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Capitulo 10

🔸🔶PATRÍCIA CRISTINA 🔶🔸


Talvez eu tenha agido sem pensar, apenas pela pressão, eu odiava esperar, e Rômulo tirando minha paciência não ajudava em nada, quando chegamos no túnel, que Larissa, Renato e Ludmilla saiu, eu acabei me arrependendo de ter vindo sem Brunna, ela era o cérebro desse plano, e muita coisa poderia dar errado sem ela aqui, principalmente pra Ludmilla que ia invadir a ala feminina e começar uma rebelião, logo aquele lugar estaria cheio de policiais, ela tem que ser muito esperta para conseguir fugir, Brunna conhece essas prisão como a palma da mão, ela saberia sair em qualquer situação, além de ter amizades aqui dentro ainda.

Coloquei a roupa, e a maldita peruca, eu estava me sentindo ridícula com aquilo, além de que, eu não estava achando que fosse um disfarce tão bom. Assim que saímos do maldito túnel, já demos de cara com Mário, ele iria nos levar até a ala masculina, eu poderia sentir o medo de Rômulo e Ethel de longe, eles nunca tiveram em uma prisão. Mário foi nos guiando pelos caminhos que quase ninguém pegava, graças a Deus não encontramos ninguém, ficamos em um corredor escuro, até que avistamos os presos entrando no refeitório masculino. Tinha gente das mais variadas características, dos que não sabíamos porque estava ali, até os que sua cara e personalidade não negava que ele era um assassino, mas quem sou eu pra julgar? Não me considero com cara de bandida, e tenho tantos crimes nas mãos.

— Vão, eu vou estar por perto. – Mário falou e entramos no refeitório atrás dos últimos presos, eu ainda não tinha visto Zack e Richard, mas eles tinham que estar aqui.

Seguimos para a fila, graças a Deus as cozinheiras geralmente não fazia contato visual com os presos, elas estavam sempre com a cabeça baixa olhando para o alimento, só teríamos que se preocupar com os guardas que sempre estavam por aqui.

Assim que nos quatro se servimos, seguimos na busca por Zack e Richard, eu não conseguia encontrar eles em lugar algum, então resolvemos sentar nas últimas mesas do refeitório onde dava uma boa visão para tudo que acontecia aqui.

— Que comida horrível. – Ethel falou fazendo careta e eu tive vontade de rir da cara fofa dela, ainda mais com aquela peruca, parecia apenas um menino travesso.

— Cadê esses desgraçados? – Rômulo falou olhando para todas as mesas, eu me peguei olhando para o rosto machucado dele, eu fiz um ótimo trabalho.

Já que estava com aquela comida na minha frente, eu resolvi comer, estava com fome mesmo e meu estômago já era acostumado a comer aquela comida.

— Patrícia? – Yris falou me vendo comer.

— Esqueceu que somos presos? Come logo essa comida Yris Araújo. – Respondi e coloquei outra colherada de arroz com um creme de frango pelo meio na boca.

— Patrícia você comeria até carne de gente se precisasse. – Rômulo falou fazendo careta.

— Vocês que são frescos, coloca seu creme de frango aqui, esse tá até bom. – Fui com a colher na comida de Rômulo e passei o creme de frango pro meu prato.

— Patrícia tem razão. – Ethel falou com a boca cheia e roubou do creme de frango de Yris.

— Ethel! – Yris falou a repreendendo.

— Você falou que não queria. – Ela respondeu com um bico nos lábios.

— Patrícia, são eles. – Rômulo falou olhando para a entrada do refeitório, onde Zack e Richard caminhava até as bandejas para se servir.

Passei a mão na minha boca para limpar os requisitos de comida, eu tava me sentindo uma presa novamente, minha educação eu devo ter esquecido no Rio. 

— O que faremos? – Ethel falou um pouco desesperada.

— A maioria das mesas estão cheias, aqui ainda cabe mais duas pessoas, eu só preciso fazer contato visual com eles. – Peguei meu copo com suco e bebi, aquilo tava horrível, parecia água com muita açúcar pelo meio.

Percebi Richard olhando para todos os lugares atrás de onde se sentar, eu permaneci olhando para ele, até que ele também olhou em minha direção. Eu sorri e levantei uma sobrancelha, ele na hora entendeu, bateu no braço de Zack e veio andando em minha direção.

— Patrícia Cristina, você realmente é uma mulher de coragem, bela peruca aliás. – Richard falou com um sorriso nojento na boca e se sentou de frente para mim, já Zack sentou do lado de Rômulo, espero que esse idiota não seja idiota e estrague tudo.

— Temos assuntos pendentes Richard!

— Temos? Última vez que nos encontramos vocês mataram meus 3 amigos. – Richard falou sem humor e colocou uma colherada de comida na boca.

— Kevin foi sequestrado. – Fui direto ao ponto, mas isso parece não ter atingido Richard, enquanto Zack permanecia calado apenas comendo sua comida prestando atenção na conversa, assim como meus amigos.

— Kevin deve a muitas pessoas Patrícia.

— Inclusive a vocês!

— Você veio aqui para nós acusar é isso? Patrícia nós estamos presos, não temos nada a ver com isso. – Richard falou me encarando.

— Vocês tem alguma ideia de quem poderia ter sequestrado o meu irmão? Por onde começarmos?

— Começaram pelo lugar certo, nós tire daqui e podemos ajudar, eu e Kevin  temos muitos inimigos em comum, mas eu tenho um nome muito forte por onde podemos começar. – Ele falou e olhou para Zack, eu avaliei a situação.

— Se vocês nos trair, vocês dois se encontraram com seus outros três amigos no inferno.

— Estamos com vocês Patrícia, agora nos tire daqui. – Ele falou e eu puxei uma pequena bomba de fumaça do meu bolso, joguei no meio do salão e segurei no braço de Ricard, enquanto Rômulo segurou no de Zack.

— Vamos embora daqui. – Tirei outra bomba do bolso e soltei, os presos começaram a se manifestar e a querer sair do lugar, logo muitos deles saíram pelas portas com as camisas no nariz para não inalar fumaça.

Conseguimos sair também, corremos pelos corredores, quando íamos chegando na porta que dava para o túnel, Mário apareceu.

— Sabem que a delegacia foi invadida, já checaram o sistema de segurança, mas não pegaram Larissa e Renato, mas também não sei onde estão eles, vamos embora daqui. – Mário falou e abriu a porta, corremos em direção ao túnel.

— Mário, você não pode ir, o plano era você ficar e ajudar a quem não conseguisse fugir. – Yris falou um pouco desesperada.

— Yris, eles sabem que eu ajudei vocês, eu não posso ficar aqui, entrem agora. – Mário falou e puxou a tampa do túnel, pulamos todos para dentro, quando clariei com a lanterna ainda não tinha ninguém.

— Vão, leve Richard e Zack, sigam o plano, eu vou ficar alguns minutos esperando os outros, vão, vão. – Falei e eles concordaram, não dava mesmo para ficar todo mundo.

Me encostei na parede do túnel, olhando freneticamente para o relógio, depois de uns 10 minutos vi a tampa do túnel ser aberta, por ela entrou Renato e Larissa.

— Graças a Deus! – Falei e dei um beijo rápido em Larissa.

— Só faltava a gente? – Renato falou.

— Não, Ludmilla não apareceu ainda, vocês não viram ela? – Perguntei já um pouco desesperada.

— Não, não encontramos ninguém. – Larissa falou e eu gelei, merda.

— Vão embora, siga o plano, eu vou voltar e procurar por Ludmilla. – Falei para Larissa.

— De jeito nenhum Patrícia, se tiver acontecido alguma coisa, Mário pode ajudar ela. – Larissa falou me segurando pela camisa.

— Amor, já sabem que Mário nos ajudou e que a prisão foi invadida. – Falei e no mesmo momento meu telefone tocou, coloquei no ouvido logo a voz de Emilly deu para ser ouvida.

— Patrícia cadê vocês? Precisam sair daí agora, acho que descobriram sobre o túnel, tem uma frota de carros da polícia saindo da prisão, saiam agora. – Emilly falou e eu gelei, eu não podia deixar Ludmilla, primeiro que ela é a pessoa que eu mais gosto de trabalhar, e segundo que se Brunna vai ficar brava de termos vindo sem ela, ela vai ficar mais brava ainda se chegarmos em casa sem  Ludmilla.

— Patrícia vamos agora! – Larissa falou me puxando pela mão.

— Eu não posso deixar Ludmilla,Larissa!

— Brunna da a porra de um jeito da gente vir atrás dela, mas não podemos voltar agora, vamos embora. – Larissa falou e eu resolvi ir a contragosto.

Droga, sabia que não deveria ter vindo sem Brunna. Me desculpe Ludmilla...

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