Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 01

O sol invadiu a habitação que não tinha a proteção da cortina na vidraça. Felipe despertou incomodado com a claridade. Verificou o rádio relógio de sobre a mesa de cabeceira e assustou-se com o horário. Já eram quase oito e ele atrasadíssimo para o trabalho.

— Adela, mira que hora é? Por que não me despertou quando chegou? — Deu um salto da cama e buscou a sandália, só então deu-se conta que a esposa não estava na cama e nem sua bolsa jazia sobre a poltrona como comumente deixava.

Estranhou a ausência da esposa. Normalmente aquelas horas ela estava recuperando todo o sono que perdera trabalhando na madrugada. Apanhou o celular e tentou comunicar-se com ela, mas a chamada foi encaminhada para a caixa postal, suas mensagens não foram visualizadas e a última vez que ela esteve online no WhatsApp fora às 5h30. Hora que o expediente laboral de Adela chegava ao fim.

Felipe sentiu um aperto no peito. Algo raro passava. Saiu do quarto rapidamente e desceu as escadas na mesma velocidade. Sua mãe preparava o desjejum na cozinha.

— Filho!

— Mãe, onde está Adela? Ainda não chegou?

— Como não chegou? — Catalina surpreendeu-se.

— Sim, não chegou. Não está na cama, sua bolsa também não está para dizer que veio em casa e saiu... Bom, ela nunca sairia, pois sei como chega exausta do trabalho — disse, nervoso.

— Filho, se tranquilize. Seguramente ela resolveu dormir na casa de uma amiga ou de um amigo. Sabe como ela é rebelde, faz as coisas ao seu antojo sem se preocupar com ninguém.

— Não, Adela nunca fez isso, e muito menos faria sem avisar! — Quitou o telefone sem fio do gancho e discou uma sequência de números, pedindo para que a chefe da esposa atendesse.

— Bom, isso era antes. Agora o seu matrimônio já não é o mesmo. Eu diria até que estão a ponto de um divórcio — comentou.

Felipe revirou os olhos e deu as costas. Odiava comentar os pleitos que andava tendo com Adela. A chamada que estava em curso foi encaminhada para a caixa de mensagens.

— Droga!

— O que passou?

— A chamada que fiz para Karla foi encaminhada para a caixa de mensagens! — Virou-se para a genitora e discou novamente.

— Claro, mira a hora. Escuta, liga para o Matias. Sabe como ele vive nesta boate, seguramente sabe algo de Adela.

— Boa ideia, mãe! — Cancelou a chamada em curso e iniciou uma chamada.

Alguém tocou a porta. Catalina foi correndo abri-la. Era Matias.

— Filho, é Matias!

Felipe correu até eles, apreensivo.

— Matias, por casualidade sabe algo de Adela?

Mati encarou os olhos apreensivos que tinha diante de si e baixou a mirada sem saber como ser o porta-voz da notícia.

— Matias, fala! Sabe algo de Adela ou não? — Enervou-se.

— Felipe, eu...

— O quê? O que passou com a minha esposa, caralho? — exasperou-se.

Matias suspirou pesadamente.

— Eu sinto, mas... — Ele buscou as forças que não existiam para prosseguir. —, Adela está morta!

Catalina deixou a xícara de chá cair quando levou as mãos ao rosto.

— Ai, meu Deus!

Felipe não conseguiu reagir. Ficou petrificado, como se tivesse perdido a capacidade de mover-se ou expressar qualquer sentimento, mas sua alma estava destroçada.


Dois anos antes. 


O despertador foi um ruído incômodo para aqueles que dormiam. Adela silenciou o relógio e o jogou para longe, volvendo a se aconchegar nos braços do esposo.

— Ai, não! Não quero despertar!

— Você não necessita despertar, mas eu sim, pois tenho que ir à academia! — respondeu Felipe, sonolento.

— Não, eu tenho. Tenho que resolver um problema no banco e depois limpar essa casa que está um asco.

— Já disse que podemos muito bem pagar uma servente, mas você não quer.

— Não, não, senhor! — Ergueu-se e se colocou sobre o amado, que abriu os olhos e a regalou um sorriso. — Já disse que nesta casa não há outra mulher a não ser eu.

— Huum... Isso seriam ciúmes? — gracejou.

— Não, isso seria cuidar do que é meu. Ademais, gosto de fazer uma faxina às vezes, só para me recordar que não necessito ser bartender todo o tempo.

— Isso é bom, mas não quero te ver exausta todos os dias. — Acariciou o cabelo liso e de coloração castanho-claro da esposa.

— Não se preocupe, meu amor. Sou feita de titânio! — Deu uma risada e exibiu os músculos dos bíceps após contraí-los.

Felipe se perdeu por um instante no sorriso e na beleza da amada. Poderia soar muito clichê o que a dizia constantemente, mas para ele, ela era a mulher mais bela e extraordinária do universo. Se conheciam há quase sete anos, mas há cinco decidiram selar uma união estável e viver sob o mesmo teto. Diferente de alguns casais, não pensavam em ter filhos, ao menos não era um plano para logo. Ainda tinham muito que viver e queriam viver a dois.

No banheiro, Felipe se banhava no interior do box, enquanto Adela retirava o pelo da axila direita com a lâmina de barbear do marido.

— Escuta, meu amor, estava pensando que podíamos aproveitar que hoje é minha folga e saímos para jantar. Há muito não fazemos. O que te parece?

— Me parece ótimo! Aonde quer ir?

— Não sei, poderíamos ir a uma pizzaria ou comermos uns tacos em alguma barraca. Sei lá, algo distinto, sabe? Raramente jantamos juntos pelo meu trabalho!

Felipe deu uma risada e abriu a porta do box.

— É sério isso?

— O quê? — Desentendeu.

— Quer jantar nunca barraca de tacos?

— Por que não? Me encanta os tacos, mas tudo bem se você não quer, eu... — Sacolejou a lâmina de barbear sobre a pia e ligou a torneira.

— Não, meu amor, claro que quero ir! — Saiu do box rapidamente e abraçou a esposa por trás. O contato visual deles estava sendo através do espelho. — Somente pensei que poderia te levar a um lugar melhor.

— Sabe como sou. Não me encanta os luxos. Sou assim, simples!

Ele não pôde contradizê-la. Ao decorrer dos anos, viu Adela cerrando a boca daqueles que a acusaram de haver se relacionado com ele unicamente por seu dinheiro. Escutou dos amigos que em pouco tempo aquela mulher largaria o emprego e passaria a esbanjar a fortuna que conseguira sendo um excelente atleta, mas todos viram que nada mudou. Adela seguia sendo a mulher simples que conhecera, continuava a trabalhar e a suprir suas necessidades com o seu próprio dinheiro.

— Sim, mas queria te levar a um bom lugar... Não sei, poderíamos jantar e depois irmos a um hotel para passarmos a noite! — Beijou delicadamente o pescoço da amada, que soltou uma risada.

— Sim, pode ser. Gosto da ideia! — Virou-se para o marido e deslizou as mãos sobre o seu peito tatuado por um maori, que cobria a toda a espalda e braços.

— Ok. Então vou cuidar das reservas!

— Sim, mas antes necessito tomar um banho... — Afastou-se dele e quitou a blusa. — contigo — concluiu, jogando a peça no rosto do amado e caminhou em direção ao box.

Felipe sorriu com malícia e seguiu-a para amá-la.

A tarde caíra na cidade do México. Sobre o cage da academia, Felipe treinava os dois jovens alunos, que em algumas semanas iriam se apresentar num importante evento de luta da cidade.

— Jabe! Direto! — ordenava a Manuel, que golpeava a luva foco aparador do companheiro.

No fim do treino, Manuel foi cumprimentá-lo. Disse estar muito ansioso para o combate e também muito lisonjeado por tê-lo como treinador, que com o auxílio dele, era certo que sairia como vencedor e que uma carreira promissora o esperava. Felipe abriu um sorriso e agradeceu o carinho e a confiança do jovem, mesmo sempre escutando palavras semelhantes de algum aluno.

Apesar de ter o seu trabalho reconhecido, ele não era feliz com o que atualmente exercia. Não era treinando a futuros grandes lutadores que queria estar, e sim estar sobre os octógonos como durante anos tivera, sendo reconhecido como o melhor da categoria peso-pesado e conquistando consecutivas vitórias. Foi isso que sempre o manteve de pé. Sua carreira foi o que deu gosto de viver e não o fez cair num desgosto pelo dissabor de sua biografia, no entanto, há exatos sete anos o seu sonho acabou. Num combate que competia pelo cinturão, uma grave lesão no pescoço poderia havê-lo matado ou deixando-o tetraplégico, mas o único que morreu e ficou paralisado foi sua carreira quando foi aconselhado a parar de combater.

Ele ainda consultava a profissionais e pedia novas opiniões, mas todos os médicos diziam o mesmo: se não quer terminar paralisado numa cama ou morto, deve deixar definitivamente os octógonos. Felipe ainda não sabia lidar com essa triste realidade, não podia dizer que era um homem infeliz, pois tinha a Adela que era o seu sorriso de cada dia e se não fosse por ela, jamais lograria a escapar do poço de tristeza qual vivia. Contudo, no seu interior existia uma frustração que somente o seu regresso a exercer a que tanto amava podia apagar.

A noite caiu. Felipe aguardava a amada no térreo. Adela não tardou a descer. Ela estava belíssima!

— Que linda está, meu amor! — elogiou, encantado.

A esposa sorriu e caminhou até o marido. O cumprimentou com um selinho e ele a induziu a dar uma voltinha. Adela trajava um vestido cor de vinho, justo no corpo de extensão até o meio da coxa. Sua maquiagem era bem delicada e o cabelo estava preso num coque moderno. Felipe encantou-se ao vê-la de tal maneira. Ela não costumava vestir roupas tão elegantes, sempre optava por usar jeans, cropped, tênis ou botas de cano curto, e o cabelo castanho-claro jogado para o lado era o que dava o toque final e a fazia dizer: não quero me sentir bela, e sim confortável. Felipe sempre terminava por rir e dizia que ela seguramente estava mais bela que confortável.

— Espero não haver exagerado. Você disse que íamos jantar em um lugar refinado e eu não quis te constranger, sabe? — Riu sem querer rir.

— Quita isso da sua cabeça, Adela! Você jamais me constrangeria, é bela. Qualquer homem daria todo o ouro do mundo para estar contigo.

— Ah, não exagere, hein? — Riu.

— É a verdade! — reafirmou.

— Bom, aonde vamos? Me diga, pois os meus pés já estão esmagados nesses sapatos.

Ele sorriu e a ofereceu o braço.

— É uma surpresa!

Naquele dia, iria a pedir em matrimônio.

Depois deixar a garagem, Felipe saltou do veículo para cerrar o portão. Adela, que estava no banco do carona, viu uma senhora de cabelo loiro e alguns fios grisalhos, acercar-se ao marido e tocá-lo sutilmente no ombro.

— Sim! — Ele virou-se e encarou a mulher de expressão triste e aparência descuidada. Os olhos dela se inundaram de lágrimas. — Está tudo bem? — Preocupou-se.

— Filho! — Terminou por dizer, em lágrimas.

Felipe correu até a área isolada. A notícia que uma mulher havia sido afogada dentro de um tanque de uma vila já era comentada por quase toda a cidade. A moradia até então tranquila e local onde viviam muitas famílias, nunca mais seria o mesmo. Todos estavam paralisados frente ao sinistro assassinato.

— Felipe, calma, meu filho. Você não pode passar assim, vai acabar sendo preso! — Catalina tentou conter o filho, que intentava a qualquer custo, driblar a barreira de policiais e curiosos.

— Me importa um caralho se irei ser preso ou não, quero ver a minha esposa!

Felipe soltou-se das mãos da genitora e avançou meio às pessoas. Tentou cruzar a faixa de isolamento, mas foi detido pelos policiais.

— Não pode passar, senhor!

— Quero ver a minha esposa! Quero ver a minha esposa! — gritou, fora de si.

Os agentes do IML saíram do interior da vila carregando o corpo de Adela num saco mortuário. Felipe correu meio ao tumulto e foi ao encontro dela. Os homens da lei tentaram impedi-lo, mas ele foi suficientemente ágil para driblá-los e chorar feito um menino sobre o corpo sem vida da mulher amada.

Catalina observou o filho e balançou a cabeça negativamente.

— Não chore, filho. Ela não te amava tanto quanto eu!



Os capítulos serão atualizados terça, quinta e sábado.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro