Clarissa Morey // narrando
waterfall

Pensei que quando Amélia fosse levada para a masmorra, as coisas seriam diferentes e eu seria adorada por todos. Tudo estava sendo pior do que pensei que deveria ser, as pessoas tanto na corte quanto fora me odiavam e eu mal podia aparecer.
Eu não as julgava, eu mesma me odiava  por fazer aquilo com ela, mas foi necessário.

— Está se culpando? — Henrique que agora estava ao meu lado questionou. — Porque deveria.

— Deveria me culpar por fazer o certo?

— Certo? — riu. — As pessoas odeiam Clarissa Morey e amam Amélia, prende-la em uma masmorra não fará de você uma pessoa melhor.

Ele tinha razão, mas eu não tinha escolha. Amélia me negou a minha própria coroa.

Não respondi Henrique, realmente não queria falar com ele estava cansada de todos me julgarem naquela corte. Aquele era meu reino, afinal.

— Volte para casterly, Henrique. Seja o rei que sempre desejou e pare de me infortunar.

— Sua Majestade... — fez uma vênia e saiu, ainda sim pude ver a ironia em seu movimento.

Heitor estava bravo assim como Henrique. Eu sabia que seria um caminho difícil, Amélia era idolatrada por todos.

Fui para meus aposentos escrever para Arthur sobre as novas notícias.

" Caro Arthur, estou escrevendo com rapidez mas leia com muita atenção. Eu sou a rainha de waterfall e automaticamente isto lhe faz rei de waterfall, espero que fique feliz com a notícia pois eu estou. Infelizmente ainda há pessoas que nos odeiam e desejam a nossa morte,  apoiadores de Amélia, é claro.
Deve vir imediatamente para waterfall e deixar seu irmão reger enquanto estiver aqui, precisamos ficar unidos neste reino pois existe muitos com própria reivindicação, mas apenas eu estou oferencendo um rei.

De sua amada esposa,
Clarissa Morey "

O selo fora colocado e eu logo levei a carta para o primeiro mensageiro que vi e lhe disse para esperar a resposta de Arthur, aquela carta devia ser entregue pela manhã para que Arthur estivesse em waterfall o quanto antes. Mal podia esperar para mostrar ao meu povo que eles tinham um rei.

— As pessoas estão lá fora. — Gideão alertou.

— O que quer dizer? — indaguei rezando mentalmente para não serem rebeldes, tinha muito sangue em minhas mãos.

— Quero dizer seu povo, pessoas. Estão esperando um discurso, uma resposta. — explicou.

Era um risco ir até lá, o que eu poderia dizer? Eles me odiavam e aquilo não iria mudar, nem mesmo com a notícia de que eles tinham um rei.

— Vamos Clarissa, não seja medrosa. — Encorajou. — Precisa ir até seu povo e dizer-lhes que a rainha está pronta para ouvi-los.

— Eu irei. Vá até vermênia e convoque meu exército, não confio neste de Amélia. — ordenei.

Saí do castelo em direção aos grandes portões e os olhei, todos estavam lá. Desde nobres até camponeses lado a lado gritando, ou para ser mais exata, protestando.

— A rainha! — um guarda enunciou minha chegada.

Ao contrario do que esperava nenhum deles se curvou para mim.

— Curvem-se para sua majestade! — gritou o guarda.

Nenhum deles obedeceu.

— Não estou pedindo nada além de suas lealdades, eu sou a rainha e entendo que estejam confusos e queiram paz. Eu quero isto também, mas este é meu reino e eu não irei perde-lo. Não sou como Amélia e não irei andar entre o povo, eu sou sua majestade e devem se curvar á mim, aqueles que não fizerem serão considerados traidores da coroa e a punição será a morte.

Aqueles que gritavam antes, estavam calados e aos poucos um por um foram se curvando para mim e logo o mesmo guarda de antes disse:

— Deus salve a rainha.

E todos repetiram:

— Deus salve a rainha!

Era muito fácil persuadi-los, tudo o que precisava fazer era ameaça-los e logo estavam todos aos meus pés.
Após aquele acontecimento, entrei para dentro pois o tempo começava a esfriar. Claramente uma forte chuva estava para vir.

Eu deveria escrever para Candace, rainha de Crest e exigir dela leadade a coroa mas no fundo eu sabia que ela era totalmente leal a Amélia.

Fui até a sala do trono, onde Emily, Henrique e Heitor sussuram do outro lado. Todos presente se silenciaram quando entrei e ao passar por cada um foram se curvando, Emily se curvou mas Henrique e Heitor não.

— Não vão demonstrar respeito e lealdade a sua majestade? — indaguei com uma sombrancelha erguida.

— Primeiramente, não devo mostrar respeito a você ,querida prima. Eu sou o rei de casterly e claramente não sou seu súdito.

— Não devo respeito a ninguém além de Amélia. — Heitor se pronunciou após Henrique se calar.

Me aproximei de Heitor e sussurrei:

— Enquanto viver neste castelo deve respeito à mim, sua majestade. Se não estiver de acordo então estará banido de minha corte até o dia de minha morte. — alertei.

Heitor não estava com medo, mas ele se curvou mesmo assim pois ele queria ajudar Amélia e para isto deveria fazer parte da corte, Henrique por outro lado nada disse e continuou a cochichar com Emily.

Lina estava ao lado de minha mãe, elas eram pessoas que apoiavam meu reinado e nunca iria esquecer de suas ajudas. Iria algum dia ser grata à elas, no momento apenas achava que elas cumpriram com suas obrigações.

Sentei-me no trono e desfrutei da bela música e do vinho que era servido, nada poderia piorar naquele dia.

— Arthur?! — Lá estava ele entrando e todos novamente se curvaram.

— Eu estava a caminho quando recebi a carta, belas notícias.

— De fato.

— Vejo que Henrique não está feliz com isto.
— comentou.

— Ele não é o único.

Arthur riu.

— Vamos festejar, o rei está aqui! — gritou ele e todos comemoraram.

Heitor se retirou sem explicações e eu sabia que estava tramando algo, mas eu não podia acusa-lo sem provas.

Chamei um servo discretamente quando ninguém estava olhando.

— Todas as cartas de Amélia Morey e Heitor Morey devem ser intercepdadas.

Eu saberia o que eles estavam tramando de um jeito ou de outro, nenhum deles deveria tentar contra mim pois se o fizesse seriam acusados de alta traição e eu não poderia fazer nada para evitar suas decapitações.