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Capítulo 6

🤍🖤🤎💜💙💚💛🧡❤️

Consequência
Suma competência
Se inevitável
Mas evitável
Sua escolha
Expande sua bolha
Sua aventura
Seu futuro

BelaDilly

❤️🧡💛💚💙💜🤎🖤🤍

- Filha! Vitória! Que bom que acordou! - eu pisco várias vezes para recompor minha visão. E, antes mesmo de eu enxergar onde eu estava, ouço a voz doce de minha mãe.

- Oi...? - coloco a mão para tampar um pouco da luz que machucava minhas vistas.

- Oi, minha pequena. Vou fechar as cortinas - sinto o peso de suas mãos sumirem de cima das minhas - melhor? – abro meus olhos e...

- Sim... - minha mãe aparece em minha frente - aaaaah!

- Que foi? - ela chega mais perto.

- Por que tem duas de você? - olho para minhas mãos - por que eu tô com quatro mãos?

- Que? Como assim?

- Eu vou chamar o médico... - ela mal termina a frase e já ouço alguém se aproximar.

- Doutora, ela está enxergando...

- ... Duplicado. Sim. A garota tem Diplopia.

- O que é isso? Tem cura? - a voz de minha mãe soa chorosa. Não duvido de que esteja segurando o choro.

- A diplopia, também chamada de visão dupla, acontece quando os olhos não estão alinhados corretamente, transmitindo para o cérebro imagens do mesmo objeto, mas de ângulos diferentes.

- Nos informe melhor – ouço a voz de meu pai.

- As pessoas com diplopia não conseguem fundir as imagens de ambos os olhos numa única imagem, criando a sensação de que se está enxergando dois objetos ao invés de um só. E no caso dela, é do tipo binocular, ou seja, a visão dupla acontece nos dois olhos e desaparece fechando qualquer um dos olhos.

- Responda a pergunta de minha mãe, por favor – suplico, rezando, mentalmente, para ter uma cura. Se não, não serei mais perfeita e isso seria um problema.

- Sim. A pancada foi forte, causando isso. Mas... só usar óculos, que com o tempo... a visão volta ao normal.

- Óculos? - ouço a voz de meu pai subir o tom.

Como eu disse, estou danificada, um problema.

- Theo, a nossa filha está bem. E é isso que importa – minha mãe diz, fazendo meu pai bufar.

- Vou deixar vocês a sós agora - ouço a porta ser fechada.

- Vocês podem me dizer o que aconteceu para eu parar aqui? – Agora, a pergunta que não quer calar em meu subconsciente. Me lembro apenas de Thomas dar uma surra em Fábio.

- Teve uma briga. Com Thomas e Fábio. Você tentou separar. Mas acabou que... Thomas te empurrou e você bateu a cabeça nos armários – minha mãe diz sem mais delongas.

EU VOU MATAR ELE!

- Pra você aprender! Não se separa brigas! Agora, olha como você está! - meu pai só fica cada vez mais nervoso.

- Foi um acidente - percebo minha mãe tentando o acalmar.

- Que poderia ser evitado, se ela não fosse tão intrometida! - o silêncio reina no quarto. Começo a chorar. Tudo que eu segurei durante toda a minha vida, as verdades que Fábio me jogou, as maldades de Cristina e... esse acidente...

- Filha... Não chore. Tudo vai se resolver - minha mãe me abraça. Escuto meu pai bufar e o bater da porta logo em seguida novamente.

- Mãe! Eu estou cansada! Por que ele não pode ficar feliz com o meu bem estar? Ele... Ele... não... - ela compreende e não me deixa terminar a frase.

- Cada um tem seu jeito. E esse, é o dele. Ele só quer o melhor pra você. Ele quer seu bem – dá uma pausa – Seu pai te ama – mais lágrimas são derramadas de meus olhos.

- Que gostar é esse então?

- Pequena, descanse. Você passou por muita coisa. Depois conversamos - mesmo eu não querendo. Eu estava, impressionantemente, com sono.

Até que eu ouço minha mãe cantar:

"How can you see into my eyes like open doors?
Leading you down into my core
Where I've become so numb
Without a soul, my spirit's sleeping somewhere cold
Until you find it there and lead it back home"

- Onde escutou essa música? Pensei que ele não gostasse... - meu pai nunca aceitaria eu escutar esse tipo de música.

- Você devia tomar mais cuidado onde deixa suas coisas. E, bom... Eu achei primeiro, dei play e a primeira coisa que eu ouvi foi essa música. Vi que estava marcado com um coração, então, deduzi ser sua favorita. Ou pelo menos, uma das – tenho certeza que ela está sorrindo.

- Obrigada - sorrio pra ela também.

Ela continuou a cantar a música Bring Me To Life de Evanescence até eu entrar em sono profundo.

***

- Amigaaaa! Que bom que você está bem! Estávamos muito preocupadas - ouço a voz animada e inconfundível de Ágata.

- Oi...

- Oi Vi. Não conseguimos vir mais cedo. Seu pai disse que você não ia conseguir compreender nada por causa dos remédios - É claro que ele fez isso...

- Tá tudo bem - sorrio pra elas.

- Que história é essa que você reatou com Thomas? Se eu fosse você, separaria.

- Ele foi na minha casa...

- Ele o que? - a voz da Miranda aparece mais próxima.

- No mesmo dia da foto. Ele me explicou que ela só estava o ajudando...

- O ajudando a te trair. Isso sim!

- Mas vai, continua.

- E que ela deu em cima dele mas ele a empurrou. Deu um chega pra lá. Aí eu dei mais uma chance...

- Menina! Você o conhece...

- E é por isso, que eu o dei essa segunda chance.

- Você é muita calma. Se fosse eu, daria um tapa na cara dele - Ágata arranca gargalhadas de mim e Miranda.

- E tem mais. No dia seguinte. Eu vi a Cristina conversando com a Carolina sobre esse ocorrido.

- Oi?

- Sim. Elas armaram tudo.

- Não gosto nada daquelas duas – sinto uma contradição em sua voz, mas deve ser só uma paranoia minha.

- E Fábio? - Miranda me lembra - sabemos que ele e Thomas estavam brigando quando você...

- Desculpa. Não estávamos lá. Mas o povo comentou que você estava com o Fábio. E que foi o motivo da briga. Thomas ficou com ciúmes - droga! Agora o povo vai pensar besteira de mim e Fábio.

- Não vai me dizer que ele faz seu tipo? - Miranda age como se isso fosse nojento, de outro mundo.

- É lógico que não! O povo que pensa besteira demais. Eu apenas trombei no Fábio e Thomas já foi batendo nele. Tentei separar, e cá estou.

- Amiga, quem que se mete em uma briga que não tem nada a ver consigo? - as duas começaram a rir.

- Eu achei injusto eu ser o motivo. Por isso - me emburro. 

- Não estamos te julgando. Mas deve ter sido engraçado - elas riram e acabou que também não consegui segurar.

- Por que seu olho está estranho? – Ágata, nada discreta, pergunta.

- Eu tive uma lesão...

- Que? - elas gritaram em uníssono.

- Calma. É só uma visão dupla. É passageira.

- Que susto. Menina do céu!

- Vocês que são muito afobadas.

- Nós nos preocupamos com você, amada.

- Eu sei... - sorrio - mas e vocês? Novidades?

- Nada demais... - Miranda usa um tom que eu conheço bem.

- Mi-ran-da.

- Thomas foi expulso do colégio – Ágata solta de uma vez.

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