Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 03

Dois anos antes


Adela forçou a vista para assegurar que estava vendo bem. A mulher que na noite passada fora a sua casa rogar perdão ao filho, estava a sua frente vasculhando uma lata de lixo. Dentro dela surgiu uma mescla de sentimentos. Parte de si, se compadecia por ver uma pessoa naquelas condições, ainda mais quando se tratava de uma senhora de idade, mas outra parte a fulminava com a mirada, pois a razão daquela senhora haver buscado o filho, certamente, era por necessidade, não por arrependimento.

Pensou em acionar a embreagem e ir dali como se nunca tivesse presenciado aquela cena, mas algo a induziu a deixar a motocicleta e acercar-se a passos firmes.

— Senhora!

Catalina deu um salto ao assustar-se com a abordagem de Adela.

— O que quer... Você... — Juntou as sobrancelhas ao ter a sensação que já havia visto a moça.

— Sim, a senhora me conhece. Nos vimos ontem pela primeira vez! — Colocou as mãos nos bolsos da calça jeans.

A senhora seguiu sem compreender.

— Quando você foi a casa de Felipe. Sou Adela, esposa do seu filho. — Apresentou-se, séria.

Catalina observou-a calmamente dos pés à cabeça. A mulher que estava a sua frente não parecia em nada com a que havia visto na noite anterior.

— Talvez te custe trabalho me reconhecer, pois ontem estava vestida como uma dama; hoje como uma pandilheira, mas aí estamos.

— Sim... Quem te mandou aqui? Felipe?

— Não, ninguém me mandou! — Coçou a cabeça. — Felipe não tem nem razões para me pedir algo como isso, ele te odeia!

— Sim, eu sei — lamentou. — Então?

— Te vi por casualidade e não consegui ir sem me acercar e tentar entender se decidiu buscar o seu filho porque o ama e está arrependida ou, porque necessita de ajuda — julgou, séria.

Catalina observou o saco de lixo que levava e as roupas decrépitas que trajava e não pôde discordar do que pensava a nora. Na situação que vivia nos últimos anos, qualquer pessoa pensaria que decidira regressar a vida do filho por interesse, mas a razão do seu regresso era por desejar sinceramente estar cerca do filho.

— Mira, menina...

— Adela! — corrigiu.

— Adela. — Respirou fundo. — Sei que buscar o meu filho nesta altura de sua vida pode parecer muito fora de lugar, mas quero que saiba que estive anos o buscando. Anos, minha filha. Não foi um ano, dois ou três, foram trinta anos.

— Trinta anos? — Desconfiou. — E como o encontrou? Porque na situação qual vive duvido muito que tenha contratado um detetive particular ou coisa assim...

Catalina riu sem querer rir.

— Se você soubesse, menina...

— Escuta bem, senhora, eu não sou ninguém para impedir que você se acerque ao seu filho e o explique como foram as coisas, eu sinceramente creio que deva fazer isso, mas se decidiu o buscar unicamente porque necessita de ajuda ou para lastimá-lo, te peço que olvide que tem um filho, te peço que olvide que uma vez o pariu. Felipe é um ser humano estupendo, um homem maravilhoso que o amo com todo o meu coração e não irei permitir que ninguém o faça dano.

Adela aceitava que poderia estar sendo muito metediça num tema que não a dizia respeito, mas o que estava em jogo era a felicidade e a tranquilidade do homem que amava e por ele sempre arregaçaria as mangas.

— Entendo a sua preocupação, filha. De verdade, me dá gosto que a mulher que meu filho tenha elegido para viver seja tão valente e enfrente a qualquer um para defendê-lo, mas eu te juro que a minha proximidade de Felipe não tem nada a ver com interesse ou má intenção. Eu o amo de verdade, lamento muitíssimo pelo que sucedeu quando o pus no mundo, mas eu não pude evitar. Não sabe o quanto me doeu conviver anos com esse peso na consciência. A culpa é o pior sentimento que pode sentir uma mãe! — desabafou, em lágrimas.

— Oxalá que seja verdade o que diz, senhora. Para o seu próprio bem, é recomendável que seja verdade. Se sua intenção é seguir buscando a Felipe, já te aviso que não será fácil, ele não quer nem falar do tema, mas te juro que se está verdadeiramente arrependida e me comprova isso, te dou uma mãozinha com o seu filho.

Emocionada, Catalina segurou na mão da nora.

— De verdade?

— De verdade, senhora! — Afastou sua extremidade da sogra. — Mas se o lastima, se o faz sofrer, chorar, não gostaria de estar em sua pele. Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má, você se rende antes mesmo de eu começar! — advertiu, mirando-a nos olhos.

— Não se preocupe, filha... — Secou as lágrimas e respirou fundo. — Você não tem uma inimiga, e sim uma aliada que vai te ajudar a cuidar e proteger a Felipe.

Adela mirou-a por última vez e afastou-se, no entanto, algo a motivou regressar.

— A senhora irá ficar bem?

— Sim! — Deu uma risada e colocou o saco de lixo nas costas. — Vou ficar bem, filha, não se preocupe.

— Pergunto, pois se necessita de ajuda, posso te dar uma mão.

— Não, filha. Obrigada, mas está tudo bem! — Mencionou em afastar-se.

— Tem onde ficar? Tem o que comer? Sinceramente, senhora, eu não tenho o coração de pedra de te deixar na rua.

Catalina chorou. Não teve o valor de virar-se para a nora.

— Não necessita dizer nada, por seu silêncio já contestou minha pergunta.

— Não tem porque se preocupar, estou bem! — Virou-se em lágrimas.

— Não, não está bem! Vem comigo, vem comigo que vou te dar de comer, um lugar para ficar. Irá ficar bem! — Preocupou-se.

— Tenho o meu barraquinho, não se preocupe por isso!

— Senhora, não seja embirrada, sim? Vem comigo, vou te levar para comer uns tacos. Vou te ajudar!

Catalina exibiu um triste sorriso e acercou-se a nora.

— Obrigada, filha. Não tenho palavras para te agradecer.

Adela sorriu leve.

— Não tem que agradecer, senhora. Faça bem a Felipe que seremos parceiras.

**

— Obrigado por me fazer companhia, Matias — disse Felipe, colocando uma lata de cerveja sobre a mesa. — O que detesto no trabalho de Adela é por ser precisamente a noite, e como trabalho de dia, quase não nos vemos. Odeio ficar sozinho nesta casa. — Serviu-se com um copo com água e sentou-se frente ao amigo.

Matias e Felipe levavam anos de uma amizade sólida e de companheirismo. Se conheceram na empresa para qual trabalhavam como lutadores. Ao decorrer da carreira, protagonizaram diversas pelejas sobre os octógonos e ringues de luta livre. Fizeram história sendo grandes rivais. Mas fora dos ringues eram muito mais cúmplices que muitos irmãos de sangue.

— Por que não pede que Adela deixe esse trabalho? Ela pode fazer outra coisa — aconselhou.

— Não, Adela ama o que faz. Seria muito injusto que eu a pedisse para parar, ainda mais quando sei o que se sente quando alguém te impede de fazer o que ama. — Tomou um gole d'água e respirou fundo.

— Por que não busca outros doutores, irmão? O nosso companheiro se recuperou de uma lesão como a sua e agora está nos octógonos novamente, por que não busca o médico dele? Talvez através de uma cirurgia você possa arreglar o seu problema.

— Não. Sei o quanto são riscosas essas cirurgias. Não quero correr o risco de ficar paralisado para sempre ou morrer e deixar a minha esposa sozinha. Eu não posso fazer isso quando conheço muito bem os riscos.

— Tudo bem, mas se você não quer fazer essa cirurgia por Adela, estou seguro que ela te apoiaria.

— Não me restam dúvidas. Adela é capaz e tudo para me ver bem e faço o mesmo por ela. Ademais, já estou velho, quantos anos mais de restaria de octógonos? Cinco? Dez?

— Eu não penso assim. Sempre foi um grande atleta e sempre esteve em excelente forma. Poderia completar setenta anos com a aparência de trinta.

Felipe riu.

— Estou rindo, mas se soubesse o quanto estou enojado, triste.

— Por quê? Por sua carreira? — Tomou um gole da cerveja e pousou a latinha sobre a mesa.

— Não, antes fosse, sabe.

— Então?

Ele suspirou pesadamente e disse:

— Ontem, uma senhora veio aqui em casa e disse que é minha mãe.

— Como? — Surpreendeu-se. — Está de brincadeira, verdade?

— Não, eu não estou de brincadeira. Essa senhora depois de anos decidiu aparecer na minha vida e me encantaria descobrir quais são suas verdadeiras intenções.

No instituto médico-legal, Felipe estava prestes a enfrentar mais um momento difícil, mas o seu corpo parecia que não iria suportar mais uma prova.

— Está seguro que quer fazer isso, filho? Se quiser, vou e reconheço o corpo de Adela. Posso não é, doutor? — disse Catalina, segurando as mãos do filho que estavam gélidas.

— A senhora é uma parente da vítima? — Perguntou o homem que trajava branco.

— Sou sua sogra, a queria como uma filha.

— Não, não. Eu vou mãe! — disse Felipe, um tanto debilitado. O translado do local do crime até o IML o deixara pior que antes. Sentia que poderia desfalecer a qualquer instante.

— Por favor, Felipe. Claro que não está bem. Está pálido!

— Por favor, senhor, se não se sente em condições, permita que sua mãe faça o reconhecimento em seu lugar — aconselhou.

— Sim, filho. Você não se vê nada bem! — Preocupou-se.

Com muito custar, Felipe decidiu ceder o lugar a mãe. Realmente estava mal, sentia sua cabeça girar e um aperto muito forte no peito, mas os sintomas que sentia não eram tão destruidores quando a perda da mulher que amada. Enquanto Catalina se dirigiu a até o balcão para fazer para entregar o seu documento de identificação, Felipe sentou-se no banco e chorou, questionando-se quem fora o desumano capaz de quitar a vida de uma pessoa como Adela.

**

Catalina parou diante da mesa de alumínio e aguardou que o homem de branco puxasse o zíper do saco mortuário, que quando aberto, exibiu a pele pálida e os hematomas arroxeados no rosto de Adela. Mirou para o auxiliar de necropsia com os olhos inundados pelas lágrimas e assentiu com a cabeça, em um evidente lamento pela defunta ser a esposa do filho, mas quando despregou os olhos do profissional e observou o corpo morto da nora, ela pensou:

Está onde te corresponde, Adela. Por fim, eu e meu filho seremos felizes.

**

Karla ainda dormia quando o telefone residencial tocou.

— Ai, não! — reclamou, golpeando o travesseiro — Mira que hora é! Quem se atreve a me ligar uma hora dessa?

Enfadada, esticou o braço e quitou o telefone de sobre a mesa de cabeceira. Quem a chamava era Vênus.

— Vênus, o que você faz desperta uma hora dessas? Por Deus! São dez horas, mas não faz nem cinco que estou na cama.

Por favor, Karla, me escuta! — Alterou-se.

— O que te passa, hein? — Enojou-se.

— Estou te ligando por algo muito sério, caralho!

— O quê? O que passou? — Preocupou-se quando percebeu a voz embargada que a funcionária trazia.

Adela. Adela foi assassinada, Karla!

— Como? — Assustou-se.

O filho de oito anos de Karla, adentrou correndo ao quarto.

— Mamãe! Mamãe! Tem um homem da polícia na sala, ele quer falar contigo!

A loira petrificou por instante, mas logo reagiu e pediu ao filho que avisasse ao policial que em minutos iria atendê-lo.

— A polícia está aqui! Por que querem ver a mim? — Temeu.

Você era a chefe de Adela, é natural que a polícia queira te fazer algumas perguntas, como certamente depois irão buscar a mim. E se eles já estão inteirados dos problemas que vocês tinham é mais uma razão para que eles queiram ouvi-la.

— Mira, os problemas que tinha com Adela eram laborais, isso não significa que seja sua assassina ou que não sinta sua morte. — Ofendeu-se.

— Não estou dizendo que você é a assassina, apenas digo que temos que contar a verdade a polícia.

— A verdade? Qual verdade? — Confundiu-se.

Você e eu sabemos perfeitamente quem é o assassino de Adela, ela mesma nos disse que estava se sentindo em perigo, vulnerável.

— Mira, Vênus, não temos prova alguma, é somente o que Adela nos disse, ela podia estar equivocada, eu não quero problemas.

Perfeito! Se você não conta à polícia, conto eu, mas a morte da minha amiga não irá ficar impune, Karla! — sentenciou.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro