♡7♡ Amelie
Três anos se passaram comigo tentando, de todas as formas possíveis, acabar com o casamento arranjando com o rei do reino Azul, Ken Khaos, aquele homem asqueroso e horrível, não só em aparência, mas claramente também em caráter.
Hoje é meu aniversário de vinte e um anos, e ao invés de receber um baile de apresentação como a futura rainha do reino Vermelho, irei receber uma festa de noivado.
Enquanto Verena faz um laço na fita do cosert do meu vestido vermelho-sangue, me fito no espelho já com uma ruguinha de estresse bem no meio da minha testa.
— Trabalho para você há anos, vossa alteza, e nunca a vi tão tensa. — Verena constata.
— Não é como se hoje fosse o melhor dia da minha vida. Eu ainda não acredito que os meus pais vão entregar o nosso reino para outro reino. — Digo completamente irada pronta para explodir.
— Mas não é a primeira vez que dois reinos maiores se juntam assim. — Verena me lembra da história do meu próprio reino.
Eu só não me irrito mais com ela, pois a mesma está grávida, prestes a ter um bebê e, para minha sorte, ou melhor, azar. Verena não estará aqui no meu casamento.
— A última vez foi há séculos e eles eram alianças de alma, o rei Khaos já conheceu a soulmate dele e deve ter a matado. — Esbravejo mesmo assim.
— Vossa alteza... — Verena me chama em um sussurro entre dentes apontando com um gesto de cabeça para algo refletido no espelho.
Olho por cima do ombro após perceber ser alguém adentrando ao meu quarto.
— Não sabe bater, príncipe Arik? — Questiono ao rapaz que me fita com os olhos arregalados ainda rente a porta.
— Eu... eu bati... Acho que vocês não me escutaram. — Ele gagueja ao dizer.
— Tudo bem, obrigada Verena, você está dispensada. Vá descansar, ou esse bebê vai querer sair antes da hora. — Ela assente com um sorriso mínimo, fazendo uma referência rasa para mim e o príncipe.
Assim que Verena fecha a porta atrás de si, sem que o Arik se mexesse de onde estava, caminho até ele, que parece perceber o que estou fazendo e quase derrete agora colado na parede.
— Já faz um tempo que não nos vemos, príncipe Arik, como vai? — Eu pergunto gentilmente.
— Na... q... quer dizer, vou bem. — Ele iria falar que não estava bem?
— Ainda tem o Haru como acompanhante? — Questiono, me perguntando onde o garoto fofo se encontra nesse momento.
— Sim, ele está do lado de fora do quarto. — Ele arregala os olhos pequenos ao perceber que não gaguejou em nenhum momento da fala.
E mais um questionamento vem em minha mente: por que Haru não entrou junto a ele? E assim como antes, mantenho minhas dúvidas para mim.
— Vejo que você vem evoluindo. — Constato me aproximando dele mais uma vez apenas para ver como vai ser sua reação.
Digamos que eu adoro provocar as pessoas a minha volta.
— Eu... não quero que... que você se case com o meu pai, porque... — Ele confessa de repente, o que me surpreende.
— Por quê? — Questiono confusa, mesmo nunca achando ele uma pessoa ruim, pensei que fosse a favor dessa proposta horrível de casamento.
— Você não sente é isso? — Os olhos de íris azul com pigmentos cor de rosa se enchem de lágrimas ao que ele faz a pergunta.
— Do que está falando, Arik? — Questiono sentido meus dedos se estenderem para conter a lágrima fujona que cai na pele alva dele.
— Posso te chamar informalmente, também? — Ele pergunta enxugando grosseiramente a lágrima que caiu antes.
Antes que eu responda que sim ou que não, tenho meu quarto invadido por Dystran e Haru, que vêm logo atrás, com as bochechas extremamente vermelhas.
— Me desculpe interromper vossa alteza, mas eu vim avisá-la que está quase na hora do seu jantar de noivado. — Drystan diz, correndo os olhos de mim para o Arik.
Ele estreita o olhar após nos avaliar, nele esta estampando o questionamento do que estávamos fazendo sozinhos.
— Certo, obrigada por avisar. — Digo finalmente, me afastando de Arik. — Você pode me esperar um segundo. — Peço a Dystran que assente. — Obrigada pela visita, príncipe Arik, nos vemos no jantar. É bom vê-lo, Park Haru. — Digo com um sorriso mínimo para ambos, dando a entender claramente nas entrelinhas para que eles saiam do meu quarto.
— Digo o mesmo, princesa Amelie. — Ao dizer isso, Haru sai arrastando praticamente o príncipe que aparentemente não queria sair do meu quarto.
Após os dois saírem, abro um sorriso largo na direção do Drystan que me fita com a cara fechada. Me aproximo dele, o abraçando pelo pescoço, roubo-o selar dos seus lábios e ele ao menos se meche.
— Vai me dizer o que estava fazendo sozinha com o príncipe? — Ele questiona enquanto ergue uma sobrancelha.
— O que um homem e uma mulher que mal se conhecem fariam sozinhos? — O provoco, com um sorrisinho ladino.
— Não brinque comigo, Amelie. — Drystan fala apertando a minha cintura.
— Pois não seja tão ciumento, eu só estava conversando com o príncipe Arik, nada de mais. — Digo danos de ombros.
— E o que conversavam?
— Não seja curioso. — O provoco, não sabendo o que exatamente deveria falar.
A conversa com o príncipe Arik foi muito esquisita, tanto que não sai da minha cabeça a forma fragilizada que ele estava.
— Se eu te pedir para não ir para esse jantar, você não vai? — Drystan questiona, me fazendo fechar os olhos para não vê-lo triste.
— Eu tenho que ir, para pelo menos tentar acabar com todo esse problema. — Digo o beijando lentamente, não para o fazer esquecer, mas para pelo menos eu tentar me acalmar um pouco.
Drystan é a pessoa em quem mais confio na minha vida. O único que eu daria a minha própria vida. Ele é o meu porto seguro, a pessoa para quem corro quando mais preciso. Por ele, vou fazer de tudo para não me casar com o rei Khaos do reino Azul. E por mim vou dar o meu sangue pela minha liberdade e pela coroa.
O reino vermelho não vai ser de mais ninguém se não for meu. E é com esse pensamento que me afasto de Dystran, mas não antes de beijá-lo novamente, então saio do meu quarto com o pensamento de que devo fazer algo para não me casar com aquele homem asqueroso.
Caminhar pelos corredores bem iluminados do castelo de vidro nunca foi tão cansativo, foi como se a minha mente não quisesse me deixar chegar até o maldito jantar.
Com Drystan ao meu lado, finalmente e infelizmente chego ao antro de cobras, no salão de banquetes. Nele, avisto a minha mãe e o meu pai conversando com o rei Khaos. Entre os outros convidados estão concelheiros do nosso reino, chefes de condados, minhas queridas primas trigêmeas, o conselheiro do reino Azul, que parece farejar entre as pessoas e mais ao canto, o príncipe Arik com seu acompanhante Haru, ambos parecem conversar sério um com o outro.
— Querida! Venha aqui cumprimentar seu noivo. — Minha mãe chama, me fazendo revirar os olhos automaticamente, me recusando a mexer um centímetro, mesmo que todos os olhos estejam em mim nesse momento.
— Filha, venha aqui. — Dessa vez é meu pai quem chama, mas mais uma vez eu não mecho um músculo sequer.
A rainha Astrid, minha mãe, com sua pouca paciência, praticamente desliza até onde estou para me arrastar até o rei que fitava tudo com desdém.
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