DAQUI! INSOLENTE!

Ele sai voando as preças, mas já ela fica exausta e deita novamente e sangue sai de sua boca novamente.

Exeter- Por que você não sai desse mundo miserável? Não tem o que você fazer aqui.

Nilaka- Nisso você tem razão, mas eu preciso descansar, não vê que estou cansada?

Exeter- Cansada de viver, de tentar,lutar, desejar algo ou tentar ter uma vida normal e amorosa. Saiba que essas coisas nunca vão se realizar, pois a maioria dos desejos não podem ser realizados.

Ela não diz mais nada e volta a "descansar", mas na verdade estava se preparando para dormir. Quando ela perde muito sangue e não se alimenta, seu corpo começa a tirar todo o sangue do seu corpo automaticamente, dando alguns vômitos ou simplesmente sair sangue do nada de sua boca. Toda vez que pensava em Hanzo seu coração dói, os deuses que estavam acompanhando seu espírito só existiam ali, lhe dando habilidades que nenhum outro dragão tinha.

Flashback

???- É uma pena ela ter gostado de você, se ela não me quer, então ninguém a terá.

Nilaka ouvindo isso, sai da mansão rapidamente, mas o desconhecido já estava lá na hora certa...

Ele usa seu jato de eletricidade no carro, eletrocutado Hanzo e... Nilaka já no local vendo ele sangrando desesperadamente, ele da um pequeno sorriso... E com suas últimas palavras diz:

Hanzo- Não esqueça de mim... Eu te amo e sempre amarei meu amor...

Nilaka- HANZO NÃOO- Já caindo em lágrimas.

Uma lágrima de Hanzo cai de seu rosto, e antes que ela conseguisse chegar até o carro capotado, ele explode num piscar de olhos.
Ela começa a chorar pois não ouvia o coração de Hanzo bater... Ele havia morrido...

Nilaka- N-Não... Não... Não... Não... Não... Isso não aconteceu... É só um sonho...- Chorando desesperadamente cede ao chão com um grito de dor ardente.

???- Por que você chora por um humano que nem vale nada mesmo, pelo menos agora você pode ficar comigo né?

Ela com ódio, angústia, tristeza, raiva... Seus cabelos de brancos como a neve ficam pretos em um segundo, e seus olhos também ficaram negros como a noite.

???- E-Eu não queria... C-c-calma, v-vamos c-conversar-

Ela agarra seu pescoço com toda a força que ela tinha, olhando fixamente em seus olhos dizendo as seguintes palavras:

Nilaka- TUDO O QUE EU MAIS AMAVA, TUDO O QUE EU SEMPRE QUIS, TUDO O QUE ELE ME DEU QUE MAIS NINGUÉM ME OFERECEU, SEU CARINHO, SUA ATENÇÃO E SEU TEMPO, É ALGO QUE NENHUM DE VOCÊS TERÁ COMIGO. AGORA, SUA PUNIÇÃO SERÁ A PERDA TOTAL DE SUA EXISTÊNCIA... A EXECUÇÃO DE SUA ALMA!

Flashback off

Lembrar daquilo é de fato doloroso para ela, lembrar de como seu amado se foi na sua frente... Não tinha como suportar.

Se passaram dois dias e ela estava fraca, mas era capaz de se mexer, Nilaka só quer economizar energia para se locomover quando necessário. Mas algo de estranho aconteceu e num piscar de olhos Exeter abriu outro portal.

Exeter- Enjoei deste mundo miserável, vamos ir em algo mais... Emocionante!

Nilaka- Seu idiota! Dês de quando eu concordei em mudar de dimenção?!

Exeter- Você não tem que querer, quem controla sou eu.

Continua.