XXXV - cem rebeldes
Clarissa Morey// narrando
Agora.
— Não consegui mata-lo. — Jonh, o líder dos rebeldes disse assim que entrou.
— Acabei atirando uma flecha em Amélia Morey que estava ao lado dele.
Ele sabia o risco que era me contar aquilo, será ninguém conseguiria matar Richard? Uma tarefa tão simples que até eu poderia me atrever a fazer se não tivesse tanto a perder, se o caminho fosse aquele eu mesma teria que ir e mata-lo. Nem mesmo rebeldes que destruíram reinos podiam mata-lo, certamente era algo que Clarissa Morey devia fazer.
— Amélia? — indaguei com raiva. — Não consegue nem fazer o seu trabalho direito? Isto é realmente frustante! Ela está bem?
— Sim, Majestade.
Suspirei em alívio, não queria ela morta, muito menos seu sangue em minhas mãos.
— Vá embora! Só volte aqui quando Richard Snow estiver morto. — Ordenei para Jonh que agora, já saiu correndo. — Eu mesma matarei vocês se vierem aqui novamente me pedir algo.
Como poderia ascender ao trono de casterly se Richard estivesse no meu caminho? Precisava dele morto e desta forma, poderia ir à casterly e reivindar o trono que devia ser da minha família há anos mas meu pai não fez nenhuma questão de te-lo. Mas eu o desejava tanto quanto desejava o trono de waterfall, assim que estes dois reinos forem meus eu poderei descartar Arthur, pois vermênia não tinha nada para me oferecer, além de problemas.
Em breve precisarei voltar para casa, Amélia terá de saber sobre mim... Eu ordenei que Heitor não contasse, ele não tinha direito algum para falar sobre mim, ele mal tinha direito de estar em minha corte. Meu pai deveria ter o matado quando teve chance, minha mãe deve estar desapontada com Amélia por ela ter noameado Heitor como representante tendo Henrique e Gideão para assumir esse cargo sem hesitação.
Decidi escrever uma carta para minha mãe, pois sabia que ela não me trairia contando sobre mim para Amélia, não que eu confiasse nela, entretanto a conhecia tão bem que sei que ela não poderia fazer.
Fui até meus aposentos e comecei escrever rapidamente.
" Talvez seja uma surpresa receber uma carta minha, para todos em breve será uma grande surpresa. Estou escrevendo após meses para dizer que estou viva. Viva, bem e casada com Arthur de vermênia,outra surpresa. Espero em breve poder dizer mais sobre isto,minha mãe. Mas por agora peço silêncio de sua parte.
Amélia não precisa saber até que eu volte.
E eu voltarei.
De sua amada filha,
Clarissa Morey "
Revisei palavra por palavra antes de selar a carta com o selo de vermênia e entregar à um mensageiro mas não disse que era urgente, realmente não era. Estava ciente que ainda demoraria um pouco para voltar para waterfall porque preciso ter certeza de que era o momento certo.
— Clarissa! — Arthur gritava à minha preocura.
Olhei para trás para encontra-lo em completo desespero, não convivemos muito juntos mas conhecia suas expressões como ninguém. Desde pequena me obrigava prestar atenção naquilo, era bom saber quando as pessoas mentiam para você, elas faziam aquilo o tempo todo.
— O que houve? — indaguei com uma sombrancelha arqueada.
Ele estava ofegante indicando que correu para me encontrar e que provavelmente o assunto era de urgência máxima.
— Vamos, diga logo! — encorajei.
Era torturante ficar esperando ele abrir a maldita boca, não era tão dificil falar.
— Rebeldes. — olhou envolta para ter certeza de que ninguém nos observava além dos guardas. — cem deles, precisamos fazer algo.
— O que eles querem?
Eu tinha certeza que eram com praga antes, porém via naquele momento que não se podia mandar um líder embora sem esperar que seus seguidores fizessem bagunça, eu não estava à procura de guerra ou briga de rebeldes, mas faria o necessário para que pudesse ter meu silêncio e paz até quando me fosse possível.
— Eu.. Não sei. Eles estão do lado de fora do portão e trazem lanças, parecem querer guerra. — explicou rapidamente.
Não tinha outro jeito de saber o que eles queriam, o único jeito era indo enfrenta-los e descobrir o porquê de tanta fúria para com o rei e a rainha.
— Vamos perguntar, então. — disse simples e saí com ele e dois guardas em meu encalço esperando por minhas ordens.
Chegando perto do portão já era possível escutar os gritos de guerra que eles estavam dando, mas aquilo não me assustava.
— Abram o portão! — ordenei para um guarda que hesitou em fazê-lo, porém com um olhar gélido de Arthur acabou fazendo rapidamente sem questionar.
Ao contrário do que pensei eles não entraram correndo e sim ficaram surpresos por abrirmos o portão, não me aproximei deles e nem me afastei, continuei imóvel onde estava com Arthur ao meu lado e os dois guardas atrás de mim.
Eram homens furiosos, eu conhecia a maioria deles, lembrava de seus rostos quando vinham ao meu castelo. Costumava ter uma boa memória e às vezes aquilo era tão bom quanto ruim.
— O que querem? — perguntei gritando.
— Não pode nos mandar embora em recompensa!— berraram de volta.
— Não queremos machuca-los. Apenas digam o que querem! — Arthur gritou.
— Não pode nos mandar embora sem recompensa! — Novamente berraram.
— Não tornem isto dificil, rebeldes — alertei.
— Eu não os paguei? Diga-me se sua atividade foi feita!
— Então nos mate. Faça a sua.
Já estava começando a me irritar com todos, cada um. Primeiro, pelo simples fato de serem atrevidos e virem querer me desafiar e segundo, por não me responderem. Odiava quando não me respondiam. Eram todos inúteis, ninguém sentiria falta de qualquer forma.
Chamei um dos guardas atrás de mim com o dedo para ser discreta e sussurei:
— Mate todos eles.
— Mas senhora, são cem pessoas. — assustado disse.
— Eu. não. me. importo. — gritei uma palavra de cada vez. — Todos. Agora.
Arthur me olhou incrédulo, nem acreditava como pensei que ele era como eu. Ele não passava de um mentiroso que fingia ser um rei forte, eram apenas traidores. Traidores deviam morrer, eu não pedi para que eles viessem em meu reino e tentassem me desafiar.
— Quero todos mortos, agora! — berrei e entrei com passos largos para observar a situação de cima, Arthur não me seguiu como pensei que faria mas não voltei para verificar se ele estava bem.
Olhando para eles de cima, tudo era mais amplo. Todos quase mortos. Alguns sem cabeça, outros sem braço ou sem perna. A única coisa que os ligava nquele momento era o fato de estarem mortos.
— Está ciente do que acabou de fazer? — Arthur questionou quando se posicionou ao meu lado.
Não respondi, era claro que eu estava ciente. Ele deveria me agradecer por livra-lo de rebeldes assassinos, eu fiz o que deveria para proteger vermênia e a maioria das pessoas após aquele desafio.
— Acabou de matar não só um mas cem rebeldes, pessoas que poderiam ser pais, maridos, tios e você tirou esta oportunidade deles, pessoas que a ajudaram. — sussurrou.
Se não o conhecesse bem, eu poderia dizer que ele estava afetado.
— Desde quando se importa? — o discurso dele de querido não era suficiente para me fazer sentir pena de traidores. Todos eles tiveram suas chances e serviram bem, até a morte, como prometido no final. Eu não seria a garota que iria se curvar à homens que achavam que tinham poder de algo, eu fiz aquilo uma vez e nunca mais faria. — Eram traidores, devia me agradecer por não ser a sua cabeça no chão.
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