XLV - Herdeira e rainha.
Clarissa Morey// narrando
waterfall
Amélia havia partido para crest, provavelmente buscando apoio para me mandar de volta, mas mal sabia ela que esse era o melhor momento para que eu pegasse meu reino de volta. Amélia, Heitor e Henrique estavam fora e deixaram apenas a doce Emily regendo, ela estava em desvantagem, obviamente. Eu, Gideão, minha mãe e Lina queríamos a mesma coisa, Amélia precisava simplesmente tirar a coroa de sua cabeça e me entregar para que o reino fosse governado de uma forma melhor, com autoridade e sem medo.
Tinha certeza que virou um jogo para ela, não era mais sobre pegar a coroa e deixa-la para outro. Eles queriam vingança por Richard, eu não pude evitar! Ele precisava morrer.
— Quantas assinaturas precisa? — questionou Gideão.
Estavamos tendo uma pequena reunião, minha mãe e Lina não tinham pronunciado uma palavra sequer desde do momento que entraram.
— Doze, doze é o suficiente. — afirmei.
Eu não estava duvidando que Gideão pudesse conseguir dozer assinaturas de nobres que são contra Amélia, mas eu mesma teria dificuldades para acha-los aqui em waterfall.
Qualquer um que seja contra Amélia deve estar em vermênia, Heitor não permitiria que ficassem aqui nem mortos.
— Tem certeza que vai fazer isto com ela? — indagou Lina.
Era necessário, pelo menos ela não seria morta.
Estava pedindo apenas assinaturas de nobres para que eu tivesse o suficiente para julgar Amélia e deixa-la na masmorra por um tempo, não até morrer mas o suficiente para pensar e lembrar que ela nunca desejou o trono.
— Amélia ama aquela masmorra. — ironizei.
— vai ser bom pensar um pouco, se falar algo para ela, você irá junto.
Ela tremeu mas disfarçou bem o medo, ás vezes pensava que se eu não causasse tanto medo em Lina ela poderia ter sido honesta com Amélia. Richard, por exemplo, nunca trairia Amélia enquanto estava vivo.
Mas ele já se foi, pobre morte a dele. Todos acabaram mentindo para Amélia, ela permitiu aquilo quando se abriu rapidamente. Apenas uma pessoa conseguiu me manipular na vida, apenas uma. Arnold Morey, meu caro pai.
Ele enganava as pessoas e eu fui uma dessa até ele me ensinar o truque.
" — Esse é truque! Destrai-las e atacar por trás.
— Mas papai, não tem honra em atacar por trás!
— Um dia irá perceber que também não tem em atacar pela frente. "
Naquele dia eu percebi que talvez meu pai não tivesse favorita, talvez tudo aquilo que fazia e dizia para Amélia era apenas distração.
Ele estava me treinando, ele me mostrou como fazer. Ele me treinou! Não entendia como alguém como ele podia ter simplesmente ficado louco, nunca acreditei naquilo. Até o rei de crest ele matou, ele não poderia simplesmente enlouquecer depois de tudo o que fez e passou.
— Clarissa, Heitor pode ficar bravo e ele acabará criando guerra com vermênia. — disse minha mãe.
Acabei gargalhando alto e quando percebi pus a mão em cima de minha boca, era engraçado ouvir ela falando como se tivesse medo do bastardo de meu pai.
— Querida mãe, logo Heitor? Ele não fará nada contra mim, é apenas um bastardo. — sorri.
O que Heitor Morey poderia fazer? Ele não sabia da verdade.
Heitor Morey era o primeiro filho de meu pai. Como sei disso? O próprio me contou.
" — Ama mesmo a mamãe?
— Claro. Mas houve alguém que eu amei muito..... A mãe de Heitor.
— Isto não me surpreende, é claro que a amou.
— Não use este tom irônico. Tem sorte de eu não revelar a verdade, eu me casei com alguém antes de sua mãe e meu filho fora Heitor mas ela morreu lutando. Lutando! Entende por que não posso revelar? Então, achei que tudo seria resolvido quando me casasse denovo... Mas apenas meninas! Clarissa e Amélia, meninas! "
E foi neste dia que eu soube que não éramos as preferidas, Heitor era. Mas então eu não havia entendido o motivo de ele não bajular Heitor como fazia comigo e Amel.
" — Toda vez que olho para ele, seus olhos e coragem. Me lembro dela e eu não posso! Não posso,Clarissa. Você é minha filha e minha herdeira e Amélia será a próxima quando você morrer, Heitor nunca será rei. As pessoas o consideram um bastardo, o ignoram. Eu o amo e queria poder dizer a verdade, mas conheço sua ambição também e não deixarei ele tirar isto de você. "
Heitor não sabia da verdade e nunca poderia reinar sem provas, e no final eram apenas palavras. Ele nunca parou para pensar no porquê carregava "Morey" em seu nome, um bastardo nunca carregava o sobrenome de um rei. Amélia também não percebeu, o que não me surpreendia. Muita gente tinha direito àquele trono, mas apenas um podia tê-lo e com toda certeza seria eu.
Lina e minha mãe se retiraram, não demorou muito e eu com toda força bati na mesa de madeira fazendo Gideão se assustar.
— E se eu não estiver fazendo a coisa certa? — indaguei. — Meu pai gostaria disto?
Agora fora a vez dele de rir.
— É claro que não. Arnold odiaria tudo isto, ele amava Amélia. Ele não gostaria de vê-la sofrer.
Algumas lágrimas ameaçaram descer, porém não deixei, apenas engoli o choro e continuei a olhar para Gideão como se fosse meu pai. Encarava a única pessoa que se importava comigo de verdade, que concordava com minhas ideias e sempre me ajudava sem questionar nada, ele foi meu pai antes de Arnold e era meu pai depois.
— Essa não é a questão, Clarissa. Você é a herdeira, este é seu trono e aquela é a sua coroa! — exclamou. — Eu protegi Amélia porque achei que estivesse morta, mas reconheço uma monarca quando a vejo.
Ele era um ótimo conselheiro, um ótimo amigo e pelo visto, um ótimo pai.
— O que acha que ela fará? E se ela protestar? — questionei.
— Ela irá chorar. E se ela protestar, deve fazer o necessário. — disse e levou a mão ao pescoço encenando uma decapitação.
Era um absurdo! Arregalei os olhos e levantei-me indo até Gideão para olha-lo nos olhos, como ele ousava me dizer que eu deveria matar minha irmã. Eu estava blefando quando a ameacei, eu não faria isto. A não ser que ela tentasse comigo, se ela estivesse em crest para planejar meu assassinato junto de Candace, então Gideão estava certo. Todos os envolvidos morreriam e suas cabeças seriam expostas, entretanto eu não queria fazer o necessário. Não queria me tornar alguém que fosse lembrada pela morte de uma irmã, não queria olhar para meus filhos um dia e contar para eles como eu matei a tia deles.
— Nunca mais diga o que eu devo ou não fazer. Eu sou a herdeira e rainha de vermênia e eu não hesitaria em manda-lo embora. — eu não estava blefando desta vez.
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