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CAPÍTULO IX

— Você é uma coisinha tão lindinha... Queria te levar pra dormir comigo, fazer você de travesseiro. Mas acontece que você vai ficar ainda mais linda na panela! Você me desculpa? — perguntou Anastasia para a galinha.

— Ana — chamou Melina, fazendo com que a ruiva desviasse os olhos da ave e olhasse para ela —, é hora de deixar ela partir — acariciou o braço de sua amiga, que concordou, com tristeza.

Anastasia andou até Joseph Bernard, com o animal no colo, e a entregou para ele.

— Eu amo frango! — ela confessou como se aquilo fosse um crime, colocando uma mão na boca, engolindo o choro, e abraçando o próprio corpo com o outro braço.

— Hã... — O homem que segurava a galinha olhava para Anastasia, sem saber direito o que fazer. — A gente pode deixar ela aqui hoje, levar outra pra matar e comer.

O brilho voltou aos olhos de Ana, que limpou as lágrimas que se acumulavam ali e sorriu, assentindo energicamente.

— Pode ser, só não me deixa ver qual o senhor vai escolher!

Ele riu. — Tudo bem, guria. Mais tarde eu pego uma outra aqui.

Saíram do galinheiro, acenando e se despedindo das galinhas, sem saberem qual delas seria o almoço.

Já haviam conhecido o vinhedo e a vinícola naquela manhã, assim como os cavalos e os porcos, agora, direcionavam-se ao curral para conhecerem as vacas. Depois de lá, iriam passear mais um pouco pelo terreno, colher figos diretamente do pé e fazer deles doce.

Era a tranquilidade que precisava. No entanto, sua intuição lhe dizia que ela não iria durar.

Após o almoço, cada um foi para seu canto, descansar, entretanto, Melina ficou na cozinha, deleitando-se do prazer de ver outra pessoa lavando a louça, enquanto bebia uma cerveja direto da garrafa, escorada na bancada.

Quando Joe já estava acabando seu serviço, ele sugeriu:

— Minha prenda, vamos tirar um cochilinho antes do Abner chegar?

— Eu não estou com sono.

— Não precisa estar com sono, precisa querer dormir.

— Não sei se é assim que funciona.

— Dormir é uma arte e eu sou artista — falou como se recitasse um poema. — É sério — rindo, voltou ao seu normal —, só precisa ficar abraçadinha comigo.

Ela abriu seu maior sorriso e lhe deu um beijo estalado nos lábios.

— Isso eu posso fazer.

Ele secou as mãos e tomou a cerveja dela, de supetão. Largou a garrafa na pia e a pegou no colo antes que ela pudesse reagir. Avançou escadas acima com ela em seus braços, entrou no quarto, fechou a porta, colocou-a no chão e foi ajeitar a cama. Afofou os travesseiros e tirou a camisa, convidando-a para deitar.

Melina achava graça de como ele tratava a hora do sono como sagrada. Contudo, não se oporia a ficar deitada de conchinha com ele durante quarenta minutos. Apagou a luz, fechou as cortinas e deitou grudada nele, jogando a coberta sobre eles, com uma mão debaixo do travesseiro e a outra segurando a mão que a abraçava.

Tanto era o conforto que acabou dormindo, sem perceber.

Só percebeu quando acordou, vinte minutos depois, do pior jeito possível — graças a um pesadelo.

Tentou abafar seu susto para não acordar a pessoa que dormia ao seu lado, porém, já era tarde demais.

— O que houve? — ele sussurrou, mas ela não respondeu. — Teve um pesadelo?

Por fim, ela virou-se para o outro lado, para ficar frente a frente com ele. Concordou, sem palavras.

— Ainda é o mesmo pesadelo?

— Não... Dessa vez foi outro.

Ele puxou-a para ainda mais perto, abraçando-a forte, e lhe deu um beijo no topo da cabeça.

—:Já passou. Está tudo bem — garantiu, transmitindo confiança.

Ela se agarrou àquela frase por algum tempo, em silêncio, até que reuniu coragem para perguntar, com a voz um tanto embargada:

— Você acha que eu sou uma pessoa ruim?

— Nem de longe! — afirmou rapidamente. — Bah, por que disso?

— Eu andei refletindo e cheguei a conclusão de que eu sou uma pessoa egocêntrica e egoísta — auto-diagnosticou-se, com firmeza e certeza.

— Linda, de onde tu tá tirando essas ideias?

— Não precisa fingir surpresa. Sabe que é verdade. Eu sou bem mesquinha, vamos ser sinceros.

— Tu pulou na água pra salvar aquela mulher, semana passada, arriscando o próprio pescoço. Uma pessoa egoísta teria deixado ela morrer e teria ido embora sem pensar duas vezes.

Ponderou sobre aquele argumento.

— Pode até ser mas... Eu digo que sou egocêntrica não nesse sentido, de achar que eu sou mais importante do que tudo e todos. Eu não penso isso, de verdade. Pelo menos, não conscientemente. Só que às vezes eu ajo assim... Antes que eu pare pra pensar, eu já fiz o que é melhor pra mim, sem me importar com quem se machuca no processo. Tipo... Nero.

A expressão no rosto dele indicava que havia entendido tudo naquele momento.

— O pesadelo foi com ele? — Ela concordou. — Linda, ele te sequestrou e literalmente iria te matar.

— Há anos atrás. Quando ele estava consciente do que estava fazendo. Sabe, eu não me importo de matar quem me ataca, enfia uma faca na minha perna. Mas ele era só um velho lesado sem condições nenhumas de se defender. Ele realmente estava pensando em sopa. E eu matei ele pra conseguir o que eu queria. Tipo... — engoliu em seco antes de concluir: — O quão diferente eu sou de Calisto?

— Melina, eu vou te fazer uma única pergunta — anunciou, seriamente. — Se tu soubesse que Nero iria morrer, teria feito o que fez?

— Não! — respondeu prontamente.

— Essa é a diferença entre você e seu tio — acariciou os cabelos dela. — Tu não é uma má pessoa. Só precisa aprender a ser um pouco menos inconsequente.

Ela sorriu, sem graça, e deitou a cabeça no peito dele.

— Estou me esforçando pra isso.

De repente, algo fez com que ela se sentasse, abruptamente, alarmada pela essência que invadiu o quarto de uma hora para outra.

— Está sentindo isso? — inquiriu, louca para que ele dissesse que sim. — Esse cheiro?

— Não. Cheiro de quê? — encarou-a, apreensivo, e se pôs sentado.

Foi quando ela teve certeza de que algo para muito além de seu normal-anormal estava acontecendo. Não sabia dizer se era algo bom ou ruim. Talvez não fosse nenhum dos dois. De qualquer modo, precisava descobrir do que se tratava. Mais do que precisar, sentia-se pressionada a tal. O aroma que invadiu sorrateiramente o quarto era como uma ordem disfarçada de convite.

Cheiro de mar — balbuciou, saltando da cama e indo em direção ao corredor.

Parou ali, olhando para todos os cantos. Ao ter certeza de que o cheiro não vinha de nenhum lugar do segundo andar, desceu as escadas que davam na sala. Procurou pelo andar de baixo, com Joe em seu encalço. Encontrou Dante na cozinha e indagou:

— Está sentindo esse cheiro?

— De café? — ele perguntou, franzindo o cenho.

— Não. Cheiro de água salgada.

Quando ele negou, ela saiu para o quintal, onde percebeu que o odor estava um pouco mais intenso — apenas um pouco.

Correu para o portão de entrada, onde foi liberada pelo porteiro, olhou para os dois lados da estrada de chão e seus instintos a levaram a virar à esquerda. Correu pela rua, até onde a estrada se dividia entre nada e nada. Estacionou seus pés lá, com as mãos na cintura, observando atentamente, até que seu namorado a alcançou.

— Sinto muito, mas é minha obrigação perguntar — ele começou a dizer. — Tu ficou maluca?

Ignorando a justificada ignorância dele acerca do assunto, explicou:

— O cheiro tá vindo de lá — apontou para frente.

— Pra lá é a cidade, não é o mar — explicou, ainda mais confuso. — Aliás, a gente tá bem longe do mar.

Anastasia e Dante chegaram correndo naquele instante. O garoto foi o primeiro a perguntar:

— O que aconteceu? — Estava em total alerta.

— Eu não faço ideia — informou o semideus.

— Ana, você está sentindo alguma coisa? Alguém na cidade? — inquiriu Melina.

— Não, não tem nada de suspeito — respondeu a sereia.

— Acha que alguém já nos achou? — Dante quis saber.

— Eu não sei... Não me parece ser isso — disse mais para si mesma do que para os três. — Eu preciso ir até a cidade — constatou e olhou para Joe. — Tem como me levar?

— Tem certeza de que é seguro? — ele retrucou com outra pergunta.

— Nada na minha vida é seguro. Mas tem alguma coisa acontecendo e eu prefiro descobrir antes que essa coisa me descubra. Anastasia pode vir com a gente, ela fica escondida no carro e avisa se sentir alguém perto.

Ele concordou com sua lógica.

— Eu não posso aparecer por lá, todo mundo me conhece, iam saber que eu tô aqui — pensou por um par de segundos. — O Abner pode te levar.

Ela anuiu. — Tudo bem. Liga pra ele vir logo. Eu vou me arrumar.

Voltou às pressas para dentro da casa e se arrumou o mais rápido que pôde.

Colocou sua lace cor castanho escuro para não chamar tanta atenção. Vestiu uma calça preta e uma blusa de manga comprida e gola alta, nude. Calçou botas e vestiu um casaco que ia até a metade de suas coxas. Não porque sentia frio. Mas porque estava fazendo 12°C naquela tarde. Iriam estranhar ver alguém de short e chinelo.

Sentou no sofá da sala, batendo nervosamente a perna, sem falar com ninguém, encarando a porta, esperando sua carona chegar. Anastasia já estava ali, também vestida a caráter, sentada ao lado de seu irmão. Joe estava ao lado de Melina, segurando a mão dela, tentando mantê-la relaxada, mas, para ela, aqueles minutos de espera eram equiparados à tortura. A cada segundo que passava, sentia mais urgência de sair daquela casa. Era uma mistura de curiosidade e algo a mais.

Ouvia as conversas ao redor dela, mesmo que sua mente não estivesse ali.

— Por que ela tá de peruca? — escutou Charles perguntar.

— Tá na moda — Joe respondeu —, é coisa de jovem, vô.

Ouviu o avô sair da sala e Anastasia e Dante sentirem liberdade para falar:

— Tem certeza absoluta que não está sentindo nada nem ninguém? — indagou o irmão mais velho, baixinho.

— Juro por Hermes! — rebateu Anastasia. — E você também não está sentindo cheiro nenhum, não é? — O silêncio e o som do suspiro da caçula, alguns segundos depois, indicavam a resposta.

Quando, enfim, a porta da sala foi aberta, Melina se pôs sobre seus pés imediatamente, completamente preparada para desvendar aquele mistério. Os olhos castanhos, quase pretos, de Abner estavam agitados. Ele compreendia plenamente que não iriam à cidade apenas para passear.

Joe a puxou pelo braço, gentilmente, fazendo com que ela olhasse no rosto dele.

— Pegou a arma? — Ela assentiu. — Está lembrada do combinado? Se a situação ficar feia, corre de volta pra cá. Não tenta resolver tudo sozinha.

— Não vai acontecer nada disso — sua intuição lhe dizia que não era uma armadilha o que a esperava —, mas obrigada. Amo você.

Recebeu com um coração agradecido o beijo na testa que ele lhe deu. Apertou levemente as mãos dele, como se dissesse, com aquele simples gesto, que ficaria bem. Não queria alarmá-lo mais do que ele já estava. Sabia que a impossibilidade de ir com ela o corroía por dentro.

Despediu-se dos dois que ficariam na casa e entrou com Anastasia no carro de Josias, avô de Abner. Saíram da propriedade, em busca de sabe-se lá o quê.

Guiar o rapaz foi uma loucura e um desafio, considerando que ela também não sabia para onde iam. Deixou sua janela aberta e tentava ser o mais precisa possível quanto à intensidade do cheiro. Orientava-o a virar ou a seguir reto, a fazer um contorno ou a parar para que ela pudesse decidir com calma como prosseguir. Anastasia continuava sem localizar ninguém por perto, coisa que lhes transmitia paz.

Após alguns bons minutos dentro do veículo, Abner comunicou:

— Aqui já é o limite da cidade. O rio é em alguns metros — desacelerou o carro em uma esquina. — E agora? Continuo reto ou viro aqui? — olhou para a garota no banco do carona, que, de repente, ficou estática.

— O cheiro foi embora — contou, surpresa e confusa.

— Acha que a gente já passou da fonte dele? — indagou Abner.

— Talvez seja melhor voltar um pouco, pra ver se o cheiro também volta — sugeriu Anastasia, do banco de trás.

— Não — negou, sacudindo a cabeça, tentando colocar seus pensamentos em ordem. — Disse que o rio é no fim do caminho, né?

— Sim. Tanto indo reto quanto virando aqui.

— Acho que a gente pode deixar o carro aqui e ir procurar por alguma coisa — virou a cabeça para trás. — Vai ficar bem, sozinha? — Anastasia sinalizou que sim. — Okay, a gente não demora. Se acontecer alguma coisa ou sentir alguma coisa, grita que a gente vem correndo. Não vamos muito longe.

Saíram do carro, os dois, e puseram os pés na rua não asfaltada e viraram à direita, atentos a tudo e qualquer coisa que parecesse fora do normal. A vegetação à esquerda deles a fazia questionar se não havia algo ali, entre as plantas. Caminharam boa parte do percurso de pedras pequenas, até que seus campos de visão pudessem encontrar uma mulher solitária à beira do rio.

Ela estava em pé, com as mãos nos bolsos do casaco. Estava de costas para eles e seus cabelos castanhos caíam lisos até sua cintura. Ela tinha aquela presença que Melina só pôde testemunhar em três pessoas. Porém, de uma forma muito mais branda.

— Fica aqui — Melina cochichou para Abner.

— Tem certeza? — ele sussurrou de volta e ela assentiu.

Caminhou em passos lentos até a desconhecida e parou ao seu lado. Mesmo perto, não saberia dizer quem era ela. Sua pele era morena e não aparentava ter mais de trinta. Mesmo percebendo a presença dela ao seu lado, a mulher continuou encarando o rio, placidamente, de cabeça erguida.

As águas rasas da margem avançavam com delicadeza até elas, fazendo com que Melina desse um passo para trás, para evitar encostar nela. A ponte erguida acima tinha alguns carros atravessando a fronteira, sem que seus passageiros e condutores tivessem a mínima ideia do que acontecia ali embaixo, naquele canto escondido, deserto. Para ser sincera, nem ela própria tinha uma boa noção do que estava acontecendo.

— Demorou bastante, princesa — disse a mulher, ainda olhando para a água. — Já estava começando a duvidar que viria — finalmente virou o rosto para ver Melina.

— Por que me chamou aqui? — indagou, com muito cuidado. — Parece ser o tipo de lugar onde sequestradores encontram suas vítimas.

A mulher sorriu com os lábios.

— Fui escolhida para vir aqui te entregar um recado — ela contou, vagamente, e tirou a mão direita do bolso, revelando que segurava um pequeno papel dobrado. — Mas, antes de entregar, preciso informar que ele promete garantir sua segurança durante o trajeto de ida e de volta. Não precisa temer. Ele é leal à sua palavra.

A mulher entregou o amarelado e firme papel à Melina, que o segurou, sem saber se já deveria abrir ou não. Fitou fixamente a coisa, com uma única pergunta em mente:

— Ele quem? — levantou os olhos para perguntar à ela, mas a mulher já não estava ali. Olhou então para a sua direita, onde uma ondulação no rio indicava que alguém havia tocado aquelas águas.

Ouviu Abner chegando até ela em um andar apressado, entretanto, toda a sua concentração estava na pequena coisa que tinha em mãos. Respirando fundo, reuniu coragem para abrir a única dobra que o papel tinha.

Melina sabia que aquilo era impossível, no entanto, juraria a qualquer um que seu sangue parou de circular por alguns segundos. Foi isso o que ela sentiu quando leu o que estava escrito. Sentiu-se dentro de um barco mal construído, no meio do oceano, encarando uma tempestade imbatível.

Todo e qualquer pensamento desapareceu de sua mente, deixando espaço apenas para a única frase que ecoava em sua cabeça, juntamente com o nome do remetente.

Engoliu em seco, lendo mais uma vez, apenas para ter certeza.

"Venha até mim."
- Poseidon

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Sei que geralmente eu não deixo fotos, mas essa daqui eu faço questão de deixar porque me dei ao trabalho de ir no Google maps e procurar pelo Street View a rua certa pro momento.

Tô pesquisando tanto essa cidade que em 2024 eu vou lançar a campanha: Vote em Ana Luiza para vereadora de Uruguaiana.

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