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Capítulo 06


O jantar no palácio era servido pontualmente às oito. Eu fazia essa refeição, como todas as outras, sozinha no meu quarto, exceto em raras ocasiões onde era autorizada a comer na companhia de papai ou da família real.

Havia mais de uma dúzia de cozinheiros reais, todos surpreendentemente talentosos, responsáveis por fazer da hora do jantar um dos meus momentos preferidos no dia.

Subi como um vulto pela escadaria principal, atravessando as alas de acesso rápida e silenciosamente, pensando se naquela noite teríamos bombas de chocolate na sobremesa.

Ao virar a esquina do corredor principal, percebi Sir Leroy no final dele. Com as mãos para trás, ele encarava o chão sistematicamente, como se esperasse por algo ou alguém.

Sua cabeça ergueu-se em minha direção quando os saltos dos meus sapatos tocaram ruidosamente o carpet. Sua postura vacilava, e embora não tenha conseguido, ele tentou várias vezes desviar o olhar.

— Perdido pelos corredores britânicos, Sir Leroy? — perguntei ao me aproximar.

— Boa noite, Lady Claire. Não exatamente.

— Tem se adaptado bem à Inglaterra?

— À Inglaterra, sim— respondeu, os olhos cravados nos meus— Às novidades que encontrei nela, nem tanto.

Houve um daqueles momentos de silêncio constrangedor ao fim da frase, porque eu não sabia o que dizer para que aquilo parecesse menos ruim do que realmente era.

— Gostaria de conversar mais sobre o assunto— falei, tentando não parecer desconsertada. — Se lhe convidasse, me faria companhia no jantar, Sir Leroy?

— Não é adequado. A Srta. deve saber disso.

 — Sim, eu sei. Mas ainda assim insisto— tive a sensação de que as bochechas dele estavam prestes a corar— Ora, Andrew, não será a primeira vez.

— Nenhuma das outras vezes você estava prometida a um príncipe. E isso muda tudo.

— É injusto da sua parte ficar apenas com a versão dos outros— disparei, com um leve tom de braveza na voz— Peço que me ouça apenas essa noite. E depois, tomará a decisão que melhor lhe parecer.

Mesmo relutante, Andrew assentiu. Serviram-nos aspargos e cordeiro, mas ele praticamente não tocou em nada. Sentou-se numa cadeira de frente para mim, e passou uns trinta minutos encarando o abajur em cima da mesa. Enquanto espetava o garfo numa batata, disse:

— Sei que não poderia lhe pedir isso, mas, por alguns momentos, cheguei a pensar que me esperaria.

— E foi o que eu fiz— repliquei apressadamente.

— Por favor, Claire. Você está para se casar com outro homem.

— Não por vontade própria— garanti— Nunca estive com ele antes do passeio de balão, e este saiu tão mal que duvido que o príncipe leve essa história à frente.

— E se levar? Como será?

— Eu não tenho a menor intenção com ele, se é o que quer saber— argumentei, pondo minha mão sobre a de Andrew. — Não me considero pronta para um casamento aos dezoito anos, e ainda que estivesse, não há nenhum outro alguém além de você com quem eu faria isso.

— É... complicado.

Andrew me olhava de uma forma que me fazia sentir culpada. Eu podia enxergar uma tempestade de sentimentos emanando de seus olhos, suplicando por uma atitude de minha parte.

— Tempo é tudo o que eu preciso— declarei— Pretendo conversar com meu pai e com o herdeiro acerca destas coisas. Se você puder esperar, algumas semanas que seja, isso...

 — O problema não é esperar, Claire, porque eu esperaria por você dez vidas se fosse preciso— disse, suspirando— Mas você não imagina o golpe que é ver aquelas fotos nos jornais, e as pessoas comentando...

— Desculpe. Eu jamais pretendi magoá-lo.

— Ele a exibe como se fosse um troféu. É tão tosco.

— Sim, é horrível. Mas eu não quero desperdiçar esta noite falando de nada além de nós. Do que sentimentos um pelo outro.

Ele levantou o cenho para mim, num lampejo de esperança. Fitou-me por alguns segundos antes de dizer:

— Não deveríamos nem falar, então. Porque as coisas que eu gostaria de fazer com você hoje dispensam palavras.

Eu sorri, e Andrew segurou meu rosto com as mãos, acariciando minhas bochechas rosadas. Seu toque ainda era capaz de me causar as mesmas sensações: arrepio, rubor e frenesi.

Foi o suficiente. Meus lábios tocaram os seus e eu não consegui pensar em nada mais. De repente não havia mais príncipe, nem casamento. Havia apenas as mãos de Andrew debaixo do meu cabelo, puxando-me para perto; sua respiração ofegante sob meu rosto.

Ele transpassou o próprio assento, e quando alcançou-me na cadeira, me puxou, fazendo com que ficasse de pé, apoiada na mesa. Seu hálito era de um frescor único e envolvente, e o cheiro que saía de seu pescoço me lembrava de casa.

Andrew parecia implacável. Ele percorreu a boca pelo meu pescoço, numa trilha de beijinhos, até chegar no meu colo. Detive-o ali, mesmo sabendo que ele ansiava por mais.

Je t'aime (amo você)— sussurrou ao pé do meu ouvido.

Não consegui evitar o sorriso. Coloquei um fio de cabelo para trás da orelha e desejei não estar tão descabelada quanto tinha a impressão que estava. Ali, quase à meia luz, eu só pensava em permanecer nos braços de Andrew pelo resto da vida.

— Escolhi você. — falei baixinho. — Desde o primeiro dia, sempre foi você.

 Andrew se inclinou e beijou minha testa. Ele passou a mão por uma mecha do meu cabelo e a levou ao nariz, inspirando profundamente. Depois, enfiou a mão em um dos bolsos da calça, dizendo:

— Quero que fique com isso. Pertence a você.

Entre seus dedos cintilava um pequeno broche com o símbolo de sua família. Fazia parte da tradição dos Leroy presentear as esposas com um broche de ouro maciço que passava de pai para filho. Eu mesma já havia visto a mãe de Andrew usando um como aquele diversas vezes.

— Oh, não! Não posso recebê-lo... Não agora.

— É para as mulheres amadas da família Leroy. Não preciso de uma cerimônia nem de um padre para saber que a amo, Claire. — disse, colocando-o na palma da minha mão. — Por favor, aceite.

— Eu... não... — desisti da recusa antes mesmo de elaborá-la.

Fechei a mão em torno do broche e fiquei segurando-o cuidadosamente. Sabia o quanto aquilo significava para Andrew; era a sua forma de selar o nosso compromisso, disfarçada e secretamente.

— Obrigada. — falei, enfim.

— Gostaria de poder oferecer-lhe mais que isso nesse momento. — disse, num tom de desapontamento. — Mas saiba que um dia, darei tudo o que você merece.

Enquanto falava, ele observava os detalhes do meu rosto e eu, do dele. Andrew tinha a pele bem dourada, porque passava horas no sol diariamente. Eu achava lindo. Seus cabelos eram escuros e brilhantes, e era possível ver algumas cicatrizes acima dos olhos.

Eu estava ligada a ele há muito tempo. E ele a mim. Nenhum trono de rainha poderia me causar mais felicidade do que a que nossos momentos juntos me causavam.

— Você já é tudo o que eu preciso.

Minha resposta veio aos sussurros, acompanhada de um beijo lento e suave. A paixão fazia meu corpo pulsar, ansiando por seu toque. Me inclinei um pouco mais sobre a mesa, enquanto Andrew segurava firme em minha cintura, levando minha boca contra a dele.

Passei minhas mãos por sua nuca, quente e úmida, enquanto sua língua acariciava a minha, como numa valsa demorada e provocante.

— Claire, eu... — a voz de Marie ressoou ao mesmo tempo em que a porta do quarto foi aberta.

A bandeja de prata que havia em sua mão caiu violentamente ao ver aquela cena, fazendo ecoar um barulho azucrinante.

— Ah, meu Deus! — balbuciou ela.

Andrew afastou-se rapidamente, conferindo o uniforme. Apressada, também endireitei a postura e corri as mãos pelo vestido, preocupando-me se estava amassado.

Os olhos de Marie estavam estatelados para mim. Meio segundo depois, ela pôs-se de joelhos e recolheu a bandeja e os potinhos que trazia nela do chão. Ao se levantar, passou a encarar os próprios pés, recusando-se a olhar-nos novamente.

— É... — Andrew começou, hesitante. — Acho que devo ir.

— Sim, Sir Leroy. Deve ir agora mesmo— respondeu ela, severa. —Não deveria nem estar aqui, aliás.

— Boa noite, senhoritas. Até... Até mais ver.

Andrew saiu apressado e retraído, sem saber como reagir diante daquele flagrante. Eu, por outro lado, andei até a cama e tentei camuflar a minha vergonha.

— Isso é sério, Lady Claire? — disparou ela, fechando a porta atrás de si. — Por acaso perdeu o juízo?

— Não deveria entrar sem bater. — repliquei.

— E você não deveria estar com um homem em seu quarto— devolveu Marie, rigorosa— Se agarrando, Claire! Por Deus!

Tirei os saltos, na expectativa de que, se fingisse estar com sono, seria poupada. Obviamente não deu certo.

 — E se fosse outra pessoa no meu lugar? E se seu pai, ah, se seu pai visse isso? — murmurava, agitada— Está prometida ao herdeiro, Lady Claire! Não pode comportar-se como uma meretriz.

— Não seja dramática, chéri.

— Não foi para isso que a criei— falou, com os olhos semicerrados— Sir Leroy é quase um... quase um irmão para você. Ou assim deveria ser, pelo menos.

— Marie, eu...

— Para o banho, já! — interrompeu ela, fazendo um sinal com a mão— E não quero ouvir nem um piu.— completou, como um ultimato. 

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