XXVI - Há alguém perto.
— Majestade, sua carruagem está pronta — o guarda avisou.
Estava pronta para ir à casterly, minha mãe concordou em reger calmamente sem causar intriga, queria dar aquela oportunidade que ninguém a deu quando mais nova, de reinar por si própria. Eram apenas três dias, mas eu achava que ela merecia aquilo. Teria facilmente deixado Gideão se pensasse que ela não daria conta.
Esperava que o traidor ficasse fora por esses dias também. Se Heitor estivesse aqui deixaria ele reger, sabia que ele saberia lidar com aquilo, porém não tinha muita opção no momento.
Procurei Gideão com os olhos pela sala e o encontrei falando com um guarda, fui até ele e disse interrompendo sua conversa:
— Gideão, fique de olho em tudo. — sussurrei. — Confio nela, mas sabe como ela pode ser....
Ele concordou com a cabeça e saiu, queria pedir que Lina viesse comigo, mas não a encontrei pela manhã o que era estranho.
Andei em direção a carruagem na parte de fora do castelo e acenei com a mão para me despedir de minha mãe e depois com a cabeça para que prosseguissemos.
Não era uma viagem tão longa mas se eu dissesse que era rápida, estaria mentido.
Eu estava ansiosa para ir à casterly, fazia um tempo desde da última vez que estive lá. Casterly sempre teve a fama de ser um reino animado com festas e pessoas animadas. Waterfall nunca fora tão animado, na verdade, waterfall era um reino guerreiro que sempre começava a guerra tanto com com crest quanto com vermênia que foram os mais prejudicados. Talvez tivesse sido culpa do rei e não do reino, mas até hoje o reino ainda leva esta fama.
(...)
Cheguei no castelo de casterly e fui recebida ainda do lado de fora do grande muro com muitas pessoas e Richard entre elas, as vezes me esquecia que ele era realmente rei. Ele andava com os súditos e se não fosse a guarda real um pouco atrás, ninguém se lembraria que ele é o rei. Estava magnífico e sorria em minha direção, sentia como se fosse única ao seu olhar no meio de tantas pessoas.
— Majestade. — Sorri de lado ao ver Richard. Não me curvei e nem ele reverênciou, não era necessário.
— Amélia Morey, rainha de waterfall. — gritou um criado anunciando minha chegada apesar de eu achar que todos já sabiam pois viram o selo na carruagem.
Todos reverênciaram com exceção de Richard e alguns de seus conselheiros.
Sorri em resposta e me juntei a Richard para caminharmos para dentro.
— É bom vê-la. Como estão as coisas? — questionou enquanto eu entrelaçava meu braço ao dele.
— bem. — suspirei — ...mal.
Ele me olhou sem entender a minha resposta e eu encarei o chão por algum tempo, de certa forma tudo estava bem, eu era uma rainha estável e tinha apoio, nenhum atrevido tinha me desafiado ou pestes e guerras começado. Porém, por outro lado havia um traidor e a doença de minha mãe que me preocupavam diariamente.
— Está tudo bem, mas não era assim que eu queria. Ainda estamos em desentendimento com vermênia e tem o traidor. Minha mãe está doente e está bem complicado ficar de olho em Henrique. — expliquei rapidamente.
Richard desviou o olhar para algum lugar distante antes de voltar a me olhar.
— E os rebeldes?
Não havia mais com o que se preocupar, faziam semanas que nem ouvia falar sobre rebeldes ou alguma confusão sobre isto. Não estava mais me preocupando com eles e sim com o traidor, este sim causava-me problemas.
Eu queria eliminar um problema de cada vez, começando com a guerra em vermênia e depois com o traidor.
— Não tenho tido problemas com eles. — respondi simples.
Richard concordou com a cabeça e eu o segui para ver a grande sala do trono. Era completamente diferente de waterfall, era um lugar que mostrava puro ouro. Olhei em volta maravilhada com a vista, tudo parecia perfeito. A música tocava em harmonia com as mulheres que dançavam ao lado. Parecia estar havendo uma festa, mas na verdade era apenas clima bom de casterly.
O reino parecia não ter conflitos e problemas nunca. Nunca ouvi falar que casterly entrou em guerra ou algo assim, a única coisa que soube que acabou com a alegria do reino fora os rebeldes de waterfall.
Lembro-me de visitar Henrique e minha tia ao lado de meu pai, casterly sempre fora meu lugar de conforto. As pessoas andavam ao lado de seu monarca sem preocupações, dançavam e festejavam todos os dias e isto era revigorante para todos nós. Richard realmente tinha muita sorte em reinar um reino tão animado.
O vilarejo era sempre alegre, as pessoas estavam sempre a sorrir e brincar com seus filhos, irmão, amigos ou até mesmo seus avós.
— Boas lembranças? — Uma voz não muito desconhecida me pergunta.
Me viro para ver quem eu menos esperava; Henrique.
Henrique no castelo de casterly era realmente uma surpresa, ele tentou matar Richard.
— O que faz aqui? — Indaguei surpresa.
— Poderei responder isto em breve. Deixe-me questiona-la a mesma coisa.
Não respondi e ele sorriu ironicamente — como sempre — andei para uma grande janela da sala do trono e vi Richard do outro lado da sala nos olhar intrigado.
— Seu conselheiro é um completo estúpido. — sussurrou próximo a mim.
— A quem se refere?
— Gideão. — apontou para a janela que mostrava Gideão claramente nos olhando, ele realmente não sabia seguir alguém. — Por que está me vigiando?
— Por que acha que estou te vigiando? — Tentei usar a mesma ironia que ele, mas fora em vão.
— Não está claro?
Henrique continuava sendo o mesmo de sempre, com a ironia e arrogância subindo-lhe a cabeça, fui uma tola em acreditar que ele realmente estava interessado em ajudar minha mãe ou fazer algo por mim. Maldito seja o dia em que o aceitei em minha corte.
— Acredite, Amélia. Não sou quem está procurando. — revelou. — não tem motivo para desconfiar de mim, tenho muito mais a fazer do que ficar espalhando coisas privadas de seu reino. — levantou uma sombrancelha — Deveria desconfiar de quem está bem perto.
Ele estava encarando algo atrás de mim,ou melhor, alguém. Eu sabia quem ele estava olhando e me virei mesmo assim para ver Richard tenso.
Seria ele? Não, não, não. Impossível. Richard nunca me trairia, ele estava do meu lado. Henrique estava tentando fazer com que eu desconfiasse de meu único aliado seguro para que pudesse me juntar à sua causa.
Ele poderia me trair?
— O que me garante que não é um traidor? — perguntei sorrindo sem mostrar os dentes.
— Me diga um motivo para trai-la.
— Você deseja a minha coroa! — gritei e me arrependi logo depois quando a música parou pois os músicos se assustaram.
— Amélia, se eu quisesse mesmo sua coroa e seu trono, Acha que eu iria dizer a todos informações privadas de um reino que seria meu?
— Então, não está tentando tirar minha coroa de mim? — questionei me movendo nervosa.
— Não. Pode ficar com isto, meus planos são maiores. — Piscou com um olho e sorriu ironicamente, outra vez, mas para Richard que não retribuiu.
Era confuso ver Henrique em todo lugar em que eu estava, se eu acreditasse em uma palavra do que ele diz, seria reconfortante. Mas vê-lo ali confrontando Richard novamente, após tentar mata-lo, só me dava mais motivos para acreditar que ele estava me engando de alguma forma. Toda vez que seu veneno era espalhado, minha mente ficava cheia. Eu não podia mais dar ouvidos às suas pequenas mentiras.
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