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Capítulo 05

Depois do passeio de balão e do cartão, James não me procurou mais. E eu, é claro, agradecia secretamente aos céus pela paz aparente.

Havia chegado a trocar alguns olhares com Andrew, mas sentia a coragem se esvaindo do meu corpo toda vez que pensava em falar com ele. Não era como se não soubesse o que dizer, porque isso com certeza eu sabia. O medo, na verdade, concentrava-se exclusivamente na resposta que receberia.

Tentando evitar que os furtivos pensamentos esmagassem meus neurônios, desci até a Casa dos Espelhos. Esse era um dos aposentos mais interessantes do palácio. Embora os ingleses não se mostrassem tão apaixonados por artes, aquele salão possuía uma infinidade delas; esculturas, pinturas e claro, espelhos, alastravam-se por sua extensão.

Era um lugar ocupado majoritariamente por mulheres, porque estas nunca tinham nada a fazer além de ler revistas e fofocar. E ainda que essas duas opções não me agradassem tanto, eram as únicas que me restavam.

No primeiro andar, a Casa dos Espelhos estava vazia, exceto pela rainha Leah sentada numa namoradeira no canto esquerdo. Seu rosto era sério e seus olhos estavam cravados num folhetim sobre moda.

A rainha Leah não era tão amigável quanto eu julgava que uma rainha deveria ser, mas, mesmo detrás de uma postura cinzenta, eu conseguia enxergá-la como uma pessoa querida.

Ela vestia-se sempre com tons frios, e eu nunca a tinha visto sem que os cabelos estivessem presos no alto da cabeça. Se não fosse rainha, poderia ser facilmente confundida com uma viúva enlutada em determinadas ocasiões.

Não obstante, era uma mulher bonita. Os cabelos castanhos refletiam uma cor acobreada sob a luz do sol, e os olhos, tão azuis quanto os de James, pareciam sempre atentos. Talvez faltasse um pouco de vivacidade em seu semblante, uma qualidade que lhe foi roubada pelos anos de reinado.

— Majestade. — falei, com uma reverência.

Seus olhos percorreram dos meus pés à cabeça, parando sob meu rosto.

 — Lady de Chevalier. — respondeu, analisando meticulosamente minha expressão. — Como vai?

— Bem, obrigada.

A rainha me mediu por mais alguns instantes, e então perguntou, finalmente:

— Gosta de chá com leite, senhorita? Já que está aqui, porque não me acompanha numa xícara?

Ensaiei um "sim" quase que imediatamente; mais por respeito do que por vontade.

O olhar ardiloso da rainha me acompanhou ao sentar. Cheguei a pensar que ela fazia notas mentais sobre mim, mesmo sabendo que não era importante o suficiente para tal.

— Tomamos bastante chá na França— falei, tentando ser agradável— Não com leite.

— Os costumes franceses me agradam tanto quanto vocês próprios. Quase nada.

Aquele comentário quase conseguiu fechar o sorriso no meu rosto. Por sorte, fui capaz de disfarçar.

— Você é muito bonita. Mas, ainda assim, a França é o único motivo pelo qual você está aqui, e por isso presumo que tenha uma opinião divergente da minha acerca dela.

— De fato.

Seus dedos, longos e finos, tocaram delicadamente meu antebraço, desenhando uma linha invisível sobre ele.

— Pelo andar da carruagem, será você a moça a vir após mim. Gosta da ideia, Lady Claire?

— Sim, majestade.

— Está mentindo— replicou, fuzilando-me com os olhos— As pessoas costumam olhar para os pés quando mentem.

 Ela recuou espontaneamente, ficando com a metade do rosto sob a luz do sol que atravessava as janelas do salão.

— Eu avisei ao meu filho sobre você— disse com indiferença, mantendo o queixo elevado— Tinha esperanças que ele desistisse a tempo.

— Não sou de seu agrado, majestade?

— Ah! —exclamou, e gargalhou em seguida. — Claro que é. E justamente por isso lhe digo essas coisas.

— Então porque gostaria que ele desistisse?

— Você não serve para a coroa. É inteligente e articulada, viver à sombra desse palácio será sua desgraça.

Suas palavras soavam perversas e cuidadosas ao mesmo tempo. Ela bebericava tranquilamente a xícara de chá, como se estivesse satisfeita em dizer aquilo.

— Não tenho muita escolha. Tenho?

— Nunca terá— respondeu, apoiando o pires num aparador— Agora já foi. Seus caminhos serão sempre comedidos, assim como tudo em sua vida.

— Oh, há de ter algo bom nisso tudo. — falei, socorrendo-me no otimismo.

— Terá, caso seja fértil. Porque se não for, seu marido precisará esvaziar-se em você muitas vezes. E isso não é tão divertido quanto imaginam as moças da sua idade.

— O seu filho é assim, majestade? — indaguei, perplexa. — Desses que fazem de mulheres seus depósitos?

— Todos são. James é um homem bom, mas não acredito que ele procure em você algo além disso.

Pisquei os olhos várias vezes, questionando a lucidez dos meus ouvidos. Nunca alguém tinha sido tão esdrúxula comigo antes. Pensei no príncipe e sequer conseguia imaginá-lo me tratando com tamanha ignorância.

— Você é rica. Se for embora, continuará a viver de maneira abastada— falou, levantando-se numa economia de gestos— É uma sorte. Se eu a tivesse, teria aproveitado.

 E saiu, balançando a cauda do vestido sem olhar para trás.

👑

Três horas depois, eu continuava sentada na Casa dos Espelhos, matutando as palavras da rainha. Nora, Sierra e Margot haviam se juntado a mim. Elas tagarelavam sobre garotos, casamentos e as revistas do fofoqueiro Klaus Morris. Contudo, nem mesmo aquele falatório foi capaz de me distrair.

—Alô? Terra chamando Lady Claire! — berrou Sierra no meu ouvido.

— Aposto que está sonhando acordada com seu príncipe— Nora disparou, ao pé da irmã.

Nora e Sierra faziam parte da família Roberts, uma linhagem tradicional da Inglaterra. O pai, senhor Roberts, possuía influência na esfera eclesiástica, e essa era a única razão para que vivessem no palácio.

— Você já o beijou? — Nora perguntou, os olhos cintilando de curiosidade.

— Por Deus! Não!

— Você viu as revistas? O rosto de vocês está por todo canto.— quis saber Margot, abanando um leque cor de vinho.

— Sim. Acha que saí bem?

— Óbvio. — disse ela, revirando os olhos. — Você sempre se sai bem.

Margot era como um gato; astuta e ressabiada. Ela possuía longos fios vermelhos e olhos estreitos e negros. Gostava de joias ostentosas e de batons, e quase sempre estava com os cabelos soltos, formando voltas por cima dos seios.

Lorde Thompson, seu pai, era conselheiro do rei, título que ela estampava com orgulho.

— Aquele vestido é sensacional. Você me emprestaria um dia?

— Claro, Nora. Quando quiser.

— Também conheci alguém nessa estação, Lady Claire— contou Sierra— Pretendo me casar em breve com o senhor Davies.

De novo?, pensei comigo mesma. 

Sierra já havia tido dezenas de pretendentes. Ela se abusava deles como quem abusa de uma roupa. Por causa disso, teciam comentários maldosos acerca de sua castidade, mas eu preferia acreditar que não passavam de boatos.

— Que boa notícia! O senhor Davies parece um bom partido.

— É viúvo e uns quinze anos mais velho que nós— contradisse Margot, enrolando uma mecha ruivo escuro no dedo— É muita generosidade de sua parte usar "bom partido" e "senhor Davies" na mesma frase, Lady Claire.

— E por acaso o passado de uma pessoa pode ditar sua dignidade?

—Diz isso porque o seu partido é o melhor da Inglaterra. — rebateu ela. — Se não o fosse, com certeza se preocuparia com esse tipo de assunto.

— Você é azeda, Margot— Sierra disparou, por entre os dentes— Perde tanto tempo vigiando os pretendentes das outras que não é capaz de arrumar um para si mesma. Não um que te assuma, pelo menos.

A senhorita Thompson se encontrava com homens às escondidas. Assim diziam as más línguas. Fato era que nenhum a havia assumido, o que colocava em dúvidas a honra dos cavalheiros.

— Se eu fosse você, não falaria baboseiras ao vento, senhorita Roberts. — ferroou ela, os olhos negros flamejando— O que seu pai pensaria se soubesse a quantidade de homens que já passearam por suas partes de baixo?

— Por favor. — intervi, gesticulando com a mão. — Tenham escrúpulos!

— Uma hora ou outra suas saídas noturnas se tornarão um escândalo. — manifestou-se Nora, apontando o dedo. — E será uma honra para nós assistir a sua vergonha.

A estupidez das garotas me impressionava. Eu não conseguia entender o porquê de tratarem umas às outras com tanto veneno. A perversidade as rodeava de uma maneira tão desnecessária e banal que me fazia repensar se deveria realmente me manter no meio delas.

— Vocês não têm cinco anos. Parem com essa competição idiota. — protestei, bufando— Deveríamos ser amigas e não rivais.

Margot soltou uma risada cínica e deu as costas.

— Não sei o que ele viu em você — disse ao sair. — É uma tonta. 

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