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Capítulo 7

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Ser ou não ser
Eis a questão
Preste atenção
Na minha condição
Cuidado com que se diz
Dupla confusão

BelaDilly

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- QUE? - me assusto com a notícia. Ele merecia sim, algum castigo, mas não uma expulsão.

- Sim.

- Mas, por que?

- Garota, sério? - sinto a mão gelada de Miranda.

- É porque não é a primeira briga dele. Por que agora?

- Por causa do seu estado. E você precisava ter visto como ficou a cara do Fábio...

- Ele está bem? - só de pensar nele machucado, meu peito apertou em agonia. Eu ainda estava mega chateada e irritada com ele. Ele de cara, já me menosprezou e deixou bem claro na nossa última conversa, que não gostava nenhum pouco de mim. Quer dizer, nossa penúltima conversa. Porque, a última mesmo, ele foi, de certa forma, carinhoso. Aqueles seus olhos obscuros, sua sobrancelha perfeitamente bem feita, seus traços marcantes, sua boca curvada em um sorriso charmoso... O primeiro sorriso dirigido a mim.

Vitória!

Me repreendo ao perceber que estava o perdoando pelas suas palavras grosseiras. Não posso ser ingênua a esse ponto.

Tentei visualizar mentalmente a reação de meu pai se achasse que eu era amiga de um garoto negro. Um pensamento que ao invés tirar Fábio de minha mente, o fixou mais.

O feitiço virou contra o feiticeiro...

Pensei na hipótese de me impor na presença do meu pai. Mas isso seria uma sentença de morte. Ou quase isso...

- Vitória. Ainda está aí? - alguém me dá uma chacoalhada.

- Tô acordada.

- Eu disse, que ele está bem. Com alguns hematomas, porém bem - Miranda diz com desdém.

- Mas os pais dele não fizeram nada?

- Não. Ficamo sabendo de nada.

- Tendi...

- Oi meninas... Posso ter a minha vez? - uma voz familiar é soada...

- Thomas? O que faz aqui? Você não tava... - Ágata para de falar abruptamente.

- Vi. Voltamos mais tarde - Miranda diz. Senti que elas estavam me escondendo algo, mas preferi ignorar.

- Ok - sinto um abraço apertado e confortável de minhas amigas.

- Tchau - elas disseram em uníssono antes da porta ser fechada.

- Como que a minha gatinha está?

- Tô bem. Mas espera eu sair daqui. Vou te matar!

- Desculpa. Eu estava fora de mim. Por favor, me perdoe - ele quase suplica.

- O que tinha na cabeça?

- Quando vi aquele... aquele... te tocando...

- Ele estava me ajudando a levantar! - levanto minha voz. Todavia, tratei de me acalmar logo, pois vi que ele estava mal e ficar jogando na cara não ia ajudar em nada - Olha. Eu tô bem, de certa forma.

- Então por que não está me encarando? - fiz silêncio antes de responder.

- Não é nada...

- Sério? - É. Pra que esconder, né?

- É uma... pequena... lesão. Mas não é nada demais - me apressei em dizer - só que, vou ter que usar óculos - sorrio meio tímida.

- Ufa... Pensei que fosse algo mais sério. Mas, isso é fácil. Só usar lentes - ele diz de forma inocente. Todavia, aquelas palavras não soaram nada inocente para mim.

- O que quer dizer com isso?

- Vai querer parecer uma nerd? - seu tom preocupado, culpado, passou, me deixando mais irritada ainda.

- Mas eu SOU uma - nerd para mim, é uma pessoa muito inteligente. E, eu sempre fecho as provas, ou seja, me considero uma nerd sim.

- Você é inteligente - ele meche os ombros como se não fosse nada demais - sabe - ele muda de assunto abruptamente - é a primeira vez que eu te vejo sem maquiagem - respiro fundo.

- Você me acha feia assim?

- Nunca. Você é linda de todo jeito - como se não tivesse acabado de insinuar que eu seria feia como uma nerd.

- Filha... Ops, desculpa. Não sabia que ele estava aqui - minha mãe entra e se surpreende com a presença de Thomas.

- Tudo bem. Eu já estava de saída - sinto o peso dele em cima de mim diminuir.

- Vi - ele me chama - você ainda me deve uma saída ao cinema - não consigo evitar rir. Ele sorri e sai porta à fora. No entanto, mal sabe ele que eu ri pela sua falta de noção com as palavras.

- Acho tão fofo vocês juntos! - só minha mãe mesmo... - há, boas notícias. Você vai ter alta amanhã de manhã.

- Graças a Deus! Não suporto mais ficar aqui. Tá tudo ok comigo.

- Primeiro, não tá tudo ok. Segundo, você precisava ficar em observação.

- Aff...

- E... Amanhã você vai receber os óculos.

- Vou ter que usar mesmo?

- Você conhece o seu pai... Com certeza, ele vai querer lente de contato.

- Dá medo. E se eu machucar mais meus olhos? E se ficar preso? - meu deu um frio na barriga.

- Calma - ela ri - vai dar tudo certo. Mas olha, preciso ir. O horário de visita acabou.

- Beijo mamãe.

- Ohw... Amo quando me chama assim.

- Eu sei. E é por isso que eu lhe chamo assim - sorrio e ela me abraça.

- Te amo, filha. Nunca se esqueça disso.

- Também te amo - ficamos um tempo abraçadas. Compartilhando o amor que uma tinha pela outra. Um momento único que eu vou guardar pra sempre em minha memória.

"Já a noite"

Agora estou deitada na minha cama escutando a música Máscara, de Pitty. Eu me identifico bastante com a canção. É como se a letra fosse escrita pra mim. Nela, fala pra tirar a máscara que cobre o rosto, ser quem você é de verdade e não importar se é bizarro. Apenas ser você mesmo.

Eu devia ouvir mais conselhos dela...

Mas sou despertada e trazida de volta para a realidade. Ouço barulhos na porta onde leva pra minha mini varandinha. A cortina estava fechada, então, resolvo abrir e levo um susto ao me deparar com o que fazia o barulho.

- O que você tá fazendo aqui? Como sabe meu endereço? Por que...?

- Eu estava com saudade e preocupado. Seus pais são muito rígidos, então, suspeitei de que não deixariam eu te ver.

- Nessa você acertou.

- Pois é...

- Fico feliz que esteja aqui e bem - sorrio.

- Senti sua falta - não consegui dizer nada - Posso te perguntar uma coisa?

- Claro!

- Posso te beijar? - nesse momento, meu coração disparou, pensei que fosse sair pela boca. Meu corpo esquentou absurdamente. E em um ataque de doideira, ataquei seus lábios ferozmente.

Ele me pegou com delicadeza e me jogou na cama. Tirou sua camisa rapidamente, revelando um corpo lindo e musculoso.

Porém, sua expressão mudou. Ele levantou suas mãos e no meu pescoço as colocou. Começou a apertar, apertar e apertar cada vez mais.

Eu ansiava por ar, mas nada dele me largar.

Antes Fábio em meu quarto, agora meu pai...

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