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CAPÍTULO XIX

— Eu vou querer saber o que vocês estão aprontando? — uma voz marcada pela idade e pela indignação foi o que a trouxe de volta para a realidade.

Abriu seus olhos com um susto. Olhou em volta, para as mesmas pessoas que estavam ali antes, acrescidas de mais uma — Joseph Charles Salton, parado no último degrau da escada, com a mão esquerda apoiada no corrimão, equilibrando-se mais sobre um dos pés do que o outro.

— Estamos fazendo um ritual pra Melina se conectar com o divino dentro dela e destravar a clarividência — Cecília respondeu sem pestanejar.

Talvez pela seriedade e plenitude com que ela disse aquilo, por já conhecê-la há algum tempo ou simplesmente por estar sem paciência, Charles apenas assentiu, sem dar muito crédito ao que havia sido dito.

— Pois vocês que vão invocar o Satanás lá fora, eu quero minha poltrona de volta no lugar! — o patriarca ordenou.

— Claro, vô — o mais novo da linhagem Salton tratou de acalmar o senhor irritadiço —, só me dá dois minutos pra eu arrumar tudo — disse aquilo para o velho homem, mas não tirou os olhos da jovem sereia que ainda estava sentada no meio do cômodo. Suas írises castanhas irradiavam curiosidade e preocupação.

— Já acabamos, Seu Charles — levantando-se, Melina reiterou, apenas para que os ombros de Joe caíssem aliviados por saber que ela realmente estava bem. — Vou até botar a água pra ferver pro seu chá.

Meia hora após, já estavam todos agindo como pessoas normais. A televisão já estava ligada, o café da manhã já estava terminando de ser servido, os animais já haviam acordado também. Tudo estava em seu devido lugar, inclusive as ideias de Melina. Que aproveitou seu tempo e seu pão com ovo para forçar seu cérebro à trabalhar. Quando pôde reunir seu fiel grupo novamente, já tinha certeza absoluta de que deveria fazer — e isso não a trazia conforto algum.

Contou-lhes acerca da visão, debaixo de uma macieira, com as costas encostadas contra o tronco da árvore, assentada sobre uma toalha, com as pernas esticadas. Joe estava deitado em seu colo, fitando-a, absorvendo cada palavra que saía de sua boca. Cecília e Abner estavam em outra toalha, cobertos por uma manta, protegendo-se do frio. Ela tinha seus ouvidos mais do que atentos enquanto, ele, por sua vez, prestava muito mais atenção à maça que comia.

Anastasia estava ao seu norte, de blusa branca de alcinha e short jeans, tinha a testa franzida e encarava o chão; Melina sabia que ela, muito provavelmente, estava chegando à mesma conclusão que ela própria havia chegado.

— Eu sei exatamente quem é ela — Melina comunicou antes que alguém perguntasse.

— E quem é? — Dante perguntou, ansioso. Tinha uma toalha só para si e seu chimarrão. Havia encontrado naquela bebida a energia necessária para enfrentar aquela vida. Melina quase podia ver a olho nu seu cérebro fazendo sinapse na velocidade da luz.

— Bom, na verdade, eu não sei exatamente quem ela é, mas eu sei o que ela é — pausou apenas para fazer suspense —; uma das filhas do Oceano.

— Uma oceanide... — Anastasia pensou alto, relaxando os músculos da face —, sabia que a descrição era familiar!

— Você já viu uma? — perguntou Maria, franzindo as sobrancelhas.

— Sim — Ana confirmou. — Tinham muitas no palácio de Poseidon.

Cecília desferiu um leve tapa contra o braço de Abner. — Tá vendo de que tipo de coisa você me excluiu? Não tava sabendo dessa parte.

— Mas o Oceano não tem tipo, três mil filhas — Dante indagou, voltando para o assunto principal. — Sabe qual delas é?

— Não faço a menor ideia — Melina confessou —, mas sei que vou reconhecer se vir o rosto dela pessoalmente.

— E como pretende procurar essa doida? — Joe inquiriu.

— Esse é o grande problema — Mel elucidou, com pesar. — Elas moram no oceano, eu não posso entrar no oceano.

— Há três semanas atrás você também não podia e deu o maior rolê — Abner lembrou.

— É, mas duvido que Poseidon vá ser de alguma ajuda nesse caso — Joe pontuou.

— Eu sei — Abner rebateu. — Só estou dizendo pra não considerar impossível logo de cara. Pra tudo tem um jeito.

— Ele tem um ponto — Dante pensou alto, em meio a um gole da bebida quente.

— Acho que nisso eu posso ajudar — Maria Cecília se pronunciou, com a voz um tanto fraca, como se não tivesse muita certeza do que estava dizendo.

— Sou todo ouvidos — disse o semideus.

— Eu andei estudando bastante as coisas da Mara...

— Quem é Mara? — A pergunta de Anastasia interrompeu a história.

— A mulher que apagou minha memória e me escondeu — explicou Melina.

— Mas isso já não estava resolvido? — Anastasia insistiu.

— Tenho medo de perguntar, mas... — Dante começou a falar. — Qual é, exatamente, a relevância dela pra essa história?

Quando todos fixaram seus olhos em Joseph, esperando uma resposta, ele se viu obrigado a dizer algo:

— Ela escondeu mais coisas do que só a Linda e isso é mais do que vocês precisam saber.

— Ela era genial — Cecília completou. — Não era uma boa pessoa, mas era genial. Enfim, como eu ia dizendo, eu andei estudando as anotações dela. O que ela fez pra esconder a Mel foi uma adaptação de um feitiço básico, uma mudança de natureza. Acho que posso fazer uma adaptação da adaptação. Mascarar sua essência e deixar sua forma física. Você não teria seus poderes, mas ainda teria sua cauda.

— Nem pensar! — Joe foi o primeiro a protestar. — É se expor demais — sentou-se, olhando para Melina, esperando pela reação dela.

— Por quanto tempo seria isso? — perguntou Mel, apreensiva.

— Como assim? — Maria respondeu à pergunta com outra pergunta.

— Seria só enquanto eu estivesse dentro d'água ou... — explicou Melina. — Não sei? Tempo indeterminado.

— Na verdade, eu não tinha pensado nisso — Cecília admitiu. — Só enquanto estivesse no mar?... Aí você já duplica a complicação do complicado.

— Joe tem razão. Se acontecer igual aconteceu quando Ikaro me achou, não tem as menores condições de eu estar indefesa assim.

Cecília suspirou. — Posso tentar. Mas vou precisar de uns dias.

— E vai ter que duplicar a receita pra dois. Melina não vai sozinha — Joe alertou, sem nenhuma abertura para ser contrariado.

— Okay, quem vai? — perguntou a semideusa.

— Eu vou! — os irmãos responderam ao mesmo tempo.

— Dan! — Anastasia protestou, já sabendo o que lhe aguardava.

— Você já se arriscou demais indo da primeira vez — Dante falou, subitamente possuído pela irredutibilidade. — Agora é mais arriscado ainda. Nem dá pra saber se isso vai dar certo.

— Agradeço pela confiança no meu trabalho — Maria Cecília murmurou baixinho.

— Eu e Melina já sabemos como funcionar juntas. É bem mais lógico que eu vá. Eu não passei dois dias trancada naquele mini aquário pra nada!

— Não, não é — o irmão mais velho continuou argumentando. — Pelo que eu entendi, ela só vai ter a cauda e nada mais. Não vai conseguir ler a mente de ninguém e você também não vai conseguir sentir nenhuma presença suspeita se estiver dentro d'água. É bem mais útil aqui fora.

Sabendo que ele tinha um bom ponto, Ana apenas bufou de raiva. Odiava como ele sempre estava com a razão.

— Tudo bem, vamos eu e Dante — Melina concordou e, então, voltou-se para a feiticeira. — Quanto tempo vai levar pra preparar tudo?

Ao que ela respondeu: — Duas semanas.

Duas semanas. Era somente daquilo que Athenion precisava.

Bem, foi o que ele pensou, à princípio. Quando se viu em um beco sem saída, percebeu que talvez muito mais tempo fosse demandado na tarefa que lhe fora incumbida pelo rei.

Mas ele não iria falhar. Jamais se apresentaria diante de Calisto dizendo que não havia conseguido alcançar seu objetivo. Era orgulhoso demais para tal. Muitas pessoas considerariam tamanho orgulho como um defeito, mas não Athenion. Para ele, sua honra e sua reputação eram as coisas que mais lhe importavam. Eram o que faziam dele o homem que era. Se lhe tirassem o direito ao orgulho, o que sobraria? Alguém ordinário? Isso ele não aceitaria. Era extraordinário e fazia questão que todos soubessem disso.

Por isso, diante da parede de tijolos que se ergueu à sua frente, parou e pensou com calma.

Melina era o prêmio almejado. Não estaria em uma vitrine. Não seria de fácil acesso. Por mais que soubesse que sua última aparição havia sido na Argentina, com absoluta certeza, os caminhos óbvios que levavam até ela estavam murados e fortificados. Era absolutamente improvável que houvessem descuidado da segurança dela. Além disso, tinha um percalço em seu caminho: os irmãos fugitivos. Não poderia se arriscar a chegar perto o bastante, ou, então, eles sempre estariam dois passos à frente.

Por isso resolveu que teria que deixar de lado o seu povo e trabalhar com o povo da terra. Foi mais fácil do que imaginou, conseguir prestadores autônomos de serviço. Em que tipo de merda os homens não estão dispostos a se envolver por dinheiro?

Tomou seu posto como mestres de marionetes e deixou que os humanos fizessem seu trabalho sujo. Encontraria Melina mais cedo ou mais tarde.

O que ele não sabia era que, do outro lado do mundo, em sua terra natal, outros também se moviam naquela guerra silenciosa. Agatha havia chegado à Térpsis e, ao chegar, teve de se agarrar à última gota de fé que ainda tinha dentro dela para conseguir suportar o peso do próprio corpo de pé. Scylla estava certa. O que esperava por ela naquela ilha eram jovens ricos e mimados com uma rebeldia desordenada.

Ainda não havia se encontrado com Kallias e, provavelmente, não o faria. O rapaz era vigiado vinte e quatro horas por dia. Era uma pessoa de interesse para o rei. Quem comandava toda aquela barafunda era Victoria, sua irmã mais nova. Haviam certas vantagens em ser uma jovem patricinha a quem ninguém dava crédito — ninguém esperava que ela se mostrasse uma rebelde e uma líder nata. Ela havia conseguido reunir uma parcela considerável de jovens que, mesmo pelos motivos mais fúteis possíveis, estavam dispostos a derrubar um governo e, o principal: tinham capital para tal.

Agatha logo percebeu que, no que dizia respeito à maioria, não podia transformá-los em exímios soldados, mas poderia usar seu dinheiro e sua influência para armar quem, de fato, pegaria em armas pela causa.

Tudo precisava ser feito do modo mais sutil possível. Um pequeno desvio de verba aqui, outro ali. Jovens sedutoras enlaçando jovens soldados em seus encantos, apenas para descobrir quem estava de cada lado — ideia de Victoria. Agatha não podia negar que estava completamente fora de sua zona de conforto no meio deles. No entanto, sabia que situações desesperadas pediam medidas desesperadas. Esperava poder aplicar uma metodologia diferente, mas lutaria com o que tinha em mãos.

Faria aquilo por Cibele. Faria aquilo por Melina.









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