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Capítulo VI

Por volta das 10 da manhã chegaram a Synken. A aldeia estava vazia, povoada apenas por crianças pequenas que corriam de um lado para o outro.

Os homens, as mulheres e as crianças mais velhas tinham ido para o campo. Eram necessários lá, naquela altura do verão.

-Deixo-te aqui, não é? - questionou Giánnis, olhando para o miúdo, que já tinha desmontado e olhava-o de baixo, sorrindo.

-Hum-hum - concordou Dínamo, sorrindo. - Obrigada pela boleia! Adeus!

O rapaz virou-se e ia entrar numa rua estreita que metia por entre as casas quando ouviu um "Espera!" dito, num tom alto, pelo homem ainda montado no cavalo. Virou-se, surpreendido.

-Sabes se há alguma estalagem por aqui? Preferia não voltar a passar a noite ao relento - questionou ele, arrependendo-se do tom demasiado alto com que chamara o mais novo.

Este pensou um bocado e depois, apontando para uma casa de dois andares feita de pedras toscamente empilhadas, respondeu:

-É aquela ali. Costuma estar sempre lá alguém, é só ir ver.

-'Tá bem, obrigada. - vendo o miúdo ir-se embora, sentiu a necessidade de fazer uma última questão. - Onde é que vais?

Ele virou-se, sem perceber porque é que o outro não o deixava simplesmente ir buscar a comida, mas respondeu com um sorriso, como habitualmente:

-Vou receber o pagamento pelo meu trabalho.

O caçador de recompensas percebeu que não havia nada mais que pudesse perguntar sem que soasse estranho ou parecesse que queria reter o seu companheiro de viagem ali, por isso deixou-o ir. Ficou preocupado, com medo de que lhe acontecesse alguma coisa. Foi a lembrança de que o rapaz se conseguia desembaraçar sozinho que lhe tirou aquele peso das costas, permitindo-lhe não se afligir mais com isso.

Desmontou de Mesrur e, levando-o pelas rédeas, foi até à casa indicada por Dínamo. À porta, havia uma placa de madeira apodrecida, cuja palavra escrita a letras grossas e pretas estava completamente ilegível.

Giánnis prendeu o seu cavalo a uma das três argolas de ferro na parede e entrou. O interior, parco em janelas, era iluminado por velas grossas que pareciam boiar em lagos de cera derretida. Havia umas escadas de madeira velha, com um ar muito frágil, que subiam para o segundo andar, e umas portas fechadas à frente. À esquerda da porta de entrada, situava-se uma bancada onde devia estar alguém para receber os hóspedes e, ao seu lado, um arco que servia de porta a algum sítio, oculto por uma cortina velha e quase sem cor.

O caçador de recompensas estranhou, lembrando-se de que Dínamo lhe dissera que costumava estar lá alguém. Ouviu umas vozes longínquas de trás da cortina e decidiu ir ver se era lá que estava alguém. Afastou-as, espreitando.

Havia um extenso corredor, com muitas portas dos dois lados, as paredes de pedras sobrepostas, tal como acontecia no exterior, e o chão de pedregulhos aplanados e cortados em retângulos para encaixarem, sem ninguém. Mas as vozes continuavam a ouvir-se e o nortenho avançou, seguindo-as. Observou que, quanto mais para a frente ia, menos velas havia e, por conseguinte, maior a escuridão.

No final do corredor, havia uma porta de aspeto sólido, mas que se abriu facilmente assim que ele lhe tocou. Ultrapassando-a, encontrava-se uma sala muito estranha..

As paredes estavam revestidas de panos chamativos de cores vibrantes, decorados com penduricalhos nas pontas. A mobília era praticamente inexistente, com exceção de uma mesa no centro, coberta com uma toalha espampanante, e de duas cadeiras com almofadas mal cosidas, mas igualmente espalhafatosas. No centro da mesa, estava uma bola de cristal toda iluminada por fumos coloridos.

A luz naquela sala era muito fraca e vinha de velas que já quase não existiam, por isso só passado algum tempo é que o homem conseguiu perceber que, atrás da bola de cristal, estava uma mulher a fitá-lo.

Era estranha, tão estranha como o meio que a envolvia! Os seus olhos pareciam roxos e brilhavam, refletindo o pó de estrelas no interior do objeto à sua frente. As suas feições dir-se-ia serem as de uma mulher jovem, na flor da idade, mas as suas mãos enrugadas e o seu pescoço com as peles meio caídas diziam o contrário. Tinha a pele da cor da argila e o cabelo preto e brilhante escondido debaixo de uma pano exuberante que trazia na cabeça, mas visível graças a algumas madeixas que lhe caíam sobre o rosto. Vestia-se de forma espalhafatosa, com um xaile sobre os ombros, uma túnica colorida cobrindo o corpo e envolta em panos de cores vibrantes e padrões esquisitos.

Observava Giánnis com o mesmo olhar com que um predador encara a presa, saboreando-a antecipadamente. Arregaçou as mangas, erguendo os braços ao céu enquanto bradava com uma voz rouca e hipnotizante:

-Oh nobre estrangeiro, o que desejas da pobre mulher à tua frente que tudo fará para corresponder aos teus desígnios?

O homem não respondeu, observando novamente toda aquela sala e a mulher que, no meio de toda aquela extravagância, conseguia chamar a atenção. Deu um passo para a frente, acedendo ao pedido gestual que ela lhe fazia.

-Senta-te, para que a pobre mulher que tens à tua frente te possa servir, dando-te a provar do melhor que tem: conhecimento.

Como que hipnotizado pela voz quente e envolvente da estranha e pelos seus olhos reluzentes, o caçador de recompensas de novo acatou a ordem dela e sentou-se na cadeira em frente à mesa.

A mulher dos olhos roxos começou por invocar, com palavras estranhas e desconhecidas, mais fumos que encheram a bola de cristal e que, de alguma forma, começaram a libertar-se dela. À medida que eles se espalhavam pela sala, iam apagando as velas e iluminando a divisão com a sua luz fraca e colorida.

A seguir, começaram a aparecer, no meio do fumo que ainda permanecia dentro da bola de cristal, rostos, alguns já conhecidos pelo homem, outros não.

A velha com cara de jovem, ou jovem com mãos de velha, Giánnis ainda não tinha conseguido discernir qual das opções seria a correta, voltou a olhá-lo longamente, com os seus olhos felinos a brilhar no escuro. Calmamente começou a passar as suas mãos sobre a mesa, fazendo-as deslizar sobre o tecido acetinado que fazia de toalha. Enquanto o mais novo fixava a bola de cristal, pela qual continuavam a passar estranhas imagens, ela agarrou a sua mão.

Um arrepio percorreu a espinha de Giánnis ao sentir a mão fria e esquelética da vidente a agarrar a sua. Tentou que ela o largasse, mas aquelas mãos ossudas tinham-se agarrado à dele com uma força impressionante, sobretudo levando em conta a sua constituição.

A mulher puxou-o para a frente e, segurando a mão do homem na sua, com a outra começou a passar as unhas demasiado compridas pelas linhas que se formavam na palma, provocando uma sensação arrepiante. Fazia sons de entendimento e acenava com a cabeça, como se alguém lhe estivesse a transmitir alguma informação e ela concordasse, enquanto continuava a fazer a mesma coisa.

O caçador de recompensas estava a ficar com grandes dúvidas em relação à sua decisão de passar a noite na hospedaria e, sobretudo, de entrar naquela sala, mas por muito que quisesse e tentasse, não conseguia tirar dali a mão. Observava a mulher, que continuava ali agarrada, já sem a unha comprida a deslizar na sua palma, mas com os olhos quase colados nela.

Ao mesmo tempo, e sem que Giánnis reparasse, a mão livre da mulher passava por baixo da mesa, até ao cinto do homem. Começava a desatar os cordões que prendiam a bolsa ao cinto, quando, sem explicação, parou o que estava a fazer, largou a bolsa e a mão do homem à sua frente e começou a rir-se como uma louca.

Mesmo com a curiosidade de saber o que se passava para a mulher se rir daquela forma, Giánnis aproveitou e levantou-se para ir embora o mais depressa que pudesse.

A vidente, vendo o que ele fazia, ainda teve tempo de cuspir, num tom enigmático e sussurrado, olhando o homem que se apressava a sair com uma espécie de raiva misturada com a intensidade que até agora mostrara:

-Não devias acabar isto! Desiste antes que seja demasiado tarde!

Mas antes que ela pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa, o caçador de recompensas saiu, batendo com a porta. Não estava para aquilo. Já tinha problemas suficientes, não precisava das previsões de uma falsa vidente que não podia senão estar a inventar tudo aquilo.

Porém, por mais que nem para si próprio o admitisse, ele sabia que aquelas palavras não lhe sairiam da cabeça. A sua experiência tinha-lhe mostrado que nem todos os charlatães eram tão falsos como pareciam. E aquela mulher não lhe parecera uma falsa vidente, até pelo contrário.

O nortenho voltou pelo corredor, chegando novamente à sala de entrada. Já lá estava um homem careca, com uma barba comprida grisalha e o dobro do tamanho do caçador de recompensas para todos os lados.

-O que é que estava a fazer lá dentro? - perguntou ele, fitando o outro por cima das espessas sobrancelhas.

-Estava a ver se encontrava alguém, não estava cá ninguém quando cheguei.

-Porque é que não esperou?

Sem saber o que responder, Giánnis decidiu mudar de assunto e afirmou ao dono da hospedaria:

-Quero alugar um quarto. Só para hoje à noite.

-São três drattos. - declarou o dono da hospedaria, ignorando a mudança de assunto inesperada. - Com jantar são cinco e se quiser pequeno-almoço amanhã também, são seis.

-É uma noite e o jantar para hoje - explicou o nortenho, levando a mão ao cinto. Começou a tatear, mas não sentiu a bolsa que tinha sempre ali atada. Olhou surpreendido, e pôde verificar que o saco em que levava os quinhentos drattos oferecidos pela imperatriz já lá não estava.

-Tem de pagar agora - explicitou o gigante, sem perceber o que se passava e porque estava o seu interlocutor a demorar tanto tempo.

-Fui roubado - exclamou o caçador de recompensas, aterrorizado. O pouco dinheiro seu que trazia, para além daquele, estava guardado no alforge que continuava lá fora, na garupa de Mesrur.

Mas não foi nisso que ele pensou, porque logo percebeu que a vidente o tinha roubado durante aquela estranha exibição. O seu primeiro e logo executado instinto foi correr de novo para aquela sala estranha, para recuperar o dinheiro.

Porém, quando chegou ao fim do corredor, não havia lá nada. A porta de madeira sólida tinha desaparecido e não restava nada senão uma parede de pedra, igual a todas as outras que o rodeavam. O homem barbudo, que tinha vindo atrás do seu cliente, gritou:

-Está louco? Não pode vir para cá.

-É que... Havia aqui uma porta... Estava lá dentro uma vidente, foi ela que me roubou, e... - Giánnis foi interrompido pelo outro, que fez a constatação óbvia.

-Está mesmo louco. Saia, isto é uma hospedaria, não um asilo!

-Não, não está a perceber, estava mesmo aqui uma porta. E lá dentro, uma vidente leu-me a sina. Ela tinha uma bola de crist...

Giánnis parou de falar ao sentir o seu braço ser apertado com força. O estalajadeiro, ao perder a paciência, agarrara-o pelo braço e, enquanto resmungava coisas como "Só me saem é loucos!" ou "Era o que faltava, que um doido ficasse a dormir aqui", arrastou-o pelo corredor até à porta de entrada e, abrindo-a violentamente, atirou o confuso cliente para fora, voltando a fechá-la na cara de espanto puro dele.

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