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2 - Passeio

Um homem passou pelo portão, seguido por um jovem e um grupo de vinte guardas vestindo cota de malha e carregando espadas na cintura. O homem vestia uma túnica verde com bordados de estrelas douradas, era baixo, com uma barriga e barba grandes, usava uma coroa sobre a cabeça calva. Uma capa dourada caia de seus ombros alcançando seus tornozelos. Sorria para os recém-chegados.

Os estelares atravessaram a ponte e foram recebidos pela comitiva.

— Olá senhores! Que bom receber estelares no nosso reino! — O anfitrião juntou as mãos. — Já faz uns cem anos que não temos a visita de um legionário aqui em Londrian. Assim que os guardas nos muros viram a queda de vocês, me avisaram, e fiz questão de vir recebê-los!

— Olá, majestade, muito obrigado pela consideração.

O comandante começou com uma pequena mesura, ao ver que o filho não acompanhava, segurou sua cabeça com força e a empurrou para baixo.

— Ai... tá bom, já sei — sussurrou o garoto.

— Meu nome é Aros, comandante da Tropa Central, é uma honra ser recebido pelo se...

— Aros? Eu conheço esse nome!

O rei o interrompeu abruptamente, seus olhos eram amarelos, mas apesar de brilharem como os dos estelares, eles tinham formação humana, com íris e pupila.

— O comandante que quase morreu soterrado na Previsão? Sabe, ouvi muitas histórias ao seu respeito, senhor comandante, todas elas incríveis, dizem que a sua força é cultuada mesmo entre os soldados celestes. A honra é minha em recebê-lo no meu reino.

Dessa vez o anfitrião e seus seguidores fizeram uma reverência ao grande comandante. Logo depois, se lembrando de algo, disse:

— Inclusive, se não me engano, essa imagem foi inspirada no senhor, não foi?

A imagem mostrava um homem barbudo encarando de frente uma espécie de lagarto gigante. "Rá!" Foi o que passou pela cabeça de Eastar, ele bufou sabendo que seria obrigado a aguentar o pai se gabando por isso depois. Aros, no entanto, não tirou sarro da expressão de gracejo do garoto, algo que o surpreendeu.

— Sim! — O Comandante pôs uma mão no queixo e se inclinou para analisar a imagem do portão. — Um entalhe muito bom, majestade, e uma história que posso lhe contar se quiser. — Coçou a barba, tentando se lembrar de algo importante que havia esquecido. — Ah sim! Este é meu filho.

— Filho? — O rei arregalou os olhos e se virou rapidamente para o jovem pajem que tinha caneta e papel na mão. — Espero que esteja anotando o que acontece aqui, garoto, uma visita dessa não pode deixar de ser registrada.

— Sim, senhor.

— Ótimo, ótimo.... Então, comandante, nunca soube de histórias sobre você ter um filho sirion. Ele não mora no Reino? E os soldados disseram que viram dois estelares descendo, onde está o companheiro de vocês?

— Na verdade, meu filho é um estelar, majestade. — Aros abriu um sorriso cheio de dentes e apertou a bochecha do filho, que só pôde se contorcer e lacrimejar com a dor. — Ele nasceu no dia d'A Queda, minha mulher faz parte da Tropa Sul. Esse pivetinho é a primeira estrela que conhecemos a nascer de duas outras.

— Minha nossa! Isso é fantástico! Mas os olhos são azuis, sempre pensei que estelares homens tivessem os olhos amarelos.

— Imagine a minha surpresa quando vi. — Aros cruzou os braços, rindo.

— Não sabia que isso era possível! É um prazer conhecê-lo, garoto! Comandante, isso é incrível. Uma estrela que não nasceu do sacrifício de Ulmo. Acho que os sacerdotes podem ficar um tanto quanto horrorizados. — Ele gargalhou alto como se aquilo fosse uma ótima piada. — Qual o seu nome, meu jovem? Pode soletrá-lo? É para registro, isso é algo importante, sabe.

Eastar se viu desconfortável com aquela atenção repentina de todos os soldados e do próprio rei, olhavam para ele como se fosse algum tipo de milagre ou aberração, ele ainda não tinha certeza de qual dos dois, talvez um pouco de cada. Resolveu dar apenas um pequeno sorriso e se curvar de novo em uma pequena reverência ao Rei Sirion.

— Meu nome é E-A-S-T-A-R, majestade, mas se lê Ístar. Minha mãe diz que juntou as palavras Earth e Star de uma língua antiga.

Se isso é inglês, eu não creio que a pronúncia certa seria Ístar.

O pajem resmungou baixo enquanto escrevia até perceber um certo silêncio, olhou para cima, apenas para ver o rosto furioso do rei que de tão vermelho parecia prestes a explodir.

— Me desculpe majestade, e-eu só...

— Está tudo bem, pessoal — interrompeu Aros, sorrindo. — Eu nunca achei que Luriel fosse tão boa com as línguas terrestres quanto ela julga ser.

— Se o senhor diz, Comandante. — O rei se voltou para o recém-chegado e seu rosto começou a voltar a cor normal. — Muito bem — suspirou —, vamos entrando, quero ouvir a história do portão, comandante, mas isso pode esperar até que tenhamos comida nos estômagos. Vocês devem estar com fome, já que acabaram de chegar.

O rei se virou, e os dois estelares seguiram ao seu lado com a comitiva vindo logo atrás.

— Os soldados nas ameias que viram a queda disseram que um de vocês não conseguiu parar a tempo. — Olhou para Eastar e sorriu. — Vendo como você está coberto de terra, acho que não preciso perguntar quem foi, não é? Rá! Primeira vez, garoto?

— Sim, não sabia que poderia doer tanto. — Pôs a mão na nuca, girando a cabeça. — Estou me sentindo até meio fraco.

— Isso não é por conta da queda, filho. — O comandante começou a explicar. — Isso é sede e fome, por isso disse que a primeira coisa a fazer quando chegássemos era comer e beber.

Ele parecia fazer um esforço enorme para lembrar o que dizer, quando conseguiu, levantou o dedo mais uma vez, no seu gesto de recitar.

— Nosso corpo está em mutação para se adaptar a biosfera do planeta, essas mudanças fazem com que tenhamos uma constituição física mais parecida com as dos humanos, e apesar de ainda não precisarmos respirar, a energia que gastamos deve ser reposta através de água e alimento.

Aros sorriu, enquanto por impulso, os soldados batiam palmas, apesar de eles mesmos se perguntarem por que estavam fazendo isso. Eastar revirou os olhos e pôs a mão no rosto, enquanto o rei estalou os dedos e arregalou os olhos.

— Ó! É mesmo, como pude ser tão descuidado. Capitão Jorg!

— Sim, Majestade?

O homem se aproximou, era negro e não tinha nenhum fio de cabelo ou barba. Se inclinou com o elmo na mão.

— Corra até as cozinhas e mande triplicar a comida para o almoço, e quero que nossos visitantes comam do melhor que tivermos!

O capitão saiu apressado à frente deles seguindo na direção do castelo, logo após algumas casas grandes - de onde pessoas em roupas muito bem feitas observavam a comoção - e algumas barracas de feirantes.

— A propósito, majestade, desculpe a indelicadeza, mas há séculos que eu não desço a Terra e não sei o seu nome, supostamente deve ser neto do Rei Trembor?

— Agradeço o elogio, comandante Aros, mas não sou tão novo assim, já passei dos meus setecentos anos. Meu nome é Herimbor Armondis, e Trembor Armondis foi meu pai. Ele morreu na batalha do Vazio Sul, há vinte e dois anos.

— Entendo, e sinto muito. Ele foi um bom homem, quero dizer, um bom sirion, desculpe.

— Não tem problema, esses costumes de linguagem pegam até mesmo entre nós, apesar de não nos envolvermos com eles.

— Eles?

Eastar ficou curioso, começou a reparar que todas as pessoas pelas quais passavam a caminho para a entrada principal do castelo tinham os olhos brilhantes e coloridos dos sirions, muitas dessas pessoas estavam se reunindo em volta deles para apreciar a chegada dos estelares, isso o deixava meio constrangido, e ele voltou sua atenção para o rei, que começou a explicar:

— Humanos. São criaturas traiçoeiras, meu jovem, apesar de nossos ancestrais virem dessa raça, nós cortamos relações com eles. Muito instáveis em suas curtas vidas, não que eu não goste deles como a maioria no meu reino, até os acho interessantes, mas prefiro não me envolver com a raça.

— Mas el...

Eles chegaram ao castelo, e a pergunta de Eastar se perdeu a caminho da boca. Tudo era enorme, havia alguns degraus na entrada, tão largos e suntuosos que o jovem subiu olhando para o chão e se espantou quando levantou os olhos e deu com a entrada do salão a sua frente.

O grande aposento tinha pé direito duplo e pilares arredondados, era comprido, com um tapete verde seguindo da entrada até uma área elevada, onde estavam localizados dois tronos. Um era grande e chamativo, coberto com panos verdes e dourados enquanto tinha sua estrutura em prata polida, o trono do lado, apesar de também ser de prata, não tinha adornos, tinha desenhos de flechas voando sob estrelas entalhadas no seu encosto.

Aros aproveitou a distração do filho e suspirou aliviado, o assunto em que vinham entrando lhe trazia desconforto, olhando para o trono de prata, resolveu levar a conversa para outro tema.

— A rainha de Vossa Majestade não veio nos receber?

— Na verdade... — Ele se interrompeu, uma expressão triste tomou seu rosto. — Tenho apenas minha filha mais nova aqui, o irmão dela comanda Androis e o mais velho morreu com o avô naquela guerra horrível. — Balançou a cabeça. — Minha esposa morreu ao dar à luz a Sindar, pode se dizer que ela é tudo que tenho.

— Me desculpe, Majestade, não foi minha intenção.

— Ora essa, não tem por que se desculpar, na verdade eu é que deveria, já que minha filha deveria estar aqui.

Ele cruzou os braços e levantou a cabeça, enquanto inspirava forte, se recuperando da súbita lembrança, antes de continuar:

— Ela tem uma terrível mania de sair para os bosques atrás de animais que possa caçar, às vezes fica dias em meio as arvores. Já tentei persuadi-la a parar, mas ela é teimosa demais para mim.

— Sei o que Sua Majestade passa. — Olhou para o filho que nem prestava atenção na conversa, admirado com as coisas que via.

Nesse momento, um homem vestido de branco saiu de uma porta na lateral esquerda do grande salão e se encaminhou para o rei.

— Majestade, a comida está pronta.

— Ótimo! E o capitão Jorg?

— Foi para o pátio, senhor.

— Sempre fiel ao trabalho aquele ali. — Herimbor sorriu. — Bem, o que estamos esperando? Mande que comecem a servir, e ponha uma cadeira ao meu lado.

Assim o rei se sentou no seu trono e uma cadeira de madeira com espaldar alto foi posta a sua direita, onde o jovem estelar se sentou, ao comandante celeste foi permitido se sentar no trono de prata, já que, além de ser um celestial, ainda gozava de um alto renome entre todas as raças.

A comida foi servida, e Eastar se viu meio atordoado diante a confusão de cheiros e cores nos pratos, muitos deles continham carne de caça: gansos, assim como coelhos e um javali. Foram servidos vegetais amarelos e verdes que deixaram o jovem curioso, havia também cestas coloridas com frutas, mas o cheiro da carne era o que mais lhe chamava a atenção.

— Vamos, filho, experimente — disse Aros.

Ele já arrancava uma coxa de um dos gansos e dava uma grande mordida. O Rei, no seu trono, destroçava o coelho com as mãos, comendo a carne e sugando os ossos.

— Você verá como vai se sentir bem melhor. — O comandante sorriu, com a boca cheia de carne. Depois engoliu e continuou:

— Sabe, nós normalmente não precisamos comer mais do que três vezes por semana, mas é uma coisa tão boa que não há motivos pra não acompanhar os terráqueos em todas as refeições.

Eastar encarou a comida e pegou uma coxa da ave que estava na sua frente, deu uma mordida e assim que percebeu o gosto arregalou os olhos, em um instante se viu terminando de engolir com osso e tudo enquanto sugava a gordura dos dedos, pegou outra e comeu com a mesma velocidade, colocava um punhado de vegetais na boca sem ao menos se preocupar em saber o que eram. Estava indo arrancar mais um pedaço de carne quando percebeu o pai e o rei olhando para ele com olhos ainda maiores que os seus.

Uma enorme gargalhada explodiu vinda dos dois. O salão parecia tremer.

Eles riram tanto que Aros se engasgou, Herimbor então pediu por água e vinho, e seu convidado encheu uma taça da bebida escura, tomando-a de um gole só.

— Caramba, um bom vinho, Majestade! — Limpou a boca com uma das mãos. — Pelo jeito os vinhedos de Londrian continuam com a fama que tinham.

— Na verdade nosso vinho já é considerado o melhor de todo o Grande Continente. — Virou-se então para o garoto, que tentava limpar as mãos no macacão e parecer mais digno. — Jovem Eastar, eu aconselharia que bebesse da água, ao menos até se acostumar mais com essas necessidades terráqueas.

O jovem ficou meio desconfortável, mas encheu uma taça de água e a tomou com cuidado sem saber o que esperar.

— Isso é incrível! — Foi bem refrescante, ele não tinha percebido o quanto sua garganta estava seca.

Assim o almoço continuou em meio a risadas e histórias. O jovem se permitiu ficar impressionado e orgulhoso do pai, ouvindo as histórias sobre ele vindo da boca do rei Herimbor, que por sua vez tinha ouvido essas histórias da boca do próprio pai. Não era somente o soterramento durante a Previsão, histórias que seu filho não tinha visto acontecerem por estar treinando com outros soldados - ou correndo dos estudos, obviamente.

— Uma vez, garoto. — O rei brandia a perna de coelho como uma espada. — Seu pai salvou uma rainha sirion de se afogar no Rio Song, o maior rio do nosso reino. Outra vez. — Parou para mastigar e continuou:

— Lutou junto a um rei humano no Reino Deschain do Leste contra um rei estelar no Reino Dungor do Norte. Lutaram por um dia inteiro! — Bateu com a mão na mesa e se inclinou para o jovem, sussurrando, como se fizesse uma confissão: — E no fim ainda sorria enquanto o rei estelar estava derrotado.

As carnes eram levadas, e os cozinheiros traziam os doces. Eastar fez questão de provar todos e os repetiu. Sua atenção se dividia entre ouvir as histórias do pai e se lembrar do gosto de cada comida, ele poderia continuar com aquilo para sempre e nunca se cansaria.

Seus companheiros de mesa, no entanto, começavam a ficar diferentes. O comandante e o rei riam alto e falavam de forma embargada, deveria ser efeito do vinho, e ele agradeceu pela ideia do rei de deixá-lo na água.

— Isso não é nada! — Aros abanava a mão. — Já lutei com os grandes lagartos nas Montanhas Ardentes! Aquela imagem do portão. — Suas bochechas estavam rosadas e seu sorriso era vago. — E cacei Trots! No verão, nas margens do Rio Song, séculos atrás. NO VERÃO!

O jovem estelar ficou cuiroso sobre os Trots, segundo seu pai, eram aves carnívoras do tamanho de cavalos e com três olhos, com um bico grosso e longo que viviam ao oeste, principalmente onde o Rio Song se encontrava com o grande oceano.

A comida fora retirada, e o Rei continuava bebendo vinho com seu convidado, a conversa dos dois se tornava tão confusa que Eastar agradeceu mentalmente quando o Rei se levantou.

— Comandante, nossa conversa foi... incrivelmente divertida. — Sua fala era pausada pelo efeito da bebida. — Mas creio que está na hora... de me retirar para meus aposentos. Os criados... lhes mostrarão os seus... caso queiram descansar.

— Irei... para o meu... quarto. — O comandante tentou ficar em pé, se apoiou no encosto do trono e quase caiu em cima da mesa, seu filho teve que segurar para não rir. — Creio que é bom... dormir um pouco depois... de tanto vinho. Eastar, você... você... — Ele desistiu de terminar a frase, abanou a mão e se juntou ao rei enquanto dois criados os ajudavam a subir as escadas para o andar onde estavam os aposentos.

O jovem estelar ficou ali pensando no que faria, ele não queria descansar, depois de comer e beber percebeu como se sentia bem e queria ver mais. Decidiu sair do castelo e explorar, queria testar sua força e velocidade naquele planeta, seus sentidos, tudo o que poderia fazer para aprender a respeito das sensações ali. "Mamãe se orgulharia dessa curiosidade toda". Pensou sorrindo, enquanto saía pela porta do castelo e seguia até o portão de entrada nos muros de Londrian.


***


Quando saiu da cidade, viu à frente o caminho cercado por árvores, pelo qual havia passado com seu pai a caminho do castelo. Seria uma boa ideia tentar correr até onde havia caído, agora que já tinha aprendido como se movimentar no planeta, parecia que tudo em relação a isso vinha de forma natural. Deu um impulso e de repente estava saindo em disparada para o meio das arvores, o vento batia forte no rosto, e seu cabelo se lançava para trás em uma cortina negra.

—É! Isso aí! — Gritava e ria.

Se forçou ao máximo, quem o visse diria que ele era mais rápido que qualquer criatura viva naquele planeta. Ele não sabia disso, e só percebeu o problema da velocidade quando estava muito próximo do seu buraco.

E não conseguiu parar.

— Não, não, NÃO! Merda!

Sem saber como frear, ele tropeçou na terra remexida e voou por cima da cratera, indo cair do outro lado.

Bateu com o ombro na terra, rolou sem controle e finalmente parou virado de barriga para cima.

Enquanto gemia de dor uma risada alta veio de algum lugar. Começou a ficar com raiva por rirem de uma queda dele pela segunda vez no mesmo dia, olhou para os lados, procurando de onde vinha a voz quando um rosto apareceu em cima do seu.

A jovem tinha cabelos ruivos ondulados, caindo por suas costas até a cintura, seus olhos amarelos brilhavam. Vendo que ele estava bem, ela se sentou e continuou rindo. Segurava uma vara de arco quase do tamanho dela, carregava uma sacola de flechas na cintura e uma espécie de capa de couro atravessada nas costas.

Ele fechou a cara e começou a se levantar, sacudiu a terra das roupas, estavam em farrapos depois de vir ficando frágil com o passar de milênios, e os testes do dia só pioraram a situação. Olhou melhor para a garota.

Usava botas, calças e um colete de couro negros, com uma camiseta verde decotada que destacava os seios, principalmente pelo fato de ela estar se inclinando para frente o tempo todo enquanto ria. Ele percebeu que estava reparando muito nesse último quesito, ela poderia não gostar se percebesse.

— Me desculpe, garoto, mas é que não resisti. A sua cara quando começou a voar e xingar... simplesmente não deu. — Ela limpou as lagrimas dos olhos.

Ele cruzou os braços.

— Muita gente vem rindo de mim hoje, mas não me chame de garoto, sou bem mais velho que você.

A intrometida parou de rir e olhou para ele, confusa, geralmente as pessoas não falavam com ela daquela forma.

— Mais velho? Você não parece mais velho que um humano de 16 anos.

Eastar não tinha noção do envelhecimento terrestre, mas sabia que se ele parecia ter aquela idade, ela deveria ter basicamente o mesmo, pois parecia tão jovem quanto ele.

— Sou um estelar, garota — disse a última palavra bem devagar para ver se conseguiria irritá-la, apontou para os próprios olhos e continuou:

— Posso lhe garantir que nasci bem antes de você, mesmo sendo uma sirion.

— Um estelar? — Ela reparou que os olhos dele não tinham íris ou pupila, eram completamente azuis com bordas prateadas. — Mas seus olhos são...

— Sim, são azuis. Eu já estou me cansando de explicar isso.

— Ah! Agora entendi por que é tão rude, você nem faz ideia de com quem está falando! Gosto disso. — Ela começou a rir de novo.

— Claro que não sei quem você é. Nunca te vi antes, então esclareça isso pra mim. — Ele levantou uma sobrancelha para ela, como sua mãe costumava fazer quando lhe perguntava algo.

A garota cruzou os braços e olhou séria para ele.

— Você podia ser mais gentil, sabia? Aliás, seu rosto está cheio de cabelo.

Eastar de repente percebeu o seu estado deplorável e começou a cuspir o cabelo e jogá-lo para trás.

— Calma aí! Sente-se aqui — disse ela com firmeza.

Eastar se sentou antes que percebesse, a voz dela e a entonação fizeram ele pensar que aquilo era uma ordem inquestionável, apesar de ser um pedido. Ele imaginou que deveria ser alguém importante, alguém acostumado a comandar.

Ela ficou atrás dele e se ajoelhou, pegou o cabelo dele e começou a mexer e puxá-lo, aproximou a boca da orelha dele e sussurrou:

E se quer saber, meu nome é Sindar Armondis, filha de Herimbor Armondis e princesa do Reino Sirion.

Eastar arregalou os olhos e percebeu a burrada que estava fazendo. Tentou se virar para ela e fazer uma reverência, mas ela o puxou pelo cabelo, fazendo-o se sentar de novo.

— Fique quieto, estou acabando. E não precisa se desculpar. É interessante ver as pessoas tratarem a gente normalmente, sem precisar de toda essa encenação. Agora só preciso de uma corda. Aqui — disse puxando uma corda de arco que estava em uma bolsa que carregava na cintura junto com algumas flechas. — Muito bem, agora pode me agradecer.

Ele se levantou e percebeu que seu cabelo estava amarrado em uma trança, ele nunca tinha deixado seu cabelo preso e gostou da sensação que teve, era bom não ter que se preocupar em ficar engolindo ele o tempo todo.

— Obrigado! Quer dizer. — Fez uma pequena reverencia. — Muito obrigado, majestade.

Sindar lhe deu um tapa forte no rosto assim que ele levantou a cabeça.

— Ai!! Por que você fez isso? Retardada! — Rapidamente ele percebeu o que disse e arregalou os olhos de espanto, no entanto, a princesa sorria.

— Pronto, melhor assim. Eu te disse, não gosto dessas pomposidades.

— No entanto, está me batendo e me obrigando a não fazer o que você não quer. — Começou a massagear a bochecha. — Isso é meio bipolar, não acha?

— Rá! Realmente, você tem razão! — Ela sorriu. — Então aja como quiser.

Ela ficava linda com um sorriso no rosto e, antes que o garoto pudesse pensar, as palavras saíram da sua boca.

— Caramba, você é realmente linda sorrindo.

— Oi? — Sindar olhou confusa.

— Disse que você é linda quando sorri. — Repetiu dando de ombros.

— Bem. Obrigada. — Ela respondeu, meio envergonhada por um elogio vindo assim do nada

Um barulho chegou aos seus ouvidos, vindo do seu lado esquerdo. O estelar que tinha os ouvidos bem mais apurados já olhava naquela direção.

— O que foi isso? — Perguntou sem olhar para a princesa.

— Não sei...


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Olá! Espero que tenha gostado do capítulo.

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